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quinta-feira, 20 de abril de 2017

ESCOLA SEM PINTO


Como a tentativa de censura a um livro didático no norte do país mostra que, no Brasil atual, a ignorância não é apenas uma tragédia nacional, mas um instrumento político usado por milícias de ódio

 

Por Eliane Brum, para








Estudantes de uma escola pública no Rio de Janeiro.
Estudantes de uma escola pública no Rio de Janeiro. AP





No final de março, um grupo de pais de uma escola pública estadual da cidade de Ji-Paraná, no norte do Brasil, entregou um abaixo-assinado ao Ministério Público de Rondônia. Eles exigiam a retirada da sala de aula de um livro de ciências cujo conteúdo de educação sexual seria “impróprio” para alunos da oitava série do ensino fundamental. O desenho de um pênis ereto, usada pelas autoras da obra didática para explicar o funcionamento do órgão, é um dos principais motivos da tentativa de censura. O pinto duro não deveria estar lá.

Neste pequeno grande acontecimento há muitas tragédias. E todas elas contam de nós. Há quem ache bizarro. Eu só consigo achar triste. Seria mais fácil se este fosse um caso isolado, numa escola pública do interior de Rondônia, no norte do Brasil, lugar distante para a maioria. Seria mais fácil, mas falso. É preciso prestar muita atenção ao que está acontecendo no Brasil: incitados pelos novos inquisidores, cada vez é maior o número de fogueiras onde queimam livros, reputações e, principalmente, direitos.

1) Por que querem castrar um livro didático?

Uma das mães afirma ao portal G1, da Globo: “Neste livro, eles incitam a criança, que está no início da adolescência, a descobrir a vida sexual. Também vulgarizam a virgindade da criança, dizendo que ela pode sofrer bullying e que, se ela perder a virgindade, pode ser melhor”.
O coordenador regional de educação, José Antônio de Medeiros, diz ao portal UOL: "Este livro traz uma abordagem sobre sexualidade e tem ilustrações, de certo modo, até um pouco agressivas. Ficou muito explícito as simulações de carícias, de estímulo sexual, e até umas imagens demonstrando penetração, mostrando o órgão sexual masculino e feminino...”.
O vereador de Ji-Paraná, Johny Paixão (PRB), afirmou à TV Globo que os temas do livro podem incitar à prática não consensual do sexo. “Meu compromisso com eles (pais) é lutar com todas as forças possíveis para que nós venhamos a retirar esse livro da sala de aula, porque ele é tendencioso. As imagens são tendenciosas. Elas afloram a sexualidade. Por que vou aflorar a sexualidade se as crianças não podem fazer sexo?”.
Dito assim, a impressão de quem lê as matérias e assiste às notícias sobre a “polêmica” é de que o livro Ciências 8o ano – Ensino Fundamental II da coleção Projeto Apoema (Editora do Brasil) é uma espécie de Kama Sutra escolar.

2) Mas o que diz o livro ameaçado de fogueira pelos novos inquisidores?

Tenho um hábito cada vez mais raro: antes de opinar sobre um livro ou um texto, eu o leio. Esta frase pode ser interpretada como ironia. Gostaria que fosse. Quero deixar explícito que não é. Infelizmente.
A seguir, um trecho do capítulo 5, intitulado “Adolescência”, do livro indicado para adolescentes de 13 anos ou mais:
“Nos últimos 30 anos, tem-se falado muito sobre sexualidade. Propuseram-se diversas teorias, realizaram-se vários estudos, e o tema é até hoje explorado nos jornais, nas revistas e nos programas de televisão. No entanto, muitas vezes, há uma idealização da vida sexual, dando a falsa impressão de que existe uma fórmula única de viver plenamente a sexualidade, um padrão sexual, um modelo rígido ao qual todas as pessoas devem se adaptar (...). Cada um pode viver muito bem, e plenamente, do seu jeito e conforme sua orientação. O importante é fazê-lo com responsabilidade e ter direito à informação e espaço para expressar suas opiniões”.
Num outro ponto, o livro reproduz a fala de um médico ginecologista: “É preciso lembrar que o sexo é bom quando é bom para os dois”. E segue: “O médico explica que ser virgem não significa de maneira alguma estar fora do mundo atual, mas estar em um momento de reflexão: ‘A pessoa virgem ainda não se sente preparada para enfrentar a relação sexual com a maturidade que ela merece. E isso independe de idade’”.


Em nenhuma das ilustrações os homens são eunucos: deveriam ser?
Há ilustrações de um homem na fase infantil, adolescente e adulta. Nenhum deles é eunuco. Deveriam ser? Se fossem, haveria um problema, já que homens castrados e com pênis decepados, na nossa sociedade, são vítimas de violência. Há também o desenho de um pênis “flácido” e de um pênis “em ereção”, para ilustrar a explicação sobre anatomia e aspectos biológicos: “O tamanho do pênis varia entre os homens e não tem relação biológica com fertilidade nem com potência sexual”.
Outra reclamação se refere a uma série de ilustrações que ensinam as mulheres a realizarem o autoexame de mamas, como um ato de prevenção ao câncer. E, sim, nas imagens a mulher tem seios. Se não tivesse, haveria um problema de informação, já que mulheres têm peitos, dos mais diversos formatos e tamanhos, mas decididamente peitos. Sem contar que seria difícil ensinar a fazer o toque, no exame preventivo, sem que houvesse um seio no desenho. Como detectar um caroço ou uma alteração suspeita num seio sem um seio? E haveria ainda mais uma complicação: mulheres mastectomizadas, na maioria das vezes, perderam os seios devido ao desenvolvimento de tumores, exatamente a doença que este capítulo do livro pretender colaborar para prevenir.
Reproduzi aqui os principais pontos atacados. Mas o livro ainda não foi proibido e pode ser lido por todos, para que tirem suas próprias conclusões.







Uma das páginas que gerou o abaixo-assinado.
Uma das páginas que gerou o abaixo-assinado.


 

3) Como ler a tentativa de censura?

Minha primeira hipótese é a de que as pessoas que atacaram o livro não leram o livro. Lembrando que ler é bem diferente de apenas passar os olhos. A diferença entre o que é dito sobre este capítulo do livro e o que está de fato escrito no livro é enorme, como se pode ver nos exemplos citados. Em alguns momentos, o que dizem que o livro disse é exatamente o oposto do que o livro de fato diz. Como é possível?
Aqui, estamos diante de duas tragédias contemporâneas, explícitas nas redes sociais da internet. A primeira delas é que as pessoas não leem, mas mesmo assim jogam o texto na fogueira. Ou leem apenas o enunciado e dão uma olhada nas imagens e “queimam” o livro. E, como ler exige tempo e atenção, mas reproduzir o discurso de ódio leva apenas um segundo, em pouco tempo as chamas já incineraram o alvo do ataque. Isso vale para livros, como é o caso, vale para reputações. Assim, livros que exigiram anos de pesquisa de seus autores, como é o caso deste, ou reputações construídas ao longo de uma vida inteira, são destruídas sem que uma parte dos linchadores perceba a violência e a amplidão do seu ato.
A segunda tragédia é a da própria educação. A internet escancarou uma realidade conhecida, mas cujas proporções não tinham ficado tão claras até então. Muitos leem de fato o texto, o livro, mas não conseguem interpretá-lo. Qualquer frase um pouco mais elaborada ou mais longa ou menos direta se torna um enigma. Ironias não são compreendidas, metáforas são decodificadas como literalidades. Pessoas têm alcançado a universidade sem conseguir interpretar um texto.
É possível que parte destes pais – parte – tenha lido o capítulo do livro e não tenha conseguido interpretá-lo, adotando assim a versão que estava disponível. E se a versão que estava disponível era a da necessidade de proteger os filhos do mal, ali representado pelo livro, podemos supor que pode ter se tornado fácil aderir ao protesto. Aderir sem uma reflexão maior que poderia, inclusive, ter sido proporcionada pela escola.


