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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Israel queria política, não futebol


O governo Netanyahu quis política em vez de futebol, e teve o que desejou. Futuramente, também terá que decidir se quer Trump e, com isso, o unilateralismo, ou se aposta na comunidade internacional, opina Martin Muno.

Deutsche Welle

O último amistoso da seleção de Israel em Jerusalém aconteceu em 9 de outubro de 2017. Contra a Espanha, a equipe perdeu uma morna partida eliminatória para a Copa do Mundo por 1 a 0. Pode ser que a derrota seja o último jogo de seleções disputado em Jerusalém por algum tempo.

O amistoso marcado para o próximo sábado (09/06) na cidade, entre Israel e Argentina, foi suspenso. Os jogadores argentinos não queriam comparecer, já que radicais palestinos protestaram com veemência diante do centro de treinamento da equipe em Barcelona, levantando camisas da seleção sul-americana manchadas com tinta vermelha. Além disso, veículos da imprensa argentina relataram sobre ameaças pessoais contra a estrela do time, Lionel Messi, e sua esposa.

É compreensível que a equipe argentina não queira jogar sob essas condições e que, eventualmente, não queira colocar em risco a saúde das estrelas do time tão pouco tempo antes da Copa. Também dá para entender a decepção dos torcedores israelenses, que estavam ansiosos para ver o atual vice-campeão mundial em campo.

Menos compreensível é a transferência da partida de Haifa – onde deveria ter acontecido originalmente – para Jerusalém, aparentemente após intervenção da ministra israelense do Esporte, Miri Regev, que pertence à ala de extrema direita do partido governista Likud. "Miri Regev queria política em vez de futebol – e, agora, recebeu política. Quem paga o preço são os torcedores", comentou, de maneira resumida e certeira, Itzik Shmuli, deputado da União Sionista, da oposição, na Knesset (Parlamento israelense).

É evidente o motivo pelo qual o jogo do ano passado aconteceu sem maiores incidentes, mas a partida planejada para junho deste ano se tornou uma questão política. A causa da agitação é a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, em maio.

A ação catalisada pelo presidente Donald Trump marcou uma guinada decisiva na política dos Estados Unidos para o Oriente Médio e o fim do consenso do Ocidente sobre a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino.

No dia da abertura da embaixada, mais de 50 palestinos morreram durante protestos. Outros 2.800 ficaram feridos. Para a sociedade civil na cidade multicultural e multirreligiosa, isso significa que qualquer evento de proporções maiores tem um peso político.

É que, independentemente do fato de que ameaças de palestinos radicais também precisam ser condenadas, Shmuli tem razão: a liderança israelense sob Benjamin Netanyahu quis política em vez de futebol, e teve o que desejou. Futuramente, o governo também terá que decidir se quer política em vez de cultura. Precisa decidir se apostará em Trump e, com isso, no unilateralismo e no confronto com os palestinos, ou se aposta na comunidade internacional, em negociações e um curso de equilíbrio político.

Mais uma vez, o futebol perdeu a contenda com a política. Algo que, hoje em dia, só surpreende a alienados.

Martin Muno é jornalista da DW

sábado, 31 de janeiro de 2015

Raízes do sangue e do ódio



Por Juremir Machado da Silva

Judeu, historiador, professor da Universidade de Tel Aviv, autor de vários best-sellers, entre os quais “A invenção do povo judeu” e “Como deixei de ser judeu”, Shlomo Sand, 68 anos, é um intelectual polêmico que não teme enfrentar as posições dominantes nem a ira de alguns dos seus colegas de profissão. De Nice, na França, onde passava alguns dias ao sol e escrevendo um livro sobre a relação da história com a ciência, ele concedeu, por telefone, esta entrevista ao Caderno de Sábado. Como sempre, foi implacável.

Passado o impacto da tragédia de Charlie Hebdo, Sand faz o balanço da relação do Ocidente com a religião islâmica e do conflito israelo-palestino,

Caderno de Sábado – Por que, após os atentados de Paris, o senhor declarou, contra boa parte da intelectualidade, não ser Charlie?

Shlomo Sand – Logo depois dos atentados de Paris, escrevi um texto intitulado “Eu sou Charlie Chaplin”. Expus a minha recusa ao slogan “eu sou Charlie”, que reuniu pessoas solidárias aos cartunistas de Charlie Hebdo assassinados por extremistas. O crime cometido não tem justificativa nem desculpa. Dito isso, eu fiz a seguinte pergunta: devo me identificar com as vítimas e ser Charlie porque os mortos representavam a encarnação da liberdade de expressão? Algumas das caricaturas de Charlie Hebdo eram de mau gosto. Apenas algumas delas me faziam rir. Havia na maioria das charges publicadas pelo jornal uma raiva manipuladora com o objetivo de conquistar mais leitores. A caricatura de Maomé com um turbante-bomba publicada por um jornal dinamarquês em 2006 já me havia parecido uma pura provocação. Algo como relacionar judeu com dinheiro. Tudo isso só tem servido para associar islamismo e terrorismo. Incita ao ódio, dissemina preconceito, desrespeita a fé do outro. Sendo assim, não sou Charlie.

Caderno de Sábado – O que deve prevalecer, a liberdade de expressão, de sátira, de humor, ou o respeito às crenças e às diferenças?

Sand – O limite da liberdade de expressão é a difusão do racismo. Duvido que Charlie Hebdo se atrevesse, como escrevi no meu artigo logo depois dos fatos, a publicar uma caricatura do profeta Moisés de quipá com ar de agiota numa esquina. Concordo com a proibição, na França, a que o humorista e polemista Dieudonné faça piadas com o holocausto, mas não posso admitir que ele seja agredido. Se fosse, porém, eu não sairia com um cartaz dizendo “eu sou Dieudonné”. O limite ao humor é a incitação ao ódio, ao racismo e ao preconceito. Uma coisa é satirizar uma religião dominadora e opressiva. Outra, atacar a crença de grupos dominados e humilhados. O Ocidente está acostumado a apoiar as piores opressões no Oriente Médio. Dito isso, precisamos lutar contra o extremismo de organizações como o Estado Islâmico, sem esquecer que europeus deixaram esse crescimento acontecer bancando, muitas vezes, os bombeiros incendiários.

Caderno de Sábado – O Ocidente tem então responsabilidade no que aconteceu como sustentam alguns intelectuais de esquerda?

Sand – É disso que estou falando. O Ocidente não faz o papel de Voltaire no Oriente Médio ou no mundo islâmico. É preciso não ridicularizar grosseiramente o islamismo na Europa onde vivem milhões de muçulmanos em condições precárias, realizando os trabalhos mais insalubres. Por tudo isso, não sou Charlie. Minha simpatia fica com os muçulmanos que vivem em guetos e poderão ser vítimas do ódio desencadeado pelos atentados. Minha referência é outro Charlie, aquele que nunca zombou de pobres e humildes, Charlie Chaplin. É fundamental lutar contra o terrorismo, que existe e produz devastação, tomando-se o cuidado de não estimular racismo e ódio. Além disso, a Europa não pode esquecer seu passado colonialista recente e os rastros que isso deixou. A Europa acompanhou os Estados Unidos ajudando a criar o caos no Iraque e na região. Com apoio de aliados “esclarecidos”, grandes defensores da “liberdade de expressão”, como os sauditas, ajuda a preservar fronteiras ilógicas estabelecidas por interesses imperialistas. A minha conclusão é simples: o Ocidente não é a vítima ingênua e inocente como gosta de se apresentar. A França é responsável pela situação atual do Mali. Precisamos dar uma basta à hipocrisia que dá aos ocidentais sempre o bom papel. Intelectuais e escritores desempenham um papel nisso.

Caderno de Sábado – Livros como o romance de Michel Houellebecq, “Submissão”, que trata da ascensão ao poder na França de um presidente muçulmano, em 2022, incitam o medo do islamismo?

Sand – Michel Houellebecq, mesmo que não seja a sua intenção, contribui para que as pessoas sintam medo do islamismo. Ninguém pode escrever um livro tendo como tema uma ameaça de judeização do mundo, mas o autor de um romance sobre uma ameaça de islamização ganha todos os espaços de mídia. A questão é: como lutar contra o terrorismo? A resposta, como venho mostrando nas minhas reflexões sobre o conflito israelo-palestino, está em entender as origens do conflito. Sem desconstruir os mitos não se chega ao cerne dos problemas maiores.

Caderno de Sábado – Como viu a participação do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nas manifestações de Paris depois do atentado contra a mercearia judaica e contra Charlie Hebdo?

Sand – Terrível. Netanyahu nem sequer compreende o fato de que judeus possam viver em outros países. Na cabeça dele, todo judeu fora de Israel está em situação temporária fora de casa e deveria voltar para o seu lugar. Ele não entende o conceito de cidadão e de cidadania.

Caderno de Sábado – Um dos assassinos dos atentados de Paris, o que invadiu a mercearia de produtos judaicos, fez menção à questão da Palestina. O senhor é um estudioso das relações entre judeus e palestinos. Vê uma saída para esse conflito que parece sem fim?

