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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OS ESTERTORES DA "VELHA" MÍDIA

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‘Num mar eletrônico, onde podemos ser devorados ou ignorados como um 1 anacronismo desnecessário’ 

Duas manifestaçoes que vieram a público na semana que passou abrem espaço para novas angulaçoes no debate sobre o futuro do jornalismo – verifica Luciano Martins Costa em comentario para o programa de radio do Observatorio da Imprensa de hoje, dia 10. Titula – ‘Uma sepultura, dois epitafios’.

Relata – “Durante o Seminário Internacional Rumos do Jornalismo Cultural, evento paralelo ao MediaOn – Seminário Internacional de Jornalismo Online, que se realizou em Sao Paulo entre 4a e 6a, o ex-diretor de mídias digitais do jornal espanhol El País e professor da Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, Gumersindo Lafuente, observou que ainda há jornalistas que rejeitam as tecnologias digitais de comunicaçao, adotando uma atitude de negaçao diante da realidade”.

“A outra reflexao sobre o cenário das comunicaçoes nasce de um manifesto de 3 pesquisadores do Centro Tow para Jornalismo Digital da Universidade Columbia, em Nova Iorque, no qual os autores afirmam que as empresas tradicionais de mídia já perderam a oportunidade de reinventar seus negócios”.

Diz Luciano – “A declaraçao de Lafuente apanha no contrapé muitos estudiosos do jornalismo contemporâneo que vêm adaptando argumentos de fontes diversas, como a Teoria Crítica e a Nova História, ou versoes ‘higienizadas’ de matrizes marxistas, para demonizar as tecnologias digitais, afirmando que as redes sociais e outras novidades da internet móvel sao apenas a mais nova forma de dominaçao do capitalismo”.

Quanto ao manifesto dos pesquisadores da Universidade Columbia “é ainda mais radical” – “Para Clay Shirky, Christopher Anderson e Emilly Bell, a indústria da informaçao que um dia conhecemos nao existe mais – e discutir um futuro para a imprensa tradicional é perda de tempo (!)”.

O manifesto pondera que “a internet é um ambiente essencialmente flexível e visual, o que nao combina com sistemas de decisao centralizados e verticais, que implicam estruturas complexas de alto custo”. Mais – O que os autores chamam de “jornalismo pós-industrial”, simplesmente “nao tem como sobreviver diante da queda das receitas de publicidade, 1 fenômeno que se arrasta há mais de uma década nos EUA e tende a se espalhar pelo resto do mundo”.

O manifesto aborda ainda a circunstância irônica na qual os jornalistas têm muito mais acesso a informaçao, por causa das maiores exigências de transparência por parte da sociedade mas lembra que o público também tem acesso às mesmas fontes (!) – “O que os 3 pesquisadores chamam de superdistribuiçao – e poderia ser também qualificado como hipermediaçao – significa que também o cidadao comum ou uma publicaçao menos importante pode produzir e distribuir conteúdos interessantes e de qualidade” – observa Luciano.

Bell, Shirky e Anderson encerram o estudo citando um relatório produzido em 1992 pelo entao diretor do Washington Post Robert Kaiser, que, ao ser apresentado às ainda distantes possibilidades das publicaçoes multimídia, escreveu – “como o sapo em água fervente, estamos nadando num mar eletrônico, onde podemos ser devorados ou ignorados como um anacronismo desnecessário”.

Visite Blue Bus 

Aulete Digital:

  (es.ter.tor)  [ô]

sm.
  1  Respiração rouca de pessoa que está agonizando, ou em coma, ou em sono profundo, ger. causada pela passagem do ar por mucosidades acumuladas na traqueia e nos brônquios
  2  Med.  Ruído respiratório anormal auscultado através de estetoscópio

 [F.: Do lat. stertorem.]

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FRASES

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"ter um corrupto como informante não nos corrompe". 

Declaração do diretor de redação da revista Veja, Eurípedes Alcântara, em artigo na internet.

Informações trocadas entre o contraventor Cachoeira e Policarpo Júnior, diretor da Veja em Brasília, resultaram ao menos em cinco capas da revista de maior circulação do país.  Em decorrência das informações que Cachoeira passava para serem publicadas, vários funcionários do ministério foram afastados. Cachoeira se orgulha de "plantar" notícias na revista em benefício próprio e de saber até quando determinadas matérias sairiam. 

 Leia a notícia na íntegra AQUI.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Conteúdo da TV paga: uma questão de escolha

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Em 2011, o Congresso Nacional aprovou a Lei 12.485/11, conhecida como a nova lei da TV por assinatura. O escopo da nova legislação é bastante amplo, mas há dois aspectos fundamentais: a abertura do mercado de distribuição às operadoras de telefonia e o estabelecimento de cotas de produção e programação nacional e independente nos canais. Contrários à lei e derrotados no legislativo, os Democratas (DEM) entraram com pedido de inconstitucionalidade no Superior Tribunal Federal (STF). De carona nessa ação, a SKY, do megaempresário norte-americano Jonh Malone, convocou seus assinantes via email, internet e pelo próprio canal de TV, a se manifestarem contra a lei.

Um dos pontos que a propaganda veiculada pela SKY levanta é que a nova lei da TV por assinatura fere a liberdade de escolha do cliente. Então vejamos. A SKY me oferece a enorme diversidade de… três pacotes iniciais. A cada um eles eu posso acrescentar um grande leque de outros … três pacotes adicionais. Não tenho a opção de ter só canais esportivos, não posso ter só filmes, não posso escolher aleatoriamente dois canais de jornalismo, um de filmes e um de variedades. Caso eu não queira ver quatro horas de venda de tapete, anéis e aparelhos milagrosos de redução da barriga na Fox pela manhã ou de madrugada, a empresa nada tem a ver com isso. Não posso pagar menos se não quiser um canal que só passa reprise. E se eu quiser ver a Libertadores da América, da Fox Sports, que eu sei que tenta vender os direitos de exibição pra SKY, não adianta; a empresa já disse que não quer comprar. A liberdade de escolha na SKY é realmente impressionante.

Cotas e o intervencionismo de Estado

A SKY também acusa a lei de criar cotas como um mecanismo terrível de intervenção estatal. Não custa lembrar que os modelos de negócios do audiovisual no mundo foram construídos de forma estratégica e engenhosa pelos Estados Unidos de modo que, até hoje, seis dos maiores produtores de conteúdo audiovisual mundial são norte-americanos. Mais de 80% de todo conteúdo de filmes, séries, documentários e desenhos animados veiculados nos canais pagos no Brasil é de origem norte-americana. Esse não é um privilégio brasileiro. Com raras exceções, a indústria audiovisual de muitos países, incluindo os desenvolvidos, é dominada pelos enlatados estadunidenses. Por isso, desde o final da década de 80, a maior parte dos países europeus adotou um sistema de cotas que protege o conteúdo local. Mesmo nos EUA, houve tempos em que a cota para produção independente era altíssima e havia regras rigorosas para impedir que poucas empresas dominassem o mercado.

Quase 30 anos depois, no século XXI, o Brasil finalmente conseguiu aprovar uma lei de proteção ao conteúdo nacional e de estímulo à produção independente. Ao contrário do mundo inteiro, esse mecanismo não se aplica ao sistema como um todo, abarcando também a TV aberta, mas garantiu pequenos avanços na TV por assinatura. E veja que coisa chocante. A lei obriga que os canais considerados de espaço qualificado, ou seja, de filmes, séries, documentários, programas de variedades e reality shows, passem, por semana, 3h30 de conteúdo nacional, sendo 1h45 de conteúdo nacional independente. Faça você mesmo as contas. Em nome da valorização da cultura nacional e da diversidade, a lei obriga que um canal passe meia hora por dia de um filme, ou uma série, ou um desenho, ou um programa de variedade brasileiros, sendo 15 minutos de produção independente. O cumprimento da cota é semanal e pode ser realizado num só dia, ou em dias alternados, a critério das programadoras.

A cota obrigatória para os países que compõem a União Europeia é de que 50% do conteúdo veiculado seja europeu. A “absurda” intervenção do Estado na TV por assinatura no Brasil para garantir a veiculação de conteúdo nacional é uma “estrondosa” cota de 2,08% por semana. Em relação ao independente esse valor cai pela metade. No Canadá, 75% do conteúdo das televisões abertas deve ser composto por produções de origem canadense nos gêneros drama, comédia e documentário longa-metragem, assim como shows de premiações que celebrem o talento criativo dos canadenses. E é a nossa democracia que está ameaçada pela intervenção estatal.

Cotas de conteúdo, em qualquer lugar do mundo, mas fundamentalmente em democracias mais consolidadas e avançadas, é um mecanismo fundamental de desenvolvimento da indústria audiovisual local, de proteção e difusão da cultura nacional e de garantia do pluralismo e da diversidade. No Brasil, qualquer tentativa de avançar nesse sentido é vista como censura, ditadura ou intervencionismo estatal. Isso porque os mesmos grupos responsáveis pela difusão da informação controlam o que deve e o que não deve ser conhecido ou debatido pelos brasileiros. Eles não querem discutir o setor que controlam. Mais do que isso, utilizam o canal de comunicação que possuem para desinformar a população e defender seus próprios interesses. É esse o caso da propaganda da SKY, que, não custa lembrar, enviou mensagem sobre o perigo da lei para seus quase 3,8 milhões de assinantes. Sem contar a sistemática veiculação de uma propaganda mentirosa nos canais da empresa e na internet.

Ainda bem, os mitos de que a obra audiovisual nacional não presta, de que tudo que fazemos é um lixo e de que o Brasil não produz conteúdo de qualidade está cada vez mais distante do imaginário da população. Junto com um momento de desenvolvimento econômico, o país vive uma febre de auto-estima, de auto-valorização que também se reflete na produção audiovisual. Desenhos animados como Meu Amigãozão, Peixonautas, Tromba Trem e Turma da Mônica ganham a simpatia de brasileirinhos e de outras crianças mundo afora. Filmes e séries nacionais já são comuns em alguns canais de TV paga, inclusive estrangeiros. Documentários sobre a nossa diversidade cultural e regional são cada vez mais vistos e comemorados.

É hora de cada brasileiro assumir que ter mais Brasil e mais conteúdo independente na TV é bom para a difusão na nossa identidade entre nós mesmos, e para o mundo, além de ingrediente essencial para a democracia. É hora de desconfiar profundamente de quem utiliza o discurso da liberdade de escolha para fazer terrorismo mentiroso com seus clientes e atacar leis que buscam dar visibilidade a nossa riqueza e diversidade. 


Carolina Ribeiro é jornalista e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.

CdB

Liberdade para a Libertadores


Há dois anos, o governo de Cristina Kirchner comprou os direitos de transmissão do campeonato nacional para sua tevê estatal, o Canal 7, e passou a revendê-los para as emissoras privadas, com preços que variam de acordo com o índice de audiência de cada uma nos últimos 12 meses. Não parece uma má solução.

José Roberto Torero

Há uma crença, ou lenda, que diz que o mercado é ao mesmo tempo sábio e forte. Se este texto fosse uma charge, o mercado poderia ser desenhado como um velho de barbas brancas mas com músculos de Maciste (ou de Conan, se você perdeu os filmes italianos da década de 60).

Sendo sábio e forte, o mercado perceberia as necessidades da sociedade e rapidamente encontraria uma saída. Mas, como a maioria das lendas, há uma certa fantasia nisso.

A prova pode ser vista, ou melhor, pode ser não vista esta semana. É que muitos amantes do futebol deixarão de ver os jogos da Libertadores, a principal competição do continente.

Os seis times brasileiros estarão em ação entre terça e quinta-feira, mas só poderemos ver o jogo do Corinthians, pela Globo, e o do Fluminense, pela FX.

E quanto aos torcedores de Internacional, Santos, Vasco e Flamengo? E quanto aos torcedores de outros times que gostariam de ver estas partidas?


Eles não verão nada, a não ser que façam parte de uma minoria dentro da minoria, ou seja, dos assinantes de TV a cabo que são clientes de operadoras que trabalham com a Fox Sports.

Segundo a Anatel, hoje os assinantes da tevê paga se dividem assim: Net: 37%, Sky: 29,79%, Embratel: 17,89%, Telefônica: 4,29%, Oi: 2,76%, Abril: 1,27%, Outros: 6,99%.

Como a Fox Sports não se acertou com Net, Sky e Embratel, 84% dos assinantes das tevês pagas não verão a maioria dos jogos da Libertadores.
 

Isso acontece porque temos um choque de monopólios. As três grandes operadoras detêm o monopólio do público, e a Fox possui o monopólio da transmissão. Como não houve acordo, todo mundo sai perdendo: as operadoras, a detentora dos direitos, os clubes, os patrocinadores e principalmente nós, que gostamos de futebol.

Já que as tevês são concessões públicas e o futebol está enfronhado com o poder institucional (basta lembrar que há uma Timemania mas não uma Escolamania ou uma Hospitalomania), o assunto pode ser considerado um assunto de estado. Assim é na Argentina.

Há dois anos, o governo de Cristina Kirchner comprou os direitos de transmissão do campeonato nacional para sua tevê estatal, o Canal 7, e passou a revendê-los para as emissoras privadas, com preços que variam de acordo com o índice de audiência de cada uma nos últimos 12 meses.

Não parece uma má solução. Democratizaria os direitos de transmissão, quebraria monopólios e estabeleceria uma competição entre as emissoras, que por sua vez pagariam de acordo com sua audiência, sem correr grandes riscos.

A tese vai ao encontro da proposta do leitor Flávio Pietrobelli, autor do comentário que motivou este texto: “Creio ser a hora de batalharmos pela mudança da regra: que todos os canais possam transmitir livremente qualquer espetáculo. (...) Aquele que tiver maior índice de audiência poderá vender propagandas mais caras.”

É uma proposta democrática e que atende às premissas do livre mercado. O problema é que ter o monopólio geralmente é mais lucrativo do que competir.


José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

Carta Maior

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A RESSACA DOS DERROTADOS

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A nova passeata da Globo

Os brasileiros, que tiveram de passar 20 anos, lendo nas entrelinhas, especulando a partir de meias palavras ou interpretando – procurando interpretar – as rudes reações viscerais trazidas ao público por aqueles que detinham o poder, têm hoje olhos e ouvidos apuradíssimos para entender o que há por trás de cada episódio do cotidiano, por mais irrelevante que possa parecer à primeira vista. É isso que o baronato midiático parece não ter entendido ao continuar patrocinando atos que, a pretexto de combater a corrupção, têm como objetivo esvaziar a política.

Os movimentos que saem da internet para ganhar as ruas, longe de ser a “primavera” com que sonham – ou fingem sonhar – seus reais mentores, têm se mostrado um melancólico outono dos tradicionais dispositivos de agenciamento midiático. Submersos na crise do imobilismo de suas bases, resta à velha direita o consolo de platitudes publicadas para justificar mais uma tentativa fracassada. O saldo de mais um insucesso ora é debitado à boa situação da economia brasileira ora a uma estranha lógica binária, como a apresentada pelo professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro, na edição de 13 de Maio, de O Globo.

