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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Recursos naturais podem ter colapso em 40 anos

Fonte da imagem: AQUI.

Previsão foi divulgada nesta segunda durante conferência em Londres. Por hora, três espécies de animais desaparecem do mundo, diz pesquisador.

Uma previsão catastrófica do planeta Terra para os próximos 40 anos foi divulgada nesta segunda-feira (17) por especialistas da área de clima e saúde reunidos em uma conferência em Londres, no Reino Unido.

Segundo os pesquisadores, recursos naturais da Terra como comida, água e florestas, estão se esgotando em uma velocidade alarmante, causando fome, conflitos sociais, além da extinção de espécies.

Nos próximos anos, o aumento da fome devido à escassez de alimentos causará desnutrição, assim como a falta de água vai deteriorar a higiene pessoal. Foi citado ainda que a poluição deve enfraquecer o sistema imunológico dos humanos e a grande migração de pessoas fugindo de conflitos deverá propagar doenças infecciosas.

Tony McMichael, especialista em saúde da população da Universidade Nacional Australiana, afirmou que em 2050, somente a região denominada África Subsaariana seria responsável por aumentar em 70 milhões o número de mortes.

Outro ponto citado se refere ao aumento dos casos de malária entre 2025 e 2050 devido às alterações climáticas, que tornaria propícia a reprodução do mosquito transmissor da doença.

"A mudança climática vai enfraquecer progressivamente o mecanismo de suporte de vida da Terra", disse McMichael.

Aumento populacional

De acordo com os especialistas, o aumento da população (estimada em 10 bilhões em 2050) vai pressionar ainda mais os recursos globais. Outra questão citada são os efeitos nos países ricos, principalmente nos da Europa.

“O excesso de consumo das nações ricas produziu uma dívida ecológica financeira. O maior risco para a saúde humana é devido ao aumento no uso de combustíveis fósseis, que poderão elevar o risco de doenças do coração, além de câncer”, afirmou Ian Roberts, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Além disso, o Velho Continente estaria sob risco de ondas de calor, enchentes e mais doenças infecciosas para a região norte, disse Sari Kovats, uma das autoras do capítulo sobre a Europa no quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será lançado entre 2013-2014.

Espécies em risco

De acordo com o Paul Pearce-Kelly, curador-sênior da Sociedade Zoológica de Londres, cerca de 37% das 6 mil espécies de anfíbios do mundo podem desaparecer até 2100. Os especialistas afirmam que na história do planeta ocorreram cinco extinções em massa, entretanto, atualmente a taxa de extinção é 10 mil vezes mais rápida do que em qualquer outro período registrado.

“Estamos perdendo três espécies por hora e isso antes dos principais efeitos da mudança do clima”, disse Hugh Montgomery, diretor do Instituto para Saúde Humana e Performance da University College London.

Reuters

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Movimento "Ocupem Wall Street" intriga o mundo

Por Peter Millership

LONDRES (Reuters) - Da Praça Tahrir no Cairo, passando pela Praça Verde em Trípoli, Praça Syntagma em Atenas e agora no Parque Zuccoti em Nova York, a ira popular contra as elites no poder está se propagando ao redor do mundo.

Muitos têm se mostrado intrigados com o movimento Ocupem Wall Street contra a desigualdade financeira que começou no parque em Nova York e se espalhou pelos Estados Unidos, de Tampa, na Flórida, a Portland, no Oregon, passando por Los Angeles e Chicago.

Centenas de ativistas se reuniram há um mês no parque em Manhattan a duas quadras de Wall Street para demonstrar a raiva com o que eles veem como excessos dos financistas de Nova York, a quem eles culpam pela crise econômica que assolou incontáveis norte-americanos comuns e reverberou pela economia global.

No movimento dos Estados Unidos, nações árabes veem ecos dos levantes deste ano da Primavera Árabe. Espanhóis e italianos enxergam paralelos com os ativistas Indignados, enquanto vozes em Teerã e Pequim com seu próprio propósito anti-norte-americano também já disseram que isso pode ser um presságio do derretimento dos Estados Unidos.

Inspirados pela força do movimento nos EUA, que começou pequeno mas agora faz parte do debate político do país, ativistas em Londres vão se reunir para protestar do lado de fora da Bolsa de Londres no dia 15 de outubro, mesmo dia em que grupos espanhóis se reunião na praça Puerta del Sol, em Madri, em solidariedade.

"O povo norte-americano está cada vez mais e mais seguindo o rumo escolhido pelas pessoas no mundo árabe", disse o oficial da Guarda Revolucionária Masoud Jazayeri, segundo a agência de notícias estudantil iraniana ISNA. "O governo dominante norte-americano vai enfrentar levantes similares àqueles na Tunísia e Egito."

Jornais chineses divulgaram notícias sobre o Ocupem Wall Street com editoriais culpando o sistema político dos Estados Unidos e denunciando a mídia ocidental por negligenciar os protestos.

No Cairo, Ahmed Maher, fundador e líder do Movimento Jovem 6 de Abril do Egito, que ajudou a derrubar o autocrata Hosni Mubarak, disse que estava em contato com vários grupos organizando as manifestações anti-Wall Street.

"Há alguns dias, vimos um cartaz em Nova York que dizia 'Essa é a Praça Tahir'", afirmou Maher, referindo-se à praça no Cairo que se tornou o epicentro da revolução egípcia.

 "A Primavera Árabe definitivamente inspirou protestos nos Estados Unidos e Europa."

A mídia espanhola tem dedicado cobertura diária ao movimento de Wall Street, apelidando os participantes de "Indignados em Manhattan", com jornais de esquerda afirmando que os manifestantes norte-americanos se inspiraram no grupo jovem espanhol.

Em Londres, os manifestantes estavam usando as mídias sociais, como Facebook e Twitter, para planejar o protesto em frente à Bolsa no sábado. Eles pretendem chamar atenção para "sistemas econômicos que causaram terríveis injustiças ao redor do mundo", de acordo com o website deles.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cartunista do Rio inspira de longe as rebeliões árabes


Por Stuart Grudgings

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Suas charges são afiadas, ousadas e um espinho na carne para líderes autoritários cambaleantes do mundo árabe -- e um presente para os manifestantes que protestam. Tudo isso tendo como improvável origem um apartamento no Rio de Janeiro.

Carlos Latuff, um esquerdista de 42 anos cujo único vínculo com o Oriente Médio é um avô libanês que ele nunca conheceu, se tornou um herói da "Primavera Árabe" com desenhos satíricos que ajudaram a inspirar as revoltas.

Ele só precisou de sua caneta, uma paixão pelas lutas da região e uma conta no Twitter, que ele utiliza para publicar suas charges.

Começando com o levante na Tunísia em dezembro, o trabalho de Latuff vem sendo baixado na Internet por líderes dos protestos e estampado em camisetas usadas em protestos do Egito à Líbia e ao Barein, tornando-se um emblema satírico da indignação popular.

Em uma delas, uma bota de cano longo representando o governo da Síria pisa em uma mão onde está escrito "liberdade". Em outra, um homem representando a Justiça sob o governo militar do Egito segura uma balança cheia de manifestantes presos.

Latuff disse que soube pela primeira vez que suas charges estavam tendo impacto quando, ao assistir à TV, viu-os estampados em cartazes no momento em que as manifestações se espalhavam pelo Egito, em 25 de janeiro, somente dois dias depois de ele as ter distribuído na Internet.

"Aquilo me deu a certeza de que meu trabalho era útil", disse Latuff à Reuters. "Não são as plataformas sociais que fazem as revoluções. É o povo. Twitter, Facebook, assim como uma câmera ou coquetéis molotov, são apenas instrumentos, equipamentos."

Latuff não cobra por seu trabalho e diz que doa os desenhos para destacar as injustiças e mostrar sua solidariedade contra o autoritarismo mundialmente.

Suas únicas visitas ao Oriente Médio foram em 1999 e 2009, quando esteve nos territórios palestinos ocupados por Israel e, depois, em campos de refugiados palestinos na Jordânia e Líbano.

FAZENDO AMIGOS, E INIMIGOS

Foi o suficiente, diz ele, para lhe fazer entender que as dinâmicas da opressão na região eram semelhantes àquelas das favelas cheias de violência no Rio.

"A miséria é a mesma em qualquer país", disse ele. "A única diferença (nos campos) era que as mulheres tinham as cabeças cobertas, a escrita era em árabe e os homens com armas eram militantes, não traficantes de drogas."

A incursão de Latuff no mundo dividido do Oriente Médio fez com que ele ficasse repleto de inimigos, bem como amigos. Seu trabalho mostrando a brutalidade do Exército de Israel em relação aos palestinos -- uma charge compara soldados com alemães nazistas -- atraiu acusações de antissemitismo, o que ele nega fortemente.

Muitos de seus desenhos ainda têm como foco o Egito, onde os poderes de emergência dados aos militares ainda continuam em vigor seis meses depois da derrubada de Hosni Mubarak.

Uma charge traz uma cobra aparecendo por trás de uma mulher sentada diante de um computador -- uma referência à recente prisão da ativista Asmaa Mahfouz por "insultar" os militares em um comentário no Twitter. Ela foi posteriormente liberada pelos militares.

"A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo agora no Egito -- como Mubarak deixou o governo, elas pensam que eles têm democracia, mas isso não é verdade", disse Latuff.

(Reportagem adicional de Julia Aquino)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Desemprego no Brasil tem menor julho desde 2002



RIO DE JANEIRO, 25 de agosto (Reuters)

O desemprego brasileiro diminuiu em julho, registrando a menor taxa para esse mês desde o início da série histórica, em 2002.


A taxa ficou em 6 por cento em julho, ante 6,2 por cento em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Foi também a menor taxa mensal desde dezembro.

Economistas consultados pela Reuters projetavam estabilidade em 6,2 por cento.

O número de trabalhadores ocupados em julho totalizou 22,476 milhões de pessoas, alta de 0,4 por cento sobre junho e de 2,1 por cento ante julho de 2010.

Os desocupados somaram 1,444 milhão de pessoas, queda mês a mês de 2,1 por cento e recuo anual de 12,1 por cento.