Quando alguém passa pelo sistema educacional e chega à vida adulta sem condições de interpretar o que lê esta pessoa é também uma vítima
É fácil culpar os pais e apontar uma suposta ignorância. E, vale a pena deixar claro, uso ignorância neste texto no sentido daquele que ignora um fato ou informação, daquele que não teve ou não tem acesso ao conhecimento. Como parte de uma sociedade, somos todos responsáveis pela tragédia educacional. É muito triste que as pessoas não consigam ler ou interpretar um texto ou por falta de acesso à escola ou porque a escola que deveria ensiná-lo não foi capaz de fazê-lo.
Quando alguém passa pelo sistema educacional e chega à vida adulta sem condições de interpretar o que lê isso representa uma traição àquela pessoa, com graves consequências para a sua vida e para a vida da comunidade. Assim, se parte destes pais são algozes de um livro, são também vítimas de um sistema educacional em que, com poucas exceções, a escola pública tem prédios precários e cheios de problemas, a maioria dos professores é mal paga e uma parcela deles é mal preparada, uma escola pública onde falta até mesmo o básico. E, ainda assim, contra tudo, muitos profissionais lutam para criar espaços de qualidade e educar a população.
É importante lembrar ainda que os pais e mães deste abaixo-assinado fizeram um percurso. Eles levaram suas questões até a autoridade na área da educação e buscaram a Câmara de Vereadores. O coordenador regional de educação e o vereador que assumiu a “causa” têm uma responsabilidade pública e devem responder publicamente por ela. Como se vê nas matérias, seguiram o caminho do ataque fácil. Do representante da educação, em especial, seria legítimo esperar uma abordagem mais responsável.
Contradições não devem ser contornadas, mas acolhidas e enfrentadas. Este episódio, surgido a partir do susto de uma mãe, poderia ter se tornado uma oportunidade de encontro, de diálogo e de reflexão coletiva, inclusive dentro da escola. Mas, por irresponsabilidades variadas, da qual não escapa a imprensa, assumiu de imediato contornos de fogueira. É assim que os cada vez mais escassos espaços de debate estão sendo interditados neste país.

 

4) O que o pinto duro tem a ver com isso?

Não é possível ignorar o tema que alimentou a fogueira. Fosse outro, talvez a leitura tivesse se mostrado mais acessível e a interpretação do texto não sofresse tanta interdição. Mas era de educação sexual que se tratava. E de um mito (ou seria tabu?) muito difícil de ser desmontado, que é o da criança assexuada. Ele aparece em todas as falas reproduzidas pelas matérias da imprensa. A ideia de uma criança sem sexualidade se confunde com a própria invenção da infância na modernidade, já que em outros períodos históricos pessoas desta faixa etária não eram vistas desta maneira.
Os principais pensadores da infância derrubam esse mito. Mas ele persiste. E aparece das mais variadas formas, muitas delas inconscientes. Se alguém observar as matérias de imprensa, por exemplo, vai descobrir frases como esta: “Homens, mulheres e crianças...”. Ou seja, as crianças não são homens e mulheres, mas seres assexuados. Eu mesma cometia esse equívoco, sem perceber o que fazia, até ser alertada por uma amiga. Passei a usar então “Adultos e crianças, homens e mulheres...”.
A ideia de que as crianças são “puras” e que uma das provas disso é que não teriam sexualidade é amplamente difundida no senso comum. E assim os pais acabam por reprimir qualquer manifestação que desminta essa crença. Para piorar, a repressão é respaldada por algumas religiões. Isso não significa que as crianças terão relações sexuais, obviamente. Seu corpo nem está preparado para isso. Mas significa que vão se tocar, descobrir o corpo, e que não há nada de errado com isso. Pelo contrário. É saudável que se descubra também o próprio corpo na idade em que tudo se descobre.
Aos pais cabe orientar e respeitar seus filhos e filhas, ajudando-os a se tornarem adultos capazes de respeitar o corpo e o desejo do outro e capazes de respeitar seu próprio corpo, fazendo do sexo uma experiência prazerosa e responsável quando o momento chegar. E é também pelo conhecimento que se conhece e se respeita o próprio corpo e o corpo do outro. A ignorância é uma grande aliada da violência que se faz consigo mesmo e com o outro.
Se é mais fácil reprimir as crianças exatamente porque são crianças e dependem para tudo dos pais, o mesmo não se pode dizer dos filhos na fase que se nomeou “adolescência”. E este talvez seja o susto de parte destes pais. Não há nenhum mistério nisso. Qualquer um, eu e você, estivemos lá (na adolescência) e nos lembramos muito bem. Estes pais também devem se lembrar que um dos principais interesses – ou talvez o principal interesse – era justamente sexo.


Assim, acusar o livro, como fez uma mãe e o vereador, por fazer “aflorar o sexo” em adolescentes de 13 anos ou mais é uma negação completa da realidade. Aos 13 anos, a maioria dos humanos quase só pensa nisso, o que não significa que vai fazer sexo com um parceiro ou parceira de imediato, passar do pensamento ao ato, da masturbação à relação sexual com outro corpo. Esta é uma decisão que cada um deverá tomar no seu tempo, com conhecimento e responsabilidade e respeito com seu corpo e com o corpo do outro, como o próprio livro tão bem sublinha.
Do mesmo modo, considerar que o desenho de um pênis ereto vai surpreender algum adolescente não faz qualquer sentido. Com permissão para uma brincadeira, porque o tema deveria ser também lúdico, o que talvez surpreenda mais um menino nesta faixa etária é o desenho do “pênis flácido”. Do mesmo modo, é comum uma menina conferir várias vezes por dia no espelho se seu peito cresceu, apalpando-o e acariciando-o, sem qualquer problema em ter prazer com isso. Assim como é natural tocar seu pênis ou sua vagina para descobrir o que lhe dá prazer e conhecer seu corpo, o que também vai ajudá-lo a ter prazer e dar prazer ao outro quando o dia chegar.
Debater este tema é responsabilidade também da escola. E os pais deveriam enxergar nela uma aliada para que seus filhos tenham de fato educação sexual não apenas em uma disciplina, mas em todas. E, assim, sentirem-se à vontade para discutir as transformações que lhe causam angústia e conhecer o seu corpo não só pela biologia, mas por todas as áreas que atravessam o tema da sexualidade. O conhecimento é o principal fator de prevenção de gravidez adolescente indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, violências sexuais e bullying. É pelo conhecimento e pelo diálogo que adolescentes poderão tomar as melhores decisões sobre a sua vida e construir, no seu tempo, uma vida sexual responsável e prazerosa.
Quem lê o livro jogado na fogueira percebe claramente o esforço das autoras para cumprir este papel. É uma pena que seus detratores não consigam – ou não queiram – enxergar que livros como este, assim como professores que ajudem os estudantes a interpretá-los e debatê-los, são justamente os que não deixam os pais sozinhos num mundo tão complicado e violento, em que os adultos têm se sentido tão desamparados para educar crianças e adolescentes. É abrindo os livros – e não fechando-os – que os pais estariam melhor acompanhados.

 

5) Onde se esconde a maldade?

Ainda que seja improvável (mas não impossível) que o livro seja formalmente banido das salas de aula, como quer uma parcela dos pais desta escola, a obra já foi “queimada” publicamente. A fogueira já foi acesa e ardeu, porque as fogueiras hoje são sem matéria (por enquanto), mas suas labaredas têm longo alcance e graves consequências.
Diante da repercussão, é possível que o Ministério da Educação, numa próxima seleção, não escolha este livro. É possível que os professores das escolas privadas prefiram pular esta obra para não se arriscar a polêmicas. E é possível que os autores de livros didáticos passem a contornar o tema da educação sexual em suas obras, para se protegerem de eventuais inquisidores. Assim como jornalistas, políticos e intelectuais já começam a evitar certos temas para se protegerem de linchamentos que atingem não só a eles, mas começam a alcançar suas famílias.
Depois da fogueira pública, o resto acontece em silêncio. E acontece (também) por causa do silêncio. É desta maneira insidiosa que a ignorância se infiltra. É por esse caminho sombrio que o medo penetra e domina. É por essa técnica que historicamente os fascismos subjugaram as mentes e os corpos e produziram seus crimes. É preciso prestar muita atenção ao que está acontecendo no Brasil.
Por décadas a escola pública foi abandonada, enquanto o ensino privado foi se tornando um negócio cada vez mais lucrativo, cada vez menos pedagógico e mais empresarial. Por décadas os professores foram desvalorizados, os prédios foram sendo depredados, a escola se afastando mais e mais da comunidade – e a comunidade se afastando mais e mais da escola. Por décadas muito poucos se perguntaram seriamente como se sentiam alunos em escolas às vezes literalmente caindo aos pedaços, sem equipamentos básicos, em salas de aula ocupadas por professores mal pagos, sobrecarregados e, em alguns casos, despreparados. Por décadas um número crescente de pais passou a se esfalfar para conseguir dinheiro para matricular os filhos numa escola particular, mesmo que ruim, e aqueles que tinham mais condições de fazer a disputa por qualidade de educação deixaram a escola pública. Permaneceu quem não pôde sair – e permaneceram os idealistas, sempre em menor número. A escola pública passou a ocupar o lugar de resto. E como resto professores e alunos foram tratados.
Nos últimos anos, um movimento com muita potência surgiu. Estudantes passaram a ocupar as escolas e, transgressão das transgressões, passaram a cuidar delas e a exigir qualidade na educação. Como restos eles não incomodavam. Como protagonistas, cidadãos, foram criminalizados como “invasores” e “vândalos”.
Mas também nos últimos anos um movimento muito mais articulado se organizou. Ele não é novo, mas ganhou uma articulação nova. E sua principal arma é justamente a deseducação que a escola no lugar de resto produziu. Sua principal arma é a ignorância e a falta de conhecimento, que geram adesão em vez de reflexão, gritos em vez de diálogo. Fogueira.
Depois da corrosão da educação pública produzida pela ditadura civil-militar (1964-1985), a resposta dos governos democráticos que vieram a seguir foi insuficiente para a urgência do problema. Houve avanços significativos em algumas gestões, como a de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva, mas muito menores do que seria necessário para uma mudança que produzisse transformação estrutural. E, como todo vazio acaba sendo ocupado, ressurgiu o velho engodo embalado em papel novo e disseminado para milhões de seguidores nas redes sociais: o problema da escola pública é “moral” – e “de doutrinação ideológica”. Percebendo o risco, era preciso ocupar. Isso fica explícito no momento em que os estudantes tomam o partido da escola pública e restauram o valor da política, mas são duramente reprimidos não só pela polícia, mas também pelas milícias de ódio em defesa do projeto nomeado “Escola Sem Partido”.
Nesta manipulação, vendida à sociedade como um projeto restaurador da ordem (mas qual ordem?), o problema não seria a escola caindo aos pedaços, os professores mal pagos, a falta de estrutura material e pedagógica, mas uma suposta “doutrinação ideológica” praticada por professores “esquerdistas”, “comunistas” e moralmente desvirtuados a serviço do mal. (Com a esquerda mal parando em pé, isso deveria ser piada, mas não é, já que uma das consequências da ignorância é sua vítima não entender piada, muito menos humor ou ironia.)
Diante do medo e do desamparo, sentimentos que crescem em qualquer crise, a resposta moral sempre cola. Assim como um inimigo forjado. E cola mais ainda quando não existe uma proposta alternativa que as pessoas possam compreender e confiar. O problema então torna-se o outro – e ele deve ser destruído. Diante de pais assustados, com todo o direito tanto de querer que seus filhos sejam bem educados como de concluir que não estão sendo, qualquer mão estendida, mesmo que seja na forma de uma resposta estapafúrdia e violenta, geradora de mais desconhecimento e ignorância, é agarrada.
E assim pais são incitados por milícias de ódio na internet a tornarem-se inquisidores. Em vez de irem à escola para dialogar, compartilhar e reivindicar, construir junto, são estimulados a apontar o dedo e a linchar. Na época da ditadura, este serviço odioso era realizado nas escolas públicas por professores cooptados pelas forças da repressão, que espionavam os colegas e faziam seus relatórios, enquanto ganhavam pontos na carreira. Hoje, o que antes acontecia nos cantos escuros é amplamente incitado nas redes. A infâmia é vendida como virtude moral.
Construir é difícil, lento e dá trabalho. Queimar é imediato. E nada mais cômodo do que poder extravasar sua frustração culpando o outro e, se possível, eliminando-o. Ou deletando-o do espaço público. A estratégia é velha, muito velha. A única novidade é a entrada da internet na equação. Mas como a história não foi bem ensinada para as gerações que aí estão, ela é vendida e comprada como nova.

 

6) O que diz a autora do capítulo atacado?