“O problema na luta contra a corrupção é que ela está tomada pelos partidos. E é uma lástima que as pessoas usem isso contra o partido oposto”. Mas a que se refere o renomado acadêmico? A característica do movimento não seria exatamente o seu reiterado “caráter apartidário”? Ou, sem se dar conta, Janine revela o fato que deveria permanecer oculto: o centro político da reação está agrupado no campo jornalístico oligopolista que assume para si o papel de partido de oposição.

O mesmo partido que deu sustentação a duas décadas de ditadura militar. O mesmo agrupamento que silenciou as emoções e expectativas da opinião pública durante os oito anos de desmando do tucanato. Que editou a realidade para ocultar as preocupações da população com o apagão, o descontrole cambial, a desnacionalização de partes substanciosas da produção e serviços nacionais, os rigores de uma política econômica que duplicaram as dívidas externas e internas e criaram seguidos déficits comerciais.

Desemprego, congelamento ou irrisórios aumentos salariais, ao lado de escândalos políticos e econômicos, pareciam fazer parte do cenário natural para os mesmos colunistas militantes que agora se arvoram em defensores de valores republicanos. Num conhecido jogo de espelhos, a defesa incondicional dos ditames do mercado é trocada, editorialmente, pela busca de posicionamento ético no trato da coisa pública. A guinada é tão mal-feita que não atrai o distinto público, como pudemos constatar nas manifestações de quarta-feira, dia da padroeira oficial do Brasil. No Rio de Janeiro, os manifestantes chegaram a hostilizar os que preferiram olhar o mar a ver a ressaca dos derrotados.

Para deixar claro qual o objetivo da TV Globo e de seus sócios menores nessa simulação barata, vale a pena reproduzir o que escreveu o ex-deputado Milton Temer (PSOL) em seu blog: “promover no Brasil uma onda semelhante à que lamentavelmente varre povos de potências capitalistas, que se reúnem em manifestações pontuais e conjunturais, mas que, pela abstenção nos processos eleitorais, por justificado ceticismo, permitem à direita mais reacionária manter o controle absoluto das instituições, ditas republicanas, que realmente deliberam sobre seus destinos, através do modelo de sociedade que desenham com suas leis e decisões dos poderes Executivo e Judiciário”.

O brasileiro sabe que, sempre que uma esperança se frustra (o que não é o caso do atual do governo), vem a decepção e é preciso criar alternativas. Sempre é preciso reconstruir caminhos, mas o que a grande imprensa apresenta é um atalho para o precipício.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior, colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

CB

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gateleaker

Johnny Rotten

La utilización política y el uso comunicacional del informante encubierto a partir de las revelaciones de Wikileaks.

Por Ximena Schinca y Luis López *, para Página/12


“Hay que construir un complot contra el complot.” Las palabras del novelista argentino Ricardo Piglia son una premisa de la escritura ficcional contemporánea. Wikileaks hizo suyo ese postulado, venganza borgeana de una realidad que copia a la ficción. Al regar al mundo con informes diplomáticos que van desde vulgares chismes políticos hasta secretos de Estado, el sitio quemó los puentes de las relaciones de la Casa Blanca con el mundo y abrió una nueva página en la forma y el fondo de las relaciones internacionales. ¿Complot virtual contra complot real?

Hasta aquí, la divulgación de estos cables que contienen impresiones y opiniones “sin filtro” de diplomáticos y funcionarios estadounidenses no hizo más que devenir vox populi aquel axioma frecuente con el que políticos, diplomáticos, operadores y periodistas interactúan cotidianamente. “Cuidame de mis amigos, que de mis enemigos me cuido yo.” En ese tablero de tácticas y estrategias –frecuentemente paranoides–, Wikileaks se erige hoy como transgresor de uno de los postulados ¿ocultos? de la comunicación masiva: el relato de la noticia, muchas veces, se construye más con lo no dicho, lo sobreentendido y lo insinuado que con aquello que se enuncia explícitamente.

Medios y periodistas conocen y aplican profesionalmente esa lógica cotidianamente; fuentes reservadas y anónimas, off the record y documentos secretos son insumos imprescindibles que, más de una vez, se transforman en noticias centrales, columnas de opinión y editoriales estrella, ostentando legitimidad y rigurosidad periodística. Con esta materia prima, gatekeepers profesionalizados o guardianes de la información, periodistas, editores y asesores de prensa elucubran diariamente sus jugadas: qué decir, cuándo, cómo, a quién y para qué. En esa maquinaria, también juegan filtraciones e infiltrados, chivatos y arrepentidos, héroes y traidores, devotos y renegados: gateleakers, que si hasta ahora sin taxonomía teórica exclusiva, siempre han gozado de una relevante pieza en el tablero del quehacer político e informativo.

Wikileaks podría convertirse en la institucionalización mediática y disgregada de ese actor tan bastardeado como utilizado por profesionales y analistas de la información; encarnación virtual del filtrador, materialización digital del informante encubierto. Entonces, podría entenderse la indignación (real o impostada) de actores políticos ante la divulgación masiva de estos cables secretos. Lanzados al ciberespacio, estos informes afectan y operan en la realidad, esparciendo opiniones, supuestos y certezas monopolizados hasta ahora como armas de poder y ventajas estratégicas en el ajedrez político e informativo internacional. Todo poder alberga sus fugas. Desde su nombre, Wikileaks asume fugas y filtraciones –dos posibles traducciones del vocablo leaks– como motor de sus acciones que se despliegan trasgrediendo al viejo orden de la información, construyendo un complot contra el complot.

