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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

STOP THE GAME!

 


 Por Pablo Villaça @pablovillaca01

Não sei se vocês estão acompanhando o que está acontecendo na bolsa de valores dos EUA com as ações da GameStop, uma cadeia de lojas especializadas em games, mas é algo muito interessante. E instrutivo.

Vou tentar resumir: um subgrupo do Reddit que reúne pessoas interessadas em ações e na bolsa de valores (mas não ligadas a nenhum grande fundo de investimentos) decidiu investir nas ações da GameStop como uma ação conjunta e passaram a comprá-las loucamente. Eles a escolheram por dois motivos: 1) (e isto é suposição) por simpatia pela empresa; e 2) (isto é fato) porque ao valorizarem as ações da franquia, eles trariam um prejuízo bilionário a grandes investidores e fundos de investimentos.

Como fizeram isso? Bom, como é fácil imaginar, muitos investidores passaram a encarar a GameStop como uma empresa com imenso potencial para afundar - não só por causa do comércio online roubando seu público, mas porque as lojas da franquia, situadas em shoppings, estão fechadas por causa da Covid. E aí os especuladores fizeram o que especuladores fazem: decidiram apostar CONTRA a empresa, fazendo o que em inglês chamam de "shorting" as ações. Se vocês viram A Grande Aposta (e recomendo, pois é excelente), sabem do que se trata. Mas basicamente é o seguinte: você pega as ações de uma empresa "emprestadas" e as vende pelo preço de mercado naquele momento. Depois, quando as ações caem, você as compra de volta, devolve e fica com a diferença entre o preço que vendeu e comprou.

Um exemplo para ficar mais claro: suponhamos que eu acredite que o preço do quilo de arroz vai cair. Eu vou a uma mercearia, pego 30 quilos "emprestados" com a promessa de devolver tudo dali a, digamos, uma semana. Então vendo os 30 quilos pelo preço de mercado - digamos, pra facilitar, dez reais por quilo, o que me faz faturar 300 reais. Espero alguns dias e, quando o preço do arroz cai (para 7 reais, digamos), eu compro os 30 quilos de volta (pagando 210 reais), devolvo tudo à mercearia e fico com os 90 reais de diferença para mim.

É uma jogada obviamente arriscada, porque se der errado, não há limite para o tanto que você pode perder. Se você compra ações de modo normal e elas afundam, você perde "só" o dinheiro que investiu; no caso do short selling, porém, você perde mais e mais à medida que as ações sobem. E como há contratos que determinam o prazo de "devolução" das ações, você é obrigado a recomprá-las pelo preço que estiverem sendo vendidas naquele momento, seja qual for. No exemplo do arroz, suponhamos que vendi por 300 reais esperando que o preço caísse e, em vez disso, o preço subiu para 30 reais o quilo. Ora, como eu TENHO que devolver os 30 quilos dentro do prazo acordado, sou obrigado a pagar o novo preço de mercado (no caso, 900 reais) e tomo um prejuízo de 600 reais. E quanto mais o arroz subisse, maior seria o rombo.

Tenho certeza de que há várias nuances que me escapam, mas em resumo é isso.

Pois bem: acontece que vários fundos de investimento haviam apostado muito dinheiro que as ações da GameStop iriam cair (o tal "shorting"). Mas graças ao subreddit, elas começaram a subir. Um dos fundos já teve que receber um influxo de dinheiro de mais de um BILHÃO de dólares para cobrir as perdas. Mas parece que nesta sexta, dia 28, vencem os contratos de outros que fizeram essa "aposta" e aí é que se terá uma noção exata da escala do estrago. Enquanto isso, os caras que participam do subreddit continuam a comprar ações e a levar o preço pra cima. É uma compra organizada, sistemática, pensada com estratégia.

E está ferrando os grandes investidores.

Aí, claro, os donos da bola começam a ficar com raiva porque não têm mais controle da narrativa - e alguns querem pressionar pela regulamentação do que ações coordenadas como esta podem ou não fazer, querendo CONTROLAR um fórum de internet. Boa sorte com isso. A ironia é que esses grandes fundos, quando apostam contra uma empresa, estão contando justamente que a APOSTA EM SI garantirá que as ações cairão - e muitos fazem apresentações públicas defendendo por que acham que as ações cairão. Ou seja: ELES podem; os outros, não.

Isto deixa claro como o "mercado" lida não com bens reais, com coisas tangíveis, mas com especulação pura e simplesmente. Não interessa se a GameStop é viável como empresa ou não - ou se afundar a empresa terá efeitos sobre seus funcionários; interessa a ESPECULAÇÃO.

Este é um dos inúmeros motivos que me fazem desprezar aqueles que veem o "mercado" como guia da economia de um país: ele nada mais é do que uma banca de jogos pra gente rica. Que acaba brincando com as vidas reais por trás de suas especulações. E sempre que esta brincadeira dá errado, quem é que tem que correr pra SALVAR os ricaços? Pois é, o povo. Os pobres. Através de pacotes de ajuda oferecidos pelo Estado. Porque o "mercado" não pode parar, imagina.