O rendimento médio real do trabalhador ficou em 1.612,90 reais, maior valor para um mês de julho desde 2002, registrando alta de 2,2 por cento contra junho e de 4 por cento ano a ano.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

segunda-feira, 28 de março de 2011

PIADA PRONTA

EUA desenvolvem "botão de pânico" para celulares de ativistas


Por Andew Quinn

WASHINGTON (Reuters) - Algum dia, num futuro próximo, quando defensores da democracia tiverem seus celulares confiscados pela polícia, eles poderão apertar o "botão de pânico" --um aplicativo especial que irá apagar a agenda de contatos e emitir alertas de emergência para outros ativistas.

O botão de pânico é uma das novas tecnologias que o Departamento de Estado norte-americano está promovendo para equipar ativistas pró-democracia em países desde o Oriente Médio até a China, com ferramentas para combater governos repressores.

"Estamos tentando fazer com que isso não fique muito conhecido, pois muitas das pessoas com quem trabalhamos operam em ambientes bastante sensíveis", afirmou Michael Posner, assistente da secretaria de Estado para direitos humanos e trabalhistas.

A iniciativa tecnológica dos Estados Unidos é parte da estratégia da secretária de Estado do país, Hillary Clinton, de expandir a liberdade na Internet, ressaltando o papel importante que recursos online como o Twitter e o Facebook têm em alimentar movimentos democráticos no Irã, Egito, Tunísia e outros locais.

Os Estados Unidos já investiram cerca de 50 milhões de dólares desde 2008 para promover novas tecnologias para ativistas. O foco tem sido em tecnologias que possam ajudá-los a trabalhar mesmo com firewalls impostos pelo governo e no oferecimento de novas estratégias para proteger sua própria comunicação e dados da intrusão do governo.

Parecer do Blog: Onde se lê "defensores da democracia" pode ser lido "espiões da CIA"?


(eu.fe.mis.mo)
sm.
1. Ling. Figura de linguagem baseada na substituição de palavra ou expressão que possa ter sentido triste, grosseiro, ou seja apenas desagradável, por outra de sentido mais suave ou conveniente (p.ex.: traseiro no lugar de bunda, esguio no lugar de magro, descuidado no lugar de irresponsável etc.)
2. Palavra us. como eufemismo: Usou o eufemismo 'forte' para não chamá-la de 'gorda'.
[F.: Do gr. euphemismós, pelo lat. euphemismus e pelo fr. euphémisme.]

sexta-feira, 11 de março de 2011

FRASES

Daniel Paz & Rudy, para Página/12

"Uma vez que alguém lançou a ideia de levar Gaddafi ao Tribunal Penal Internacional, acho que ele se aferrou à ideia de permanecer no poder, e não acho que alguém possa fazê-lo mudar de opinião." 

Declaração de Berlusconi, sócio de Gaddafi.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

RESULTADOS DO NEOLIBERALISMO

GENEBRA (Reuters) - Os protestos no mundo árabe são um alerta para que as nações ainda não afetadas alterem políticas que deixaram a desejar na geração de empregos e prosperidade, disse uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira.

As manifestações por reformas políticas têm sido acompanhadas por apelos por combate à pobreza, geração de empregos, melhores salários, mais segurança social, acesso a produtos básicos e distribuição de renda mais justa, disse a Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). 

"Em suas dimensões econômicas a rebelião representa uma hora da verdade para as escolhas comerciais e de políticas econômicas feitas nas regiões (Oriente Médio e Norte da África) ao longo das últimas décadas", disse a agência em nota.

"Mas, para muitos agentes políticos em países que enfrentam pressões semelhantes, trata-se de um momento oportuno para reconstruir instituições públicas negligenciadas, a fim de que possam comandar o processo de reformular a governança econômica e do trabalho."

A meta, disse a Unctad, deveria ser criar um crescimento sustentável, que gere um círculo virtuoso de investimentos, produtividade, empregos e distribuição de benefícios.

Líbia, Egito, Tunísia, Barein e Iêmen registraram turbulências políticas nas últimas semanas, e houve apelos por mudanças também na Arábia Saudita, Jordânia, Argélia, Marrocos, Kuait e Omã.

A Unctad disse que os distúrbios são um efeito colateral de políticas mal feitas de liberalização comercial e privatizações, políticas econômicas restritivas e um crescimento dependente das exportações.

"Com frequência, a liberalização não foi capaz de evitar a concentração de renda e o surgimento de legiões de jovens urbanos educados e desempregados, cujas perspectivas de emprego são sombrias", disse a nota.

A globalização gerou crescimento nesses países, mas os rendimentos ficaram muito concentrados em "bolhas de riquezas", e essas nações foram incapazes de absorver a expansão das suas forças de trabalho, dando-lhes empregos produtivos e decentes, afirmou o relatório.

(Reportagem de Jonathan Lynn)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

2010 é o 2o ano mais quente já registrado

A Persistência da Memória, de Dali

Por Gerard Wynn e Alister Doyle


LONDRES/OSLO (Reuters) - O ano passado foi o segundo mais quente, atrás somente de 1998, num histórico iniciado em 1850, disse o diretor da Unidade de Pesquisa Climática da Grã-Bretanha, Phil Jones, nesta quarta-feira.