Queda pendiente para nuestros días, meses y años venideros el debate sobre la condición altruista, filoanarquista, seudoanarquista, heroica, interesada, cínica, libertaria, adulta, infantil o adolescente detrás del sitio espoleado por Julian Assange. La discusión sobre las intenciones del canoso ex hacker –o de sus socios, o de sus empleadores o de sus mecenas, sus contribuyentes anónimos–, pura elucubración. ¿Resultará, finalmente, ser un falso impostor? ¿Una pieza más del complot contra el complot contra-complot? Recontra espionaje y pura futurología impotente. Lo cierto es que flujos de información –de alto impacto, inofensivo o irrisorio– circulan a velocidad crucero por canales alternativos. Información filtrando y fugando de y en medios tradicionales y nuevos. De un lado, los que ven al hombre que boga por la transparencia mundial. Del otro, los que gritan aterrados por el advenimiento del anticristo del gatekeeping.

En Hollywood, un productor cinematográfico incinera un guión que acaba de ser superado por su prima hermana: “la realidad”. Alrededor del globo, Estados, empresarios y periodistas se preguntan dónde termina lo que este hombre ha desencadenado. Y gritan y sueñan con el arresto de la información y de algún cuerpo. Mientras tanto, en algún lugar del planeta, Assange reproduce –Ipod mediante– su última descarga ilegal de música. Sentado con su laptop, sonriendo, mordaz: canta a dueto con Johnny Rotten. Que es el anticristo, que es un anarquista, que no sabe lo que quiere pero sabe cómo conseguirlo.

* Licenciados en Ciencias de la Comunicación (UBA). Miembros del Departamento de Comunicación de la Sociedad Internacional para el Desarrollo (www.sidbaires.org.ar).

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Revelações feitas pelo site Wikileaks

Trabalho de Jacek Yerka
O controvertido site de vazamento de informações Wikileaks começou no domingo a divulgar um lote de 250 mil mensagens secretas enviadas por diplomatas dos Estados Unidos.

Até agora, o Wikileaks publicou em seu site 220 de 251.287 documentos dos Estados Unidos com a transcrição de comunicações - conhecidas como cabos - entre instituições diplomáticas.

O site entregou antecipadamente os arquivos em sua íntegra a cinco grupos de mídia, entre eles os jornais The New York Times, americano, The Guardian, britânico, e El Pais, espanhol. Leia abaixo alguns dos pontos principais dos documentos divulgados.

Ataque ao Irã

Vários líderes árabes e seus representantes são citados no documento como tendo exortado os EUA a atacar o Irã, para pôr fim ao suposto programa de armas nucleares do país. O embaixador da Arábia Saudita em Washington, Ader al-Jubeir, lembrou os EUA sobre as "frequentes exortações" do rei saudita para atacar o Irã.
Em um relatório de um encontro entre Al-Jubeir e o general americano David Petraeus, em 2008, o embaixador saudita disse que o rei queria que os EUA "cortassem a cabeça da serpente".
O rei Hamad bin Isa al-Khalifa, do Bahrein, teria pedido aos EUA que contivessem o Irã "de qualquer maneira", enquanto o príncipe regente de Abu Dhabi, xeque Mohammad bin Zayed, disse aos EUA acreditar que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iria "levar-nos à guerra".

Espionagem biométrica na ONU

Um cabo endereçado a diplomatas dos EUA emitido sob o nome da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que se coletem informações "biográficas e biométricas" - incluindo amostras de DNA, impressões digitais e biometria da íris - de funcionários-chave da ONU. Também foram pedidos dados de cartões de crédito, endereços de email, senhas e decodificadores usados em redes de computador em comunicações oficiais.
Os funcionários cujos dados foram solicitados incluiam "subsecretários, chefes de agências especializadas e seus principais consultores, assessores de alto escalão do SYG (secretário-geral), chefes de missões de paz e de missões de caráter político, incluindo comandantes de forças (militares)".
Estão incluidas nos documentos ao menos nove orientações semelhantes sobre vários países, tanto sob o nome de Hillary quanto de sua predecessora, Condoleezza Rice.

Crise no Paquistão

Os cabos mostram a preocupação dos EUA com a presença de material radioativo em usinas nucleares do Paquistão, que Washington temia ser usado em ataques terroristas. As comunicações revelam que, desde 2007, os EUA vinham tentando remover urânio altamente enriquecido de um reator usado para pesquisas no Paquistão.
Em um cabo emitido em 2009, a embaixadora dos EUA no Paquistão, Anne W. Patterson, diz que o país se recusa a aceitar uma visita de especialistas dos EUA. Segundo ela, autoridades do Paquistão disseram que uma visita seria vista pelos paquistaneses como "se os EUA estivessem tomando as armas nucleares do Paquistão".

China e infiltração cibernética

Os documentos revelam preocupação sobre o suposto uso em grande escala, pelo governo chinês, de técnicas de infiltração e sabotagem cibernética. Alguns dos cabos diplomáticos afirmam que uma rede de hackers e especialistas em segurança foram contratados pela China a partir de 2002, e que essa rede conseguiu acesso a computadores do governo e de empresas dos EUA, além de aliados ocidentais e do Dalai Lama.
Os cabos citam um contato chinês que disse à embaixada dos EUA em Pequim que o governo chinês estaria por trás da infiltração do sistema de computadores do Google no país em janeiro.

Planos da Coreia

Autoridades dos EUA e da Coréia do Sul discutiram planos para se formar uma Coreia unificada, no caso de colapso do regime da Coreia do Norte. O embaixador dos EUA em Seul afirma na comunicação que a Coreia do Sul considerava oferecer incentivos comerciais à China para "ajudar a mitigar" as "preocupações da China sobre o convívio com uma Coreia reunificada".

Guantánamo

Os cabos parecem revelar discussões entre vários países sobre o destino de presos libertados da base americana em Guantánamo, Cuba.
A Eslovênia recebe a oferta de um encontro com o presidente Barack Obama se o país receber um prisioneiro, enquanto Kiribati, no Pacífico Sul, recebe a oferta de milhões de dólares em incentivos. Bruxelas recebe a informação de que abrigar prisioneiros poderia ser "uma maneira barata de a Bélgica conseguir proeminência na Europa".

Líderes mundiais

Vários líderes mundiais aparecem nos documentos - mostrando as visões pouco elogiosas que os diplomatas têm deles.
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, é tratado como "displicente, vaidoso e ineficiente como líder europeu moderno" por um diplomata americano em Roma.
Em 2008, a embaixada em Moscou descreve o presidente russo, Dmitry Medvedev, como "um Robin do (premiê Vladimir Putin) Batman".
Os cabos também tecem comentários sobre a relação extremamente próxima entre Berlusconi e Putin.
O líder norte-coreano Kim Jong-il é descrito como "um camarada velho e flácido" que sofre com o trauma de um derrame, enquanto o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é tratado como "Hitler".
O ministro de Relações Exteriores e Cooperação da África do Sul se refere ao presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, como "aquele velho maluco".

BBC

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TERRORISMO DE ESTADO: ADIVINHA DE ONDE VEIO...

 

Supervírus de computador ataca infraestrutura iraniana

Jonathan Fildes
Repórter de tecnologia da BBC News

Um tipo de vírus de computador, dos mais sofisticados já detectados, pode ter como alvo infraestrutura iraniana de "alto valor", segundo especialistas ouvidos pela BBC.
A complexidade do malware Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum governo nacional, de acordo com alguns analistas.
Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar infraestruturas reais, como usinas hidroelétricas e fábricas.
Um pesquisa da Symantec, empresa americana de segurança informática, sugere que quase 60% de todas as infecções mundiais ocorrem no Irã.
"O fato de que vemos mais infecções no Irã do que em qualquer outro lugar do mundo nos faz pensar que o país era alvo", diz Liam O'Murchu, da Symantec.
O Stuxnet foi detectado por uma empresa de segurança de Belarus em junho, embora esteja circulando desde 2009 e vem sendo intensivamente estudado desde então.

Máquinas

O Stuxnet, ao contrário da maioria de viroses, não está conectado com a internet. Ele infecta máquinas Windows por meio de portas USB e pen drives usados para transportar arquivos.
Uma vez que infecta uma máquina da intranet, a rede interna, da empresa, o vírus busca uma configuração específica de um software para controle industrial feito pela Siemens.
O Stuxnet passa então a dar à máquina novas instruções "desligando motores, mexendo no monitoramento de temperaturas, desligando refrigeradores, por exemplo", diz O'Murchu.
"Nunca vimos este tipo de ataque antes", diz ele.
Se não encontra a configuração específica, o vírus permanece inofensivo.

‘Nação-Estado’

O Stuxnet impressiona pela complexidade do código usado e por usar muitas técnicas diferentes.
"Ele apresenta muitas tecnologias que não conhecemos", disse O'Murchu, que cita as formas de se manter escondido em pen drives e os métodos de infecção.
"É um projeto enorme, muito bem planejado e financiado", diz ele.
Sua análise é similar a de outros especialistas.
"Com as provas que temos, é evidente e provável que o Stuxnet seja uma arma de sabotagem direcionada, que contou com informações de membros da indústria", disse o especialista em Tecnologia da Informação industrial Ralph Langner em artigo publicado na internet.
"Não se trata de um hacker trabalhando no porão da casa dos pais. Ele tem uma quantidade incrível de códigos apenas para infectar outras máquinas", diz ele.
"Para mim, os recursos necessários para realizar um ataque destes apontam para um governo", diz ele.

