GEORGETOWN, Guiana (Reuters) - Os chanceleres dos países membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) definiram na quinta-feira um pacote de medidas para punir as nações da região que romperem a ordem democrática, em um encontro descontraído no qual velhas disputas ficaram de lado.
A chamada "cláusula democrática" deverá ser ratificada e assinada pelos presidentes e chefes de Estado da Unasul que irão se reunir na sexta-feira na capital da Guiana.
"Estabelecemos a aplicação de sanções muito fortes contra qualquer golpe de Estado ou tentativa de golpe de Estado, de alteração da democracia e constitucionalidade ... limitação do comércio, fechamento de fronteiras terrestres, de operações aéreas e suspensão de comércio com esse país", explicou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.
A decisão é um apoio claro à democracia no Equador, que sofreu em 30 de setembro um protesto de policiais exigindo benefícios econômicos, o que Quito qualifica como tentativa de golpe de Estado que colocou em perigo a democracia.
A Unasul reagiu rapidamente em apoio a um de seus integrantes --além de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela-- e se reuniu de maneira extraordinária em Buenos Aires a pedido do então secretário-geral Néstor Kirchner.
"Temos um acordo global entre os ministros de Relações Exteriores que vamos apresentar aos presidentes. Eles resolverão se estão totalmente de acordo com nossa redação", disse Patiño.
Os chanceleres demoraram para chegar a um consenso e, por isso, Patiño esclareceu que não há temas pendentes no documento que será entregue aos mandatários.
Devem participar da cúpula os presidentes de oito dos 12 países membros do organismo: Argentina, Suriname, Equador, Guiana, Colômbia, Paraguai, Brasil e Venezuela.
Os presidentes também tratarão de discutir a eleição do sucessor de Kirchner, que morreu no fim de outubro. Patiño afirmou que o tema não foi tratado pelos chanceleres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário