segunda-feira, 18 de março de 2019

50 CIDADES MAIS PERIGOSAS DO MUNDO

 
 
Uma organização mexicana independente classificou as 50 cidades mais perigosas do mundo com base na taxa de homicídios (* número de assassinatos por 100.000 habitantes).  
 
42 delas estão na América Latina.
 
Dados de 2018.
 
Fonte da Matéria: https://www.travelbook.de/orte/gefaehrliche-orte/mordrate-die-gefaehrlichsten-staedte-der-welt?ref=1
 
 Fonte da Imagem: http://www.arthit.ru/surrealism/0055/surrealism-25.jpg
 
Ranking
Cidade
País
Assassinatos
População
Taxa*
1 Tijuana Mexiko 2640 1,909,424 138.26
2 Acapulco Mexiko 948 857,883 110.50
3 Caracas Venezuela 2,980 2,980,492 99.98
4 Victoria Mexiko 314 365,089 86.01
5 Ciudad Juárez Mexiko 1,251 1,462,133 85.56
6 Irapuato Mexiko 473  580,808  81.44
7 Ciudad Guayana Venezuela 645  823,722  78.30
8 Natal Brasilien 1185  1587055  74.67
9 Fortaleza Brasilien 2,724  3,939,460  69.15
10 Ciudad Bolívar Venezuela 264 382,095  69.09
11 Kapstadt Südafrika 2,868  4,322,031  66.36
12 Belém Brasilien 1,627  2,491,052  65.31
13 Cancún Mexiko 547  848,465  64.47
14 Feira de Santana Brasilien 386  609,913  63.29
15 St. Louis USA 187  308,626  60.59
16 Culiacán Mexiko 585  966,609  60.52
17 Barquisimeto Venezuela 683  1,205,142  56.67
18 Uruapan Mexiko 189  346,640  54.52
19 Kingston Jamaika 639 1,180,771  54.12
20 Obregón Mexiko 179  343,613  52.09
21 Maceió Brasilien 521  1,012,382  51.46
22 Vitória da Conquista Brasilien 172  338,885  50.75
23 Baltimore USA 309  611,648  50.52
24 San Salvador El Salvador 906  1,800,336  50.32
25 Aracaju Brasilien 463  949,342 48.77
26 Coatzacoalcos Mexiko 162  335,077 48.35
27 Palmira Kolumbien 149  310,608  47.97
28 Maturín Venezuela 257  544,069  47.24
29 Salvador Brasilien 1,849 3,914,996  47.23
30 Macapá Brasilien 233  493,634  47.20
31 Cali Kolumbien 1,209  2,570,905  47.03
32 Celaya Mexiko 240  510,787  46.99
33 San Pedro Sula Honduras 363  777,877 46.67
34 Ensenada Mexiko 253  542,896  46.60
35 Campos dos Goytacazes Brasilien 233  503,424  46.28
36 Tepic Mexiko 230  512,387  44.89
37 Manaus Brasilien 944  2,145,444  44.00
38 Guatemala-Stadt Guatemala 1,411  3,226,974  43.73
39 Recife Brasilien 1,738  3,975,411  43.72
40 Distrito Central Honduras 538  1,242,397  43.30
41 San Juan Puerto Rico 143  337,288  42.40
42 Valencia Venezuela 678  1,600,662  42.36
43 Reynosa Mexiko 295  711,130  41.48
44  João Pessoa Brasilien 460  1,112,304  41.36
45 Nelson Mandela Bay Südafrika 478  1,220,616  39.16
46 Detroit USA 261  673,104 38.78
47 Durban Südafrika 1,562  4,055,969  38.51
48 Teresina Brasilien 324  861,442  37.61
49 Chihuahua Mexiko 352  938,713  37.50
50 New Orleans USA 145  393,292  36.87    
  

domingo, 10 de março de 2019

MULHERES: UMA LONGA E SINUOSA ESTRADA PELA FRENTE




Kátia Zummach, vereadora de Nova Petrópolis, cidade distante cerca de 100 km de Porto Alegre, apresentou na Câmara de Vereadores daquele Município proposta de colocação de cartazes informativos do disque denúncia 180 em locais públicos.

