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sábado, 8 de fevereiro de 2025

2024 YR4 – O ASTEROIDE

 


Como já é quase de conhecimento público, o asteroide 2024 YR4 está se aproximando da Terra com chances de colisão.

Um conhecido meu, que acredita que a Terra é plana, confessou que ele e seus amigos terraplanistas estão muito preocupados: se esse asteroide realmente se chocar com nosso planeta, pode abrir um buraco por onde a água dos oceanos vazaria se perdendo na imensidão do espaço sideral.

Na hora deixei ele mais tranquilo. Contei para ele que Milei, Trump e Meloni já estão se reunindo secretamente para organizar a construção de uma super rolha que será colocada rapidamente no furo que o asteroide irá causar, impedindo o vazamento.

Meu conhecido ficou muito aliviado.

Moral da estória: quem acredita que a Terra é plana tem potencial para acreditar em qualquer coisa, inclusive em uma super rolha...

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Duvidávamos dos oráculos e agora confiamos em máquinas.

 


Artigo de Derrick de Kerckhove

Estamos todos imersos em um turbilhão de palavras, mas não as habituais. Em casa, no trabalho, no lazer, pela rua e por meio da mídia, compartilhamos o oceano das palavras com um novo protagonista: a palavra gerada pela máquina.

O ChatGPT e as suas variantes cada vez mais numerosas estão nos inundando de invenções linguísticas oraculares. O problema é que onde se poderia duvidar dos oráculos, embora nem sempre impunemente, haverá cada vez menos motivos ou oportunidades para duvidar das máquinas. Elas demonstraram sua superioridade em relação ao conhecimento e ao julgamento humanos em um número suficiente de setores cruciais, como a educação, a saúde, as finanças, a política e, não nos esqueçamos, o setor militar.

O desenvolvimento mais recente da inteligência artificial está levando a competição homem-máquina a um novo nível. A linguagem humana é fagocitada pela transformação digital. O papel da linguagem está em questão agora que a inteligência artificial generativa pode produzi-la com um input mínimo por parte do ser humano.

Com poucas palavras como ponto de partida, a inteligência digital pode criar poesias “ao estilo de…”, redigir documentos científicos semelhantes, escrever memórias para os políticos, como ocorreu nos últimos dias, programar softwares funcionais, criar música ou imagens. São muitas as vantagens e os perigos novos.

Mecanizar a linguagem significa assumir o controle dela e, com esse controle, gerir os seres humanos como Stanley Kubrick havia previsto de alguma forma com o HAL, o sistema operacional da missão espacial no filme “2001”. O que muitos temem hoje é que a inteligência artificial se apodere do poder quase algorítmico da linguagem, colonizando os seres humanos para servir a interesses que têm pouco ou nada a ver com os objetivos humanos.

Nós, da Media Duemila, não compartilhamos esse temor, tendo observado e estudado diversos casos de mudanças sociais impulsionadas pela tecnologia e tendo concluído que, depois das previsíveis lutas e adversidades que toda transição acarreta, as sociedades humanas recuperaram, no fim, um equilíbrio, uma nova ecologia, que é a que exploramos. Parece mais plausível que a inteligência artificial esteja se tornando, ela mesma, uma chave de transição entre os sistemas de escrita e o sistema operacional digital. Sem dúvida, é preciso prestar atenção, ter cuidado e regulamentação na distribuição e no uso das novas tecnologias de referência da inteligência artificial, mas não devemos nos deixar guiar pelo medo.

Atualmente, o gato já pulou do saco, por assim dizer, centenas de milhões de pessoas provaram a nova fruta. Não é possível voltar atrás, mas olhemos para a frente e guiemos o planeta Terra em uma direção melhor. E, como disse Giovanni Giovannini em 1983, ano de nascimento da Media Duemilla: “Exaltar e demonizar a tecnologia são ambas atitudes bastante equivocadas, porque isso apenas enfatiza seu poder. Em vez disso, é correto colocar no centro de tudo isso a humanidade e as inúmeras escolhas que ela deve fazer quando se defrontar com as novas tecnologias”.

