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domingo, 13 de setembro de 2015
STF PROTEGE FALCATRUAS DA CBF
O Supremo Tribunal Federal segue garantindo o direito à CBF de não apresentar à CPI do futebol a abertura dos contratods de patrocínio.
Os parlamentares já fizeram até agora três requerimentos para ter acesso a documentos de enorme interesse público, como a relação da renda obtida com bilheteria e comercialização de direitos de transmissão dos jogos da Seleção, acordos com patrocinadores desde 2002, relação dos recursos recebidos da CBF em decorrência de acordo com a Fifa referente à organização da Copa do Mundo de 2014.
É por essas e outras que os mesmos dirigentes vêm se mantendo na CBF há anos sem nenhum tipo de problema.
Teve que o FBI, dos EUA, entrar nas investigações para que realmente acontecessem punições.
É inacreditável o poder da CBF em território nacional.
Convenhamos, não poder serem revelados contratos de recursos obtidos com a Seleção Brasileira é uma vergonha.
Nada é mais de interesse público do que a Seleção.
A proibição para investigar os recursos recebidos para a Copa do Mundo, patético.
O dinheiro público rolou direto na organização do evento.
Mas como? A CBF não precisa prestar contas de nada?
por Nando Gross (Correio do Povo, 13 de setembro de 2015)
sábado, 31 de janeiro de 2015
Raízes do sangue e do ódio
Por Juremir Machado da Silva
Judeu, historiador, professor da Universidade de Tel Aviv, autor de vários best-sellers, entre os quais “A invenção do povo judeu” e “Como deixei de ser judeu”, Shlomo Sand, 68 anos, é um intelectual polêmico que não teme enfrentar as posições dominantes nem a ira de alguns dos seus colegas de profissão. De Nice, na França, onde passava alguns dias ao sol e escrevendo um livro sobre a relação da história com a ciência, ele concedeu, por telefone, esta entrevista ao Caderno de Sábado. Como sempre, foi implacável.
Passado o impacto da tragédia de Charlie Hebdo, Sand faz o balanço da relação do Ocidente com a religião islâmica e do conflito israelo-palestino,
Caderno de Sábado – Por que, após os atentados de Paris, o senhor declarou, contra boa parte da intelectualidade, não ser Charlie?
Shlomo Sand – Logo depois dos atentados de Paris, escrevi um texto intitulado “Eu sou Charlie Chaplin”. Expus a minha recusa ao slogan “eu sou Charlie”, que reuniu pessoas solidárias aos cartunistas de Charlie Hebdo assassinados por extremistas. O crime cometido não tem justificativa nem desculpa. Dito isso, eu fiz a seguinte pergunta: devo me identificar com as vítimas e ser Charlie porque os mortos representavam a encarnação da liberdade de expressão? Algumas das caricaturas de Charlie Hebdo eram de mau gosto. Apenas algumas delas me faziam rir. Havia na maioria das charges publicadas pelo jornal uma raiva manipuladora com o objetivo de conquistar mais leitores. A caricatura de Maomé com um turbante-bomba publicada por um jornal dinamarquês em 2006 já me havia parecido uma pura provocação. Algo como relacionar judeu com dinheiro. Tudo isso só tem servido para associar islamismo e terrorismo. Incita ao ódio, dissemina preconceito, desrespeita a fé do outro. Sendo assim, não sou Charlie.
Caderno de Sábado – O que deve prevalecer, a liberdade de expressão, de sátira, de humor, ou o respeito às crenças e às diferenças?
Sand – O limite da liberdade de expressão é a difusão do racismo. Duvido que Charlie Hebdo se atrevesse, como escrevi no meu artigo logo depois dos fatos, a publicar uma caricatura do profeta Moisés de quipá com ar de agiota numa esquina. Concordo com a proibição, na França, a que o humorista e polemista Dieudonné faça piadas com o holocausto, mas não posso admitir que ele seja agredido. Se fosse, porém, eu não sairia com um cartaz dizendo “eu sou Dieudonné”. O limite ao humor é a incitação ao ódio, ao racismo e ao preconceito. Uma coisa é satirizar uma religião dominadora e opressiva. Outra, atacar a crença de grupos dominados e humilhados. O Ocidente está acostumado a apoiar as piores opressões no Oriente Médio. Dito isso, precisamos lutar contra o extremismo de organizações como o Estado Islâmico, sem esquecer que europeus deixaram esse crescimento acontecer bancando, muitas vezes, os bombeiros incendiários.
Caderno de Sábado – O Ocidente tem então responsabilidade no que aconteceu como sustentam alguns intelectuais de esquerda?
Sand – É disso que estou falando. O Ocidente não faz o papel de Voltaire no Oriente Médio ou no mundo islâmico. É preciso não ridicularizar grosseiramente o islamismo na Europa onde vivem milhões de muçulmanos em condições precárias, realizando os trabalhos mais insalubres. Por tudo isso, não sou Charlie. Minha simpatia fica com os muçulmanos que vivem em guetos e poderão ser vítimas do ódio desencadeado pelos atentados. Minha referência é outro Charlie, aquele que nunca zombou de pobres e humildes, Charlie Chaplin. É fundamental lutar contra o terrorismo, que existe e produz devastação, tomando-se o cuidado de não estimular racismo e ódio. Além disso, a Europa não pode esquecer seu passado colonialista recente e os rastros que isso deixou. A Europa acompanhou os Estados Unidos ajudando a criar o caos no Iraque e na região. Com apoio de aliados “esclarecidos”, grandes defensores da “liberdade de expressão”, como os sauditas, ajuda a preservar fronteiras ilógicas estabelecidas por interesses imperialistas. A minha conclusão é simples: o Ocidente não é a vítima ingênua e inocente como gosta de se apresentar. A França é responsável pela situação atual do Mali. Precisamos dar uma basta à hipocrisia que dá aos ocidentais sempre o bom papel. Intelectuais e escritores desempenham um papel nisso.