Exatamente como agora: esses canalhas são contra regulamentação, querem poder jogar livremente com as vidas alheias, mas quando um grupo de pessoas se organiza por um fórum de internet para ferrá-los, AÍ QUEREM REGULAMENTAÇÃO URGENTE disso.

(Aliás, já que mencionei A Grande Aposta, sabem o investidor vivido por Christian Bale naquele filme, Michael Burry? Que previu o colapso de 2008 muito antes de acontecer? Pois é, ele tem ações da GameStop e acabou ganhando outra fortuna com essa jogada do subreddit.)

Mas não vou ser ingênuo como muitos e achar que o que está acontecendo foi uma ação "espontânea" num subreddit. É ÓBVIO que tem gente por trás disso (alguns falaram até do próprio Burry, mas não creio que faça seu perfil). Porém, como tem bilionários se fodendo, vou aplaudir.

Dito isso, vamos ver outra notícia que pode parecer não estar relacionada ao lance do GameStop, mas ESTÁ. E aí, sim, deve preocupar todo mundo: há poucos dias, Wall Street passou a aceitar que a ÁGUA se torne um commodity (como o petróleo) e seja comercializada na bolsa. E por que isso tem a ver? Porque, como ficou claro com o GameStop (digo: pra quem ainda não via isso), o mercado de ações está à mercê de sociopatas, de gente que trata o ganha-pão alheio como um jogo de roleta. O valor "real" não importa; importa a PERCEPÇÃO. E o que faz as ações de uma commodity subirem?

Escassez.

Agora pensem nisso: no que significa a ÁGUA passar a ser "commodity".

Primeiro, isso escancara que se trata de algo que o mercado JÁ SABE que vai se tornar cada vez mais raro. E segundo, que os especuladores, os grandes fundos de investimento, agora terão um MOTIVO para "torcer" (e nunca fica só no "torcer"; sempre há ação por trás) para que o valor da água suba. Por demanda ou por escassez.

E repito: o mercado é dominado por sociopatas.

O capitalismo vai destruir o planeta. Só não vê quem não quer.

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(P.S.: Minha crítica de A Grande Aposta pode ser lida aqui: https://cinemaemcena.com.br/critica/filme/8226/a-grande-aposta)

 

 Texto indicado por meu amigo Dr. Panta. 

 

Fonte da Imagem:  https://momentsjournal.com/surreal-paintings-michael-kerbow-vision-dark-chaotic-future/michael-kerbow-painting-surreal-diminishing_returns/

domingo, 20 de maio de 2018

Especulando sobre inteligencia artificial

 


Alejandro Nadal,

17/05/2018

El martes 23 de abril de 2013, cuando el reloj marcaba las 13:07, los operadores en el piso de remates de la Bolsa de Valores en Nueva York vieron el siguiente mensaje de Twitter en sus monitores: Última: Dos explosiones en la Casa Blanca; Barack Obama, herido. En unos instantes el mercado entró en una caída vertiginosa y en los siguientes 90 segundos el indicador Dow Jones perdió 160 puntos, eliminando las ganancias del día. En minutos se confirmó que el mensaje era falso. Había sido generado por hackers que penetraron la cuenta de la agencia Associated Press. Y así como había comenzado el vendaval, de pronto todo regresó a la normalidad. Pero en esos minutos de frenesí financiero se generaron pérdidas por más de 140 mil millones de dólares.

El episodio ilustra de manera singular uno de los principales problemas que enfrenta en la actualidad la globalización financiera, en la medida en que se ha ido profundizando el empleo de sistemas de inteligencia artificial (IA). Hoy, cerca de 70 por ciento de transacciones en los mercados financieros se lleva a cabo mediante computadoras institucionales. Y, por supuesto, la velocidad de las transacciones se ha acelerado vertiginosamente. En los mercados de bolsa más desarrollados del mundo un título permanece en manos de un participante del mercado un promedio de 22 segundos antes de entrar nuevamente en otra transacción. La especulación automatizada ya domina en los mercados financieros.

Una pregunta llama la atención de los operadores de bolsa: ¿son más eficientes los sistemas de IA que los métodos tradicionales para obtener mejores rendimientos en una cartera de inversión? La respuesta no es evidente. La mayor parte de los operadores todavía prefiere el uso del análisis convencional, en el que los indicadores sobre la salud económica y financiera del corporativo que emite un determinado título son la base para tomar una decisión. Aunque muchos operadores son excelentes para hacer un buen análisis en poco tiempo sobre un emisor de títulos financieros, hay muchas otras variables que necesariamente serán ignoradas. Es ahí donde entra la capacidad de un programa para procesar enormes cantidades de datos en una fracción de segundo.