Nos últimos anos, episódios de censura ou tentativas de censura a livros didáticos e de literatura têm pipocado pelo país. Alguns casos se tornam conhecidos, outros são abafados. É raro professores, bibliotecários e autores se arriscarem a defender a obra publicamente. Em geral, temem a demissão e, mais recentemente, o linchamento pessoal. Algumas editoras costumam aconselhar seus autores a silenciar, na expectativa de que o incêndio se extinga com menos prejuízos. Na minha opinião, isso é um erro e uma omissão de responsabilidade pública. Tentativas de censura e ataques a livros e autores dizem respeito a toda sociedade e devem ser enfrentados como o que são.
O livro de Ciências para o 8o ano, da coleção Projeto Apoema, é assinado por Ana Maria Pereira, Margarida Santana e Mônica Waldhelm. O capítulo atacado foi escrito por Mônica. Ela é professora do Ensino Médio, titular de Biologia no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (CEFET/RJ). Tem 50 anos de idade e 33 de magistério. É doutora em Educação pela PUC-Rio e consultora da Unesco. Enviei a ela algumas perguntas por e-mail e ela respondeu a todas elas. A seguir, os principais pontos:
Pergunta. Como você se sentiu ao tomar conhecimento deste episódio?
Resposta. Confesso que custei a entender o motivo alegado para o abaixo-assinado feito pelo grupo de mães e pais. Ao ler e ouvir as declarações não reconhecia naquelas palavras o conteúdo do livro: Pornografia? Vulgarização do sexo? Estímulo à promiscuidade? Imagens fortes? Sabia de todo cuidado que tivemos ao produzir cada volume e constatei que havia um ruído na comunicação ou algo mais preocupante por trás desta ação. Foi um misto de surpresa, perplexidade e tristeza.
P. O livro já havia sofrido algum tipo de ataque antes?
R. Esta coleção em questão não. Recebemos um parecer muito positivo na última avaliação do MEC no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), e os livros são adotados por escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Contudo, este campo da sexualidade é tradicionalmente espinhoso. Ao longo de 20 anos como autora, visitando escolas de Norte a Sul e conversando com os colegas professores, já ouvi alguns relatos de situações delicadas. Em uma escola, embora os professores manifestassem explicitamente o desejo de utilizar nossos livros, a presença de imagens de vulvas e pênis foi motivo de controvérsia por parte da coordenação pedagógica. Também soubemos de uma escola na qual uma professora de Ciências venceu a resistência da coordenadora e adotou a coleção, mas depois teve problemas com a mãe de uma aluna. Esta mãe simplesmente grampeou as páginas do livro que continham figuras de vulvas, pênis, camisinha e similares. Mas foram casos isolados e resolvidos com conversa e mediação.
P. Você escreveu a parte relativa à educação sexual. Quais são os cuidados que toma nas suas escolhas?
R. Como docente – e até quando fui aluna – sempre me incomodou a maneira como o corpo historicamente é apresentado e, deste modo, estudado nos livros didáticos de Ciências. O tema sexualidade humana quase sempre é abordado nos capítulos finais dos livros, onde o professor em geral nunca chega durante o ano letivo – e de modo reduzido ao aspecto da reprodução. As figuras aparecem quase sempre na forma de esquemas em cortes transversais ou longitudinais. Com seu corpo ainda desengonçado e com acne, o adolescente se depara, nos livros didáticos, com figuras e modelos “perfeitos”, bem torneados e com dentes corretos e, então, não se reconhece como tal. Também acho difícil um aluno da Educação Básica reconhecer-se nas estranhas figuras assexuadas. Ainda hoje, em muitos livros, pênis e vulvas/vaginas, em geral, só aparecem em cortes "estratégicos", expondo apenas sua anatomia interna. Além disso, com imagens humanas idealizadas e retocadas no computador, os livros acabam por reforçar o que faz a produção mídiatica predominante, que hipervaloriza a aparência física e acaba por determinar padrões estéticos. Estes “padrões” são buscados febrilmente por jovens nas academias de ginástica e no uso de anabolizantes. Também se refletem nos consultórios médicos, onde vão em busca de "reparos", assim como no avanço de distúrbios como bulimia e anorexia.
P. Esta foi a razão para a sua investigação no mestrado?
R. Este incômodo com certeza motivou minha pesquisa no mestrado em Educação realizada na Universidade Federal Fluminense (1998), na qual investiguei a produção sociopolítica do corpo nos livros didáticos de Ciências editados nas décadas de 1960 e 1990. Ao ser convidada logo depois para escrever livros didáticos, tive a oportunidade de propor um material que modificasse, ainda que em parte, este cenário preocupante. Hoje é consenso no meio educacional que o currículo escolar não pode estar desvinculado da realidade dos alunos, tendo em vista que uma das funções da escola é a preparação para a vida cidadã. No contexto desta discussão, entendo que as questões relativas ao corpo, gênero, sexualidade e papeis sociais devem ser trazidas para sala de aula, dado o impacto que provocam na vida dos alunos. Muitas vezes, porém, as angústias e tabus acerca da sexualidade estão baseadas no desconhecimento da anatomia e da fisiologia do próprio corpo. Daí a importância de criar condições para que os professores possam conversar com os alunos, levando-os a expressar suas crenças e seus mitos em relação ao corpo e à sexualidade como ponto de partida para o estudo dos aspectos biológicos do sexo. No volume didático alvo da polêmica, num total de seis unidades, optamos por abordar a sexualidade na terceira unidade. Queríamos evitar que este tema fosse relegado a segundo plano caso ficasse no fim do livro. O texto escrito por mim foi objeto de cuidadosa análise também das outras autoras e da equipe da editora, pois não queríamos correr o risco de produzir nem reforçar subjetividades hegemônicas que levassem a preconceitos e discriminação por gênero, etnia, orientação sexual etc. Em diversos momentos, na versão para o professor, colocamos “bilhetes” sinalizando para a importância de debater determinados tópicos e atentar para atitudes preconceituosas. Ao abordar as características anatômicas femininas e masculinas incluímos também representações de corpos inteiros e com as estruturas externas visíveis. Cuidamos para não reforçar a “pedagogia do terror”, associando sexualidade somente à doença ou à gravidez indesejada. Destacamos a importância do cuidado com o corpo, associando-o à promoção da saúde e à vivência prazerosa e responsável da sexualidade.
P. Como você insere esse episódio no contexto mais amplo do país?
R. Não há como negar que uma onda conservadora vem assolando nosso país. E isto tem provocado repercussão e embates travados tanto no campo das ideias quanto das ações e até das políticas públicas. No campo educacional não é diferente. Tentativas de censura e cerceamento de práticas docentes e uso de materiais didáticos têm sido recorrentes e até apoiadas por representantes políticos que se dizem “defensores da moral e bons costumes” das famílias brasileiras. A retirada dos termos “gênero e orientação sexual” da última versão do texto da Base Nacional Comum Curricular entregue ao Conselho Nacional de Educação não será inócua. Embora o MEC insista que as escolas terão autonomia para construir seus currículos, a não explicitação do termo esvazia sua legitimidade e importância. Currículo é um território de poder e de embates. Esta omissão no documento norteador deixa autores de livros didáticos e docentes sem respaldo legal para abordar o tema. E pode simplesmente impedir a discussão sobre diversidade sexual, estereótipos de gênero e atitudes homofóbicas nas escolas. Iniciativas como a tentativa de censura ao nosso livro de Ciências, a livros de Geografia que incluem famílias homoafetivas, a periódica conclamação em redes sociais a famílias para que induzam seus filhos a filmarem episódios de “doutrinação” nas escolas, assim como um vereador querendo “fiscalizar” as aulas e vários projetos de lei em andamento são elementos de um cenário que causa extrema preocupação com a liberdade de expressão dos educadores em geral. A propagada neutralidade religiosa, sexual e política não tem nada de neutra. Reflete as visões e crenças de um grupo conservador na sociedade.
P. Como você interpreta a manifestação destes pais? O que, afinal, eles temem, a ponto de querer proibir o livro?
R. Acho que há vários aspectos envolvidos. Um deles é o que envolve o desejo e a crença de controle total sobre os filhos (incluindo seus corpos, sexualidade, formas de pensar e ver o mundo). E sei que este desejo não é mal intencionado. Um outro se refere ao fato de cada pai e mãe como pessoa ter seu conjunto de crenças e referências culturais influenciado por experiências pessoais, familiares, religiosas e outras. E embora a escola pública seja para todos, alguns pretendem impor sua forma de ver o mundo como verdade absoluta. Então o racista não quer ver o racismo discutido, o homofóbico não quer que se aborde gênero e preconceito, o misógino acha desnecessário falar sobre feminismo e por aí vai. Paradoxalmente, constato que enquanto em várias escolas e livros de Ciências a questão da sexualidade é ignorada ou abordada superficialmente, no dia-a-dia é crescente a erotização da infância e da adolescência. A realidade é bem diferente do que muitos pais querem admitir. Adolescentes procuram informações onde podem. E a escola pode trazer esta informação de modo adequado. Sabemos que não basta informar, é preciso debater, problematizar, levá-los a refletir, a construir projetos de vida. Enquanto os pais acham que seus filhos com 13-15 anos ainda não devem discutir sexualidade e ver imagens de pênis, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima para a vacinação contra HPV para 9 anos para garantir imunização antes do início da vida sexual. Soma-se a isso o alarmante número de grávidas adolescentes, o crescimento do HIV entre jovens, o suicídio e homicídio de jovens homossexuais...
P. E como você avalia a relação entre escola e comunidade?
R. Ainda existe falta de diálogo entre muitas escolas e as famílias dos alunos. Uma maior aproximação, buscando esclarecer a proposta pedagógica, a realização de projetos envolvendo a comunidade e trabalhos intersetoriais (com o posto de saúde local, por exemplo) são estratégias que reforçam a parceria e trazem sinergia ao processo educativo. Nosso livro propõe várias atividades envolvendo a comunidade por reconhecer a importância desta interação. A sexualidade envolve pessoas e, consequentemente, sentimentos, que precisam ser percebidos e respeitados. Envolve também crenças e valores, assim como ocorre em um determinado contexto sociocultural e histórico, o que tem papel determinante nos comportamentos. Nada disso pode ser ignorado quando se debate a sexualidade com os jovens. O papel de problematizador e orientador do debate, que cabe ao educador, é essencial para que os adolescentes aprendam a refletir e a tomar decisões coerentes com seus valores, no que diz respeito à sua própria sexualidade, ao outro e ao coletivo, conscientes de sua inserção em uma sociedade que incorpora a diversidade. Consideramos que silenciar – nos discursos e práticas – no âmbito das questões relativas à sexualidade humana tem implicações gravíssimas na formação de nossas crianças e jovens.
P. Como você nomearia o que está acontecendo? E como um professor pode enfrentar essa conjuntura?
R. Como autora, professora, mãe e cidadã, reforço e valorizo a necessidade de um movimento de resistência organizado e coletivo – e portanto com mais impacto e eficiência – por parte dos educadores, frente às recentes e sistemáticas ações que buscam tirar a autonomia docente e isolar a sala de aula e a escola da vida real, alijando os alunos do debate acerca de questões contemporâneas cada vez mais relevantes. A busca por uma sociedade pautada na solidariedade, na alteridade, na justiça social, no respeito e na convivência pacífica passa pelo reconhecimento da diversidade como positiva. Questionar as muitas formas de preconceito e de exclusão social é papel de uma escola que pretende ajudar a construir um Brasil menos sexista, menos racista e menos homofóbico – e isso deve começar na Educação Infantil.

 

7) Por que a ONU se manifestou?

Apenas nas últimas semanas, vários golpes articulados acentuaram a crise educacional e ética do país. E colaboraram para aumentar a violência e ampliar a ignorância no âmbito da escola pública. Tanto que, em 13 de abril, a ONU fez um comunicado manifestando sua preocupação com ameaças ao direito à educação e à liberdade de expressão no Brasil e pedindo que o governo brasileiro se manifeste em 60 dias.
No documento, os relatores das Nações Unidas apontam o projeto “Escola Sem Partido” e as “visitas-surpresa” a escolas municipais feitas pelo vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) como motivos de apreensão. O vereador entrou nas escolas para “analisar se há doutrinação no conteúdo que está sendo dado nas salas de aula”. No vídeo divulgado por ele se anuncia: “Escola Sem Partido. Holiday faz visitas supresas em escolas de SP e quer que você denuncie casos de doutrinação”.
Segundo a Folha de S. Paulo, o episódio provocado pelo vereador quase causou a demissão do secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider. O secretário, respeitado na área educacional, repudiou com veemência a tentativa de intimidação dos professores, citando a Constituição. Em seguida, foi vítima de uma campanha de desqualificação promovida por grupos articulados na internet. Segundo o jornal, o secretário não teria se sentido apoiado pelo prefeito João Doria (PSDB). O prefeito pode ter preferido manter o apoio das milícias de ódio na internet, que o inflam nas redes como o grande “gestor”.
No comunicado, os relatores da ONU afirmam que, se os projetos de lei baseados no Escola Sem Partido forem aprovados, isso pode significar restrição indevida ao direito de liberdade de expressão de alunos e professores no Brasil, com impacto no ensino do país em diversos temas. Alertam ainda que o Escola Sem Partido pode representar “censura significativa” e restringir o direito do aluno a receber informação.
O documento manifesta ainda a preocupação com o impacto destas ideias sobre as políticas públicas, como a retirada da expressão “orientação sexual” da Base Nacional Comum Curricular do país, que define as competências e os objetivos do aprendizado dos estudantes em cada etapa da vida escolar. Os relatores afirmam também que a mudança contraria a recomendação da ONU para que o país reforce os programas de combate à homofobia.
Escola Sem Partido é um projeto idealizado pelo advogado Miguel Nagib em 2004, nos últimos anos adotado como bandeira pelas milícias de ódio na internet e por algumas das vozes mais atrasadas do Legislativo. A escolha do nome é esperta. Ela sugere uma finalidade legítima: a de impedir que professores façam proselitismo político-partidário em sala de aula ou o que tem sido difundido como “doutrinação ideológica”. Na prática, o Escola Sem Partido propõe exatamente o que afirma combater: doutrinação ideológica e proselitismo. Mas para isso é preciso capacidade de interpretar texto e de “ler” a realidade, justamente o que a Escola deveria promover, mas tem fracassado por todos os motivos conhecidos.
O nome do projeto, que já era esperto quando foi concebido, tornou-se ainda mais eficiente num momento em que os principais partidos políticos do país estão atolados na lama exposta pela Operação Lava Jato e parte da classe política virou caso de polícia. Assim, em vez do “político”, estes grupos lançam a figura do “gestor”, aquele que supostamente está “limpo” porque não foi enlameado pela política, reduzida por eles a palavrão.
Se há dificuldade de interpretar textos, como esperar que exista interpretação de subtextos e de entrelinhas? Quantos vão perceber que negar a política, uma das criações mais potentes do pensamento humano, responsável por alguns dos maiores avanços da humanidade, é um ato político? E que se autodenominar “gestor” é uma esperteza política de um político esperto?
De novo estamos de volta à tragédia da educação. E agora ela ecoa para muito além dos muros das escolas. A ignorância não é apenas uma tragédia, mas um instrumento. E, no Brasil, este instrumento nunca foi usado de forma tão articulada como hoje.

 

8) Quem silencia?