Caderno de Sábado – Livros como o romance de Michel Houellebecq, “Submissão”, que trata da ascensão ao poder na França de um presidente muçulmano, em 2022, incitam o medo do islamismo?
Sand – Michel Houellebecq, mesmo que não seja a sua intenção, contribui para que as pessoas sintam medo do islamismo. Ninguém pode escrever um livro tendo como tema uma ameaça de judeização do mundo, mas o autor de um romance sobre uma ameaça de islamização ganha todos os espaços de mídia. A questão é: como lutar contra o terrorismo? A resposta, como venho mostrando nas minhas reflexões sobre o conflito israelo-palestino, está em entender as origens do conflito. Sem desconstruir os mitos não se chega ao cerne dos problemas maiores.
Caderno de Sábado – Como viu a participação do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nas manifestações de Paris depois do atentado contra a mercearia judaica e contra Charlie Hebdo?
Sand – Terrível. Netanyahu nem sequer compreende o fato de que judeus possam viver em outros países. Na cabeça dele, todo judeu fora de Israel está em situação temporária fora de casa e deveria voltar para o seu lugar. Ele não entende o conceito de cidadão e de cidadania.
Caderno de Sábado – Um dos assassinos dos atentados de Paris, o que invadiu a mercearia de produtos judaicos, fez menção à questão da Palestina. O senhor é um estudioso das relações entre judeus e palestinos. Vê uma saída para esse conflito que parece sem fim?
Sand – Não. Não vejo saída. Seria preciso uma forte pressão internacional para salvar Israel de si mesmo. Essa pressão teria de vir dos Estados Unidos, mas isso não acontecerá, pois Barack Obama não é presidente que se poderia imaginar. Ele cedeu rapidamente ao lobby sionista e aos interesses da indústria armamentista. Israel não percebe as próprias contradições. Desde 1947, instalou um regime de apartheid que não para de se acentuar. Temo pelo futuro de Israel. As reações e revoltas poderão se ampliar atingido até a Galileia.
Caderno de Sábado – Não vê Israel como uma verdadeira democracia?
Sand – Claro que não. Israel é uma etnocracia, o Estado dos judeus, o que se baseia numa visão etnocêntrica. Uma democracia é de todos os seus cidadãos independentemente das suas crenças ou “raças”. As medidas recentes com o objetivo de enfatizar o caráter judaico do Estado de Israel enfatizam esse elemento inaceitável de separação. Israel e Líbano são dois países com elementos liberais e democráticos, mas Israel não pode ser visto como uma verdadeira democracia na medida em que não aceita o fundamento universalista do regime democrático. Os assentamentos, que continuam, e a lógica empregada pelo sistema dominante alimentam esse apartheid que tem consequências cotidianas deploráveis para palestinos vivendo em condições precárias e insustentáveis. Qualquer um pode ver isso. Repito, só a pressão internacional poderá levar Israel a ser democrático. Quanto ao conflito, precisamos de dois Estados com base nas fronteiras de 1967. Fora disso, nada poderá funcionar mesmo.
Caderno de Sábado – Como superar a questão dos refugiados palestinos que gostariam de ter direito de retornar à terra de pais ou avós?
Sand – Temos de ver a situação com moderação. Todos os refugiados não podem voltar, pois isso significaria o fim de Israel. Mas precisamos fazer com que uma parte desses descendentes de palestinos possa voltar. O princípio é simples: em 1947, a terra onde está Israel era deles, dos palestinos, que foram expulsos de lá. Essa história de direito de dois mil à terra de Israel é uma bobagem. Ninguém tem esse tipo de direito. Ou todos os brasileiros de origem europeia deveriam sair do país e devolver o Brasil inteiro aos índios? Os Estados Unidos também deveriam ser evacuados? Não existe isso. Os judeus não são um povo, não são uma raça. Há judeus russos, poloneses, judeus saídos do Iêmen, de origens distintas. Só a religião é comum entre eles. Os brasileiros não são uma raça. Nem os judeus. Boa parte dos judeus de hoje não descende de ninguém que jamais tenha vivido na Palestina, mas de pessoas convertidas ao judaísmo em outros lugares.
Caderno de Sábado – E a lei de retorno para judeus?
Sand – Só devem poder ir viver em Israel judeus perseguidos. É um critério factível e sustentável moralmente. Os demais têm as suas nacionalidades e não são nem devem ser israelenses. Os fundamentos que justificam a existência de Israel são o holocausto e o fato consumado. Dado que Israel existe, precisa continuar existindo. Para isso, temos de conciliar israelenses e palestinos no mesmo espaço. Como a terra era dos palestinos e não se pode receber de volta todos os refugiados, cabe juntar dinheiro e indenizar todos os que foram despojados. Um mítico direito de dois mil anos atrás não pode se sobrepor ao direito de propriedade legítimo de 1947. Israel precisa assumir o seu papel na tragédia da população palestina.
Caderno de Sábado – Não acredita numa unidade genômica dos judeus?
Sand – De jeito nenhum. Essas pesquisas de DNA, essas pesquisas que falam de um DNA comum a todos os judeus, são uma empulhação. Tudo isso faz parte de um mito perigoso, o mito do povo judeu como raça.
Caderno de Sábado – Seus colegas o odeiam?
Sand – Historiadores apegados aos mitos sionistas me odeiam, mas meus livros são best-sellers em Israel. Estou escrevendo um livro sobre história e ciência para mostrar que história não é ciência. Ideologias, mitos e emoções permeiam boa parte dos relatos.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O GRAMPO FANTASMA DO GILMAR MENDES
Esta imagem aparece no artigo: "Os Grampos São Nossos Amigos". Leia AQUI. O do meio é conhecido como grampo invisível. |
A memória exige o registro de que em 2008 o ministro Gilmar Mendes, presidindo o STF, denunciou um "estado policialesco" a partir da leitura do que seria a transcrição de uma conversa que tivera com o senador Demóstenes Torres. Até hoje não apareceu o áudio desse grampo.
Elio Gaspari
CP
segunda-feira, 7 de maio de 2012
FRASES
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"ter um corrupto como informante não nos corrompe".
Declaração do diretor de redação da revista Veja, Eurípedes Alcântara, em artigo na internet.
Informações trocadas entre o contraventor Cachoeira e Policarpo Júnior, diretor da Veja em Brasília, resultaram ao menos em cinco capas da revista de maior circulação do país. Em decorrência das informações que Cachoeira passava para serem publicadas, vários funcionários do ministério foram afastados. Cachoeira se orgulha de "plantar" notícias na revista em benefício próprio e de saber até quando determinadas matérias sairiam.
Leia a notícia na íntegra AQUI.
domingo, 15 de abril de 2012
Censura e Poder no Império das Letras
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Fonte da Imagem AQUI. |
No dia 24 de janeiro, o jornalista Celso de Castro Barbosa publicou no site da Revista de História uma resenha do livro "A Privataria Tucana". Durante nove dias o texto esteve no ar, até que foi condenado publicamente pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra. Daí em diante deu-se uma sucessão de desastres. A resenha foi expurgada, quando a boa norma recomendava que fosse contraditada por outros textos. A Sociedade dos Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin) informou que o texto não passara pelos procedimentos burocráticos da redação. Falso. Em seguida, a colaboração regular de Barbosa foi dispensada pelo editor da revista, professor Luciano Figueiredo.
No dia 29 de fevereiro o jornalista enviou uma carta a oito membros do Conselho Editorial da revista contando seu caso: "Gostar de um livro, senhoras e senhores conselheiros, não é crime". Nenhum deles respondeu e até hoje o Conselho nada disse sobre o expurgo do texto. Nem a Sabin.
Enquanto essa panela fervia, a Sabin demitiu o professor Figueiredo. Um caso nada tinha a ver com o outro, pois as razões da dispensa eram administrativas. Diversos conselheiros, insatisfeitos com a demissão, ameaçaram renunciar. A briga tinha cacique demais e índios de menos, até que a redação, que faz a revista, resolveu falar. Ela enviou uma carta aos conselheiros informando que "um incômodo tem nos acompanhado: o discurso público dos senhores em solidariedade ao ex-editor, na tentativa de fazê-lo retornar à revista". Queixaram-se de sua gestão e mais: "A RHBN precisa de um editor que não ordene à equipe trabalhos extra-RHBN, sem remuneração".
No dia 1, Celso de Castro Barbosa enviou nova carta aos mesmos oito conselheiros da revista, com a mais justa das queixas: "Procurei mantê-los informados, mas o que se seguiu foi seu silêncio estridente. (...) Francamente, com amigos como vocês, a Biblioteca Nacional não precisa de inimigos".
Resposta, nem pensar.
Elio Gaspari
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
UFANISMO OU REALIDADE?
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DILMA TEM A MELHOR AVALIAÇÃO
Pesquisa do Datafolha deste domingo mostra que 59% dos brasileiros consideram a gestão de Dilma Rousseff ótima ou boa, 33% regular e 6% ruim ou péssima. Conforme levantamento do instituto, a presidente registrou índice de aprovação superior ao de todos os seus antecessores no mesmo período, desde a volta das eleições diretas.
SEIS EM DEZ SÃO DA CLASSE MÉDIA
Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais pertencem à classe média, segundo o Datafolha. São 90 milhões de pessoas. O acesso a bens como eletroeletrônicos, computadores e carros é o que mais aproxima as esferas B e C. A partir da medição da posse desses itens, a população é divida em grupos nomeados por letras. O Brasil de classe médias é aquele que escapa dos grupos D e E, deixando para trás os excluídos, mas não tem presença na classe A.
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA AUMENTA
O crescimento da economia e a ascensão das classes menos favorecidas - que passaram a ter acesso à luz elétrica, chuveiro e equipamentos eletroeletrônicos - turbinaram o consumo de eletricidade no Brasil. Entre 2006 e 2010, o aumento do consumo foi de 11,31%, quase duas vezes mais que o crescimento da população no período, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Os cálculos de 2011 indicam que a expansão chega a 17%.
Apesar dos números, o relatório mostra que no país ainda há mais de 500 mil residências sem luz, mesmo com os avanços do programa Luz para Todos, que inseriu vários brasileiros. Com energia em suas casas, somado ao crescimento do emprego, eles puderam comprar TV e geladeira. Entre 2006 e 2009, o número de residências com esses itens cresceu 10% e 12% respectivamente.
domingo, 8 de janeiro de 2012
PORTO ALEGRE SEDIA DEBATE SOBRE DITADURAS
A edição brasileira do Encuentro Latinoamericano por la Memoria, la Verdad y la Justicia ocorre de 30 de março a 1 de abril, na Assembleia Legislativa gaúcha. O evento reúne ativistas de direitos humanos e autoridades brasileiras e latino-americanas. No Brasil, as discussões devem girar em torno da Comissão da Verdade e da posição do país ante as determinações internacionais para a abertura de arquivos e providências sobre desaparecidos durante a ditadura militar.
O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, lembra que venceu o prazo dado ao Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) para que cumprisse parte da sentença que condenou o país pelas violações de direitos cometidas na Guerrilha do Araguaia. "O Brasil tinha até o dia 14 para informar o que já havia feito, mas não fez nada."
O evento será o quinto de uma série que começou em março de 2011, na Argentina, e passou por Uruguai e Chile. Na próxima semana, ocorre na Bolívia. Os encontros são realizados sempre em datas próximas às da instalação de ditaduras em cada um dos países.
CP
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Ferreira Gullar: Triste fim de um poeta
Juremir Machado da Silva, para CP
Ano-Novo, vida velha. Ferreira Gullar foi um baita poeta. O seu "Poema Sujo" é arte das grandes. Foi artista engajado, mas a sua poesia conseguia ir muito além dos clichês bem-intencionados dos revolucionários. Hoje, certamente para ganhar a vida ou sentir-se vivo, escreve "crônicas" na Folha de S.Paulo. O seu primeiro texto de 2012 mostra o grande poeta transformado num cronista de meia pataca destilando lugares-comuns conservadores para felicidade de leitores conformistas que se acham cult ou muito críticos. Um mingau azedo polvilhado de certezas sem amparo dos fatos. Por exemplo: "A América Latina vive hoje, por determinadas razões, a experiência do neopopulismo, que tem como principal protagonista o venezuelano Hugo Chávez. É um regime que se vale da desigualdade social para, com medidas assistencialistas, impor-se diante do povo como seu salvador. Lula seguiu o mesmo caminho, mas, como o Brasil é diferente, não conseguiu o terceiro mandato. A solução foi eleger Dilma para um mandato tampão". Como prova? Apenas o seu ranço.
Nada mais conservador do que um ex-comunista. É a síndrome do ex-fumante ou do ex-drogado, o cara que cria uma fundação para pregar a moral que não viveu. Para ser colunista nos jornalões brasileiros, é preciso, em geral, ser muito conservador ou transferir capital de um bolso para outro, usando a fama de uma atividade como base para o exercício de outra. A direita domina amplamente os chamados espaços de formação de opinião na imprensa. Há jovens que sobem logo ao trono, adotando ideias reacionárias e velhas que, enfim, conquistam novos prêmios, espaços e adulações repetindo fórmulas gastas pela mídia soberana. Ao não buscar um terceiro mandato, Lula frustrou os seus críticos, tirou-lhes - para adotar o atual tom clichê de Ferreira Gullar - o pão da boca e deixou-os por aí a jogar conversa fora. Aquele que foi um poeta maior, de imagens desconcertantes, agora termina suas análises mal-iluminadas com uma frase formalmente constrangedora: "Temo pelo que possa acontecer à Argentina, nas mãos de uma presidente embriagada pelo poder". Pobre poeta, embriagado pela sua mediocridade. Embriagado pela mediocridade do poder da mídia. Enquanto isso, na mesma Folha de S.Paulo, um cronista de ofício, Carlos Heitor Cony, depois de algumas temporadas sentenciosas, faz o caminho inverso: termina de envelhecer bem, disseminando um ceticismo levemente irônico de dar inveja a um Machado de Assis. Assim: "Que venham as tempestades da natureza, contra a qual pouco podemos. Quanto às tempestades provocadas pelos escândalos e pela corrupção da qual estamos fartos, não custa apelar para o fervor de nossas preces". Como cronista, Ferreira Gullar é um Neymar improvisado de lateral. Há quem confunda ter criticado o stalinismo, na época da queda do muro de Berlim e das ditaduras do Leste europeu, com louvação ao capitalismo sem regulação, esse que quebrou a Europa e parte da economia dos Estados Unidos. Pois é, o poeta Ferreira Gullar perdeu-se em corsos, comícios, discursos a granel. Vai ver que é a coincidência do nome com outro maranhense: José Ribamar.
Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Avenida da Legalidade
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Fonte desta imagem AQUI. |
Juremir Machado da Silva, para CP.
Porto Alegre não merece ter uma avenida chamada Castelo Branco. Menos ainda na sua entrada. Castelo Branco foi apenas um ditador. Comandou um golpe militar que derrubou um presidente legítimo, o gaúcho João Goulart. Beira ao escárnio que a capital do Rio Grande do Sul homenageie o algoz de um dos filhos mais ilustres deste Estado. No período de Castelo foram decretados os atos institucionais 1 e 2. Pelo AI-1 Castelo deu-se o poder de "suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer cidadão e cancelar mandatos de legisladores federais, estaduais e municipais". O AI-2 cancelou as eleições para presidente, vice-presidente e governadores, autorizou novas cassações de mandatos, interveio no Supremo Tribunal Federal e aboliu os partidos políticos, criando um bipartidarismo artificial e sob controle.
Já é tempo de Porto Alegre livrar-se de uma homenagem embaraçosa aprovada no auge do regime militar. O projeto apresentado pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna propõe a troca do nome da avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade. Belíssima ideia. Ao contrário do que se costuma dizer, por ignorância, inocência, estratégia, ideologia ou má-fé, houve tortura, prisões e todo tipo de perseguição sob a égide de Castelo Branco. Quem tiver dúvidas, leia os livros de Edmar Morel, Maria Helena Moreira Alves, Daniel Aarão Reis Filho ou, se não der, que seja a síntese de Thomas Skidmore, "Brasil: de Castelo a Tancredo". O pau comeu no Nordeste. A Operação Limpeza prendeu milhares de pessoas. Os jornais Correio da Manhã e Última Hora tiveram tempo, antes da implantação da censura, de publicar reportagens ricas em detalhes sobre a tortura.