Los métodos tradicionales de evaluación siguen siendo válidos cuando se trata de tomar una decisión sobre la adquisición de un activo para obtener un buen rendimiento. Sin embargo, cuando se busca adquirir un título con el único propósito de venderlo inmediatamente para obtener una ganancia, las cosas cambian. En un entorno en el que proliferan las opciones sobre una gran variedad de activos, incluyendo derivados y todo tipo de productos exóticos, es vital poder sintetizar grandes cantidades de información y poder comparar diferentes senderos de transacciones para poder explotar con ventaja los diferenciales de precios entre distintos títulos. Es aquí donde las computadoras y sus sistemas de IA muestran su superioridad frente a los análisis tradicionales.


Otra pregunta se relaciona con el efecto que tiene el empleo de sistemas de IA sobre la volatilidad y estabilidad de los mercados financieros. Muchos analistas consideran que el uso de computadoras elimina el factor emocional de la ecuación, reduciendo la volatilidad y el riesgo de un pánico financiero. Pero lo cierto es que los predictores de los algoritmos de esos sistemas de IA están diseñados para replicar el mismo comportamiento de cualquier operador frente a una señal de alarma. En otras palabras, si alguien grita ¡fuego! a la mitad de una función de teatro, esos predictores también aconsejan salir como rayo hacia la puerta más cercana. Los múltiples episodios de pánico financiero generados por fallas en la tecnología en años recientes son testimonio de lo anterior.

Las plataformas que permiten transacciones en un entorno no lineal, en el que imperan el caos y la incertidumbre, todavía están en una fase experimental. Esos nuevos modelos de IA para la especulación financiera buscan alcanzar rutinas de comportamiento con una lógica no lineal, incorporando variables aleatorias y mimetizando el comportamiento humano para resolver problemas. Eso es algo paradójico, pues pareciera que ahora se busca reintroducir en la ecuación los parámetros (de conducta humana) que antes se buscaba eliminar para maximizar los beneficios de la IA.

Es prematuro predecir el resultado final de esta evolución. La difusión de computadoras con capacidad de aprender ya está ocurriendo, y los operadores de corredurías pueden sentir que sus puestos de trabajo están amenazados. En la medida en que avance la capacidad de estos sistemas para analizar océanos de datos y detectar tendencias, aumentará su capacidad para tomar las decisiones que en su mayoría siguen reservadas a un operador humano. La IA no va a cambiar la naturaleza de la especulación financiera ni sus efectos nefastos en el plano macroeconómico, pero sí puede hacerla más peligrosa por la velocidad y volúmenes involucrados en cada transacción.

Fonte:  SinPermiso

sexta-feira, 18 de maio de 2018

PAPA FRANCISCO E A BOMBA-RELÓGIO



A bomba-relógio do mercado

O papa Francisco chamou o mercado de derivativos de "bomba-relógio". Em uma ampla crítica ao mercado financeiro global divulgada pelo Vaticano nesta quinta-feira (17), ele incluiu os credit-default swaps. A crítica incomum tem a ver com a visão cética que o papa Francisco tem do capitalismo global desenfreado. "O mercado de CDS, logo após a crise financeira de 2007, era grande o suficiente para representar quase o equivalente ao PIB do mundo inteiro. A disseminação de tal tipo de contrato sem os devidos limites tem encorajado o crescimento de finanças da sorte de apostas na falha de outros, o que é inaceitável de um ponto de vista ético", afirmou o Vaticano no documento. A avaliação é similar a comentários feitos pelo megainvestidor Warren Buffett em 2003, que classificou os derivativos de "armas financeiras de destruição em massa". Na ocasião, Buffett também criticou a expansão sem controle deste mercado. O papa Francisco tem sido um crítico de Wall Street e já pediu regulação para as práticas financeiras especulativas, além de controle sobre o "poder absoluto" do sistema financeiro, o qual ele disse pode trazer mais crises. 

Fonte: Affonso Ritter

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Petrobrás e a campanha do capital internacional

 
Fonte da Imagem: http://blogdaengenharia.com/wp-content/uploads/2014/06/plataforma-de-petroleo-blog-da-engenharia.jpg

Entrevista com Fernando Siqueira

Prossegue a oportunista campanha da imprensa que instrumentaliza as revelações do esquema de corrupção atuante na Petrobras para justificar a desnacionalização e entrega do petróleo brasileiro ao cartel internacional, ainda mais corruptos, já que se apoiam também em guerras e no uso de mercenários para garantir seus interesses em diversas partes do mundo.

A entrevista é de Rennan Martins, publicada pelo portal Desenvolvimentistas, 20-01-2015.

Cumprindo nossa missão de fazer o contraponto à narrativa hegemônica, atuando na guerrilha semiológica, como propôs Umberto Eco, o Blog dos Desenvolvimentistas segue colhendo e disseminando informações a fim de retratar o mundo de uma perspectiva que não a dos poderosos, essa já fartamente propagandeada.

É pra isso que entrevistei mais uma vez Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET). Siqueira defende que se deve investigar cada indício de corrupção, mas que a Petrobras é vítima dos saqueadores, “e não um antro de corrupção como eles tentam mostrar”. Ressalta que é uma companhia em melhor situação que as outras cinco grandes petrolíferas internacionais, lastreada em 84 bilhões de barris, e é justamente por essa riqueza que é tão atacada.