Na sessão da Câmara da véspera do Dia Internacional da Mulher o tema foi debatido, pois ela convidou autoridades policiais e da Saúde para obter dados sobre a violência doméstica na cidade.

Cláudio Antônio Gottschalk, vereador, pede a palavra. Se dirige ao púlpito com um vistoso lenço gauchesco vermelho e abdômen avantajado e classifica esse projeto informativo como desnecessário.

Segundo ele, mulheres “que se prestam” não precisam disso e somente as mulheres “chinelonas” são vítimas de violência.

“Acho que uma mulher que presta não tem problema. Olha, aqui no município de Nova Petrópolis, não temos problemas. Acho que aqui fica feio colocar isso de telefone por aí”, disse Gottschalk.

A vereadora contra argumentou dizendo que em Nova Petrópolis existem inúmeros casos de mulheres que têm medo de denunciar ou não sabem como fazer.

A proposta foi protocolada e tem apoio da maioria dos vereadores.

Kátia informou que está analisando se vai ingressar com representação na Comissão de Ética da Casa contra Gottschalk.

Através da assessoria de imprensa da Câmara, a presidência classificou a manifestação do vereador como desrespeitosa e infeliz.

Nos números oficiais, somente em janeiro deste ano, 3.503 mulheres foram ameaçadas, 2.049 foram agredidas e 130 foram estupradas no Rio Grande do Sul. Além disso, quatro mulheres foram mortas por serem mulheres e houve 47 casos de feminicídio tentados. Os dados são do Observatório Estadual de Segurança Pública da Secretaria de Segurança.

Na realidade, porém, a situação é muito pior, pois muitos casos não são informados.

A posição do vereador Gottschalk pode parecer isolada, porém quem conhece as entranhas do Rio Grande do Sul sabe que muitos “machos” gaúchos pensam da mesma forma que ele.



Fonte da Imagem: http://rubyforwomen.com/wp-content/uploads/2015/09/the_long_and_winding_road_by_theonlyraquel.jpg

sexta-feira, 8 de março de 2019

André Lara Resende escreve sobre a crise da macroeconomia



Por André Lara Resende | Para o Valor

A teoria macroeconômica está em crise. A realidade, sobretudo a partir da crise financeira de 2008 nos países desenvolvidos, mostrou-se flagrantemente incompatível com a teoria convencionalmente aceita. O arcabouço conceitual que sustenta as políticas macroeconômicas está prestes a ruir. O questionamento da ortodoxia começou com alguns focos de inconformismo na academia. Só depois de muita resistência e controvérsia, extravasou os limites das escolas. Embora ainda não tenha chegado ao Brasil, sempre a reboque, nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, já está na política e na mídia.




Leia o artigo completo neste link:
 

https://www.valor.com.br/cultura/6149939/andre-lara-resende-escreve-sobre-crise-da-macroeconomia?fbclid=IwAR1ky0tg-YRv77qp7MfTva22DLFIeQSfdWKuWbrxR4hFQ-wIcz9VUE2UFv0 


Fonte da imagem: https://doc-research.org/wp-content/uploads/2017/02/bigstock-128926601-e1486642644715-696x498.jpg

quinta-feira, 7 de março de 2019

É chata, a vida de madame



Ainda falta muito para o Brasil se livrar da herança da escravidão. A vida de madame não tem futuro. Só que muitas mulheres da classe média e da chamada alta sociedade ainda não se deram conta, escreve Astrid Prange.

Caros Brasileiros,

Será que "a grande ilusão do Carnaval" é uma ilusão? Será que não são o rei e a jardineira fantasiados que vivem uma ilusão, mas sim, pelo contrário, o público que os aplaude? Na música A felicidade, de Tom Jobim, tudo se acaba na Quarta-feira de Cinzas.