A unidade de pesquisa britânica, que analisa dados em conjunto com o Met Office Hadley Centre, é um dos três principais grupos do mundo que acompanham o aquecimento global. Na semana passada, os outros dois, ambos sediados nos Estados Unidos, afirmaram que 2010 havia empatado na posição de ano mais quente já registrado.

Os dados britânicos mostraram que todos os anos da década passada, exceto por um, estão entre os 10 mais quentes desde 1850, o que sinaliza uma tendência de intensificação do aquecimento associada às emissões humanas dos gases-estufa, disse Jones à Reuters.

"Todos os anos de 2001 a 2010, à exceção de 2008, ficaram no top 10", afirmou ele.

O combate à mudança climática sofreu um revés com a crise financeira, que reduziu o financiamento a projetos de energia renovável e atrapalhou as iniciativas para se chegar a um novo acordo climático global para substituir o Protocolo de Kyoto em 2013.

Os novos dados parecem reforçar as evidências de mudança climática provocada pelo homem, depois que o vazamento de emails, incluindo alguns da unidade de pesquisa britânica, ter mostrado que em 2009 climatologistas "editaram" algumas dúvidas. Os erros cometidos pelo painel climático da Organização das Nações Unidas (ONU) também exageraram a velocidade do degelo das geleiras do Himalaia.

O ano passado ficou 0,498 grau Celsius acima da média do período de 1961 a 1990, indicaram os dados da Unidade de Pesquisa Climática britânica e do centro Hadley, em comparação com o 0,517 grau de 1998. O ano que ficou mais perto de 2010 foi 2005 - 0,474 grau mais quente do que a média de longo prazo.

Nota do Blog: Tudo bobagem. Um veterano metereologista do Rio Grande do Sul sustenta que esse negócio de aquecimento global não existe. De fato, segundo ele, o planeta está realmente esfriando. Então fico mais tranquilo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Unasul elabora plano para apoiar democracia na região

GEORGETOWN, Guiana (Reuters) - Os chanceleres dos países membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) definiram na quinta-feira um pacote de medidas para punir as nações da região que romperem a ordem democrática, em um encontro descontraído no qual velhas disputas ficaram de lado.
A chamada "cláusula democrática" deverá ser ratificada e assinada pelos presidentes e chefes de Estado da Unasul que irão se reunir na sexta-feira na capital da Guiana.

"Estabelecemos a aplicação de sanções muito fortes contra qualquer golpe de Estado ou tentativa de golpe de Estado, de alteração da democracia e constitucionalidade ... limitação do comércio, fechamento de fronteiras terrestres, de operações aéreas e suspensão de comércio com esse país", explicou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.

A decisão é um apoio claro à democracia no Equador, que sofreu em 30 de setembro um protesto de policiais exigindo benefícios econômicos, o que Quito qualifica como tentativa de golpe de Estado que colocou em perigo a democracia.

A Unasul reagiu rapidamente em apoio a um de seus integrantes --além de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela-- e se reuniu de maneira extraordinária em Buenos Aires a pedido do então secretário-geral Néstor Kirchner.

"Temos um acordo global entre os ministros de Relações Exteriores que vamos apresentar aos presidentes. Eles resolverão se estão totalmente de acordo com nossa redação", disse Patiño.

Os chanceleres demoraram para chegar a um consenso e, por isso, Patiño esclareceu que não há temas pendentes no documento que será entregue aos mandatários.

Devem participar da cúpula os presidentes de oito dos 12 países membros do organismo: Argentina, Suriname, Equador, Guiana, Colômbia, Paraguai, Brasil e Venezuela.

Os presidentes também tratarão de discutir a eleição do sucessor de Kirchner, que morreu no fim de outubro. Patiño afirmou que o tema não foi tratado pelos chanceleres.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vítimas de abuso sexual de padres protestam próximo ao Vaticano

Por Philip Pullella 

ROMA (Reuters) - Vítimas de abuso sexual infantil por padres católicos protestaram próximo ao Vaticano na noite de domingo, segurando cartazes que pediam à Igreja que puna os responsáveis pelo acobertamento e que faça mais para proteger as crianças.

Cerca de 75 vítimas e seus apoiadores dos Estados Unidos e vários países europeus queriam marchar até o Vaticano com velas mas foram impedidos pela polícia por não terem permissão.

"Trata-se de responsabilidade", disse Gary Bergeron, um dos organizadores de um grupo chamado Voz dos Sobreviventes no Castelo de Sant' Angelo, no coração de Roma.

Após negociações com a polícia, Bergeron e uma mulher foram autorizados a caminhar até o Vaticano segurando velas e entrar no quarteirão da Basílica de São Pedro enquanto os outros foram forçados a ficar atrás.

Os dois deixaram 75 cartas das vítimas de abuso endereçadas ao papa Bento 16 na entrada do Vaticano. A polícia, que os seguiu de perto, fez cópias de seus passaportes e os liberou.

"Não há pessoa de posição alguma, em parte alguma do mundo cujo status ou posição que deva colocá-la acima da proteção de nossas crianças ou acima da lei", disse Bergeron.