Como a história ensina, para quem teve a chance de aprender, a opressão se instala devagar. É um acontecimento aqui, outro lá, aparentemente sem conexão. E assim ela vai se infiltrando primeiro nas franjas do cotidiano, nas periferias dos debates. E depois vai avançando para a área central até tornar-se o próprio centro. A cada novo linchamento, a cada nova fogueira, e elas são ateadas pela direita, mas também pela esquerda, muitos têm se calado. Há gente demais se esquecendo de sua responsabilidade pública e soprando as brasas para longe de si. Muitos que têm espaço para falar e ressonância para ser escutado têm silenciado, na esperança de que a vítima mais recente da inquisição promovida nas redes sociais e em certa mídia se incinere sozinho na fogueira da sua reputação e que nenhuma brasa caia no seu quintal. Lamento dizer, mas vai cair. E aí, talvez, seja tarde demais para reagir.

Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum/ Facebook: @brumelianebrum





terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cruzada contra los pantalones caídos

Fonte da imagem: AQUI.

El Ayuntamiento de Albany (EE.UU.) sanciona con multas de hasta 200 dólares a quienes muestren su ropa interior por no llevar el pantalón a la altura adecuada 

La Vanguardia

Si todavía hubiera que demostrar la existencia de la ley de la gravedad, la evolución de la moda masculina a la hora de ponerse los pantalones sería un ejemplo: desde la excesiva altura de cintura que mostraba Cary Grant en Con la muerte en los talones a la languidez con la que se visten de cintura para abajo los hijos de la cultura gangsta va un trecho tan amplio como el recorrido por la manzana de Newton.

Pero en Albany (Georgia, EE.UU.) no entienden de moda ni de física. Según el Albany Herald, el consistorio de la ciudad, de 77.000 habitantes, acaba de dictar una norma municipal que considera que mostrar la ropa interior por encima de los pantalones –o lo que es lo mismo: llevar los pantalones más cerca de la parte inferior de las nalgas que de la cintura- es considerado un “exhibicionismo indecente”. Y es sancionado como tal.

Las multas son inversamente proporcionales a la caída de los pantalones en la moda de los últimos 50 años. Una primera infracción está sancionada con el pago de 25 dólares. A la segunda, la cosa se pone seria: la reincidencia está castigada con una multa de 200 dólares. Y para quien pueda permitirse pagar la multa y seguir pecando, el consistorio se reserva la potestad de imponer 40 horas de servicios comunitarios al infractor.

¿Y quién gana en esta polémica? ¿La moda, la sociedad, la política, las buenas costumbres? Por el momento, las arcas municipales. Desde el establecimiento de la medida han recaudado 4.000 dólares y esperan recaudar otros 1.500 en lo que queda de año.

Visto lo visto en Albany, y dada la tenacidad del consistorio, sólo falta saber cuánto tiempo falta para que a algún ciudadano se le encienda una lucecita y abra una tienda de cinturones para sacar beneficio de esta polémica. A 200 euros la reincidencia, es para pensárselo dos veces.

AS BRUXAS DA SUÍÇA

Quandos as bruxas eram torturadas e queimadas

Por Olivier Grivat, swissinfo.ch

Cinco mil pessoas foram julgadas por bruxaria na Suíça até 1782. Dois terços delas morreram na fogueira após confessar sob tortura um pacto com o Diabo.

Esse é o tema de uma exposição do Castelo de Chillon, a conhecida atração turística do país às margens do lago Léman.

Um nariz adunco sob um chapéu pontudo, sentada em cima de um cabo de vassoura. É assim que a imagem popular retratava as bruxas na Idade Média. Elas chegariam ao número de 100 mil em toda a Europa, homens e mulheres, mesmo se estas últimas formassem a grande maioria dos suspeitos (70%). Através da figura de Eva, mulheres são vistas como grandes pecadoras, fonte de todas as doenças...

Além da caricatura, que banaliza o drama dessas vítimas da ignorância e do sadismo dos juízes, tanto os laicos como os religiosos, católicos ou protestantes, a acusação poderia cair sobre quaisquer pessoas como explicam os organizadores da exposição intitulada "A caça às bruxas no Pays de Vaud" (a região localizada a oeste do país).

Interatividade  

Na saída da exposição os organizadores colocaram um espelho, onde o visitante pode se imaginar sendo queimado vivo em cima de uma fogueira, após ter passado pelo suplício do polé (n.r.: instrumento de tortura que consistia em suspender o supliciado pelas mãos, por cordas, prender pesos de ferro em seus pés e deixá-lo cair abruptamente), o método de tortura mais utilizado no século 15.

A vítima da qual tenta-se obter a confissão "espontânea" é suspensa pelas mãos, os braços amarrados atrás das costas e os pés atados a pesos que aumentam segundo o decorrer do interrogatório: 25 quilos, 50 quilos, 75 quilos. É permitido repetir cada nível de torturas por três vezes até que o acusado decida confessar, quebrado pela dor graças à desarticulação dos membros ou à fratura da clavícula ou das omoplatas.

Após cada sessão, o acusado é levado à sala do processo e deve repetir sua confissão. Se ele se contradiz, é levado ao seu carrasco: "Isso podia acontecer a qualquer pessoa e de qualquer idade. Eles deviam confessar os nomes dos cúmplices que também teriam firmado um pacto com o Diabo, participado de uma missa negra ou comido crianças", comenta Marta dos Santos, diretora-adjunta do Castelo de Chillon.

O número de novos candidatos à confissão sob tortura era sem fim. Mesmo meninas com idades entre 9 e 12 anos não eram poupadas. A "questão" permitia "liberar" a acusada das empreitadas do demônio, como justificou durante muito tempo a Igreja Católica. A partir de 1252, Roma reconheceu a prática como um meio legal de obter as confissões: o acusado jurava dizer a verdade e suas confissões eram, portanto, consideradas verídicas. A Reforma Protestante não acabou com os processos contra a bruxaria, mas foram os juízes laicos que adotaram o sistema inquisitorial.

A "marca do Diabo"

A partir do século 16, uma novidade foi introduzida: além das confissões, os juízes procuravam a "marca do Diabo" nos corpos dos suspeitos e, mais frequentemente, da suspeita. Ela ocorria no início do processo como uma etapa preliminar à tortura.

Sem roupas, geralmente raspada em todo o corpo, o(a) acusado(a) era entregue a um especialista (carrasco, cirurgião, barbeiro ou parteira) encarregada de "sondar" ao picar com uma longa agulha as diferentes partes de seu corpo, frequentemente as mais íntimas, como relatam as gravuras de época.

A marca diabólica poderia ser uma mancha de vinho, uma simples pinta na pele, uma verruga, uma protuberância na pele, uma particularidade física ou ser até mesmo algo praticamente invisível: "Na falta de dor ou escoamento de sangue, os especialistas concluíam a existência de uma ou várias marcas de origem diabólica", revela Martine Ostorero, comissária da exposição.

Segundo seus estudos, essas práticas humilhantes começaram a ser frequentes a partir de 1534, inicialmente no Pays de Vaud e em Genebra, regiões que tinham passado há pouco pela Reforma Protestante, assim como na Savóia e no Franco-Condado vizinhos. Os autos revelam: em 1651, Jeanne Tissot, da comuna de Isle, foi "visitada" para ver se ela havia sido marcada pelo Diabo. A marca foi encontrada sobre o braço esquerdo depois de ter sido "bem testada e analisada". A procura da marca do Diabo conduziu ao desenvolvimento de todo um arsenal de instrumentos, passando por agulhas para perfurar, pinças e até lâminas de barbear.