Usina nuclear

Langner sugeriu que o Stuxnet pode ter atacado a usina nuclear de Bushehr.
O especialista afirma que uma foto supostamente tirada na usina sugere que esta usa sistemas da Siemens, embora "não configurados ou licenciados corretamente".
Outros especialistas especularam que o vírus pode estar atacando a usina de enriquecimento de urânio de Natanz. Mas O'Murchu e outros dizem que não há evidências de quais seriam os alvos específicos.
Um porta-voz da Siemens disse que empresa não comentaria "especulações sobre o alvo do vírus", afirmando que a usina iraniana foi construída por uma empresa russa, sem qualquer envolvimento de sua companhia.
"A Siemens deixou o país há quase 30 anos", disse ele.
O'Murchu apresentará um estudo sobre o vírus em uma conferência em Vancouver, Canadá, em 29 de setembro.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Las tortugas de Google


Negocios y credibilidad no siempre van de la mano, señalan Marcelo García y Luis López para advertir acerca del debate que se plantea en torno de Google, sus prácticas y su metodología para ocupar el territorio virtual. Un tema que no debería ser ajeno a las preocupaciones sobre libertades y derechos de la comunicación.

Por Marcelo J. García y Luis López *, para Página/12.

Que el The New York Times y el Financial Times entren en guerra simbólica con Google habla del tenor del debate informativo de nuestra era. La lucha es primero y siempre por dinero. Google genera, a partir de sus búsquedas, negocios por 50 mil millones de dólares sólo en los Estados Unidos. A nivel globo, unos 100 mil millones. Los dos renombrados matutinos caracterizan a Google como “el gatekeeper” de Internet. ¿Portero o patovica? La traducción para “gatekeeper” depende aquí del interesado. Para los Times, Google es patovica, porque hace y deshace negocios decidiendo qué va primero y qué no va. Google se defiende: la red es un territorio libre, y el mapa es objetivo y neutro. Los dos diarios invocan ahora al poder del Estado para, regulación mediante, se obligue a Google a negociar la confección del mapa del tesoro.

Los buscadores en general y Google en especial son quienes diseñan los mapas de acceso a los nuevos territorios. A diferencia de los de antaño, estos territorios son hoy, sin los mapas, inaccesibles. En cada búsqueda, Google diseña un mapa minúsculo (los primeros diez resultados a los que todos nos restringimos) de un territorio inexplorable e inaccesible (la totalidad del ordenamiento de la búsqueda, lo infinito que queda afuera). ¿Cómo se llega al último de los 2100 millones de resultados que aparecen cuando se busca Google en Google? La brújula de Colón es un algoritmo matemático secreto (PageRank), que la empresa ajusta diariamente con el objetivo declarado de mejorar los resultados.

Google no es un monopolio en el estricto sentido económico del término (la competencia, dicen los talking points de la empresa, está disponible y es abundante apenas a un click de distancia). Pero Google sí logró el sueño de cualquier empresa que pretenda ser el genérico de su rubro: entrar en el diccionario. La palabra google (en minúscula) es ya sinónimo de búsqueda y acción de buscar en la red. La etimología de la palabra google dirá, en algunos años, “marca registrada de la empresa Google”. Gracias a esta relación metonímica entre Google e Internet, al menos dos de cada tres búsquedas se escriben sobre su rectángulo despojado.

Google administra el territorio y dirige el tráfico mediante el algoritmo. Además, se expande en las estaciones de servicio virtuales de la superautopista de la información.

Quienes ven en esto un problema militan ahora por una “neutralidad en la búsqueda” (search neutrality), transparencia de la fórmula matemática y sus constantes mutaciones. Por más matemáticos e ingenieros en sistemas neutros que sean, los retoques de la fórmula mágica los realizan empleados de una empresa privada con fines de lucro. El cambio en el algoritmo hoy es lo que antes era el agenda-setting editorial.

La tensión entre el mapa y el territorio, entre lo “virtual” de la comunicación y lo “real” de vida, cobra así una nueva dimensión en el Siglo XXI. Los mapas siempre corrieron el riesgo de ser contrastados con los territorios: Colón no cayó en las fauces de tortugas que sostenían la Tierra. Como no había tortugas al final del horizonte, Colón pudo dibujar un nuevo mapa. Lo mismo con el periodismo moderno. Sus lectores, compradores diarios de credibilidad, son seres humanos en el mundo “real”. El periódico puede ser más o menos honesto, pero si es mucho menos que más pondrá en juego su misma razón de ser. El territorio prevalecerá.

Viajeros y periodistas fueron gatekeepers de su tiempo. Pero del otro lado de la puerta, cualquiera podría eventualmente entrar al mundo, verlo y arribar a conclusiones propias sin temer a las tortugas. Como los periodistas de ayer o los viajeros de antes de ayer, Google podrá ser bueno o malo, o hasta podrá intentar ser neutro (“Don’t Be Evil”). Pero su destino –como verbo y como gatekeeper del mundo– dependerá de su credibilidad. Si algo está demostrando nuestro modesto debate mediático local es que negocios y credibilidad no siempre van bien de la mano cuando de información se trata. En el umbral del resultado 2100 millones, las dos tortugas dialogan sobre la certeza de un negocio de 100.000 millones. Google quiere mapa, territorio y dos tortugas. Territorio.

* Licenciados en Ciencias de la Comunicación (UBA). Coordinadores del Departamento de Comunicación de la Sociedad Internacional para el Desarrollo, Capítulo Buenos Aires (SID-Baires).