Eis a entrevista.

Qual a posição da AEPET em relação ao cartel/propinoduto que saqueou a Petrobras?

Achamos essa prática execrável, que deve ser punida com o máximo de rigor e prisão de todos os envolvidos. Em todo o Brasil. O ponto positivo é que a operação lava-jato trouxe as informações necessárias, inclusive dos corruptores, o que só foi possível com as delações premiadas. Vimos denunciando em todas as AGO´s (Assembleia Geral Ordinária, anual, dos acionistas) os indícios da corrupção (por exemplo, a cartelização pela prática de EPCismo – contratação de obras por pacote fechado – que sistematizou a cartelização). Mas não dispúnhamos das provas concretas. Sabíamos que o Duque (segundo dizem, concunhado do Zé Dirceu), o Paulo Roberto, o Barusco tinham procedimentos suspeitos, mas faltavam as provas. Agora temos a chance de deflagrar um combate sem tréguas à corrupção. Em todos os segmentos do País. Mas alguns membros do Ministério Público têm alertado para o risco de impunidade. A sociedade não pode aceitar um novo Satiagraha, que deu em nada.

Procedem os rumores de que a estatal está atolada em dívidas?

A Companhia tem realmente uma grande dívida. Porque tem a maior carteira de campos de petróleo a serem postos em produção. Portanto é uma dívida positiva, visto que é uma dívida para investimentos, os quais dão retorno superior a 80% ao ano. O retorno demora um pouco, mas já temos uma produção superior a 700 mil barris por dia no pré-sal. E o pré-sal já tem uma reserva descoberta de cerca de 70 bilhões de barris, que somada aos 14 bilhões pré-existentes, chegam a 84 bilhões de barris. Portanto, a dívida, além de ser positiva, tem um grande lastro.

O que explica a grande queda nos preços das ações da estatal? Em que extensão o escândalo de corrupção influencia nessa questão?

Há vários fatores. A queda do preço internacional do petróleo (temporária), a explicitação da nefasta corrupção, além da campanha sistemática da mídia defensora do capital internacional. Eles querem tirar a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal, pois isto inibe os dois focos de corrupção: superdimensionamento dos custos de produção, ressarcidos em petróleo e a medição fraudulenta da produção. Embora haja corrupção dessas empreiteiras em todos os segmentos do País, a da Petrobrás foi exacerbada ao máximo para desmoralizar a empresa. Na realidade a Petrobrás é vítima, e não um antro de corrupção como eles tentam mostrar. Ela tem 88000 empregados sérios, honestos e competentes.

Na esteira das revelações do esquema muitos analistas criticaram o modelo de partilha. Que pensa a AEPET sobre o atual modelo de exploração?

O modelo de partilha, não é o ideal, faltando, inclusive fixar o percentual do óleo-lucro que fica com a União. Mas é muito melhor do que o de concessão que eles defendem. A concessão dá todo o petróleo para quem produz. Por ela, o Brasil fica com 10% de royalties e cerca de 20% em impostos – tudo em dinheiro. No mundo, os países exportadores ficam com a média de 80% do petróleo produzido. Em nossa visão o modelo ideal é a volta do modelo existente antes da era FHC, previsto no artigo 177 da Constituição Federal de 1988: o Monopólio Estatal do Petróleo, conforme constava na Lei 2004/53. Ou a contratação por prestação de serviços, como é na Venezuela.

A proposta de retorno do regime de concessões interessa ao país? Quem ganha e quem perde com este modelo?

O modelo de concessão é pernicioso para o País, é puro entreguismo, pois conforme dito acima, só favorece as concessionárias integrantes do cartel internacional, em detrimento do povo brasileiro. Quem ganha com esse modelo é esse cartel do petróleo e os defensores do modelo, que, provavelmente, não fazem essa defesa gratuitamente.

A narrativa da grande mídia retrata nossa estatal como se estivesse à beira da falência. Por quê? Com que objetivos?

Faz parte da campanha do capital internacional. A Petrobrás, comparada às cinco grandes companhias petrolíferas internacionais, está muito melhor que elas. Aumentou suas reservas, aumentou a produção, o faturamento bruto, enquanto as outras têm indicadores negativos nesses quesitos. Ela ainda tem 70 bilhões de barris de petróleo descobertos no pré-sal, que fazem dela uma potência econômica e tecnológica. Aliás, ela poderia estar bem melhor se o Governo Dilma, por ditames eleitoreiros, não a houvesse obrigado a importar derivados e revender para suas concorrentes por preços inferiores. Segundo o Conselheiro Administrativo eleito, Silvio Sinedino, presidente da Aepet, esse rombo já atingiu a R$ 60 bilhões.

Que postura devem assumir os brasileiros que valorizam uma Petrobras forte e nacional?

Devem assumir a sua defesa como vítima da corrupção e combater sem tréguas essa prática. Lembrar que a Companhia é a mais estratégica do País e que ela pode alavancar o desenvolvimento tecnológico, econômico e financeiro, gerando empregos, tecnologia e desenvolvimento sustentado. Gosto sempre de citar a Noruega, que passou de segundo país mais pobre da Europa para o mais evoluído do Planeta: tem o melhor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano - de todos por cinco anos consecutivos, o melhor bem-estar social e a segunda renda per capta do planeta. Por que a Noruega cresceu assim? Porque soube usar o petróleo que descobriu no Mar do Norte na década de 70. Desenvolveu-se magistralmente e criou um fundo soberano pós-petróleo, que já chega a US$ 900 bilhões. E nós temos muito mais petróleo do que eles, além de imensas riquezas fora do ramo petróleo – minérios, biodiversidade, água.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O lado mais sinistro do sistema bancário

Fonte da imagem AQUI.

Flávio Aguiar

De crise em crise, de susto em susto, de revelação em revelação, vem à tona dia após dia o lado mais sinistro do sistema bancário internacional.

Desde 2008, em que pese o esforço midiático de concentrar fogo e visões em torno das “crises das dívidas soberanas”, foi ficando evidente o quanto a desregulamentação do sistema financeiro internacional custou aos cofres públicos das nações – daquelas em crise aberta (como a Grécia) e daquelas que aparentemente sobrenadam no dilúvio (caso da Alemanha). Naquelas, sonhos coletivos e individuais se transformam em pesadelos, enquanto direitos individuais e coletivos se desmancham no ar ou às custas de cassetadas ou bombas de gás lacrimogênio nas ruas.

Bilhões de euros são arrancados do poder aquisitivo da população para impor uma “austeridade fiscal” recessiva, depressora, depressiva e deprimento enquanto continua o engorde das taxas de juro extorsivas cobradas para refinanciar a dívida pública, que certamente não serão pagas por nenhum sistema bancário ou financeiro, mas novamente pelas camadas mais frágeis da população, às custas de arcarem com mais pesadelos. Nas que guardam algum resíduo de organização e prosperidade – como a Alemanha – bilhões de euros foram e são transferidos para bancos, oriundos de fundos públicos, quer dizer, também do bolso de contribuintes e trabalhadores, para cobrir contas abertas nacionais e internacionais.

Mas nos últimos dias mais lados sinistros – e mais sinistros – vieram à tona. Semanas atrás foi o caso da manipulação da taxa Libor da banca britânica, promovida pelos representantes do banco Barclays na Associação de Bancos de Londres para favorecer a obtenção e/ou a manutenção de clientes investidores. O banco manipulava seus dados e induzia a manipulação da Libor por parte das autoridades financeiras londrinas para baixo, para parecer mais saudável do que era, a fim de manter clientes; ou inchava a taxa para prometer melhor remuneração para atrair clientes em épocas de escassez. E as autoridades – inclusive do Banco da Inglaterra engoliam as pílulas – isso, pelo menos, de 2007 a 2010. Os prejuízos são incalculáveis, uma vez que a taxa Libor, além de incidir pobre empréstimos entre bancos britânicos, era uma referência mundial no setor.

Agora foi a vez do HSBC. Uma investigação de mais de ano, feita pelo Senado norte-americano, concluiu insofismavelmente que a seção norte-americana do banco lavou dinheiro dos cartéis mexicanos de narcotráfico de 2002 a 2009, apesar dele ter sido advertido por agentes do fisco e até por investigações internas de seus próprios funcionários.

Na terça-feira isso redundou numa sessão humilhante para altos executivos do banco, que renunciaram a seus cargos numa sessão pública do comitê do Senado, embora negassem ter “conhecimento completo” das contravenções. Já antes houve uma espécie de “mea culpa” por parte do banco perante um comitê semelhante de autoridades britânicas do setor financeiro.

Além disso, o banco (sempre a seção norte-americana) foi acusado por uma série de outras contravenções, indo desde negócios ocultos com finanças sírias e iranianas, à prestação de serviços para instituições financeiras da Arábia Saudita e de Bangladesh suspeitas de terem financiado em parte a Al Qaeda.

O Barclays já pagou 450 milhões de libras em indenizações a clientes que se julgaram lesados. O Serviço da Autoridade Financeira de Londres vai ser extinto e substituído por outra agência, além de parte de suas atribuições passarem para o Banco da Inglaterra. O HSBC promete uma revisão de seu sistema interno de segurança.

A ver, para crer.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O MORDOMO É O CULPADO...

Fonte da imagem AQUI.

ESCÂNDALO NO VATICANO

Na audiência geral na praça de São Pedro, o papa Bento XVI pela primeira vez evocou publicamente o escândalo que abala o Vaticano e que levou na passada quarta-feira à detenção do mordomo, Paolo Gabrielle.

Centenas de documentos confidenciais transmitidos à imprensa italiana desde janeiro, provocaram o chamado escândalo “Vatileaks”, e uma crise no Vaticano.

“Hipóteses completamente gratuitas multiplicaram-se, ampliadas por alguns ‘media’, indo muito além dos factos, transmitindo uma imagem da Santa Sé que não corresponde à realidade», afirmou Bento XVI.