Bergeron também deixou pequenas pedras no quarteirão representando as vítimas de diversos países.

"Quando homens de batina tomam os corpos de crianças para seu prazer, é hora de mudança", afirmou Bergeron durante a manifestação.

Revelações sobre crianças que foram sexualmente abusadas por padres nas últimas décadas têm abalado a Igreja este ano, particularmente na Europa, Estados Unidos e Austrália.

Entre os manifestantes estava um grupo de homens que foram abusados por padres em escola especial para surdos na cidade de Verona, norte da Itália, na década de 1960.

Eles falaram na linguagem dos sinais através de um intérprete e seguraram cartazes com mensagens como "Vergonha", "Queremos uma Igreja sem abuso" e "Padres pedófilos, tirem as mãos das crianças".

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, veio falar com os manifestantes mas foi forçado a deixar a reunião depois que alguns na multidão começaram a assobiar. Lombardi reuniu-se com os líderes em particular mais tarde.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

EUA devem US$ 1,2 bilhão à ONU


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos devem 1,2 bilhão de dólares à Organização das Nações Unidas, mais de um quarto de todos os pagamentos em atraso dos Estados membros à ONU, disse na quinta-feira a subsecretária-geral de Gestão da entidade, Angela Kane.


Segundo ela, até quarta-feira apenas 13 dos 192 países haviam quitado suas obrigações. O valor em atraso, que no final de 2009 era de 2,2 bilhões de dólares, saltou para 4,1 bilhões.

Leia AQUI.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Exército resgata presidente do Equador após dia de fúria

Quadro de Hieronymus Bosch

Por Alexandra Valencia y Santiago Silva


QUITO (Reuters) - Tropas equatorianas resgataram na noite de quinta-feira o presidente Rafael Correa, que esteve mais de dez horas retido em um hospital rodeado por policiais sublevados contra uma lei que corta benefícios.

Correa que abandonou o edifício em cadeira de rodas e com uma máscara antigás, chegou minutos depois ao Palácio do Governo e, perante centenas de seguidores, denunciou uma conspiração contra ele e assegurou que não voltará atrás no seu plano.

"A lei não será revogada, conosco o diálogo tudo, pela força nada", disse Correa, com a voz rouca, falando desde a sacada do Palácio.

O dia de fúria em Quito começou quando policiais tomaram o maior quartel da cidade para protestar contra a lei apoiada pelo governo, que corta benefícios de policiais e militares.

Minutos depois, e fiel ao seu estilo, Correa foi ao quartel e enfrentou com duras palavras os policiais.
O presidente foi empurrado e golpeado em meio a uma tumulto e precisou sair em meio a uma chuva de gases lacrimogêneos para ser tratado em um hospital adjacente ao quartel, que foi cercado rapidamente por policiais.

Correa ficou ali a tarde toda e boa parte da noite, enquanto nas ruas de Quito cidadãos e policiais protagonizavam enfrentamentos que, segundo a Cruz Vermelha, deixaram 51 feridos.

Analistas apostavam que Correa recuperaria o controle da situação, mas avaliam que deverá pagar um preço político e que seu controle sobre o Congresso será afetado.

O governo brasileiro expressou apoio a Correa e disse acompanhar com "profunda preocupação" a crise política no país sul-americano.


Mais cedo, o Itamaraty informou em nota que o ministro Celso Amorim telefonou para membros do governo equatoriano para expressar total apoio e solidariedade do Brasil às instituições democráticas daquele país.
O governo venezuelano disse que Correa conversou com Hugo Chávez por telefone e confirmou que o caos era uma tentativa de golpe.

Equador, país no qual foram depostos três presidentes nos últimos 13 anos, depende da riqueza do seu petróleo. Um portavoz da empresa Petroequador disse que a empresa operava com normalidade, mas informou que nos campos de petróleo e refinaria haviam militares.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ibope aponta Dilma com 39% e Serra com 34%

Visite Hupper, o Sátiro.

SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT, Dilma Rousseff, manteve a vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), e está 5 pontos à frente na corrida presidencial, aponta nova pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira pela Rede Globo.

De acordo com o levantamento, Dilma permaneceu com 39 por cento das intenções de voto e Serra seguiu com 34 por cento. Marina Silva (PV) subiu 1 ponto, de 7 para 8 por cento.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. Foram feitas 2.506 entrevistas entre 2 e 5 de agosto em 173 municípios.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 44 por cento de intenção de voto, abaixo dos 46 por cento alcançados na pesquisa divulgada em 30 de julho. Serra chegaria a 39 por cento, um ponto a menos que na sondagem anterior.

O resultado de primeiro turno desta sexta-feira contrasta com a pesquisa Sensus da véspera, que deu vantagem de dez pontos para a petista. O Vox Populi também já tinha apontado a tendência de crescimento de Dilma.

A pesquisa Ibope também mostrou a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o resultado, 75 por cento dos entrevistados avaliam o governo Lula como ótimo ou bom. Para 19 por cento, é regular e 4 por cento consideram a administração do presidente ruim ou péssima.

(Reportagem de Carmen Munari)

domingo, 18 de abril de 2010

João Paulo 2 º apoiou elogio a ocultação de abusos, diz cardeal


Por Tom Heneghan

VATICANO (Reuters) - Um ex-cardeal do Vaticano que cumprimentou um bispo francês por ter protegido um padre que cometia abusos sexuais afirmou ter agido com a aprovação do papa João Paulo 2º, informou um jornal espanhol neste sábado.

O cardeal Darío Castrillón Hoyos, que era a autoridade do Vaticano encarregada dos padres de todo o mundo quando elogiou o bispo francês, em 2001, inseriu o papa polonês na controvérsia ao fazer essa declaração durante uma conferência na cidade espanhola de Murcia.

Castrillón Hoyos fez o comentário depois que um porta-voz do Vaticano indiretamente confirmou que uma carta de 2001 para o bispo francês, colocada em um site da França na quinta-feira, era autêntica e provava que o Vaticano estava certo naquele ano ao tornar mais rígidos seus procedimentos sobre casos de abusos sexuais.

Ao invocar João Paulo 2o, Castrillón Hoyos pareceu ter tomado parte em uma sutil disputa de poder no Vaticano sobre quem deve ser responsabilizado por falhas no passado em agir efetivamente nos casos de abusos sexuais, cuja revelação nos últimos meses vem abalando a Igreja.

"Depois de consultar o papa, escrevi uma carta para o bispo cumprimentando-o por ser um modelo de pai que não entrega seus filhos", disse Castrillón Hoyos na conferência de sexta-feira, segundo o diário La Verdad, que informou que ele foi aplaudido por prelados, padres e leigos presentes.

"O Santo Padre me autorizou a enviar esta carta a todos os bispos do mundo e publicá-la na Internet."

Castrillón Hoyos, um colombiano que se aposentou do serviço no Vaticano no ano passado, argumentou em entrevista na semana passada à emissora CNN em Espanhol que suspender temporariamente padres que cometeram abusos e depois silenciosamente transferi-los para outro local não era um encobrimento dos fatos.

A carta de Castrillón Hoyos, escrita em francês, em 2001, elogiava o bispo Pierre Pican, de Bayeux-Lisieux, por não ter denunciado um padre francês, que posteriormente foi sentenciado a 18 anos de prisão por ter estuprado repetidamente um menino e cometido abusos sexuais com dez outros.

Pican, que recebeu pena de prisão de três meses, depois suspensa, por não ter denunciado abusos sexuais de menores, admitiu em corte que manteve o padre René Bissey em trabalho paroquial, apesar de ele ter admitido de modo privado ter cometido atos de pedofilia.

O caso chocou a França e levou os bispos do país a declararem que todos os casos de abusos devem ser levados às autoridades civis.

"Eu lhe cumprimento por não ter denunciado um padre à administração civil", escrevera Castrillón Hoyos na carta a Pican.

Na conferência de Murcia, o cardeal afirmou que Pican não denunciou Bissey porque o padre havia admitido seus pecados no confessionário, onde o segredo é respeitado.

No julgamento, Pican declarou que Bissey admitiu os abusos em uma conversa particular, que não estava sob o benefício da proteção legal.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vídeo denuncia mortes de civis e repórteres da Reuters no Iraque

Tripulantes de helicópteros norte-americanos se divertem matando civis no Iraque:

WASHINGTON (Reuters) - Um grupo que promove o vazamento de materiais secretos, como forma de combater a corrupção nos governos e nas empresas, divulgou nesta segunda-feira um vídeo militar gravado em 2007 que mostra um ataque de helicópteros Apache que matou 12 pessoas em Bagdá, inclusive dois funcionários da agência de notícias Reuters.

O grupo, chamado WikiLeaks, disse em entrevista coletiva que obteve o vídeo criptografado, gravado em 12 de julho de 2007, junto a delatores militares, e que foi capaz de assisti-lo e investigá-lo depois de violar a codificação.

Uma fonte de defesa do governo dos Estados Unidos confirmou a autenticidade do vídeo, que reproduz a mira do armamento do helicóptero, e do respectivo áudio, com a conversa entre tripulantes.

Ele mostra uma vista aérea de um grupo de homens andando em uma praça em um bairro de Bagdá. Os tripulantes identificam alguns dos homens como estando armados.

O WikiLeaks disse que entre os homens na praça estavam Namir Noor-Eldeen, de 22 anos, fotógrafo da Reuters, e seu assistente e motorista, Saeed Chmagh, de 40 anos. Ambos morreram no incidente.

"A reunião na esquina alvejada tem cerca de nove pessoas", disse o porta-voz do WikiLeaks, Julian Assange.

O visor da mira segue os dois funcionários da Reuters, enquanto os tripulantes identificam suas câmeras como armas.

O helicóptero inicialmente dispara contra o pequeno grupo. Minutos depois, uma van aparece, seus ocupantes começam a ajudar os feridos, e o helicóptero atira contra o veículo.

O editor-chefe da Reuters, David Schlesinger, disse, a propósito do vídeo, que as mortes dos dois colaboradores da agência foram "trágicas e emblemáticas dos perigos extremos que existem na cobertura de zonas de guerra."

"O vídeo divulgado hoje via WikiLeaks é uma evidência explícita dos perigos envolvidos no jornalismo de guerra e das tragédias que podem resultar", afirmou.