Castelo não deu bola. O seu auxiliar, o futuro ditador Ernesto Geisel, fez uma rápida investigação e assegurou que nada existia. Skidmore resume: "Quais foram as dimensões globais da repressão? Talvez em sua maior parte tenha ocorrido nos dez dias entre a deposição de Goulart e a eleição de Castelo Branco, embora no Nordeste tenha continuado até junho". Entre 10 mil e 50 mil presos, mortes, expurgos. Na primeira leva de cassados, 441: três ex-presidentes da República, seis governadores, 55 deputados federais e mais uma amostragem de intelectuais, líderes sindicais e outros suspeitos de "subversão". Mais dados citados por Skidmore extraídos de várias obras, inclusive de americanos como o famoso John Fuster Dulles: até 9 de outubro de 1964, fase ainda de implantação de Castelo, 4.454 aposentadorias forçadas, 1.408 demissões do serviço público, 2.985 punidos, etc.
Tudo porque Jango resolvera apostar nas reformas que o país mais precisava, entre as quais a agrária. O Brasil, antes de 1964, não tinha guerrilhas. A tese do contragolpe é uma miragem alimentada como autolegitimação. Porto Alegre precisa ter a coragem de livrar-se de Castelo Branco, salvo se o nome estiver lá para ser pisoteado. Avenida da Legalidade é duplamente adequado: homenageia o movimento comandado por gaúchos para impedir o golpe contra Jango em 1961 e louva a legalidade que Castelo Branco conspurcou em 1964. Queremos entrar e sair pela Avenida da Legalidade.
Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Anistia Internacional acusa Bush
A Anistia Internacional (AI) pediu ontem que as autoridades canadenses prendam e processem o ex-presidente americano George W. Bush durante sua visita ao Canadá, prevista para 20 de outubro, acusando-o de vários crimes, entre eles, a tortura. A solicitação está em um memorando enviado às autoridades canadenses em 21 de setembro, informou a AI em comunicado.
"O Canadá deve, por suas obrigações internacionais, prender e processar o ex-presidente Bush por sua responsabilidade nos crimes contra o direito internacional, entre eles a tortura", disse Susan Lee, diretora da organização para a América.
As acusações da AI se referem principalmente ao programa secreto da CIA, executado entre 2002 e 2009. Segundo a organização, os detidos sofriam "tortura e outros tratos cruéis, desumanos e degradantes, assim como desaparecimentos forçados". Durante seu mandato, afirma a AI, Bush autorizou "técnicas reforçadas de interrogatório", entre elas a simulação de afogamento.
CP
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Complexos e perseguições
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Nesta sexta, os palestinos apresentarão à ONU o seu pedido de reconhecimento como Estado soberano. Estados Unidos e Israel não querem ouvir falar do assunto. Israel afirma que é inadmissível um procedimento assim, unilateral. Em artigo na Folha de S.Paulo, Ibrahim Alzeben, embaixador palestino no Brasil, entende que chegou o momento de a ONU "pôr fim a seis décadas de violência na Palestina histórica". Segundo ele, desde a Conferência de Madri, em 1991, deu-se a "quadruplicação do número de assentamentos e colonos em terras palestinas". Além disso, houve a "criação do muro da vergonha, assassinato de milhares de líderes e cidadãos, judaização de Jerusalém, capital ocupada do Estado da Palestina, bloqueio de Gaza e milhares de presos políticos". Um quadro terrível que parece pouco evoluir.
Rafael Eldad, embaixador de Israel no Brasil, garante que Israel não se opõe à criação de um Estado palestino: "O que Israel não vê de maneira positiva, além de ser perigosa para a região, é uma declaração prematura unilateral de um Estado palestino. Se buscam uma solução sem dialogar ou negociar, então com quem querem a paz?". O termo "prematuro" soa estranho aos ouvidos de boa parte dos países-membros da ONU. Alzeben põe a criança no colo das Nações Unidas: "É a ONU que deve agir, e agora, após 18 anos de negociações estéreis que consolidaram a ocupação israelense de nosso território". Eldad defende-se: "Israel, como único país no mundo ameaçado constante e abertamente em sua existência, tem a obrigação de tomar precauções para garantir a sua segurança e sua sobrevivência (...) Israel está ameaçado também pelo Irã, pelo Hamas, pelo Hezbollah e por tantos outros".
O jornalista brasileiro Clóvis Rossi, analista com distanciamento em relação ao conflito, afirma que "Israel revive o complexo de Masada, a fortaleza em que 960 judeus resistiram até a morte às hordas romanas, vitoriosas no ano 73. Complexo de Masada é um tema frequente no léxico político-diplomático de Israel, por designar a sensação de que o mundo inteiro está contra os judeus". Rossi cita Carlo Strenger, chefe do Departamento de Psicologia da Universidade de Tel Aviv, que, em texto no jornal Haaretz, aconselha Israel a sair do mito para uma "avaliação realista da realidade internacional". Rossi cita também Tzipi Livni, líder da oposição no parlamento, para quem o governo age como se "todos fossem contra nós" e "como se todo mundo fosse antissemita". Ela destaca o óbvio estrelado: Israel tem um grande amigo, os Estados Unidos da América. Mas o amigo estaria descrente nas promessas israelenses de aceitar dois Estados, "mas não faz nada para isso". Empurrar com a barriga já era.