Os historiadores consideram que os anos que conheceram importantes picos de repressão correspondiam, frequentemente, aos períodos de crises econômicas, epidemias, fomes ou guerras. Dessa forma, em 1599, ano durante o qual 74 pessoas foram condenadas ao carrasco no Pays de Vaud, foi um ano de peste.

Por vezes as bruxas eram acusadas de ter espalhado a peste durante a noite, ao passar nas portas gordura dada por Satanás. Em 1613, Lausanne criou uma patrulha adicional de dois homens para remover o perigo causado pelos "meliantes que passam gordura à noite".

Será necessário esperar até a República Helvética de 1798 para acabar com a prática. A última bruxa da Suíça, a empregada doméstica Anna Göldi, foi decapitada em 1782. Um processo de reabilitação foi aberto pelo cantão de Glarus, que terminou a inocentando em 2008. Já era tempo.

Olivier Grivat, swissinfo.ch
Adaptação: Alexander Thoele

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Arizona lanza su sitio xenofobia.com


El proyecto pretende recaudar 50 millones de dólares para una faena de la que se ocuparán reclusos de prisiones estatales. Alrededor del 41 por ciento son de origen hispano como los mexicanos y centroamericanos que se pretende filtrar.

Por Gustavo Veiga, para Página/12

 
Captura de imagen de la página web para las donaciones libres de impuestos.
 
El estado de Arizona tiene una extensión geográfica comparable a la de Italia (es apenas más pequeño), pero su política es tributaria de la Sudáfrica del Apartheid y las peores tradiciones xenófobas. Su gobernadora Jan Brewer acaba de lanzar un sitio en Internet (www.buildtheborderfence.com) para recibir donaciones que permitan levantar un muro antiinmigrantes. El proyecto, una iniciativa de su aliado, el senador republicano Steve Smith, pretende recaudar 50 millones de dólares para una faena de la que se ocuparán reclusos de prisiones estatales. Alrededor del 41 por ciento son de origen hispano, como los mexicanos y centroamericanos que se pretende filtrar. A cada preso se le pagaría 50 centavos de dólar la hora. Esta mano de obra barata deberá construir un paredón de hormigón coronado con alambre de púas a lo largo de 131 kilómetros. El propósito de tapiar la frontera encierra también una paradoja de la historia. De los 2.263.866 kilómetros cuadrados que Estados Unidos le arrebató a México en el siglo XIX mediante sucesivas invasiones, Arizona constituye algo más del 10 por ciento. En esa época, la corriente, migratoria era al revés: del norte al sur. También la forma de atravesar los territorios. Los colonos de antaño tomaron a tiros lo que hoy son Texas, California, Nuevo México, Nevada, Utah y Colorado. Los migrantes de hoy apenas viajan con lo puesto hacia lo que creen es la tierra prometida.

La página de la gobernación de Arizona interroga al visitante: ¿Acaso esto es una frontera segura? La fotografía de fondo sobre la que se escribió la pregunta muestra una fila de pilotes sobre un terreno arenoso. Parece un páramo. No hay nadie a la vista. Ni integrantes de la Guardia Nacional estadounidense, ni los disueltos Minuteman (grupos civiles antiinmigrantes), ni los cuerpos macilentos de quienes se lanzan a cruzar esa especie de Línea Maginot desde Sonora. La imagen intenta meter miedo. Y cautivar donantes para el emprendimiento que entusiasma a Smith, su mentor: “Estado por estado, la gente está respondiendo, porque no es sólo un problema de Arizona. Está viendo el efecto de los inmigrantes ilegales en su propio estado también”.

Con la zanahoria de que los aportantes podrán deducir su donativo del pago de impuestos, la página “Construir el muro en la frontera” invita a levantarlo de dos maneras: mediante transferencias on line o el pago con cheques a la orden de la gobernación. Los montos sugeridos van desde los cinco dólares –lo mínimo permitido– a los mil y se pueden depositar o pagar mediante tarjetas MasterCard, American Express o Discover Card a la orden de The border Security Trust Fund.

“Hemos recibido una avalancha de respuestas positivas al plan”, se ufanó Smith, quien promete certificados con la inscripción “I helped build the Arizona wall” (Yo ayudé a construir el muro de Arizona) para los que acompañen con su dinero la iniciativa de blindar la frontera. “Si podemos recaudar 50 millones, será un comienzo fabuloso”, dijo el senador.

Brewer y su socio republicano se quejan porque (argumentan) desde México llegan narcotraficantes, terroristas e inmigrantes indocumentados como si todos pertenecieran a la misma especie de indeseables. En la web que ya recauda fondos para el muro, y donde dice “Tu ayuda es necesaria”, Smith escribió: “Uno de los problemas más graves que tiene hoy América (¿?) es la falta de seguridad y control a lo largo del país y, en especial, en el límite con México. Esta falla permitió la invasión de carteles de la droga, pandillas violentas, una cantidad aproximada de 20 millones de inmigrantes ilegales y hasta terroristas”.

La página informa con el afán de captar donaciones que “el cerco construido en Yuma, Arizona, logró frustrar el 93 por ciento del cruce ilegal de personas en esa área. ¡Esto prueba que los cercos sirven! Ha habido alrededor de 35.000 muertes y asesinatos a lo largo del límite con México desde el año 2006. De acuerdo con una investigación del Comité de Seguridad Local, oficiales de inteligencia han descubierto que miembros del grupo terrorista Hezbolá se introdujeron en el país a través del límite sur. Los agentes de la patrulla limítrofe han recolectado trozos de tela militar en la zona, uno de ellos, con la palabra “mártir” escrita en árabe y otro con la figura de un avión militar”.

El senador también se queja de la máxima autoridad de Estados Unidos. “A pesar del discurso que dio el presidente Barack Obama el 10 de mayo de 2011 sobre que ‘el cerco está básicamente construido en su totalidad’, eso no es cierto”. Y cierra con un pedido: “Su donación es enteramente necesitada y apreciada. Gracias y que Dios continúe bendiciendo a los Estados Unidos de América”.

Juntos, Brewer y Smith ya habían promovido la ley SB-1070 que autoriza a la policía de Arizona a detener a cualquier persona sospechada de no tener los papeles en regla y a exigirles a los residentes legales la documentación que los avale. La norma fue suspendida por una jueza federal, pero eso no le impidió al temido y mediático sheriff Joe Arpaio, del condado de Maricopa, mantener en una improvisada prisión, montada con carpas en pleno desierto, a unos 1400 detenidos.

La mayoría son inmigrantes que cayeron en sus manos por cruzar la frontera sin papeles o que, teniéndolos, cometen contravenciones como conducir alcoholizados. En los primeros días de este mes, un informe periodístico de Univisión –el conglomerado de medios de habla hispana más grande de EE.UU.– señaló que en la cárcel de Tent City “el termómetro indicó lo que los presos ya podían sentir: un calor extremo de 62 grados...” Una fotografía que completaba la cobertura muestra a Arpaio utilizando un aparato para medir la temperatura en ese infierno.