A Reuters tem pressionado os militares dos Estados Unidos a realizar uma investigação completa e objetiva sobre a morte de seus dois funcionários.

Um vídeo do incidente, feito de dois helicópteros Apache dos Estados Unidos, e fotos tiradas no local já haviam sido mostradas a editores da Reuters em Bagdá em 25 de julho de 2007, numa reunião não oficial.

Oficiais norte-americanos que apresentaram o material disseram que a Reuters deveria solicitar cópias sob a Lei de Liberdade de Informação. O pedido foi feito no mesmo dia.

Assange disse discordar da avaliação dos militares de que o ataque era justificado.

"Acredito que, se essas mortes foram legais sobre as regras de engajamento (em combate), então as regras de engajamento estão erradas, profundamente erradas", disse ele, para quem os tripulantes agiram "como se estivessem jogando um jogo de computador, e o seu desejo fosse obter placares altos" com a morte de oponentes.

O WikiLeaks divulgou o vídeo no site www.collateralmurder.com.

(Reportagem de David Alexander e Phillip Stewart)

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Italiano prefere passar Ano Novo na cadeia a ficar com parentes

Berlusconi sai do hospital para passar iniciar 2010 com os parentes:

ROMA (Reuters) - Um siciliano roubou doces e um pacote de goma de mascar para ser preso e passar a véspera de Ano Novo na cadeia em vez de ao lado da esposa e de parentes, informou a imprensa italiana nesta sexta-feira.

O italiano de 35 anos primeiro pediu para ser preso em um posto policial na quinta-feira, mas seu pedido foi recusado porque ele não havia cometido nenhum crime, segundo a agência de notícias Agi.

O homem então foi a uma loja de conveniência, onde ameaçou o dono com um canivete e roubou alguns doces e um pacote de goma de mascar. Ele aguardou até que a polícia chegasse e o prendesse por roubo, relatou a agência de notícias.

(Texto de Deepa Babington)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Avaliação positiva do governo Lula sobe em novembro

OLHO SEMI-ARREGALADO DE TUCANO:

BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu em novembro como reflexo do desempenho econômico do país, avalia pesquisa Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta segunda-feira.

O desempenho positivo do governo cresceu para 70 por cento em novembro, ante 65,4 por cento em setembro, enquanto a avaliação negativa passou para 6,2 por cento, em comparação com os 7,2 por cento anteriores.

"Mais uma vez, a economia foi o carro-chefe", disse a jornalistas Clesio Andrade, presidente da CNT, citando aumento da renda e da geração de empregos.

Para 22,7 por cento dos entrevistados, o governo é regular, ante 26,6 por cento da sondagem anterior.

Apesar de ter sido realizada após o apagão da noite de 10 de novembro, o instituto Sensus não incluiu esta pergunta na sondagem.

Um total de 73,4 por cento dos entrevistados se mostra otimista com o ano de 2010, apostando que será melhor do que este --mais de dez pontos percentuais acima do índice de dezembro de 2008, quando atingiu 65,4 por cento.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 16 e 20 de novembro com 2.000 entrevistados em 136 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

(Reportagem de Natuza Nery; Edição de Carmen Munari e Denise Luna)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Candidato de esquerda lidera corrida presidencial uruguaia


MONTEVIDÉU (Reuters) - O candidato uruguaio de esquerda, o senador José Mujica, está liderando a corrida pela Presidência nas eleições marcadas para o fim deste mês, com 49 por cento das intenções de votos, segundo pesquisa de opinião divulgada na quinta-feira.

Cerca de 42 por cento dos eleitores votarão a favor do candidato de centro-direita, o ex-presidente Luis Lacalle, enquanto 9 por cento estão indecisos, segundo a pesquisa feita pela empresa de consultoria local Factum.

No primeiro turno, em 25 de outubro, Mujica obteve 47,9 por cento dos votos, pouco abaixo dos 50 por cento necessários para evitar um segundo turno. Os dois candidatos disputam nova votação em 29 de novembro.

Enquanto alguns países na América Latina têm se voltado à extrema esquerda nos últimos anos, a liderança esquerdista uruguaia tem se alinhado com a ala moderada, assim como no Brasil e no Chile.

(Reportagem de Conrado Hornos)

Comentário do blogueador: A Reuters, ou pelo menos seu funcionário que reportou essa notícia, parece ter conceitos extremamente claros de "extrema esquerda" e "esquerda moderada", conforme consta - e ressaltei - na última frase desta reportagem. Até não muito tempo agências de notícias internacionais denominavam de "extrema esquerda" alguma coisa como grupos, com ideologia de esquerda, armados, que optavam por ações diretas de guerrilha e/ou terrorismo. Quem seria a "extrema esquerda" atualmente, na visão dessas agências, aqui na América Latina? Pela foto capturada em encontro da Unasul, acima, vemos Chavez na extrema esquerda e Zelaya na extrema direita.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Público deve ser convencido de ameaça climática


Por Nina Chestney

LONDRES (Reuters) - O público precisa ser convencido da ameaça da mudança climática de forma que os governos sejam pressionados a adotar políticas públicas mais rigorosas e a ampliar o pacto da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague em dezembro, afirmam especialistas.