As conclusões de Rossi são banalmente certeiras: "Nem os palestinos conseguirão jogar os judeus no mar, como muitos, de fato, gostariam, nem Israel vai conseguir empurrar os palestinos para a Jordânia". Resultado: só a ONU pode resolver a pendenga. Rossi dispara uma última boa citação, de Shlomo (outro) Ben Ami, ex-chanceler israelense: "Enquanto não terminar a ocupação, enquanto Israel não viver em fronteiras internacionalmente reconhecidas e os palestinos não recuperarem sua dignidade como nação, a existência do Estado judeu não estará assegurada". Dá para falar em demanda prematura?
Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
SHLOMO SAND
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O profeta dos Hebreus, o Príncipe da Paz, conduz os Judeus para a Terra Prometida |
Dois textos de Juremir Machado da Silva:
Mito judaico
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Segundo Sand, a ideia de que os judeus são um povo, uma etnia, ou que descendem de Moisés, Davi e Salomão, é apenas uma tradição religiosa recuperada no século XIX e oficializada a partir de 1960: "Qualquer israelense sabe que o povo judeu existe desde a entrega da Torá no monte Sinai e se considera seu descendente direto e exclusivo. Todos estão convencidos de que os judeus saíram do Egito e fixaram-se na Terra Prometida, onde edificaram o glorioso reino de Davi e Salomão, posteriormente dividido entre Judeia e Israel. E ninguém ignora o fato de que esse povo conheceu o exílio em duas ocasiões: depois da destruição do Primeiro Templo, no século 6 a.C., e após o fim do Segundo Templo, em 70 d.C.".
Sand vira o jogo: "Novas descobertas arqueológicas contradizem a possibilidade de um grande êxodo no século XIII antes da nossa Era. Da mesma forma, Moisés não poderia ter feito os hebreus saírem do Egito, nem tê-los conduzido à ''terra prometida'' - pelo simples fato de que, naquela época, a região estava nas mãos dos próprios egípcios!". Tem mais: "Tampouco há sinal ou lembrança do suntuoso reinado de Davi e Salomão. As descobertas da década passada mostram a existência de dois pequenos reinos: Israel, o mais potente, e a Judeia, cujos habitantes não sofreram exílio no século 6 a.C. Apenas as elites políticas e intelectuais tiveram de se instalar na Babilônia". Uau! É punk.
Rui o mito? "E o exílio do ano 70 d.C. teria efetivamente acontecido? (...) os romanos nunca exilaram povo nenhum em toda a porção oriental do Mediterrâneo. Com exceção dos prisioneiros reduzidos à escravidão, os habitantes da Judeia continuaram a viver em suas terras mesmo após a destruição do Segundo Templo." Conclusões de Shlomo Sand: não houve êxodos nem exílios. Os judeus espalhados pelo mundo não descendem, na maioria, de pessoas que um dia tenham vivido na Palestina, mas de um povo de origem turca, os kházaros, convertido ao judaísmo no século VIII da nossa Era. Entre os descendentes dos judeus de 2 mil atrás há palestinos da Cisjordânia convertidos ao islamismo durante a ocupação muçulmana.
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Entrevista com Shlomo Sand
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JMS - O senhor lutou na Guerra dos Seis Dias?
Sand - Claro. Fui soldado. Infelizmente ajudei a conquistar Jerusalém para Israel. Saí sem ferimentos.
JMS - O senhor nasceu num campo de refugiados, não de concentração, obviamente, na Áustria ou na Alemanha?
Sand - Na Áustria, onde só ficamos três semanas. Passamos imediatamente para um campo de refugiados na Alemanha.
JMS - Mantém suas ideias de que judeus atuais askenazes descendem dos khazares, um reino convertido ao judaísmo?
Sand - Claro que mantenho. É uma evidência. Só os ignorantes e os sionistas rejeitam isso. Em todos os sentidos, inclusive demográficos, os judeus do Leste Europeu não poderiam ter saído de onde se diz. A origem mítica judia é uma construção sionista do século XIX.
JMS - As críticas não o abalaram?
Sand - Tive mais elogios do que críticas. Grandes historiadores, como Tony Judt, Marcel Détienne e Eric Hobsbawm, me elogiaram. Edgar Morin me apoiou. Noam Chomsky gostou. Eles são muito mais importantes do que os sionistas que me atacaram. Críticas sionistas são comprometidas. Ganhei o Prix Aujourd''hui 2009, o mais importante prêmio atribuído pelos jornalistas franceses. Meu livro será traduzido em 21 línguas. Só os sionistas fanáticos é que o recusam. Só não conseguem refutá-lo.
JMS - Alguns dos seus críticos afirmam que as suas ideias servem aos antissemitas? Isso chega a incomodá-lo?
Sand - Dizer que isso é uma asneira é pouco. Não passa de uma chantagem primária. Não sou antissemita. Sou de origem judaica. Mas ser judeu não é pertencer a uma raça. Isso não existe. Quem pensa assim é racista. Um judeu brasileiro é, antes de tudo, um brasileiro de religião judaica. Quase nada há em comum entre um judeu polonês e um judeu brasileiro. Não existe uma cultura laica judia.
JMS - O fato de ser um especialista em história europeia deslegitima o seu trabalho sobre a história judaica?
Sand - Outra bobagem. Trabalho na Universidade de Tel Aviv, onde tem um departamento de história judaica e outro de história geral, que não se comunicam. Por eu ser especialista em história geral não poderia falar da história judaica? Só aos sionistas interessa essa ideia.
JMS - Para o senhor, como mostra em "A Invenção do Povo Judeu", o judaísmo é uma religião, não uma nação ou um povo. Significa que Israel não tem direito histórico ao seu território ou que deve dividi-lo com os palestinos?
Sand - Israel não tinha mais direito histórico algum sobre o atual território. Isso é loucura. Dois mil anos depois, com gente nascida por toda parte e de origens diferentes, que direito é esse? Estou escrevendo uma continuação de meu livro "O Mito da Terra de Israel". Por que um brasileiro de remota origem judaica tem direito a ir morar em Israel e um palestino nascido em Jerusalém não pode voltar para a sua terra natal? Israel deve existir por ser um fato consumado. Recuar seria uma tragédia. Devemos formar uma confederação de dois estados nacionais para resolver o problema e ir em frente. Viveremos em paz quando formos israelenses, não judeus.
Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br
Correio do Povo
segunda-feira, 20 de junho de 2011
TUDO POR DINHEIRO
Para o jornalista britânico Andrew Jennings, da emissora BBC de Londres e talvez o maior especialista em todo o mundo a respeito dos esquemas de corrupção que rondam a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional, "Ricardo Teixeira conseguirá atingir o objetivo de sediar o Mundial no Brasil às custas dos torcedores e amantes de futebol espalhados pelo país. Ele não pensa na nação e, sim, no dinheiro", disse.
Segundo ele, o brasileiro era o nome já combinado para suceder Blatter na Fifa em 2015, mas isso não ocorrerá por "problemas de ordem interna". "O nome mais cotado agora é o de Michel Platini, presidente da Uefa", cravou.
Já em relação a João Havelange - presidente da Fifa dos anos 70 ao fim da década de 90 -, Jennings assegurou que foi ele quem instaurou o esquema de privatização do esporte, com a negociação de contratos milionários de marketing com a empresa de materiais esportivos alemã Adidas, por exemplo.
E pergunta: "Como não fazem nada para apagar esta mancha? Como Ricardo Teixeira e João Havelange se mantêm no poder e não estão na cadeia?"
A Derrota do Futebol
O jornal Correio do Brasil de ontem traz reportagem assinada por Cimberley Cáspio em que afirma que "depois das revelações bombásticas do jornalista britânico Andrew Jennings, divulgadas em entrevistas e no seu livro ''Jogo Sujo, o Mundo Secreto da Fifa'', não só as Olimpíadas, como a Copa do Mundo, perderam o crédito e o brilho de campeonato".
Prossegue afirmando que "o governo brasileiro insistirá na realização da Copa do Mundo em 2014, por causa do dinheiro que vai entrar no país, por meio de investimentos externos.
Porém, quanto à questão esportiva e festiva, essa deixou de ser, pois o escândalo abalou os pilares daqueles brasileiros que pensavam em torcer pela Seleção Brasileira, acreditando em resultado justo.
O que não dá mais pra acreditar. E muitos empresários deixarão de investir em produtos comemorativos da Copa do Mundo, para não correrem o risco de ver seus produtos encalhados nas prateleiras de suas lojas, devido a resultados suspeitos e comprados, como vem acontecendo nas últimas edições das Copas do Mundo realizadas anteriormente".
CP
Segundo ele, o brasileiro era o nome já combinado para suceder Blatter na Fifa em 2015, mas isso não ocorrerá por "problemas de ordem interna". "O nome mais cotado agora é o de Michel Platini, presidente da Uefa", cravou.
Já em relação a João Havelange - presidente da Fifa dos anos 70 ao fim da década de 90 -, Jennings assegurou que foi ele quem instaurou o esquema de privatização do esporte, com a negociação de contratos milionários de marketing com a empresa de materiais esportivos alemã Adidas, por exemplo.
E pergunta: "Como não fazem nada para apagar esta mancha? Como Ricardo Teixeira e João Havelange se mantêm no poder e não estão na cadeia?"
A Derrota do Futebol
O jornal Correio do Brasil de ontem traz reportagem assinada por Cimberley Cáspio em que afirma que "depois das revelações bombásticas do jornalista britânico Andrew Jennings, divulgadas em entrevistas e no seu livro ''Jogo Sujo, o Mundo Secreto da Fifa'', não só as Olimpíadas, como a Copa do Mundo, perderam o crédito e o brilho de campeonato".
Prossegue afirmando que "o governo brasileiro insistirá na realização da Copa do Mundo em 2014, por causa do dinheiro que vai entrar no país, por meio de investimentos externos.
Porém, quanto à questão esportiva e festiva, essa deixou de ser, pois o escândalo abalou os pilares daqueles brasileiros que pensavam em torcer pela Seleção Brasileira, acreditando em resultado justo.
O que não dá mais pra acreditar. E muitos empresários deixarão de investir em produtos comemorativos da Copa do Mundo, para não correrem o risco de ver seus produtos encalhados nas prateleiras de suas lojas, devido a resultados suspeitos e comprados, como vem acontecendo nas últimas edições das Copas do Mundo realizadas anteriormente".
CP
domingo, 19 de junho de 2011
Cão recebe pena de lapidação
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le pretre, le-rabin et liman |
Jerusalém - Um Tribunal Rabínico de Jerusalém condenou à morte por apedrejamento um cão vira-lata acusado de ser a reencarnação de um advogado já falecido amaldiçoado por insultar juízes religiosos há 20 anos. O advogado foi condenado pelo mesmo tribunal a reencarnar como cachorro e teria retornado (já como cão) para se vingar.
CP
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Sacola plástica terá veto na UE
A União Europeia pode proibir o uso de sacolas plásticas em lojas ou taxá-las para combater a poluição.
Segundo a UE, em 2008, a Europa produziu 3,4 milhões de toneladas (t) de sacolas plásticas, o equivalente ao peso de 2 milhões de carros.