Sand – Não. Não vejo saída. Seria preciso uma forte pressão internacional para salvar Israel de si mesmo. Essa pressão teria de vir dos Estados Unidos, mas isso não acontecerá, pois Barack Obama não é presidente que se poderia imaginar. Ele cedeu rapidamente ao lobby sionista e aos interesses da indústria armamentista. Israel não percebe as próprias contradições. Desde 1947, instalou um regime de apartheid que não para de se acentuar. Temo pelo futuro de Israel. As reações e revoltas poderão se ampliar atingido até a Galileia.

Caderno de Sábado – Não vê Israel como uma verdadeira democracia?

Sand – Claro que não. Israel é uma etnocracia, o Estado dos judeus, o que se baseia numa visão etnocêntrica. Uma democracia é de todos os seus cidadãos independentemente das suas crenças ou “raças”. As medidas recentes com o objetivo de enfatizar o caráter judaico do Estado de Israel enfatizam esse elemento inaceitável de separação. Israel e Líbano são dois países com elementos liberais e democráticos, mas Israel não pode ser visto como uma verdadeira democracia na medida em que não aceita o fundamento universalista do regime democrático. Os assentamentos, que continuam, e a lógica empregada pelo sistema dominante alimentam esse apartheid que tem consequências cotidianas deploráveis para palestinos vivendo em condições precárias e insustentáveis. Qualquer um pode ver isso. Repito, só a pressão internacional poderá levar Israel a ser democrático. Quanto ao conflito, precisamos de dois Estados com base nas fronteiras de 1967. Fora disso, nada poderá funcionar mesmo.

Caderno de Sábado – Como superar a questão dos refugiados palestinos que gostariam de ter direito de retornar à terra de pais ou avós?

Sand – Temos de ver a situação com moderação. Todos os refugiados não podem voltar, pois isso significaria o fim de Israel. Mas precisamos fazer com que uma parte desses descendentes de palestinos possa voltar. O princípio é simples: em 1947, a terra onde está Israel era deles, dos palestinos, que foram expulsos de lá. Essa história de direito de dois mil à terra de Israel é uma bobagem. Ninguém tem esse tipo de direito. Ou todos os brasileiros de origem europeia deveriam sair do país e devolver o Brasil inteiro aos índios? Os Estados Unidos também deveriam ser evacuados? Não existe isso. Os judeus não são um povo, não são uma raça. Há judeus russos, poloneses, judeus saídos do Iêmen, de origens distintas. Só a religião é comum entre eles. Os brasileiros não são uma raça. Nem os judeus. Boa parte dos judeus de hoje não descende de ninguém que jamais tenha vivido na Palestina, mas de pessoas convertidas ao judaísmo em outros lugares.

Caderno de Sábado – E a lei de retorno para judeus?

Sand – Só devem poder ir viver em Israel judeus perseguidos. É um critério factível e sustentável moralmente. Os demais têm as suas nacionalidades e não são nem devem ser israelenses. Os fundamentos que justificam a existência de Israel são o holocausto e o fato consumado. Dado que Israel existe, precisa continuar existindo. Para isso, temos de conciliar israelenses e palestinos no mesmo espaço. Como a terra era dos palestinos e não se pode receber de volta todos os refugiados, cabe juntar dinheiro e indenizar todos os que foram despojados. Um mítico direito de dois mil anos atrás não pode se sobrepor ao direito de propriedade legítimo de 1947. Israel precisa assumir o seu papel na tragédia da população palestina.

Caderno de Sábado – Não acredita numa unidade genômica dos judeus?

Sand – De jeito nenhum. Essas pesquisas de DNA, essas pesquisas que falam de um DNA comum a todos os judeus, são uma empulhação. Tudo isso faz parte de um mito perigoso, o mito do povo judeu como raça.

Caderno de Sábado – Seus colegas o odeiam?

Sand – Historiadores apegados aos mitos sionistas me odeiam, mas meus livros são best-sellers em Israel. Estou escrevendo um livro sobre história e ciência para mostrar que história não é ciência. Ideologias, mitos e emoções permeiam boa parte dos relatos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gaza: de la última catástrofe a un esperanzado alto el fuego