Convencer o público de que os efeitos no longo prazo da mudança climática podem ser evitados por ação imediata deveria ser uma prioridade, disseram especialistas em psicologia numa conferência sobre a mudança climática em Londres nesta semana.

Estão agendadas apenas mais duas reuniões de ministros de mais de 190 países antes da cúpula climática de Copenhague, que ocorrerá entre 7 e 18 de dezembro, e eles ainda estão barganhando sobre o novo acordo.

"O progresso por vezes pode acontecer sem muito envolvimento público, mas a mudança climática não é um desses casos", afirmou Paul Stern, do Conselho de Pesquisa Nacional dos Estados Unidos, que assessora o governo norte-americano em questões como saúde e ciência.

Os cientistas afirmam que o aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, por conta do incremento do uso de combustíveis fósseis, do desmatamento e dos transportes, levará não apenas a inundações, mas à disseminação de secas, da fome e de doenças, especialmente nos países pobres.

As estatísticas mostram que o interesse e a compreensão da população sobre a mudança climática diminuíram em alguns países recentemente, em parte porque a crise econômica fez o meio ambiente deixar de ser prioridade.

Menos da metade dos britânicos acredita que a mudança climática irá afetá-los durante a vida deles e menos de um quinto acha que ela terá impacto sobre seus filhos, descobriu uma pesquisa do governo da Grã-Bretanha este mês.

Uma sondagem do Pew Research Centre indicou que 57 por cento dos norte-americanos acreditam que exista evidência sólida de aquecimento global, abaixo dos 71 por cento do ano passado. Eleitores australianos não consideram mais a mudança climática a principal questão, classificando-a em sétimo lugar entre 10 possíveis metas da política externa, mostrou uma pesquisa de opinião este mês.

"A crise econômica provavelmente afastou a preocupação das pessoas com o ambiente e levou a uma maior preocupação com o interesse próprio na economia no curto prazo", afirmou Tim Kasser, professor de psicologia no Knox College, em Illinois, à Reuters num email.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Berlusconi provoca ira feminista incomum na Itália


Por Deepa Babington

ROMA (Reuters) - A declaração de Silvio Berlusconi sobre a falta de beleza de uma rival política provocou uma rara demonstração pública de milhares de mulheres italianas, que até agora se mantiveram em silêncio sobre os escândalos sexuais do primeiro-ministro.

Cerca de 97 mil mulheres assinaram o manifesto "Mulheres ofendidas pelo premiê", depois que Berlusconi disse à senadora da esquerda Rosy Bindi que ela era "mais bonita do que inteligente", em um ataque tanto à sua aparência quanto a seu cérebro.

Desde então, duplicaram páginas no Facebook oferecendo solidariedade, protestos foram feitos em cidades como Reggio Emilia, enquanto a resposta de Bindi --"não sou uma mulher à sua disposição"-- se tornou um slogan das manifestações, sendo inclusive estampada em camisetas e cartazes.

"Alguém diga a Berlusconi que ele não é nenhum George Clooney", disse a senadora de centro Patrizia Bugnano, chamando o premiê de "chauvinista".

"É ofensivo que ele sempre se refira a mulheres em termos estéticos".

A campanha está sendo publicada pelo jornal La Repubblica e atrai apoio da esquerda. É um raro exemplo de uma iniciativa feminista contra Berlusconi no país.

Bindi diz que é um sinal de que um "novo feminismo" está ganhando raízes na Itália, onde declarações de Berlusconi, como as mulheres serem "os presentes mais lindos de Deus para os homens" e a Itália ser a "pátria dos grandes amantes, de Casanovas e playboys", costumam ser recebidas com indiferença.

Mesmo assim os pesquisadores dizem que sem um rival político credível para desafiá-lo, o protesto feminista pouco fará para diminuir o apoio de Berlusconi entre as eleitoras conservadoras --mesmo que elas estejam menos entusiasmadas com ele do que antes.

"NÃO SOMOS SUAS CONCUBINAS"

Em um país onde poucos hesitaram quando a ex-showgirl Mara Carfagna foi nomeada para o cargo de ministra da Igualdade, as declarações do premiê provocaram poucos protestos.

Mas o insulto recente a Bindi, feito durante um programa noturno na TV, inesperadamente abriu a ira das mulheres.

Mais de 3.000 mulheres enviaram suas fotos sob frases como "nós não somos suas concubinas", disse La Repubblica, que dedica uma página inteira às últimas assinaturas e fotos.

Um site do Facebook oferecendo solidariedade a Bindi atraiu 2.000 membros, enquanto mulheres de várias profissões, de jornalistas e atrizes a modelos, saíram em sua defesa.

Por sua parte, Berlusconi ofereceu uma desculpa fingida e disse que o comentário foi "uma piada" em "um momento de desapontamento".

Essa não é a primeira vez que Berlusconi fala da aparência de Bindi. Criticado por sua mulher por indicar mulheres bonitas para as eleições europeias deste ano, Berlusconi reclamou: "O que há de errado elas serem bonitas? Não podemos ter só Rosy Bindis".