Fonte do texto: https://www.ihu.unisinos.br/629254-duvidavamos-dos-oraculos-e-agora-confiamos-em-maquinas-artigo-de-derrick-de-kerckhove

Fonte da imagem: https://www.apsf.org/pt-br/article/debate-de-pros-e-contras-pro-inteligencia-artificial-ia-na-area-da-saude/

domingo, 9 de outubro de 2022

ESG E ODS (Só mais uma sopa de letrinhas?)

 




COMO SURGIU O CONCEITO ESG?

 

Em 2000 foi lançado pelo então secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan o Pacto Global, uma chamada para as organizações alinharem suas estratégias e operações aos princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países.

Do Pacto Global nasceram as sementes do conceito ESG, que recebeu formulação em 2004 no documento Who Care Wins, elaborado pelo Pacto juntamente com o Banco Mundial.

Mais recentemente, em setembro de 2015, chefes de Estado e de Governo e altos representantes reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York, decidiram sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais e conclamaram todos os países e todas as partes interessadas atuando em parceria colaborativa para implementação deste plano.

 

MAS AFINAL, O QUE É ESSE TAL DE ESG?

 

ESG é a sigla em inglês para “Environmental, Social and Governance” e significa usar fatores ambientais, sociais e de governança para avaliar organizações e países sobre o quão estão avançados em relação à sustentabilidade.

Quanto mais avançadas estiverem essas organizações nesses três itens, melhores oportunidades terão de captação de recursos oriundos do Banco Mundial e de outras entidades investidoras.

 

ITEM 1: MEIO AMBIENTE

Alguns pontos analisados sobre impacto no meio ambiente:

·         Uso ou dependência de combustíveis fósseis.

·         Níveis de poluição gerados.

·         Alterações climáticas causados pelo processo produtivo

·         Eliminação de materiais perigosos.

·         Gestão de Resíduos.

·         Pegada de Carbono.

·         Utilização de energia renovável, água e outros recursos naturais.

 

ITEM 2: ASPECTOS SOCIAIS

Como a organização encara seu impacto social em todo o ecossistema no qual está envolvida.

·         Igualdade de Emprego e diversidade de gênero e racial.

·         Preocupações com a segurança de sua produção.

·         Saúde e segurança de seus trabalhadores.

·         Programas de inclusão social.

·         Capacitação e desenvolvimento.

·         Testes envolvendo animais.

·         Posicionamento sobre questões realizadas à saúde física e mental.

·         Transparência da cadeia de suprimentos.

·         Direitos humanos.

·         Privacidade de dados.

 

ITEM 3: GOVERNANÇA

Como a organização é administrada e como sua liderança atende aos interesses de todas as partes interessadas (funcionários, associados, clientes etc.).

·         Diversidade da liderança.

·         Estratégia tributária e padrões contábeis.

·         Suborno e corrupção.

·         Fraude

·         Éticas e valores.

·         Transparência.

·         Direitos dos associados.

·         Remuneração de funcionários e executivos.

 

A AGENDA 2030 DA ONU E OS ODS

 

Conforme acima colocado, chefes de Estado e de Governo e altos representantes, reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York de 25 a 27 de setembro de 2015 decidiram sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais.

Conclamaram todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, para implementação deste plano.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas anunciados demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda planetária. Eles buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.

Os Objetivos e Metas foram determinados para estimular a ação para os próximos 15 anos em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta (a AGENDA 2030 da ONU).

 

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS

 

Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.

Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos (*)

Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.

Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

 

(*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.

 

 

E NO BRASIL?

 

No Brasil já existem várias iniciativas estruturadas para a disseminação dos conceitos ESG e ODS.

Por exemplo, a edição 39 (julho, agosto e setembro de 2022) da Revista SABER COOPERAR, órgão de divulgação da OCB abre um artigo de destaque com a seguinte frase: “na hora em que o mundo mais precisa, o cooperativismo não se omite, lidera!”.

De fato, no mês de agosto de 2022 o Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) realizou a Semana da Competitividade, um evento que reuniu as principais temáticas que envolvem o modelo de negócios do movimento cooperativista com palestras, feira, mesas redondas, laboratórios para atividades práticas, espaço de intercooperação e rodada de negócios internacional.

Um dos temas de maior destaque nesse importante encontro foi a necessidade imperativa de adoção do conceito ESG pelas organizações cooperativas de todo o País.

 

MECANISMOS DE INDUÇÃO

 

Após as definições acima relatadas, a ONU gradativamente criou mecanismos de indução para incentivar governos, empresas e organizações do terceiro setor a aderir aos ODS.

Os principais mecanismos criados foram a destinação de recursos financeiros do Banco Mundial e instituições correlatas, tendo como pré-condição para liberação a adesão aos ODS.

Por exemplo, a Assembleia Geral da ONU, em sua resolução 44/228, de 22 de dezembro de 1989 decidiu que a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento deveria:

 

·         Identificar meios de proporcionar recursos financeiros novos e adicionais, em particular para os países em desenvolvimento, para programas e projetos de desenvolvimento ambientalmente saudável, em conformidade com os objetivos, as prioridades e os planos de desenvolvimento nacionais e considerar maneiras de monitorar eficazmente a oferta desses recursos financeiros novos e adicionais, em particular para os países em desenvolvimento, a fim de que a comunidade internacional possa adotar novas medidas apropriadas com base em dados exatos e fidedignos;

·         Identificar meios de proporcionar recursos financeiros adicionais para medidas orientadas para resolver problemas ambientais importantes de interesse mundial e, em especial, apoiar os países, sobretudo os países em desenvolvimento, para os quais a implementação de tais medidas representaria um peso especial ou extraordinário, devido particularmente a sua falta de recursos financeiros, competência e capacidades técnicas;

·         Examinar diversos mecanismos de financiamento, inclusive os voluntários, e considerar a possibilidade de estabelecer um fundo especial internacional e outras abordagens inovadoras tendo em vista assegurar, em bases favoráveis, a transmissão mais eficaz e rápida possível de tecnologias ambientalmente saudáveis para os países em desenvolvimento;

·         Quantificar as necessidades financeiras para implementar com sucesso as decisões e recomendações da Conferência e identificar possíveis fontes de recursos adicionais, inclusive as inovadoras.

 

Como decorrência dessas diretrizes, o BNDES criou o “Painel ODS – Nossa contribuição para a Agenda 2030”, cuja orientação de acesso encontra-se neste link: https://youtu.be/b4HZrh0rUCc

Assim como o BNDES, praticamente TODAS as instituições financeiras e de fomento repassadoras possuem explicitamente diretrizes a respeito da destinação de recursos para impacto nos processos produtivos locais, regionais e nacionais, sob o conceito dos ODS.

 

FAZ DE CONTA

 

Uma preocupação importante das instituições investidoras é a confirmação positiva dos dados de ESG apresentados pelas organizações captadoras.

Assim, é comum a realização de inspeções e auditorias de confirmação.

Uma organização que produz informações que não correspondem à realidade fica indelevelmente marcada pelo mercado financeiro e pelos governos locais.

 

MAS, AFINAL, O QUE ESTÁ POR TRÁS DE TUDO ISSO?

 

A principal preocupação da maioria dos líderes mundiais é a degradação do planeta, ou seja, a deterioração do meio ambiente através de esgotamento dos recursos tais como ar, água e solo; a destruição de ecossistemas e a extinção da vida selvagem.

Essa degradação, que vem ocorrendo há séculos, já extinguiu várias espécies da flora e da fauna e coloca em cheque a própria continuidade da espécie humana.

A preocupação no sentido de salvar o planeta não é uma perspectiva válida. O Planeta Terra seguirá sua viagem pelo cosmos pelos próximos séculos da forma similar à que vem ocorrendo até hoje.

A inquietude dos líderes planetários se refere à própria condição de sobrevivência da raça humana.

 

Omar, outubro de 2022. 

 

Fonte da Imagem: wallpaperflare.com