Richard Falk · · · · · 

Los dobles raseros mediáticos en Occidente sobre la nueva y trágica escalada de violencia israelí dirigida contra Gaza fueron resumidos en un titular de una parcialidad absurda en la primera plana del New York Times: "Cohetes atacan Jerusalén; Israel se prepara para invasión de Gaza". (NYT, 15 de noviembre de 2012). Algo descodificado, el mensaje es el siguiente: Hamás es el agresor, e Israel cuando y si lanza un ataque por tierra contra Gaza tiene que contar con más ataques de cohetes. Es una paráfrasis sorprendentemente orwelliana de la realidad.
La verdadera situación es, por supuesto, todo lo contrario: Es decir que se puede asumir que la población indefensa de Gaza esté terriblemente temerosa de un inminente ataque general israelí, aunque también es verdad, sin minimizar la realidad de una amenaza, que algunos cohetes lanzados desde Gaza cayeron sin causar daños (aunque hay que admitir con implicaciones amenazantes) en los alrededores de Jerusalén y Tel Aviv. Hay una desproporción tan brutal en la capacidad de los dos lados de infligir daños y sufrimiento debido a la total dominación militar israelí como para hacer que sea perversa esa inversión de las preocupaciones por lo que podría ocurrir a la sociedad israelí si el ataque contra Gaza se intensifica.
La confianza de Hamás y de las diversas milicias en Gaza en cohetes indiscriminados, aunque sean totalmente inexactos y generalmente innocuos, es una violación criminal del derecho humanitario internacional, pero la baja cantidad de víctimas causadas y el ínfimo daño causado, tienen que ser evaluados en el contexto general de la masiva violencia infligida a los palestinos. La generalizada percepción no occidental del nuevo ciclo de violencia que involucra a Gaza es que parece ser una repetición de la agresión israelí contra Gaza a fines de 2008, principios de 2009, que ocurrió de la misma manera entre el fin de elecciones presidenciales estadounidenses y elecciones parlamentarias programadas en Israel.
Buscando culpables
Existe la discusión usual sobre dónde colocar la responsabilidad por el acto inicial de este nuevo despliegue de violencia. ¿Son algunos disparos desde Gaza a través de la frontera contra un jeep blindado israelí o fue el asesinato selectivo por un misil israelí de Ahmed Yabari, líder del ala militar de Hamás, unos días después? ¿O algún otro acto por un lado o el otro? ¿O es la continua violencia contra el pueblo de Gaza originada por el bloqueo que ha sido impuesto desde mediados de 2007?
El asesinato de Yabari tuvo lugar unos pocos días después de la negociación gracias a los buenos oficios de Egipto de una tregua informal, y acordada de modo bastante irónico por ningún otro que Yabari actuando por cuenta de Hamás. Matarlo tenía el evidente propósito de realizar una importante provocación, trastornando un esfuerzo cuidadosamente negociado de evitar otra secuencia de ojo por ojo - diente por diente de violencia del tipo que ha tenido lugar periódicamente durante los últimos años.
El asesinato de un personaje político palestino de tan alto perfil como Yabari no es un acto espontáneo. Se basa en vigilancia detallada durante un largo período, y es obviamente planificado con la suficiente antelación en la esperanza de evitar daño colateral, y por lo tanto limitar la publicidad desfavorable. Un asesinato extrajudicial semejante, aunque forma parte integral de la nueva cultura estadounidense de la guerra de drones, sigue siendo una táctica de conflicto ilegal, que niega a dirigentes políticos del adversario, separados del combate, toda oportunidad de defenderse contra acusaciones, e implica el rechazo de toda disposición de buscar una solución pacífica de un conflicto político. Equivale a la imposición de la pena capital sin debido proceso, una negación de los derechos elementales de enfrentar a un acusador.
Dejando de lado las sutilezas legales, la dirigencia israelí sabía exactamente lo que estaba haciendo cuando rompió la tregua y asesinó a un dirigente tan destacado de Hamás, alguien del que se pensaba generalmente que era superado solo por el primer ministro de Gaza, Ismail Haniya. Ha habido rumores, y amenazas disimuladas durante meses de que el gobierno de Netanyahu planifica un importante ataque contra Gaza, y la oportunidad de los actuales ataques parece coincidir con la dinámica de la política interna israelí, especialmente la práctica tradicional israelí de reforzar la imagen dura de la dirigencia existente en Tel Aviv como medio para inducir a los ciudadanos israelíes a sentirse temerosos, pero protegidos, antes de depositar sus votos.
Sitiados
Por debajo de la horrible violencia, que pone al descubierto la extrema vulnerabilidad de todos los que viven como cautivos en Gaza, una de las comunidades más abarrotadas y empobrecidas del planeta, está una horrenda estructura de abuso humano a la que la comunidad internacional sigue volviendo la espalda, mientras predica en otros sitios la adherencia a la norma de "responsabilidad de proteger" cada vez que le conviene a la OTAN. Más de la mitad de los 1,6 millones de habitantes de Gaza son refugiados que viven en un área total de solo el doble del tamaño de la ciudad de Washington, DC. La población ha sufrido un bloqueo punitivo desde mediados de 2007, que hace intolerable la vida diaria, y Gaza ha sido duramente ocupada desde 1967.
Israel ha tratado de engañar al mundo presentando su narrativa de retirada de buena fe de Gaza en 2005, que fue explotada por militantes palestinos en aquel entonces como una oportunidad de lanzar mortíferos ataques con cohetes. La contra-narrativa, aceptada por la mayoría de los observadores independientes, es que la retirada israelí de tropas y colonias fue poco más que un simple redespliegue a las fronteras de Gaza, con absoluto control sobre lo que entra y lo que sale, manteniendo una temporada de caza para matar a su gusto, sin tener que rendir cuentas y sin consecuencias adversas, respaldada sin cuestionamiento por el gobierno de EE.UU.
Desde el punto de vista del derecho internacional, la supuesta "desconexión" de Gaza de Israel no puso fin a su responsabilidad como Potencia Ocupante según las Convenciones de Ginebra, y por lo tanto su plan maestro de someter a toda la población de Gaza a severas formas de castigo colectivo corresponde a un continuo crimen contra la humanidad, así como a una flagrante violación del Artículo 33 de Ginebra IV. No es sorprendente que tantos que han observado de cerca el sufrimiento de Gaza la hayan descrito como "la mayor prisión al aire libre del mundo".
El gobierno de Netanyahu mantiene una política que se comprende mejor desde la perspectiva del colonialismo mediante asentamientos. Lo que distingue el colonialismo de asentamientos de otras formas de colonialismo es la decisión de los colonialistas de no solo explotar y dominar, sino de apropiarse de las tierras y superponer su propia cultura sobre la de la población indígena. Al respecto, Israel se aprovecha de la división entre Hamás y Fatah, y trata de inducir a los palestinos oprimidos a renunciar a su identidad junto con su lucha de resistencia llegando incluso a exigir a los palestinos en Israel que juren lealtad a Israel como "Estado judío".
En realidad, a diferencia de Cisjordania y Jerusalén Este, Israel no tiene ambiciones territoriales a largo de plazo en Gaza. La solución israelí a corto plazo para su así llamado "problema demográfico" (es decir, sus preocupaciones por el aumento de la población de palestinos en relación con los judíos) podría ser considerablemente facilitada si Egipto absorbiera Gaza, o si Gaza se convirtiera en una entidad permanentemente separada, siempre que pudiera ser desmilitarizada de un modo fiable. Lo que hace que Gaza sea actualmente útil para los israelíes es su capacidad de manejar el nivel de violencia, tanto como distracción de otras preocupaciones (por ejemplo ceder en relación con Irán; la expansión acelerada de las colonias) y como un medio de convencer a su propio pueblo de que siguen existiendo enemigos peligrosos y que deben ser encarados con el puño de hierro del militarismo israelí.
Ninguna paz
En el trasfondo, pero no muy lejos del entendimiento de los observadores, existen dos eventos estrechamente relacionados. El primero es el grado en el cual la continua expansión de las colonias israelíes ha hecho poco realista suponer que un Estado palestino viable llegue a emerger de negociaciones directas. El segundo, subrayado por la reciente fusión de las Fuerzas de Netanyahu y Lieberman, es la medida en la cual el proceso de gobierno israelí ha adoptado indirecta e irreversiblemente la visión de un Gran Israel que incluya todo Jerusalén y la mayor parte de Cisjordania.
El hecho de que los dirigentes mundiales en Occidente sigan repitiendo el mantra de la paz mediante negociaciones directas es una expresión de la más burda incompetencia o de total mala fe. Por lo menos, Washington y los otros que piden la reanudación de negociaciones directas nos deben a todos una explicación de cómo será posible establecer un Estado palestino dentro de las fronteras de 1967, cuando significa el desplazamiento de la mayoría de los 600.000 colonos armados que actualmente son defendidos por el ejército israelíes y presentes en toda Palestina ocupada. Una explicación semejante también tendría qué mostrar por qué se permite que Israel legalice silenciosamente las cerca de 100 colonias "avanzadas" esparcidas por Cisjordania que previamente habían sido ilegales, incluso según la ley israelí. Semejantes acciones hacia la legalización merecen la urgente atención de todos los que siguen proclamando su fe en una solución de dos Estados, pero son ignorados.
Lo que nos hace volver a Gaza y Hamás. Los máximos dirigentes de Hamás han dejado muy claro una y otra vez que están abiertos a una paz permanente con Israel si se realiza una retirada total a las fronteras de 1967 (22% de Palestina histórica) y este acuerdo es apoyado por un referendo de todos los palestinos que viven bajo la ocupación.
Israel, con el respaldo de Washington, adopta la posición de que Hamás es "una organización terrorista" que debe ser permanentemente excluida de los procedimientos diplomáticos, excepto, por supuesto, cuando la negociación sirve los propósitos de Israel. Lo hizo en 2011 cuando negoció el intercambio de prisioneros en el cual varios cientos de palestinos fueron liberados de las prisiones israelíes a cambio del soldado israelí cautivo, Gilad Shalit, o cuando parece conveniente aprovechar la mediación egipcia para obtener altos del fuego temporarios.
Como nos recuerda el celebrado activista israelí por la paz, y ex miembro de la Knéset, Uri Avnery, un alto el fuego en la cultura árabe, hudna en árabe, es considerado como santificado por Alá, ha tendido a ser utilizado y fielmente observado desde el tiempo de las Cruzadas. Avnery también informa que hasta que fue asesinado, Yabari estuvo en contacto con Gershon Baskin de Israel, tratando de explorar posibilidades de un alto el fuego a largo plazo, lo que fue informado a los dirigentes israelíes que, como era de esperar no mostraron ningún interés.
Esperando justicia
Hay otro hecho en esta renovación del conflicto que involucra ataques contra Gaza. Israel insiste a veces en que ya que no es, según sus afirmaciones, un poder ocupante, se encuentra en un estado de guerra con Gaza gobernada por Hamás. Pero si esto fuera considerado como la descripción legal adecuada de la relación entre los dos países, Gaza tendría los derechos de un combatiente, incluida la opción de utilizar la fuerza proporcionada contra objetivos militares israelíes. Como argumentara anteriormente, una descripción legal semejante de la relación entre Israel y Gaza es inaceptable. Gaza sigue siendo ocupada y esencialmente indefensa, e Israel como ocupante no tiene derecho legal o ético de ir a la guerra contra el pueblo y el gobierno de Gaza, que incidentalmente fue elegido en elecciones libres, bajo control internacional, a principios de 2006.
Al contrario, su obligación decisiva como Ocupante es proteger a la población civil de Gaza. Incluso si la cantidad de víctimas en la actual violencia es hasta ahora baja en comparación con la Operación Plomo Fundido, la intensidad de los ataques aéreos y marítimos contra el indefenso pueblo de Gaza, provoca terror en los corazones y las mentes de cada persona que vive en la Franja, una forma de violencia indiscriminada contra el espíritu y la salud mental de todo un pueblo que no puede ser medida en sangre y carne, sino refiriéndose al miedo traumatizante que ha sido generado.
Escuchamos muchas afirmaciones en Occidente en cuanto a una supuesta disminución en la guerra internacional desde el colapso de la Unión Soviética hace veinte años. Semejantes afirmaciones son en cierta medida bienvenidas, pero la gente en Medio Oriente aún no se ha beneficiado de esta tendencia, menos que nada el pueblo de Palestina Ocupada, y especialmente el pueblo de Gaza que sufre del modo más agudo. Este espectáculo de una guerra unilateral en la cual Israel decide cuánta violencia desencadenar, y Gaza espera a ser atacada, disparando salvas de cohetes insignificantes desde el punto de vista militar como gesto de resistencia, representa una violación vergonzosa de los valores de la civilización. Esos cohetes propagan el miedo y causan trauma entre civiles israelíes incluso cuando no alcanzan objetivos, y representan una táctica inaceptable. Pero esa inaceptabilidad tiene que ser vista en el contexto de las tácticas inaceptables de un Israel que tiene todo en su mano en el conflicto.
Es verdaderamente alarmante que ahora incluso la más sagrada de las ciudades, sea amenazada por ataques, pero la continuación de las condiciones opresivas para el pueblo de Gaza, lleva inevitablemente a crecientes niveles de frustración, en efecto, gritos pidiendo ayuda que el mundo ha ignorado por su cuenta y riesgo durante décadas. ¡Son gritos pidiendo ayuda! ¡Darse cuenta no es exagerar! Para obtener una perspectiva basta con leer un reciente Informe de la ONU que concluye que el deterioro de los servicios y las condiciones hará que Gaza sea inhabitable en el año 2020.
Totalmente aparte de los méritos de los motivos de queja de los dos lados, un lado es omnipotente en lo militar y el otro se agazapa atemorizado sin posibilidad de defensa. Una realidad tan grotesca pasa desapercibida por la conciencia del mundo debido al escudo geopolítico detrás del cual Israel recibe luz verde para hacer lo que le dé la gana. Una circunstancia semejante es moralmente insoportable, y debiera ser políticamente inaceptable. Toda persona, gobierno, e institución de buena voluntad tiene que oponerse activamente en todo el globo.
Traducido para www.rebelión.org: Germán Leyen





Primeras impresiones, esperanzadas, tras el alto el fuego

Richard Falk

Si el alto el fuego se mantiene, podría significar el fin del bloqueo israelí de la Franja de Gaza, que ha durado ya cinco años, tras la toma del poder por Hamas, después de ganar unas elecciones democráticas (AFP).