As sacolas, geralmente, acabam no mar e demoram centenas de anos para se decompor.
Cerca de 250 bilhões de pedaços de plástico, com peso total de 500 t, sujam o Mediterrâneo, ameaçando a vida marinha, já que os animais podem sufocar ao comer o plástico, confundido com comida.
Alguns estados da UE já proíbem o uso de sacolas plásticas em lojas e obrigam o consumidor a pagar por elas.
CP
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
MARIA DA PENHA E OS JUÍZES
Magistrado quer voltar
O juiz de MG Edilson Rodrigues, afastado por dois anos da função por declarar que "a desgraça humana começou por causa da mulher", quer o cargo de volta. Ele impetrou mandado de segurança no STF com o objetivo de anular a decisão do Conselho Nacional de Justiça, de novembro de 2010.Juiz perde cargo em Três Passos
Pela primeira vez, um membro do Judiciário do Rio Grande do Sul foi demitido. Na primeira sessão de 2011, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado decidiu por unanimidade demitir o juiz Marcelo Colombelli Mezzomo, da Comarca de Três Passos, por conduta imprópria.O magistrado foi nomeado em 25 de junho do ano de 2007. Por causa do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) a que respondia, estava afastado da jurisdição desde 1 de julho de 2010. O PAD teve início a partir de registro realizado na Delegacia de Polícia da cidade de Três Passos. Segundo o relato das vítimas, o magistrado teria ido, "com comportamento alterado", a uma sorveteria no mês de maio do ano passado, e feito comentários e elogios impróprios à nora da dona do estabelecimento.
O caso, contudo, teria sido apenas a gota d''água para a demissão. De acordo com o relator, desembargador Luiz Ari Azambuja Ramos, o juiz Marcelo Colombelli Mezzomo já havia sofrido pena de censura em Processo Administrativo Disciplinar por envolvimento em acidente de trânsito, e respondia a diversos outros processos por conduta inconveniente. Mezzomo também criou polêmica ao declarar que a Lei Maria da Penha, considerada um marco no combate à violência doméstica, é "populista" e "surreal". Enquanto juiz, ele negou a maioria dos pedidos de medida preventiva amparados pela lei.
Fonte: Correio do Povo
Pergunta do Blog: Quantos juízes em atividade pensam dessa forma?
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NO RJ
Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do RJ vai discutir a criação de um Conselho de Comunicação Social para orientar e fiscalizar órgãos de imprensa. Em outros sete estados brasileiros tramitam projetos de lei semelhantes. As iniciativas coincidem com o plano do governo federal de criar um marco regulatório para o setor de radiodifusão e telecomunicações.
Responsável pela elaboração do documento, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, sustenta que as leis sobre o assunto são insuficientes. Entidades contrárias à criação da agência reguladora enfatizam que já existe uma ampla rede de normas em vigor. Há duas semanas, em Brasília, o governo federal promoveu um seminário internacional para apresentar os modelos de regulação de mídia existentes na Europa e nos Estados Unidos. A audiência pública no Rio ocorrerá no próximo dia 6 de dezembro.
Fonte: Correio do Povo
Responsável pela elaboração do documento, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, sustenta que as leis sobre o assunto são insuficientes. Entidades contrárias à criação da agência reguladora enfatizam que já existe uma ampla rede de normas em vigor. Há duas semanas, em Brasília, o governo federal promoveu um seminário internacional para apresentar os modelos de regulação de mídia existentes na Europa e nos Estados Unidos. A audiência pública no Rio ocorrerá no próximo dia 6 de dezembro.
Fonte: Correio do Povo
sábado, 13 de novembro de 2010
SOJA LIVRE
Programa incentiva soja convencional
A preocupação de sojicultores com a redução da oferta de sementes não-transgênicas levou a Embrapa, em parceria com a Abrange e Aprosoja, a lançar o programa Soja Livre, na última semana, em Brasília. A iniciativa prevê aporte de R$ 1 milhão até maio de 2011 para pesquisas em variedades tradicionais da oleaginosa, dias de campo e divulgação de resultados. A ação inicialmente terá como foco o Mato Grosso. "O programa deve ir para outros estados no ano que vem", ressaltou o coordenador do Soja Livre, Ivan Paghi. Segundo ele, Piauí, Bahia, Goiás e Tocantins demonstraram interesse em participar, e os produtores gaúchos terão que fazer o mesmo caso queiram ser beneficiados pela ação. "A soja convencional é mais rentável, produz de cinco a sete sacas a mais por hectare e é mais barata que a transgênica", aponta.Fonte: Correio do Povo
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
LADRÕES DE MERENDA ESCOLAR
A Polícia Federal prendeu ontem, na Bahia, 7 prefeitos por emissão de notas fiscais frias e superfaturamento na aquisição de merenda escolar. O dinheiro era desviado do Governo Federal para seus bolsos.
Relação dos prefeitos presos:
Utinga (Joyuson Vieira Santos, do PSDB)
Cafarnaum (Ivanilton Oliveira Novaes, do PSDB)
Itatim (Raimunda da Silva Santos, do PSDB)
Lençóis (Marcos Airton Alves Araújo, do PR)
Elísio Medrado (Everaldo Caldas, do PP)
Santa Terezinha (Agnaldo Andrade, do PT do B)
Mutuípe (Antônio Miranda Silva Júnior, do PMDB)
A polícia também prendeu empresários e assessores desses prefeitos.
Note-se que 3 dos 7 desses prefeitos pertencem ao PSDB, o que corresponde a cerca de 43% dos prefeitos presos.
Fonte: Correio do Povo
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