Por seu lado Gianluigi Nuzzi, o jornalista que está na origem da divulgação dos documentos e que publicou um livro, disse que há mais informadores no Vaticano.

“Há um grupo de pessoas, eu posso contar mais de uma dezena seguramente, que decidiram – como dizer… divulgar coisas”, disse o jornalista.

Paolo Gabrielle, foi detido depois de terem sido encontrados documentos confidenciais em sua casa.

A detenção foi anunciada um dia após o presidente do banco do Vaticano, se ter demitido


VATILEAKS

Em janeiro, documentos confidenciais divulgados pela imprensa italiana, - o escândalo batizado como "Vatileaks" - confirmaram as lutas internas para o cumprimento das normas sobre a transparência.

Há um mês, Bento XVI criou uma comissão formada por três cardeais - Julián Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi - para investigar o vazamento reiterada de documentos internos.

A publicação nesta semana de uma série de cartas confidenciais dirigidas ao papa Bento XVI sobre temas delicados, como as intrigas do Vaticano ou os escândalos sexuais do padre mexicano Marcial Macial, em um livro gerou desconcerto e incômodo na Santa Sé.

Para o autor do livro, com o título "Sua santidade, as cartas secretas de Bento XVI", escrito por Gianluigi Nuzzi, autor do bem-sucedido "Vaticano SA" (Vaticano sociedade anônima"), sobre as finanças da Santa Sé, "emergem os confrontos secretos e as armadilhas em todos os níveis" que se espalham nos palácios apostólicos.

Este é mais comprometedor vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que, por isso, anunciou ações legais contra o que classificou de "crime".


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mensaje de solidaridad con el movimiento de acampada y ocupación de Wall Street

Cualquiera que tenga los ojos abiertos sabe que el gangsterismo de Wall Street -- de las instituciones financieras en general -- ha infligido graves daños al pueblo de los Estados Unidos (y al mundo). 

Y debería saber también que tal cosa ha ido sucediendo progresivamente en los últimos treinta años, a medida que ha aumentado de modo radical su poder en el seno de la economía, y con ello su poder político. 

Se ha puesto así en marcha un círculo vicioso que ha concentrado una inmensa riqueza, más el poder político, en un diminuto sector de la población, una fracción de un 1%, mientras el resto va convirtiéndose cada vez más en lo que en ocasiones se denomina "precariado", que trata de sobrevivir en una precaria existencia.

Además, tan horribles actividades se llevan a cabo con una impunidad casi completa: no sólo mediante el "too big to fail" (demasiado grandes para dejarlos caer) sino también con el "too big to jail" (demasiado grandes como para meterlos en la cárcel). 

Las valientes y honrosas protestas que continúan en Wall Street deberían servir para llamar públicamente la atención sobre esta calamidad y conducir  a un entregado esfuerzo por superarla y poner a la sociedad en una senda más saludable. 

Noam Chomsky es profesor emérito del Departamento de Lingüística y Filosofía del MIT. Universalmente reconocido como renovador de la lingüística contemporánea, es el autor vivo más citado, el intelectual público más destacado de nuestro tiempo y una figura política emblemática de la resistencia antiimperialista mundial. El texto aquí traducido procede de una conferencia dictada en Amsterdam el pasado mes de marzo.
Traducción para www.sinpermiso.info: Lucas Antón

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Sobre este tema, se informe mais AQUI.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Finalmente a independência do BC

Fonte da imagem: AQUI.
 
Por Yoshiaki Nakano, para Valor Econômico
 
O Banco Central (BC) tomou a decisão de reduzir em 0,5 ponto percentual a sua taxa de juros, o que surpreendeu o mercado financeiro. Os seus "porta vozes", por meio da imprensa, falaram em quebra de "protocolo", da "liturgia" e na subversão aos "princípios mais valiosos" do sistema de metas de inflação. Isso teria deixado o mercado "perplexo" segundo a imprensa. Mas, afinal, qual era esse protocolo ou liturgia a que o mercado estava acostumado? Quais eram esses "princípios mais valiosos do sistema de metas de inflação" que o BC teria abandonado?

De fato, o BC, que não tem na sua diretoria atual funcionários de bancos privados, como tivemos nas diretorias anteriores, surpreendeu os tesoureiros e economistas dos bancos privados, que estavam acostumados a uma relação, no mínimo, promíscua. Nessa relação, o Banco Central reagia às expectativas de inflação dos economistas dos bancos privados, materializadas na pesquisa Focus e nas taxas de juros futuras das operações efetuadas pelas tesourarias.

Na véspera das reuniões do Copom, a imprensa fazia a pesquisa informando o Banco Central, qual o aumento ou redução em que a maioria dos bancos e empresas de consultoria apostavam. Lógico que a maioria sempre acertava. Esse era o protocolo ou a liturgia seguidos pelas diretorias anteriores do Banco Central sempre ocupados por funcionários do sistema bancário. Na última reunião de agosto, esse protocolo foi de fato abandonado. Daí a grande surpresa e perplexidade do mercado financeiro. A rigor, o BC finalmente tornou-se independente do mercado.