NOTA DO BLOG: Patovica se traduz como gorila ou leão de chácara. É o indivíduo que, na entrada de uma discoteca, se encarrega de selecionar quem entra e quem não entra, geralmente seguindo critérios racistas. Deriva dos patos Vica, palmípedes outrora muito populares na mesa argentina, de peito duplo, aos quais se assemelham os porteiros das discotecas, tanto por sua corpulência, quanto por seu QI.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sindicado dos Jornalistas Profissionais do RS


Nota Oficial

A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) repudiam a atitude da Brigada Militar no trato com a Imprensa. Várias equipes de reportagens tiveram seu trabalho cerceado na manhã dessa quinta-feira, durante o episódio ocorrido em frente ao número 806, da Rua Araruama, Vila Jardim, residência da governadora Yeda Crusius. No entendimento destas entidades, a ação dos policiais que retiraram e isolaram os profissionais durante o manifesto promovido pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul nos remete aos anos de chumbo, quando jornalistas eram proibidos de exercerem seu trabalho.

Entendemos que vivemos em um estado democrático de direito e que nenhuma autoridade pode tentar calar a imprensa. Lembramos ainda que episódios como este tem se tornado rotineiro no Estado, em especial na cobertura dos movimentos sociais. O Sindicato e a ARI esclarecem ainda que muitos profissionais, apesar de não estarem vinculados aos veículos da grande mídia, integram a categoria profissional e também não podem ser impedidos de exercerem suas atividades, seja como free-lance, ou assessor de imprensa.

Este tipo de ocorrência fere a todos os profissionais em exercício no Rio Grande do Sul, pois tem o objetivo de cercear a liberdade de informar. As entidades cobram providências do Comando da Brigada Militar para que não se repitam mais atos como esse contra profissionais que estão a serviço da sociedade e da qualidade de informação. Num momento em que se debate a liberdade de expressão, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndende de Imprensa querem que os jornalistas tenham o direito da liberdade profissional.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Agências que atuam em Gaza protestam contra a BBC

Sede da BBC (Londres):

Fonte: BBC
Um grupo que reúne entidades de direitos humanos e ONGs britânicas protestou neste sábado contra uma decisão da BBC de não transmitir um apelo para ajudar os palestinos na Faixa de Gaza.

O protesto reuniu cerca de 200 pessoas em frente ao prédio da Broadcasting House, no centro de Londres.

A BBC alega que a transmissão do apelo do Comitê de Desastres Emergenciais (DEC, na sigla em inglês), uma coalizão de 13 agências humanitárias, comprometeria a imparcialidade de sua cobertura do conflito entre palestinos e israelenses.

Segundo o diretor-geral da organização, Mark Thompson, a divulgação do apelo nos canais de rádio e televisão poderia ameaçar a confiança do público na imparcialidade da BBC.

Crítica

A decisão foi criticada pelas entidades do DEC e pelo governo britânico.

Segundo o secretário britânico do Desenvolvimento Internacional, Douglas Alexander, o público sabe distinguir o apoio à ajuda humanitária de uma cobertura parcial sobre o conflito.

Ele pediu a todas as empresas de comunicação para que considerem “o grande sofrimento humano que ainda ocorre em Gaza” na hora de decidir sobre a transmissão do apelo.

O ministro da Saúde britânico, Ben Bradshaw, que já trabalhou como jornalista na BBC, também criticou a decisão da BBC. Segundo ele, a decisão é “inexplicável” e as razões dadas pela direção da empresa seriam “muito fracas”.

Durante o protesto, o político britânico Tony Benn disse que a decisão “trai as obrigações que a BBC deve como um serviço público”.

Outras emissoras britânicas, como a ITV e a Sky haviam concordado em não exibir o apelo.

Depois dos protestos, no entanto, a ITV, o Channel Four e o Five, optaram por transmitir a campanha.

A Sky afirmou que ainda está analisando o pedido da DEC.

Imparcialidade

A chefe de operações da BBC, Caroline Thomson, disse que a empresa é sempre muito cuidadosa ao decidir sobre a transmissão de apelos como esse.

“Temos que ter certeza de duas coisas quando decidimos exibir os apelos: primeiro, que o dinheiro será repassado para as pessoas que precisam. Segundo, que podemos transmitir dentro de nossos princípios editoriais e sem afetar a percepção do público sobre a nossa imparcialidade”, disse Thomson.

Ela afirmou ainda que, em conflitos controversos como a recente crise em Gaza, a imparcialidade é uma grande questão para a BBC.

O presidente da Iniciativa Muçulmana Britânica, Mohammed Sawalha, disse que a BBC deveria se “envergonhar da cobertura sobre a agressão de Israel”.

Segundo ele, a empresa fracassou em mostrar o sofrimento do lado palestino e agora estaria preocupada com a imparcialidade.

“A BBC não foi imparcial ao longo da crise”, disse ele.

COMENTÁRIO REDUNDANTE DO OMAR: A publicação dessa notícia no próprio sítio da BBC deixa margem a algumas interpretações. Uma delas é de que parece haver uma disputa a respeito de sua linha editorial.