El alto el fuego de Gaza, a diferencia del alto el fuego alcanzado después de la Operación Plomo Fundido, hace cuatro años, es un evento que tiene probablemente un significado que va mucho más allá de poner fin a la violencia después de ocho días de ataques asesinos. Es muy posible que se pueda interpretar en el futuro como un punto de inflexión en la larga lucha entre Israel y Palestina.

Muchos han hablado sobre "la niebla de la guerra", pero es mucho menos densa que la "niebla de la negociación de treguas", y en nuestro enrarecido ambiente mediático, los resultados son interpretados de todas las maneras posibles. Los partidarios de cada bando dan su toque personal, permitiendo a todo el mundo proclamar la "victoria". Pero como en las fases violentas del conflicto, conviene distinguir las interpretaciones más persuasivas de las que son menos convincentes. Lo que sigue es un intento de este tipo de aclaración.

Sigue siendo demasiado pronto para decir si el alto el fuego se mantendrá durante mucho tiempo, y si lo hace, si sus disposiciones esenciales se llevarán a cabo de buena fe. En este momento, al principio, las perspectivas no son alentadoras. Israel ya ha recurrido a una violencia excesiva para dispersar a los palestinos que se congregaron en su lado de la frontera de Gaza para celebrar lo que creían que era su nueva libertad para aventurarse cerca de la frontera. Las fuerzas de seguridad israelíes, después de efectuar disparos de advertencia, mataron a un civil palestino e hirieron a otras 20 personas con munición real. La explicación israelí fue que se habían hecho advertencias, y que como no había habido ningún acuerdo de aplicación del alto el fuego, el viejo protocolo de control seguía vigente. Es de destacar que Hamas protestó, pero no hizo ningún movimiento para denunciar el alto el fuego o tomar represalias violentas. Pero la situación sigue siendo tensa y frágil.

Factores del alto el fuego

Dejando a un lado la precariedad de la situación actual y las incertidumbres que la acompañan, todavía puede ser útil analizar el proceso por el que se ha llegado al alto el fuego, ver que luz arroja sobre la cambiante dinámica del conflicto, incluidos los cambios subyacentes en los equilibrios miliares regionales y globales.

En primer lugar, el papel y la actitud de los gobiernos árabes fue mucho más pro activa que en los últimos interludios de la intensificación de la violencia entre Israel / Palestina. Durante los ataques que acaban de concluir, varios importantes ministros de asuntos exteriores de la región visitaron Gaza y fueron recibidos por las autoridades de la Administración de Hamas, socavando así el viejo esfuerzo israelí de aislar a Hamas y excluirlo de los ámbitos diplomáticos. Egipto desempeñó el papel decisivo en la negociación del acuerdo, a pesar de la pertenencia a los Hermanos Musulmanes de sus líderes. Mohamed Morsi, el presidente egipcio, emerge como la figura diplomática clave , ampliamente elogiado por Occidente por su "pragmatismo", lo que puede entenderse como su capacidad para abordar las preocupaciones de ambas partes sin verde influido por su propia posición pro-palestina. De hecho, la negociación de este acuerdo invierte lo que los estadounidenses han puesto sobre la mesa en negociaciones anteriores, una pretensión de equilibrio, un realismo de las partes.

En segundo lugar, el texto del acuerdo, reconoció implícitamente a Hamás como la autoridad gobernante en Gaza, y por lo tanto le da, al menos temporalmente, un estatus mucho mayor entre los palestinos, regional e internacionalmente. Su pretensión de ser el representante legítimo del pueblo palestino se ha convertido en verosímil, lo que hace a Hamas un actor político al que se saca del gélido limbo terrorista. Aunque Hamas sigue siendo formalmente una "organización terrorista" para Israel, Estados Unidos y Europa. Durante todo este reciente esfuerzo febril para llegar a un alto el fuego en el conflicto, Hamas ha sido tratado como "un actor político" con autoridad soberana para hablar en nombre de los habitantes de Gaza. Ello implica un cambio potencial en función de si se hace un esfuerzo para aprovechar el impulso logrado o se vuelve a la fútil política de Israel / EE UU de excluir a Hamas de la vía diplomática, insistiendo en que solo se le puede tratar como una organización terrorista. Paralelamente, la Autoridad Palestina, y su líder, Mahmud Abbas, han sido marginados torpemente, puenteados, y se les hace aparecer como algo irrelevante en esta última ordalía del pueblo palestino.

En tercer lugar, Israel aceptó como condiciones integrales del alto el fuego dos cláusulas de obligaciones con el pueblo de Gaza que nunca hubiera aceptado antes de lanzar su operación "Pilar defensivo": (1) No lanzar "incursiones y ataques contra personas" y (2) reunirse para organizar la "apertura de los pasos fronterizos y facilitar el movimiento de personas, la circulación de bienes, y abstenerse de restringir el libre movimiento de los residentes, y atacar a residentes en las zonas fronterizas". Si Israel lo aplica, significa el fin de los asesinatos selectivos y el levantamiento del bloqueo que ha atormentado a Gaza durante más de cinco años. Estas son las principales concesiones políticas israelíes. La aceptación política por parte de Tel Aviv de la prohibición de asesinatos selectivos, si se respeta, supone renunciar a una táctica favorita de los gobiernos israelíes desde hace muchos años que, a pesar de considerase ilegal en general, Israel sigue practicando con impunidad. De hecho, el evento desencadenante más dramático de la actual crisis fue el asesinato de el 14 de noviembre Ahmed Jabari, un líder político-militar de Hamas, que estaba negociando en ese momento una tregua de la violencia transfronteriza.

En cuarto lugar, el papel de los Estados Unidos, aunque sigue siendo importante, se ha reducido considerablemente por estos factores, especialmente la necesidad de permitir a Egipto desempeñar el papel de árbitro principal. Lo que sugiere una regionalización de la diplomacia que disminuye la importancia y erosiona gravemente la legitimidad de la intervención extrarregional. Es una mala noticia para los israelíes. Turquía, que también se cuenta ahora entre los crítico más duros de Israel, ha desempeñado como Egipto un papel importante en la desactivación de la escalada de la crisis. Existe una diferencia reveladora entre la insistencia de EE UU a lo largo de todo el conflicto de que el uso de la fuerza por parte de Israel estaba plenamente justificada, porque cada país tiene derecho a defenderse, y el texto del alto el fuego que establece limites para ambas partes a la violencia en el futuro. Después del alto el fuego, los Estados Unidos deben escoger de una vez por todas: o continuar con su papel como facilitador incondicional de Israel o adoptar un enfoque más "pragmático" en el conflicto a la Morsi. Si sigue siendo ante todo un facilitador, su papel diplomático es probable que disminuya rápidamente, pero si adopta un enfoque equilibrado, todavía puede recuperar la iniciativa para un verdadero proceso de paz que tenga en cuenta los derechos de ambas partes a la luz del derecho internacional . Para que sea creíble esta nueva orientación, el presidente Obama tendría que hacer un importante discurso al pueblo estadounidense en el que explicase por qué es necesario elegir entre el partidismo y la diplomacia en la remodelación de su futura relación con el conflicto. Dicho cambio, lleno de sensatez, sería esencial no solo para la política exterior de Estados Unidos, sino también para la estabilidad de la región, pero es muy poco probable que tenga lugar. No hay nada en el curriculum vitae de Obama que sugiera una voluntad de dirigirse directamente al pueblo para puentear la disfuncional perspectiva del Congreso de los EE UU.

En quinto lugar, Naciones Unidas ha aparecido como algo casi irrelevante, a pesar de la presencia en la región del Secretario General en la última fase de la negociación diplomática. Ban Ki Moon no ayudó a mejorar las cosas haciéndose eco de las preocupaciones de Washington, llamando la atención casi exclusivamente sobre el derecho de autodefensa israelí. La ONU podría proporcionar un ambiente más neutrales para l negociaciones futuras si se distanciase de la geopolítica occidental. Para ello sería necesario que se retirarse del Cuarteto, y se comprometiera con una paz justa y sostenible para ambos pueblos. Al igual que Estados Unidos, es muy poco probable que la ONU adopte esta orientación, al menos no sin permiso de Washington. Al igual que Obama, no hay nada en el historial de Ban Ki Moon como Secretario General que sugiera la voluntad y la capacidad de actuar con independencia cuando los riesgos son altos.

En sexto lugar, la consecuencia inmediatamente del cese el fuego fue un llamamiento popular en Gaza a la unidad palestina, simbolizada por la presencia de las banderas de la Autoridad Palestina, Hamas, la Jihad Islámica y el Frente Popular para la Liberación de Palestina, izadas en armoniosa convivencia. Como el New York Times comentó "un arco iris que no se había presenciado en años". Si la unidad palestina se mantiene, y se convierte en una realidad práctica, incluidas elecciones en toda la Palestina ocupada, puede resultar que el alto el fuego sea más que una tensa tregua temporal, un nuevo comienzo en la larga marcha por que se haga justicia a Palestina.

Derrota para Israel

Con todo, el resultado de la Operación Pilar defensivo fue una derrota rotunda para Israel en al menos tres aspectos: a pesar de los bombardeos contra Gaza durante ocho días y la amenaza de una invasión por tierra, Hamas no cedió a las demandas israelíes de alto el fuego unilateral, la capacidad militar de los cohetes de Gaza ha sido mucho mayor a la hora de producir daños en todo Israel, incluyendo Tel Aviv y Jerusalén, lo que sugiere que su capacidad destructiva será aun mayor en caso de nuevo conflicto, y la política de Israel de promover a la Autoridad Palestina como el único representante legítimo del pueblo palestino, mientras se niega a negociar con Hamas, ha sufrido un duro golpe, tal vez fatal.

Las autoridades israelíes han dado a este ataque contra Gaza un frío sesgo. Descaradamente se describe como "un juego de guerra", diseñado para ensayar un ataque inminente contra Irán. En palabras del embajador de Israel en Estados Unidos, Michael Oren, "Israel no se enfrentaba a Gaza, sino a Irán". Teniendo en cuenta que por lo menos 160 habitantes de Gaza resultaron muertos, 1.000 heridos, y muchos más traumatizados, es un sorprendente reconocimiento de la intención de cometer crímenes contra la humanidad. Hay que pedir al menos al Consejo de Derechos Humanos el nombramiento de una misión de investigación para evaluar las denuncias de delitos cometidos durante el ataque militar. La situación exige un informe Goldstone 2, pero esta vez con voluntad política de seguir adelante, cuando se conozcan sus conclusiones incriminatorias.

Estos avances se verán afectados por la incertidumbre generalizada que hace que el alto el fuego sea probablemente una breve tregua en lugar de un giro definitivo de la violencia a la diplomacia. ¿Respetarán las partes el alto el fuego? Israel a menudo ha asumido compromisos internacionales que fueron completamente abandonados más tarde, como fue el caso del desmantelamiento de los numerosos "puestos de avanzada" (es decir, "asentamientos" ilegales incluso para la ley israelí) o en relación con el compromiso de resolver en cinco años el "estatuto final" de numerosos temas recogido en los Acuerdos de Oslo.

No es nada alentador que las autoridades israelíes ya estén cínicamente diciendo a los medios de comunicación que nada han acordado "más allá del cese inmediato de las hostilidades". Los compromisos del texto se minimiza así, tratándolos como "temas de conversación" en lugar de compromisos acordados a los que solo falta mecanismos de implementación. Si Israel se niega a terminar con los asesinatos selectivos y no pone de buena fe fin al bloqueo, no será sorprendente que los cohetes vuelen de nuevo.

Hacia un Estado palestino 

La Autoridad Palestina se dispone a recuperar parte del terreno perdido con la búsqueda del reconocimiento de la Asamblea General de la ONU de su estatus como "estado no miembro" el próximo 29 de noviembre de 2013, una maniobra diplomática a la que se oponen con todas sus fuerzas Tel Aviv y Washington. Probablemente sea demasiado esperar que esa oposición se ablande. Cualquier reclamación de un Estado palestino, aunque sólo sea simbólica, parece amenazar profundamente la postura de Israel de solo aceptar la creación negociada de un Estado palestino en abstracto mientras hace todo lo posible para frustrar los esfuerzos palestinos.

Tales especulaciones debe estar condicionada por la comprensión de que, mientras el reloj sigue avanzando, la solución de consenso internacional del conflicto, una Palestina independiente soberano, se escapa de la esfera de lo posible. La situación de ocupación prolongada ha alterado la demografía y las expectativas de los israelíes. Con nada menos que 600.000 colonos ilegales en Cisjordania y Jerusalén, ningún gobierno israelí sobreviviría previsiblemente si aceptase la menor exigencia de que un pequeño porcentaje de colonos vuelva a Israel. Del lado palestino, ningún arreglo sería sostenible sin que se revierta este proceso de colonización. Mientras campe a sus anchas este gigantesco gorila, lograr una paz genuina basada en el consenso internacional de dos estados para dos pueblos parece un ejercicio de optimismo sin sentido.

Al mismo tiempo, la historia nos ha demostrado una y otra vez que lo "imposible" pasa, "imposible" en el sentido de que observadores informados lo rechazaron como "posible". Sucedió cuando el colonialismo europeo fue derrotado, y de nuevo cuando el imperio soviético de pronto se desintegró interna y externamente, y luego, cuando el régimen del apartheid fue eliminado. El destino de los palestinos parece seguir atrapado por este desahucio imaginario y, sin embargo, hemos aprendido de la historia que las luchas de los pueblos oprimidos en ocasiones pueden lograr lo imposible de prever. Es quizás posible que esta última exhibición de firmeza palestina frente a la operación israelí, junto con una mayor democratización ciudadana en los países vecinos de Israel, de lugar a una secuencia de eventos que cambie el equilibrio de poderes regional y mundial lo suficiente como para dar por fin una oportunidad a la paz.

Traducción para www.sinpermiso.info:  Gustavo Buster

Richard Falk es profesor emérito de  derecho Internacional de la Universidad de Princeton. Desde 2009 es el Relator Especial de Naciones Unidas sobre los derechos humanos palestinos, aunque el gobierno israelí no le ha permitido entrar en los territorios Ocupados.

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http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2012/11/20121124124357332912.html

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Un matrimonio de imbéciles: Romney y Netanyahu

 
Los padres, los maestros, los pedófilos y los caníbales todos dicen que aman a los niños. Pero sus motivos no son los mismos.

Uri Avnery · · · ·

Una vez, el presidente Richard Nixon quería nombrar a cierto abogado para la Corte Suprema de los EE.UU. "Pero el hombre es un completo idiota!" Exclamó un senador. "¿Y qué", respondió otro: "Hay un gran número de idiotas en los EE.UU., y que tienen derecho a estar representados en la corte, tanto como cualquier otro sector de la sociedad".

Tal vez los Imbéciles Unidos de América tienen derecho a elegir a Mitt Romney como presidente. Pero por el bien de los EE.UU. y de Israel, espero que eso no suceda.

Hay gente que dice que Israel es el estado 51 de la Unión. Algunos dicen que es el primero de los 51. Sea como sea, nuestras vidas - y tal vez nuestras muertes - dependen en gran medida del hombre en la Casa Blanca.

Así que, con todas mis dudas (y tengo muchas) sobre Barack Obama, tengo grandes esperanzas de que será reelegido.

***

En su último ataque de sabiduría, Romney no sólo reveló que el 47% de los estadounidenses son parásitos, pero también que "los palestinos" quieren destruir a Israel. Según él, el conflicto entre Israel y los palestinos no tiene solución, seguirá para siempre.

Me pregunto de dónde sacó esta última genialidad.

En la Alemania nazi hubo un cierto Herr Doktor Otto Dietrich, un funcionario del Ministerio de Propaganda. Todos los días, reunía a los editores de los periódicos más importantes de Berlín y les decía cuál sería el titular y la nota editorial del día siguiente.

Eso fue antes de la Internet y el fax. Hoy en día, la oficina del Primer Ministro faxea una “página de mensajes" diaria a los ministros de Netanyahu y otros payasos donde les dice qué mensajes deben difundir.

Tengo la firme sospecha de que Romney lee esta página de mensajes justo antes de encontrarse con sus audiencias, compuestas de multimillonarios (o meros millonarios). Después de todo, él no es capaz de inventar estos asombrosos destellos de visión por sí mismo, ¿o sí?

***

"Los palestinos" significa "todos los palestinos". Los nueve millones de ellos en Cisjordania, del Este de Jerusalén, de la Franja de Gaza, de Israel, sin olvidar a los refugiados de todo el mundo.

Bueno, supongo que si por intervención divina, Israel desapareciera del mundo, muy pocos palestinos derramarían una lágrima. Como tampoco muchos israelíes derramarían una lágrima si, de nuevo por intervención divina, todos los palestinos desaparecieran. Serían también pocos los israelíes que se ofrecerían a ayudar a Dios Todopoderoso en esta tarea. Quién sabe, si los amigos evangélicos de Romney oran lo suficiente, su Dios podría tal vez desmaterializar a todos los rusos, chinos, coreanos del norte, iraníes y una variedad de otros “malhechores”.

Por desgracia, esas fantasías pertenecen a los reinos de los sueños y las pesadillas. En el mundo real, los pueblos no desaparecen incluso después de grandes esfuerzos genocidas, ni tampoco pueden los estados que poseen bombas nucleares ser erradicados por sus enemigos extranjeros.

Conozco a muchos palestinos, y ninguno de ellos cree que Israel puede ser aniquilado. Desde que Yasser Arafat decidió a finales de 1973 que debía llegar a un acuerdo con Israel, la gran mayoría de los palestinos quieren un acuerdo que les permita establecer un estado propio en una parte de la Palestina histórica. Esto se conoce como la "solución de dos estados".

El actual gobierno de Israel no quiere esto, porque no están dispuestos a renunciar al 22% de la Palestina histórica, que se convertiría en el Estado de Palestina. Al no tener una alternativa viable, los voceros del gobierno afirman que "este conflicto no tiene solución".

Uno de los padres de este lema es Ehud Barak. Después de la fallida reunión de Campamento David en el año 2000, Barak, entonces Primer Ministro, pronunció la célebre frase "no tenemos ningún socio para la paz". Dado que Barak era la causa principal del fracaso de la reunión, lo apodé el "criminal de la paz ".

Agradecido, Netanyahu recogió el grito de Barak, y ahora la gran mayoría en Israel cree de forma implícita en este mensaje. (Recientemente fui entrevistado por un periodista danés le dije:.. Cuando terminemos, pare el primer taxi y pregúntele al conductor acerca de la paz. Le dirá: "La paz sería maravillosa. Estoy dispuesto a devolver todos los territorios por la paz. Pero desafortunadamente los árabes nunca harán la paz con nosotros”. Una hora después, el periodista me llamó emocionado: "Hice lo que me dijo, y el conductor repitió sus palabras una por una").

"No hay solución" parece significar "todo seguirá como está". Eso es un error. Nada queda como está. Las cosas se mueven todo el tiempo, los asentamientos se extienden, los palestinos se volverán a levantar; el mundo está en constante cambio, el mundo árabes cambia, algún día un presidente estadounidense a pondrá los intereses de los EE.UU. por delante de los de Israel. ¿Dónde estaremos entonces?

***

La esencia del mensaje de Romney es que la solución de dos Estados está muerta. Esto me recuerda la famosa frase de Mark Twain: "El informe de mi muerte fue una exageración".

Ahora está de moda decirlo. Toda una tendencia. Sin embargo, diferentes personas tienen diferentes razones para creer que la solución de Dos Estados está muerta.

Los padres, los maestros, los pedófilos y los caníbales todos dicen que aman a los niños. Pero sus motivos no son los mismos. Esto también es verdad para los aspirantes a enterradores de la solución de los Dos Estados. Ellos incluyen:

Uno: idealistas, que desean que las personas de diferentes naciones vivan juntas en armonía e igualdad en un estado. (Me gustaría que estudien la historia de la Unión Soviética, Yugoslavia, Checoslovaquia, Chipre, Sudán y la situación actual de los franceses en Canadá, los escoceses en Gran Bretaña, los flamencos en Bélgica y los vascos y los catalanes en España).

Dos: los árabes, que realmente creen que esta es un modo pacífico de deshacerse de Israel.

Tres: Los colonos, que quieren convertir la totalidad de la Palestina histórica en su dominio y, si es posible, "limpiar" el país de no-judíos.

Cuatro: los israelíes, que creen que los asentamientos han creado una situación que es "irreversible" (Meron Benvenisti, un ex teniente de alcalde de Jerusalén, acuñó esta frase ya en la década de 1980, cuando había menos de 100 mil pobladores. Le dije entonces que nada es irreversible, excepto la muerte. Las situaciones creadas por los seres humanos pueden ser cambiadas por otros seres humanos).

Cinco: Los anti-sionistas, incluyendo judíos antisionistas, que odian el sionismo indiscriminadamente, con todos sus aspectos buenos y malos, y para quienes la existencia de un estado "judío" es una abominación.

Seis: Los fanáticos musulmanes, que creen que Palestina es tierra musulmana, por lo que ceder cualquier parte de ella a los no musulmanes es un pecado mortal.

Siete: los fanáticos judíos, que creen que todo Eretz-Israel, desde el Nilo hasta el Éufrates, les fue prometido a los judíos por Dios, por lo que ceder una parte del mismo a los no-judíos es un pecado mortal.

Ocho: Los fanáticos cristianos, que creen que la segunda venida de Jesucristo será posible sólo después de la reunión de todos los judíos en este país (sin lugar en él para nadie más).

Me disculpo si he olvidado a alguien.

Algunas de estas personas han inventado algo llamado "solución de un estado". Eso es un oxímoron. Solo existe el “problema de un solo estado”, no hay una solución de un solo estado.

De vez en cuando vale la pena volver a los hechos fundamentales de nuestra vida:

Hay dos pueblos que viven en este país.

Ninguno de los dos va a desaparecer: están aquí para quedarse.

Mientras que los árabes palestinos que viven en el país siguen siendo una minoría, muy pronto constituirán la mayoría.

Ambos pueblos son intensamente nacionalistas.

Ambos tienen diferentes culturas, lenguas, religiones, relatos históricos, estructuras sociales, estándares de vida. En la actualidad, después de unos 130 años de conflicto continuo, hay odio intenso entre ellos.

La posibilidad de que estos dos pueblos puedan vivir en paz bajo un solo estado, sirviendo en el mismo ejército y policía, pagando los mismos impuestos y cumpliendo las mismas leyes promulgadas por un mismo parlamento común, es nula.

La posibilidad de que estos dos pueblos puedan vivir en paz lado a lado en dos estados, cada uno con su propia bandera y su propio gobierno elegido (y su propio equipo de fútbol), sí existe.

Esta coexistencia puede tomar diferentes formas: desde una confederación con la apertura de fronteras y la libre circulación hasta estructuras en evolución, como la de la Unión Europea.

Espero que esto no sea demasiado complicado de entender para Mitt Romney. Pero esto puede ser irrelevante si - como espero fervientemente - no es elegido.

No me gustaría que un ignorante tenga la oportunidad de aprender los asuntos del mundo sobre nuestras espaldas.

Uri Avnery es un escritor israelí y activista por la paz con Gush Shalom. Es colaborador del libro The Politics of Anti-semitism, de CounterPunch.

Traducción para www.sinpermiso.info: Antonio Zighelboim

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A INVENÇÃO DO POVO JUDEU

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Por Paulo Müzell, para RS URGENTE

Marino Boeira, articulista e professor universitário gaúcho afirma, com toda razão, que se você quiser arrumar encrenca certa, escolha dois temas: a necessidade de submeter a mídia ao controle da sociedade e a violência e a opressão de Israel que vitima os palestinos. É incômodo e polêmica na certa.

Pois Sholomo Sand, professor de história da Universidade de Tel Aviv resolveu “topar a bronca” ao publicar “A invenção do povo judeu”, obra editada pela Benvirá no ano passado. O livro desmonta o mito que “justificou” a criação do estado de Israel como uma tardia volta dos judeus à “terra prometida”, depois de expulsos da Palestina quase dois mil anos atrás, no episódio da destruição do segundo templo pelos romanos em 70 dC. Após minuciosa pesquisa, Sand concluiu que não há nenhum indício ou prova documental de que os judeus tenham sido expulsos pelos romanos de Jerusalém ou da Palestina. Ele afirma que essa é uma falsa versão que tem origem na interpretação subjetiva de textos bíblicos (Velho Testamento). Foi fundamental construir o mito do judeu errante, perseguido, um povo único, com identidade étnico religiosa em busca de suas remotas origens.

Os judeus que vivem hoje em Israel e em outros países do mundo, segundo Sand, não tem origem única, mas múltipla. São povos que se converteram ao judaísmo em várias regiões: na bacia do Mediterrâneo e áreas vizinhas; no norte da África descenderam de pagãos convertidos (judaísmo seferdita). Há, também os judeus iemenitas, um terceiro ramo originado do reino Himiaritá, além dos judeus asquenazes, refugiados do reino Khazar, localizados na Europa do Leste.

O livro foi lançado tardiamente no Brasil, mais de três anos depois das primeiras edições européias e de Israel. Traduzido em vinte e uma línguas, como não poderia deixar de ser, teve grande repercussão. Cinco meses na lista dos mais vendidos em Israel, ganhou em 2009 na França o prestigioso “Prix Aujourdd’hui”. Reconhecimento e elogios de peso: Eric Hobsbawm, Tony Judt, Marcel Détienne, Edgar Morin e Noam Chomsky. É evidente que, em contrapartida, sobraram críticas, umas poucas amenas e equilibradas, a maioria delas duras, ásperas, apaixonadas, verdadeiros libelos contra. Professores universitários, rabinos, jornalistas com vastos espaços em grandes veículos da mídia nacional e internacional “bombardearam” o livro com grande fúria e energia.

As perseguições que vitimaram os judeus foram uma constante ao longo de séculos e séculos de história. O fanatismo religioso, não há qualquer dúvida, foi a principal causa. Mas não há como negar, também, que ao preservarem hábitos alimentares, costumes e língua própria, os judeus constituíram clãs, enclaves nas tribos e povos com quem compartilharam territórios. Essa não-integração, não há qualquer dúvida, contribuiu para alimentar e fortalecer o milenar sentimento antissemita.

A Primeira Cruzada propiciou uma explosão de antissemitismo na Europa. Entre 1096 e 1098 dezenas de milhares de judeus são mortos na Alemanha e na Europa Central. Matanças ocorrem nos anos de 1189 e 1190 na França e na Inglaterra. Em 1492 os reis católicos expulsam da Espanha quase 100 mil judeus, a maioria dos quais se refugia em Portugal, onde, alguns anos depois são vítimas do denominado Pogrom de Lisboa, “A Matança da Páscoa de 1506”. No final do século XIX tivemos o famoso caso Dreyfus, no qual um oficial francês, de origem judaica foi acusado de traição. O episódio, de repercussão internacional alimentou uma nova onde antissemita na França e na Europa. Emile Zola escreve o clássico “Je acuse”. Multidões marcham pelas ruas de Paris bradando “morte aos judeus!” Na Rússia tivemos três “ondas” de perseguições. A primeira, entre 1881 e 1884, teve como causa imediata o assassinato do Czar Alexandre II.

Entre 1903 e 1906 um novo e prolongado pogrom russo e, por fim, no início do processo revolucionário de 1917 ocorreu um novo massacre. Calcula-se que entre 1880 e 1920 mais de dois milhões de judeus russos abandonaram o país.

O mito de um povo judeu errante em busca de suas origens começa a ser construído na Alemanha a partir da segunda metade do século XIX. Intelectuais de origem judaica, influenciados pelo vigor do tardio nacionalismo alemão começam a construir a versão que foi fundamental para a criação do estado de Israel. Heinrich Graetz é o pioneiro e segundo Sholomo Sand ele “forjou” o modelo nacional da escrita da história dos judeus com “J” maiúsculo, ponto de partida para que outros pesquisadores, mais decididamente nacionalistas, deixassem de pensar a judeidade como uma civilização religiosa variada e rica para se tornar um “antigo povo-raça”, desenraizado, expulso de suas origens, o país de Canaã.

Moses Hess publica em 1862 a obra “Roma e Jerusalém” citando Graetz com entusiasmo. Observa Hess que a fonte dos conflitos entre judeus e não-judeus “reside no fato dos primeiros constituírem, desde sempre, um grupo hereditário diferente”. O “tipo judeu” teria permanecido o mesmo através dos séculos. E continua, com um pessimismo amargo: “De nada serve aos judeus negar suas origens fazendo-se batizar e se misturando às massas dos povos indo-germânicos ou mongóis. Os tipos judeus são indeléveis”. Graetz ratifica e complementa o pensamento de Hess, concluindo: “não se pode negar a existência de povos mortais, que desaparecem na história e de outros que são imortais. Nada permanece da raça helênica ou latina, que se fundiram a outras entidades humanas. A raça judaica, ela sim, conseguiu perdurar e sobreviver, estando a ponto de avivar o fogo da sua juventude bíblica milagrosa”. O povo judeu “é de fato um povo-messias, que, chegando o dia, salvará a humanidade inteira”.

Sand observa que a fonte do fortalecimento da teoria da raça nos grandes centros europeus foi a mesma que trouxe a revolução burguesa e o iluminismo com seus ideais de liberdade e igualdade entre todos.. A extraordinária evolução tecnológica e industrial do capitalismo cristalizou um sentimento de arrogância e de superioridade biológica e moral da Europa. Ironias da história.

Graetz, Hess e alguns outros autores constituíram o núcleo teórico das ideias que possibilitaram a construção do “mito sionista”, fundamental para a formação do estado de Israel, muitas décadas depois. E que explica o estranho fato da Universidade de Tel Aviv ter dois departamentos de história que funcionam como compartimentos estanques, isolados, sem nenhuma comunicação entre si. Temos uma “história de Israel” e a “outra”, a história geral. A história de Israel se fundamenta na interpretação de documentos bíblicos, especialmente do Velho Testamento, o Livro dos Livros, verdadeira “carteira de identidade” do povo judeu e “a prova de seu justo mandato sobre a terra de Israel”. Não temos aqui ciência e sim uma visão do passado elaborada através de interpretação subjetiva de milenares documentos religiosos. Com o que não concordaria, se vivo fosse, o irreverente Mark Twain. Ele não via com bons olhos a bíblia, em especial o Velho Testamento, para ele uma sucessão de violências, crimes, estupros cometidos por um Deus injusto, mesquinho, cruel e vingativo que: “punia crianças inocentes, o povo pelo pecado dos seus governantes e até as inofensivas cabras e ovelhas por desvios e erros cometidos por seus donos”.

Em 1948, favorecido por uma série de circunstâncias a ONU oficializou a criação do estado de Israel. Com uma constituição que deveria assegurar “igualdade perante a lei para todos seus cidadãos, liberdade de culto, sem quaisquer distinções ou discriminação de raça e cor, com total liberdade de ir e vir”. Sabe-se que nada disso ocorre. Israel é hoje uma etnocracia religiosa. Um quarto dos seus quase oito milhões de habitantes são palestinos, cidadãos de segunda linha, confinados, segregados, discriminados, vivendo em condições de extrema pobreza.

Em 1896 Theodor Herzl, um jornalista judeu austríaco que cobrira o caso Dreyfus para a imprensa europeia e ficara impactado pelo forte sentimento de ódio aos judeus na França e na Europa Central escreve “O estado judaico” e no ano seguinte organiza e preside o primeiro congresso sionista na Basiléia. Foram dois importantes passos para a consolidação de um movimento sionista internacional rumo à criação do estado de Israel. Estado tornado possível graças ao apoio econômico, político e militar de duas grandes potências – numa primeira etapa da Inglaterra e mais tarde dos Estados Unidos -, interessadas em criar um enclave seu numa região de vital importância estratégica pela sua privilegiada localização geográfica, próxima de grandes reservas de petróleo árabe.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Israel: Meir Margalit y el Muro de Hierro

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G. Buster · Carlos Girbau · · · · 

La misma semana que moría a los 102 años Benzion Netanhayu, padre del primer ministro de Israel, Benjamin Netanhayu, el concejal del ayuntamiento de Jerusalén y co-fundador del Comité Israelí contra la Demolición de Casas (ICAHD), Meir Margalit, fue llamado a declarar al ministerio de interior para responder por su actuación en la reconstrucción de casas palestinas en los Territorios Ocupados y Jerusalén Oriental.

Aparentemente nada une estos dos hechos. Sin embargo, tanto los elogios fúnebres pronunciados ante la tumba de Benzion Netanhayu como el interrogatorio al que fue sometido Meir Margalit son un testimonio de la profunda crisis política y moral en la que se encuentra Israel cuando termina uno de los períodos de gobierno más estables y largos liderados por el Likud, el partido de la derecha sionista.

Algo podría unir aun más a Benzion Netanhayu y a Meir Margalit. Ambos tienen sus orígenes políticos en el revisionismo sionista de Zeev Jabotinsky que, a pesar de su pasado de extrema derecha fascista, ha llegado a convertirse, con la crisis terminal del Partido Laborista, en una especie de "sentido común" del sionismo.

Jabotinsky fue uno de los primeros articuladores de la política del miedo, en un conflicto entre árabes y judíos que consideraba "natural" e innegociable: "… los asentamientos solo pueden desarrollarse bajo la protección de una fuerza independiente de la población local, detrás de un muro de hierro, que no puedan romper… es imposible un acuerdo voluntario. Mientras los árabes conserven una chispa de esperanza de librarse de nosotros, nada en el mundo les hará abandonarla, precisamente porque no son una ruina sino un pueblo viviente." (Ha´aretz 1923)

Pero el miedo al futuro solo es sostenible cuando se arrastra desde el pasado. Benzion Netanhayu, el último secretario de Jabotinsky, quiso demostrar que era infinito y universal porque hundía sus raíces en el odio racial a los judíos. Para ello escribió su tesis Los orígenes de la Inquisición en la España del Siglo XV, convirtiendo en argumento histórico la estrategia política del revisionismo sionista. Hasta el final de su larga vida fue un fanático defensor de la política del miedo, que su hijo ha sido capaz de llevar más allá, hasta la amenaza mesiánica de la destrucción de Israel por la bomba nuclear iraní. Es decir, el miedo se puede sentir y se puede infligir.


Meir Margalit fue militante de Betar, la organización juvenil del revisionismo sionista, participó en la creación del asentamiento de Netzarim en Gaza y vivió e infligió ese miedo en la guerra de Yom Kippur de 1973, en la que fue herido. Pero la política del miedo fracasó cuando tenía 21 años y, como para otras muchas personas, dejó de tener sentido. Meir Margalit ha dedicado el resto de su vida a teorizar y a practicar una política de la solidaridad. Comenzó como historiador, con su tesis sobre La emigración judía a Palestina durante el mandato británico (1920-1948), buscando las razones de quienes fracasaron en el proyecto colonizador y abandonaron el empeño sionista. Pero, sobre todo, se ha convertido en el intérprete y cronista de la política del miedo aplicada a la ciudad de Jerusalén con Descrimination in the Heart of the Holy City (IPCC, 2006), No Place Like Home: House Demolitions in East Jerusalem (ICAHD, 2007) y Seizing Control of Space in East Jerusalem (SAG, 2010).

El interés de quienes interrogaron a Meir Margalit en el ministerio de interior israelí no es meramente intelectual. Querían saber si había ayudado desde el ICAHD a reconstruir cerca de 1.000 viviendas palestinas en los Territorios Ocupados, incluyendo unas 200 en Jerusalén Oriental. Margalit reconoció que, efectivamente, algo había ayudado, pero que en cualquier caso no se trataba de una violación de la legislación israelí, porque de acuerdo con el derecho internacional esta no puede aplicarse a unos territorios ocupados militarmente.

El objetivo del ministerio de interior es ante todo pedagógico: quiere reinstaurar la política del miedo como una conducta refleja condicionada, tanto en la población palestina ocupada como en la judía ocupante. Nada más eficaz que las demoliciones de casas, porque ¿cómo negociar la paz entre iguales con quien te ha tirado abajo tu casa? Es una herramienta perfecta para instaurar el miedo en ambos sentidos.

No es la primera vez que el ministerio de interior emprende una operación pedagógica en este sentido, para inculcar el miedo en los ciudadanos israelíes que no lo tienen o lo han superado. Meir Margalit ha sido ya interrogado y amenazado en otras ocasiones y el co-fundador de ICAHD, Jeff Harper, fue condenado en su día a seis meses de "trabajos comunitarios" por obstruir una demolición. Pero Meir Margalit es además concejal y responsable de la zona oriental en el Ayuntamiento de Jerusalén. No solo es un obstáculo militante, es además un obstáculo institucional.

Desde hace algunos años, más de un centenar de jóvenes brigadistas del Reino de España se han sumado a los campamentos de verano del ICAHD para reconstruir casas palestinas demolidas por las autoridades israelíes. Han vivido de cerca la contradicción "natural" e "innegociable" entre la política del miedo y la política de la solidaridad; han pasado miedo y han sido solidarios, superando y negando el miedo. Meir Margalit ha sido uno de sus principales maestros y guías en esta experiencia.

La situación política en la zona no puede ser peor. El gobierno Netanhayu, coalición de la derecha extrema y de los remanentes agónicos del laborismo, ha conseguido, a golpe de construcción de asentamientos ilegales, bloquear y llevar el proceso de paz a un callejón sin salida. Como la resistencia nacional palestina no es ya suficiente amenaza para sostener su política del miedo, dado que la injustificada brutalidad del Estado israelí está cada vez más cuestionada y la idea de un estado palestino avanza, eso sí, a durísimas penas en la arena internacional, el enemigo exterior ocupa cada vez más espacio en el discurso del miedo. Irán y el peligro de un ataque nuclear en un futuro sin determinar son hoy el eje del mismo. Como el miedo exterior es poco consistente, es importante reforzarlo internamente y "reeducar" sin contemplaciones a lo que queda del movimiento por la paz y la solidaridad con Palestina en Israel. Las amenazas e intimidaciones se multiplican a ambos lados del muro de hierro de Jabotinsky.

A pesar de los esfuerzos de los constructores de muros de hierro, la política del miedo, sin embargo, fracasa una y otra vez. Conduce a un circulo vicioso, sin salida que, como ha señalado Ilan Pappé, solo puede superarse con el reconocimiento del carácter colonizador del proyecto sionista y de su actual hijo, el Estado de Israel. No es posible un proceso de paz basado en la política del miedo, cuyo principal objetivo es negar el derecho de autodeterminación del pueblo palestino.

Se nos olvidaba: Meir Margalit es además miembro del Consejo Editorial de Sin Permiso y nuestro compañero y amigo. Con otros muchos, hemos comenzado una campaña de solidaridad con él, que se inicia con una recogida de firmas en http://www.change.org/petitions/israeli-minister-of-internal-affairs-support-human-rights-defender-meir-margalit

Por favor, únete.

Referencias:
-La disidencia en Israel: entrevista con Meir Margalit, coordinador del Comité Israelí Contra la Demolición de Casas www.nodo50.org/averac/La%20disidencia%20en%20Israel.doc
-Entrevista con Meir Margalit en el Ateneu Roig de Gracia http://www.youtube.com/watch?v=LrOYvjhoK5Y&feature=related)

Gustavo Buster es miembro del comité de redacción de Sin Permiso, Carlos Girbau es coordinador del Foro Social de Madrid
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

LO QUE HAY QUE DECIR

Fonte da Imagem AQUI.

Günter Grass *

Por qué guardo silencio, demasiado tiempo,

sobre lo que es manifiesto y se utilizaba

en juegos de guerra a cuyo final, supervivientes,

solo acabamos como notas a pie de página.

Es el supuesto derecho a un ataque preventivo

el que podría exterminar al pueblo iraní,

subyugado y conducido al júbilo organizado

por un fanfarrón,

porque en su jurisdicción se sospecha

la fabricación de una bomba atómica.

Pero ¿por qué me prohíbo nombrar

a ese otro país en el que

desde hace años —aunque mantenido en secreto—

se dispone de un creciente potencial nuclear,

fuera de control, ya que

es inaccesible a toda inspección?

El silencio general sobre ese hecho,

al que se ha sometido mi propio silencio,

lo siento como gravosa mentira

y coacción que amenaza castigar

en cuanto no se respeta;

“antisemitismo” se llama la condena.

Ahora, sin embargo, porque mi país,

alcanzado y llamado a capítulo una y otra vez

por crímenes muy propios

sin parangón alguno,

de nuevo y de forma rutinaria, aunque

enseguida calificada de reparación,

va a entregar a Israel otro submarino cuya especialidad

es dirigir ojivas aniquiladoras

hacia donde no se ha probado

la existencia de una sola bomba,

aunque se quiera aportar como prueba el temor...

digo lo que hay que decir.

¿Por qué he callado hasta ahora?

Porque creía que mi origen,

marcado por un estigma imborrable,

me prohibía atribuir ese hecho, como evidente,

al país de Israel, al que estoy unido

y quiero seguir estándolo.

¿Por qué solo ahora lo digo,

envejecido y con mi última tinta:

Israel, potencia nuclear, pone en peligro

una paz mundial ya de por sí quebradiza?

Porque hay que decir

lo que mañana podría ser demasiado tarde,

y porque —suficientemente incriminados como alemanes—

podríamos ser cómplices de un crimen

que es previsible, por lo que nuestra parte de culpa

no podría extinguirse

con ninguna de las excusas habituales.

Lo admito: no sigo callando

porque estoy harto

de la hipocresía de Occidente; cabe esperar además

que muchos se liberen del silencio, exijan

al causante de ese peligro visible que renuncie

al uso de la fuerza e insistan también

en que los gobiernos de ambos países permitan

el control permanente y sin trabas

por una instancia internacional

del potencial nuclear israelí

y de las instalaciones nucleares iraníes.

Solo así podremos ayudar a todos, israelíes y palestinos,

más aún, a todos los seres humanos que en esa región

ocupada por la demencia

viven enemistados codo con codo,

odiándose mutuamente,

y en definitiva también ayudarnos.

Traducción de Miguel Sáenz. El texto original en alemán se publica hoy en el diario Süddeutsche Zeitung.

*  Günter Grass (também grafado Günter Graß); Danzig, 16 de outubro de 1927) é um intelectual, romancista, dramaturgo, poeta e artista plástico alemão. Nascido em Danzig, posteriormente Gdansk, na Polônia, sua obra alternou a atividade literária com a escultura, enquanto participava de forma ativa da vida pública de seu país. Recebeu o Nobel de Literatura de 1999. Também é reconhecido como um dos principais representantes do teatro do absurdo da Alemanha. (Wikipedia)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pedido de adesão do estado Palestino à ONU é legítimo, diz Parlamento Europeu

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Taíssa Stivanin
 
Em uma resolução adotada nesta quinta-feira, o Parlamento considerou que o pedido de adesão do estado Palestino à ONU é "legítimo." O comitê de adesão do Conselho de Segurança se reúne pela primeira vez nesta sexta-feira.

Para os deputados, a União Europeia deve apoiar a demanda do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Os parlamentares também pedem que o governo israelense interrompa as construções de novos assentamentos na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. "O Parlamento Europeu reconhece a demanda legítima dos palestinos, para se tornar um estado-membro das Nações Unidas. Reafirmamos nosso engajamento favorável à solução dos dois estados, vivendo lado a lado, em paz e em segurança."

A União Europeia, até agora, não assumiu uma posição oficial em relação ao pedido de Abbas, mas a chefe da diplomacia do bloco, Catherine Ashton, fez um apelo para que isralenses e palestinos voltem à mesa de negociações, e aceitem a proposta do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia) para a retomada das negociações de paz.  O grupo sugere que o acordo final seja fechado no prazo de um ano e palestinos e israelenses definam um calendário de negociações. A proposta foi feita algumas horas depois do pedido de adesão do estado Palestino à ONU, protocolado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas no dia 23 de setembro.

Para retomar as as discussões, os palestinos exigem a moratória da construção dos assentamentos na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, mas os israelenses continuam instransigentes em relação à questão. Prova disso é que, na quarta-feira, um novo projeto foi lançado pela prefeitura de Jerusalém que prevê a implantação de 1100 novas casas.

A iniciativa foi criticada pela União Europeia e os Estados Unidos, mas o premiê Benjamin Netanyahu afirmou, em entrevista ao jornal Jerusalém Post, que país manterá a política de colonização nos territórios ocupados, apesar da pressão internacional. Outra exigência dos palestinos é a delimitação de um novo estado com base nas fronteiras de 1967, antes da guerra dos seis dias, incluindo Jerusalém.

Diversos dirigentes israelenses são favoráveis à adoção do plano do Quarteto, incluindo representantes da extrema-direita no país, como o chanceler Avigdor Lieberman, líder do partido Israel Beiteinu. Para especialistas da região, trata-se de uma estratégia para mostrar que os isralenses estão abertos ao diálogo, e evitar que os palestinos obtenham os nove votos necessários no Conselho de Segurança da ONU. Desta forma, os EUA seriam obrigados a usar seu poder de veto. Os palestinos afirmam ter o apoio de oito países. O comitê de adesão do Conselho se reúne pela primeira vez nesta sexta-feira.

A questão também pode ser levada à Assembleia Geral da Organização. Neste caso, se obtiverem Dois terços dos votos, os palestinos poderiam adquirir um status similar ao do Vaticano, de estado não-observador.  Nesta quinta-feira, o Parlamento Europeu adotou uma resolução onde considera que o pedido feito pelos palestinos "é legítimo", e uma solução deve ser encontrada dentro de um ano.
RFI