Banco não tem na sua diretoria atual funcionários de bancos privados, como tivemos nas diretorias anteriores
Nesse protocolo ou liturgia prevaleciam, evidentemente, os interesses dos mercados financeiros. Se as expectativas de inflação e de taxas de juros futuras do próprio mercado financeiro guiavam as decisões do Banco Central, os riscos de erros nas projeções eram minimizados e as possibilidades de ganho maximizadas. Vale lembrar que, no Brasil, o Banco Central fixa a taxa Selic, que é a mesma dos títulos públicos de longo prazo e, que serve de base (CDI) para a fixação das demais taxas de juros ativas e passivas. Assim, a indexação dos ativos financeiros à taxa diária Selic/DI elimina o risco da variação da taxa de juros e, tal "protocolo" entre o mercado e o Banco Central reduzia o risco de erros de expectativas. A dita "perplexidade" do mercado é compreensível, pois agora aumentam os riscos de serem surpreendidos se errarem nas as suas projeções.

Outro aspecto que merece atenção é que muitos economistas de bancos ou de consultorias ligadas ao mercado financeiro imputam a última decisão do Banco Central como subversão das regras ("princípios mais valiosos") da política monetária baseada em metas de inflação. Nada mais longe da verdade. A rigor, o sistema de metas que tínhamos no Brasil, era um arremedo do verdadeiro. Como a variação da taxa de juros tem uma defasagem longa, de seis a 12 meses, para ter efeitos mais relevantes sobre o lado real da economia (demanda agregada) e sobre a inflação, a taxa de inflação relevante, que tem que ser monitorada, é a taxa estimada para os próximos seis a 12 meses. Portanto, o sistema de metas pressupõe um bom sistema de previsão de inflação futura para compará-la com a meta e daí tomar a decisão de mudar a taxa de juros. No Brasil, além de considerarmos a inflação medida e acumulada de doze meses, portanto, referente ao passado, estamos presos à inflação calendário.

Além da inflação passada de 12 meses dificilmente ser uma projeção correta da inflação futura, a não ser por acaso, não consideramos nem mesmo a inflação contemporânea. Se esta for mais relevante para extrapolarmos para o futuro, a taxa de juros deverá ter um comportamento completamente diferente do nosso caso.

Por exemplo, a taxa de inflação de agosto foi de 0,37%, portanto, anualizando temos como taxa de inflação referência 4,5%, coincidindo com a meta. A taxa de juros deveria ser muito menor. Ao utilizarmos a inflação passada de 12 meses como referência, temos que manter a taxa de juros em níveis elevados mesmo que as pressões inflacionárias efetivas tenham desaparecido e a inflação contemporânea esteja dentro da meta. É compreensível que aqueles que ganham com juros elevados defendam os "princípios mais valiosos" da atual regra.

Outro aspecto que chamou a atenção dos "porta-vozes" do sistema financeiro é que o BC não está considerando só a taxa de inflação, mas o crescimento da economia, como se isso fosse um pecado mortal praticado pelo banco. Novamente, isso representa uma ignorância sobre o sistema de metas de inflação ou a defesa de interesses setoriais. O sistema de metas pressupõe que a taxa de juros afeta a inflação por diversos canais, entre eles o da demanda agregada ou o hiato do produto. A taxa de juros não afeta diretamente a inflação. Assim, ao elevar a taxa de juros, o Banco Central pretende eliminar o excesso de demanda ou atingir o hiato zero para assim controlar a inflação.

O Banco Central do Brasil agiu de forma correta se seus estudos técnicos e as projeções de seus modelos indicam tanto a desaceleração do nível de atividade econômica, como a queda nas pressões inflacionárias nos próximos 12 meses. Se isso for verdade, estamos mais próximos de um verdadeiro sistema de metas. Se acrescentarmos que o ministro da Fazenda anunciou um aperto fiscal maior para poder afrouxar a política monetária, estamos iniciando uma nova era e podemos caminhar para um novo regime de política macroeconômica compatível com crescimento acelerado e sustentado.

Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas (SP), professor e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas - FGV/EESP.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Las lavanderías de Wall Street


Por Juan Gelman, para Página/12

Se puede pasear por Queens y encontrar decenas y decenas de lavanderías sin un solo cliente en toda la jornada y en ninguna otra jornada. Suelen ser negocios modestos, atendidos por una sola persona que no frecuenta a los vecinos. Nada que ver con los imponentes edificios de los bancos de Wall Street, que tampoco lavan ropa: se dedican a otra clase de limpieza.