Insensible a las condiciones de detención, el sheriff se preguntó: “¿Qué voy a hacer? ¿Sacarlos de la prisión porque hace demasiado calor? Hay personas trabajando en este calor, pero nadie siente pena por ellos”. El policía que no hubiera desentonado en las SS hitlerianas es la cara más conocida del sistema represivo de Arizona. Acusado en abril pasado por malversación de fondos, Arpaio tuvo en su prisión del desierto a un recluso muy famoso: Mike Tyson. Los detenidos de su feudo carcelario en Tent City, además de otras humillaciones, son obligados a vestir ropa interior rosa. El sheriff lanzó un nuevo modelo de prendas de ese color con la inscripción en español ¡Vamos José! Son calzoncillos que creó hace 17 años, se venden por 15 dólares y que también se comercializan con el texto en inglés: “Go Joe”.

domingo, 19 de junho de 2011

Cão recebe pena de lapidação

le pretre, le-rabin et liman

Jerusalém - Um Tribunal Rabínico de Jerusalém condenou à morte por apedrejamento um cão vira-lata acusado de ser a reencarnação de um advogado já falecido amaldiçoado por insultar juízes religiosos há 20 anos. O advogado foi condenado pelo mesmo tribunal a reencarnar como cachorro e teria retornado (já como cão) para se vingar.  

CP

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Código florestal outorga impunidade a desmatadores


O jornal espanhol El País traz nesta quinta-feira uma reportagem sobre a mudança do código florestal aprovada na Câmara dos Deputados na terça-feira à noite, com o título "Brasil outorga a impunidade aos desmatadores da Amazônia".

A reportagem, que adota um ponto de vista crítico à aprovação, ressalta que a medida é mais uma "vitória do setor rural sobre o ambiental" dentro da lógica política do país.

"Mais uma vez fica claro quem manda no Brasil quando os interesses dos latifundiários estão em jogo", escreve o correspondente do jornal no Rio.

"O todo poderoso setor agropecuário brasileiro mantém sob controle a Câmara dos Deputados através de uma densa rede de apoio nos partidos majoritários, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT), do governo. Mais do que nunca ficou claro o poder de pressão que o campo brasileiro continua tendo nos despachos de Brasília", ele afirma.

Para o correspondente do jornal, "as imagens do Congresso após a polêmica votação eram inquietantes: dezenas de deputados se abraçando eufóricos e fazendo o sinal de vitória".

"Na mesma manhã, o Brasil se despertava com a notícia do assassinato, a tiros, do líder ambientalista João Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, ambos os ativistas mortos pela preservação do Amazonas. Da Silva havia denunciado que sofria ameaças de morte por parte de madeireiros e pecuaristas do Pará, onde vivia. Os mesmos que provavelmente brindaram à aprovação do novo código."

Jornais criticam

O relato do jornal espanhol ilustra o tom crítico adotado na maioria dos artigos veiculados na imprensa europeia e americana sobre o assunto.

Na Grã-Bretanha, o jornal The Independent titulou: "Corte e queima: Brasil rasga a lei que protege as suas florestas".

O periódico britânico dedica ao tema uma dobra de página e uma fotomontagem com imagens e gráficos, indicando que "a Amazônia segue ameaçada".

Como outras publicações, o Independent se debruça sobre os efeitos de uma possível concessão de anistia aos fazendeiros que, no passado, desmataram suas terras em maior escala que o permitido pela legislação.

A reportagem cita o renomado ambientalista Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), ouvido pela agência Associated Press.

"A proposta de anistia dá continuidade a uma longa tradição brasileira, de legalizar o ilegal. As pessoas acham que podem desmatar ilegalmente porque mais cedo ou mais tarde serão perdoadas", diz Fearnside.

A mesma declaração é reproduzida também no espanhol ABC, para quem os deputados "ignoraram as pressões dos ecologistas e passaram como um trator sobre a opinião pública".

A reportagem do diário de Sevilha descreve o código como "a gênese de um gigantesco desastre ambiental", atribuindo a avaliação aos ambientalistas.

Desdobramentos econômicos

O tema também mereceu espaço em dois dos principais jornais econômicos da imprensa estrangeira, o americano Wall Street Journal e o britânico Financial Times.

O diário nova-iorquino comenta que a mudança da lei é "uma vitória para os grandes produtores e pecuaristas do Brasil".

"A presidente brasileira, Dilma Rousseff, adotou uma plataforma pró-desenvolvimento e geralmente se alia com os produtores ao invés dos ambientalistas. Porém, membros de seu governo dizem que a legislação, aprovada na forma atual, vai muito longe", observa o WSJ.

Já o FT ressaltou que a "legislação ambiental alimenta temores pela Amazônia".

O diário ventilou a visão dos ambientalistas de que as mudanças no Código Florestal podem ameaçar as exportações agropecuárias do país.

"Sob o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as autoridades conseguiram reduzir o ritmo de destruição da Amazônia através do monitoramento via satélite", escreve o jornal.

"Os ambientalistas argumentam que a implementação mais rigorosa da lei beneficiou os exportadores dos principais produtos brasileiros, incluindo soja e carne, que podiam alegar com credibilidade que não estavam produzindo em áreas desmatadas ilegalmente."

BBC

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

FRASES

Anta, também conhecida como Tapir
"Tenho medo de tentar encontrar onde está passando um filme e descobrir que sou um membro da Al Qaeda".

Atriz Winona Ryder, norte-americana, em entrevista ao programa "Late Night with Jimmy Fallon".

Leia mais AQUI.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

DADEUS ATACA NOVAMENTE

Composite rotting head of a monk representing an allegory of iconoclasm; the head emerges from a rocky outcropping, infested with little figures who swarm over it; a diabolical mass is being conducted inside the gaping mouth, and on the pate sits a figure of the pope enthroned beneath a canopy with indulgences pinned up on the staves; various rituals and processions take place and are labelled with letters; in the foreground Protestant iconoclasts are clearing up bits of altarpieces, religious sculptures, sundry vanities and other church paraphernalia and tipping them into a fire.
1560-1570 Attributed to Marcus Gheeraerts I

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR.

O arcebispo dom Dadeus Grings entrou ontem na polêmica do fechamento da capela do Hospital das clinicas de Porto Alegre.

A partir de julho, o espaço dará lugar a um ambiente laico, sem imagens sacras ou que façam referências a qualquer religião.

– Vai ter briga – ameaçou.

Se você não tem nada mais útil para fazer, leia mais disso AQUI.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cardeal diz que homossexuais 'não vão para o céu'

Javier Lozano Barragán:

O cardeal mexicano Javier Lozano Barragán causou polêmica nesta quarta-feira ao afirmar que homossexuais e transexuais não vão para o céu.

"Transexuais e homossexuais não entrarão no Reino dos Céus", disse o religioso em declarações publicadas no site católico conservador Pontifex.roma. "E não sou eu que digo, mas São Paulo."

Questionado sobre se a opinião também vale para uma pessoa que nasce homossexual, o cardeal disse que "não se nasce homossexual".

"Por várias razões, por razões de educação, por não haver desenvolvido sua própria identidade na adolescência. Talvez não sejam culpados, mas agindo contra a dignidade do corpo, certamente não entrarão no Reino dos Céus", disse.

"Tudo que consiste em ir contra a natureza e contra a dignidade do corpo ofende a Deus."

Diversas organizações de defesa dos homossexuais na Itália criticaram as declarações do religioso mexicano.

Lozano Barragán é presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde.

O Vaticano se distanciou dos comentários do cardeal.

BBC

Comentário do BLOG: E os religiosos que abusam de crianças, vão para o céu?