Mas, na verdade, não acaba mais não. Faz 60 anos que Tom Jobim compôs essa música maravilhosa. Em 1958, era "normal" que o rei ou a jardineira voltassem a trabalhar para um salário mínimo depois da folia, ficando quietinhos até o próximo Carnaval.

Graças à luta de muitas "jardineiras e piratas", essa "normalidade" esta acabando. Pois os filhos e netos dos "piratas e jardineiras" hoje finalmente têm mais direitos, opções profissionais e mais peso político. O Brasil da Casa grande e senzala que Gilberto Freyre descreveu mudou.

Inclino-me perante guerreiras como Odete Conceição ou Nair Jane, "relíquias" do sindicato das domésticas, que lutaram para coisas tão básicas como o direito de ter uma certidão de nascimento. Pois, sem documento, muitas empregadas domésticas não "existiam" e, consequentemente, também não tinham direito à aposentaria, mesmo depois de décadas de trabalho.

Ainda falta muito para se livrar dessa herança cultural da escravidão. Mas não tem mais volta. Nem a eleição de Bolsonaro vai mudar isso. A vida de madame não tem futuro. Só que, no Brasil, muitas mulheres da classe média e da chamada alta sociedade ainda não se deram conta disso.

Cada vez que converso com brasileiros que se mudam para a Alemanha, me lembro desses contratempos e das eternas queixas sobre empregadas que não "trabalham direito". E são muitos os brasileiros vieram para a Europa e a Alemanha, especialmente depois da última eleição.

Não é só ativista político que se sente perseguido porque luta por diretos de minorias ou direitos sociais. É muita gente que foge do clima pesado, do pessimismo, da violência e da falta de perspectivas. Inclusive os eleitores de Bolsonaro.

Independentemente dos motivos da emigração, muitos brasileiros que chegam à Alemanha se deparam aqui com uma vida de "pirata e jardineira": sobrevivem sem arrumadeira, passadeira, cozinheira, faxineira, babá, porteiro ou motorista. Encontram "piratas e jardineiras" do morro que trabalhem por aqui e se viram muito melhor do que eles.

Confesso que já presenciei cenas incríveis. Macarrão grudado e tão duro que precisava de uma faca para cortar; blusa branca que virou cor-de-rosa e azul, pois rodou junto com calça jeans na máquina de lavar roupa; e roupa de cama que nunca foi trocada.

Pergunto-me: quanto tempo ainda vai durar a ilusão brasileira de Carnaval? Quanto tempo ainda vai demorar até que grande parte da classe média brasileira se emancipe da herança da escravatura?

Admito que muita gente poderia argumentar que essa crítica minha é hipócrita. Eu mesma já me questionei. Pois, quando vivia no Brasil, também tinha a mordomia de ter uma babá para as minhas filhas. No início, me senti constrangida, mas depois fiz as pazes e tentei devolver o apoio que dela recebi.

Hoje, estou cada vez mais convencida de que a ilusão do Carnaval não é uma ilusão. É a realidade que define o dia a dia no Brasil. Só falta que o reconhecimento no Sambódromo seja estendido para os foliões do morro nos outros 360 dias do ano também.

Já em 1956 se cantava: "Pra que discutir com madame?" Quando eu era chamada de 'madame' no Brasil, me sentia ofendida. Sentia um gostinho da vingança. Percebi que levava uma vida de "madame”, mesmo sem querer. Acabou. E não sinto falta. É chata, a vida de madame.


Astrid Prange de Oliveira foi para o Rio de Janeiro solteira. De lá, escreveu por oito anos para o diário taz de Berlim e outros jornais e rádios. Voltou à Alemanha com uma família carioca e, por isso, considera o Rio sua segunda casa. Hoje ela escreve sobre o Brasil e a América Latina para a Deutsche Welle. Siga a jornalista no Twitter @aposylt e no astridprange.de.

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.

Fonte da Imagem: http://keepwobblin.com/wp-content/uploads/2018/01/Nude_Gust_Online_1500.jpg