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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
HUMANIDADE: UMA VISÃO OTIMISTA?
"Na medida em que envelheci, comecei a odiar a humanidade. Portanto, se eu tivesse um poder absoluto, deixaria que ela continuasse em seu caminho de autodestruição. Ela seria destruída e eu ficaria mais feliz. Pessoas como eu são intelectuais: nós fazemos o nosso trabalho, escrevemos artigos, temos maneiras de protestar, mas não podemos mudar o mundo. Tudo o que podemos fazer é apoiar a política de empatia".
Umberto Eco, escritor, linguista e filósofo, faleceu no dia 19 de Fevereiro de 2016, aos 84 anos; na cidade de Milão, na Itália.
sábado, 13 de novembro de 2010
SOJA LIVRE
Programa incentiva soja convencional
A preocupação de sojicultores com a redução da oferta de sementes não-transgênicas levou a Embrapa, em parceria com a Abrange e Aprosoja, a lançar o programa Soja Livre, na última semana, em Brasília. A iniciativa prevê aporte de R$ 1 milhão até maio de 2011 para pesquisas em variedades tradicionais da oleaginosa, dias de campo e divulgação de resultados. A ação inicialmente terá como foco o Mato Grosso. "O programa deve ir para outros estados no ano que vem", ressaltou o coordenador do Soja Livre, Ivan Paghi. Segundo ele, Piauí, Bahia, Goiás e Tocantins demonstraram interesse em participar, e os produtores gaúchos terão que fazer o mesmo caso queiram ser beneficiados pela ação. "A soja convencional é mais rentável, produz de cinco a sete sacas a mais por hectare e é mais barata que a transgênica", aponta.Fonte: Correio do Povo
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Compra de orgânicos: Ir ao SUPERMERCADO é fazer POLÍTICA
Brotos de Girassol:

Do Blog AGROTÓXICOS , TRANSGÊNICOS E OUTROS CONTAMINANTES
por Samantha Buglione(*)
Um ato político é aquele que visa um fim, e mesmo quando não sabemos disso ou de explicita vontade não estamos preocupados com isso, nosso ato pode ser político. Falar que o supermercado é político é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de duas conseqüências do conhecimento: liberdade e responsabilidade.
Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais.
O artigo Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais, publicado no Jornal de Medicina Alternativa, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do Environmental Group, atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.
Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.
Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exporta a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos.
A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos. Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consomem quatro vezes mais água.
Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.
Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo. Nem o peitinho de frango se salva.
Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipo de produção de alimentos queremos e que tipo de empregos queremos financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.
(*)Samantha Buglione é Jurista e professora
e-mail: buglione@antigona.org.br
Obrigado Herlon.

Do Blog AGROTÓXICOS , TRANSGÊNICOS E OUTROS CONTAMINANTES
por Samantha Buglione(*)
Um ato político é aquele que visa um fim, e mesmo quando não sabemos disso ou de explicita vontade não estamos preocupados com isso, nosso ato pode ser político. Falar que o supermercado é político é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de duas conseqüências do conhecimento: liberdade e responsabilidade.
Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais.
O artigo Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais, publicado no Jornal de Medicina Alternativa, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do Environmental Group, atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.
Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.
Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exporta a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos.
A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos. Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consomem quatro vezes mais água.
Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.
Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo. Nem o peitinho de frango se salva.
Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipo de produção de alimentos queremos e que tipo de empregos queremos financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.
(*)Samantha Buglione é Jurista e professora
e-mail: buglione@antigona.org.br
Obrigado Herlon.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
ONGs suíças defendem comércio agrícola regional
Produtos Orgânicos:

A agricultura mundial deve tornar-se ecológica e o pequeno agricultor estar no centro das preocupações. Somente assim a fome no mundo poderá ser remediada.
Três ONGs suíças (Swissaid, Pão para o Próximo e Greenpeace) e a União Suíça de Agricultores (USP) pedem que o governo suíço haja nesse sentido.
"A agricultura industrial, que necessita de uma grande quantidade de energia e de produtos químicos, não tem futuro. A agricultura deve tornar-se mais humana e mais sustentável."
A opinião é do agrônomo suíço Hans Herren, co-presidente do Conselho Mundial da Agricultura, resumindo o relatório publicado em abril sobre a agricultura mundial intitulado Avaliação Internacional dos Conhecimentos, das Ciências e Tecnologias Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, na sigla em inglês).
Os autores do relatório são quarenta e cinco cientistas dos cinco continentes, nenhum dos países de língua portuguesa. Trata-se do equivalente para a agricultura do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Herren falou em coletiva à imprensa, terça-feira (21), em Berna.
Enquanto a produção agrícola mundial aumenta, o acesso à alimentação é cada vez mais desigual, afirmou Hans Herren. A produção intensiva tem conseqüências dramáticas sobre os solos, o clima e os pequenos agricultores. O número de pessoas que sofrem fome não cessa de aumentar. A subnutrição atinge hoje 925 milhões de pessoas.
Moratória sobre os biocombustíveis
Doze por cento dos gases que provocam o efeito estufa são produzidos pela agricultura intensiva e baseada em produtos químicos, afirmou Marianne Künzle, do Greenpeace, na mesma coletiva à imprensa. Ela lamenta que empresas como Monsanto e Syngenta tenham abandonado os trabalhos do grupo de cientistas que elaborou o relatório IAASTD. Era um sinal, segundo ela, que o relatório colocaria em causa as práticas dessas empresas produtoras de adubos e sementes transgênicas.
As três ONGs (Swissaid, Pão para o Próximo e Greenpeace) e a União Suíça de Agricultores (USP) apóiam essas recomendações e pedem que sejam tomadas medidas concretas na Suíça: garantir o abastecimento dos mercados regionais, decretar uma moratória de cinco anos sobre os biocombustíveis e prorrogar a moratória sobre os transgênicos.
A produção de biocombustíveis é responsável por mais de 70% da alta dos alimentos, afirmou Caroline Morel, de Swissaid, citando um estudo do Banco Mundial. Ela agrava, assim, de maneira dramática, a situação das populações mais pobres.
Saber rural
As quatro organizações pedem ainda que o direito fundamental à alimentação prime sobre o livre-comércio. A Suíça também deve garantir seu abastecimento alimentar e reconhecer o mesmo direito aos outros países.
O relatório sobre a agricultura mundial é fruto de quatro anos de trabalho de quatrocentos cientistas e especialistas internacionais, levando em consideração o saber rural. O estudo foi financiado pelas Nações Unidas, pelo Banco Mundial e pelo Fundo Mundial pelo Meio Ambiente (FEM).

A agricultura mundial deve tornar-se ecológica e o pequeno agricultor estar no centro das preocupações. Somente assim a fome no mundo poderá ser remediada.
Três ONGs suíças (Swissaid, Pão para o Próximo e Greenpeace) e a União Suíça de Agricultores (USP) pedem que o governo suíço haja nesse sentido.
"A agricultura industrial, que necessita de uma grande quantidade de energia e de produtos químicos, não tem futuro. A agricultura deve tornar-se mais humana e mais sustentável."
A opinião é do agrônomo suíço Hans Herren, co-presidente do Conselho Mundial da Agricultura, resumindo o relatório publicado em abril sobre a agricultura mundial intitulado Avaliação Internacional dos Conhecimentos, das Ciências e Tecnologias Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, na sigla em inglês).
Os autores do relatório são quarenta e cinco cientistas dos cinco continentes, nenhum dos países de língua portuguesa. Trata-se do equivalente para a agricultura do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Herren falou em coletiva à imprensa, terça-feira (21), em Berna.
Enquanto a produção agrícola mundial aumenta, o acesso à alimentação é cada vez mais desigual, afirmou Hans Herren. A produção intensiva tem conseqüências dramáticas sobre os solos, o clima e os pequenos agricultores. O número de pessoas que sofrem fome não cessa de aumentar. A subnutrição atinge hoje 925 milhões de pessoas.
Moratória sobre os biocombustíveis
Doze por cento dos gases que provocam o efeito estufa são produzidos pela agricultura intensiva e baseada em produtos químicos, afirmou Marianne Künzle, do Greenpeace, na mesma coletiva à imprensa. Ela lamenta que empresas como Monsanto e Syngenta tenham abandonado os trabalhos do grupo de cientistas que elaborou o relatório IAASTD. Era um sinal, segundo ela, que o relatório colocaria em causa as práticas dessas empresas produtoras de adubos e sementes transgênicas.
As três ONGs (Swissaid, Pão para o Próximo e Greenpeace) e a União Suíça de Agricultores (USP) apóiam essas recomendações e pedem que sejam tomadas medidas concretas na Suíça: garantir o abastecimento dos mercados regionais, decretar uma moratória de cinco anos sobre os biocombustíveis e prorrogar a moratória sobre os transgênicos.
A produção de biocombustíveis é responsável por mais de 70% da alta dos alimentos, afirmou Caroline Morel, de Swissaid, citando um estudo do Banco Mundial. Ela agrava, assim, de maneira dramática, a situação das populações mais pobres.
Saber rural
As quatro organizações pedem ainda que o direito fundamental à alimentação prime sobre o livre-comércio. A Suíça também deve garantir seu abastecimento alimentar e reconhecer o mesmo direito aos outros países.
O relatório sobre a agricultura mundial é fruto de quatro anos de trabalho de quatrocentos cientistas e especialistas internacionais, levando em consideração o saber rural. O estudo foi financiado pelas Nações Unidas, pelo Banco Mundial e pelo Fundo Mundial pelo Meio Ambiente (FEM).
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