Es difícil calcular el volumen de dinero lavado que entra en el flujo financiero mundial. En 1996 el FMI afirmó que ascendería del 2 al 5 por ciento del total, pero hay estimaciones actuales que superan esa aproximación. El distinguido economista John Walker propone, con base en un modelo económico comparativo de bases de datos internacionales sobre el crimen organizado, que su monto anual es de unos 2,85 billones de dólares (www.economywatch.com, 14/6/11). De los cuales: un 46,3 por ciento se higieniza en el sistema bancario de EE.UU. y, mucho menos, en los de Italia (150.000 millones de dólares) y Rusia (147.000 millones), y a más distancia todavía en los de Alemania, Francia, Rumania, Canadá y otros países de Occidente y Asia. Como siempre, la gran potencia del Norte en primer lugar.

Walker sostiene que esto es posible porque los intentos de combatir el lavado de dinero son ineficaces y las penalizaciones legales estadounidenses, muy leves. Cuando se aplican.

Un caso muy notable y muy notorio es el de la financiera Wachovia que, por intermedio de la mexicana Casa de Cambio Puebla, inyectó en el mercado financiero 378.400 millones de dólares sólo en el período 2004/2007 (www.huffingtonpost.com, 14/7/10). ¿El castigo? Una multa de 160 millones de dólares, aunque las autoridades judiciales de EE.UU. calificaron de “operaciones delictivas continuadas” las actividades de Wachovia. A juicio del especialista Daniel Hopsicker, la lenidad de la sanción habla “del trato preferencial acordado a algunos participantes en el comercio internacional de drogas” (www.alternet.org, 12/6/11).

Un estudio del año 2009 de la Oficina de las Naciones Unidas contra la Droga y el Delito (Unodc) reveló que los bancos violan la gran mayoría de las normas establecidas para prevenir el lavado de dinero: “En momentos en que se produce la quiebra de grandes bancos –subraya–, los banqueros parecen creer que el dinero no tiene olor. Los ciudadanos honestos, que se enfrentan con esfuerzo a este tiempo de dificultades económicas, se preguntan por qué no se confiscan las utilidades del delito, que se convierten en propiedades, automóviles, yates y aviones ostentosos” (www.unodc.com, 24/6/09). Y aun en otras cosas, claro.
Una posible respuesta a esa pregunta provino del Dr. Antonio María Costa, entonces subsecretario general de la ONU y director ejecutivo de la Unodc: “Los miles de millones de dólares del dinero de la droga mantuvieron a flote el sistema financiero cuando la crisis global llegó a la cima... eran el único capital de inversión líquido” del que dispusieron ciertos bancos al borde del colapso en el 2008 (www.guardian.co.uk, 13/12/09). Como consecuencia, la mayoría de los beneficios del narcotráfico ingresó al sistema económico mundial.

“Los préstamos interbancarios se financiaron con dinero procedente del narcotráfico y de otras actividades ilegales –agregó–. Hay evidencias de que algunos bancos fueron rescatados de ese modo.” El Dr. Costa contó con información de fuentes fidedignas, investigaciones y datos de varios servicios de inteligencia para asegurar que la posterior y “progresiva liquidez del sistema y el mejoramiento paulatino del valor de las acciones de algunos bancos (se tradujo) en que el problema (del dinero ilegal) se ha convertido en algo mucho menos grave de lo que alguna vez fue”.

Se podría sumar otro elemento a las consideraciones del Dr. Costa: es política oficial de la Casa Blanca no penalizar a los grandes bancos y Obama demostró que más bien hay que premiarlos. El experto Michael Smith lo explica claramente: “Ningún banco de EE.UU. ha sido enjuiciado por violar la ley de secreto bancario o cualquier otra ley federal (en la materia). En cambio, el Departamento de Justicia establece cargos en el marco de acuerdos de procesamiento diferido, por los cuales un banco paga una multa y promete no volver a violar la ley... Los megabancos están protegidos por una variante de la teoría ‘demasiado grande como para caer’. Fallar contra un gran banco podría... causar pánico en los mercados financieros” (www.bloomberg.com, 28/6/10).

Es conocido el involucramiento de la CIA en operaciones de narcotráfico, incluso hoy en Afganistán, convertido en el productor del 90 por ciento del opio que invade el mundo. Corren además rumores de que algunas familias estadounidenses de pro lavarían dinero “negro” en bancos de Wall Street y/o habrían invertido en el tráfico de drogas. Finalmente, Warren Delano, abuelo del ex presidente norteamericano Franklin Delano Roosevelt, acumuló una fortuna con el tráfico ilegal de opio de China. Tradiciones son tradiciones.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Una metáfora...

Imagem extraída do Elos da Saúde

Supongamos que una empresa de biotecnología creara un tipo maravilloso de cultivo, la más asombrosa creación de toda la historia de la agricultura. Da mas calorías por hectárea que cualquier otra planta, nutricionalmente es en extremo completo y puede plantarse y cosecharse con harto menos maquinaria y equipo que cualquier otra cosa conocida hasta ahora. Es sabrosa y puede prepararse de muchas maneras. También es dulce, de modo que puede usarse como substituto barato del azúcar y de los jarabes con alto contenido de fructosa derivados del grano. Llamémoslo Cultivo-X.

El Cultivo-X viene a añadirse como nuevo elemento a la pirámide alimenticia y es aceptada por nutricionistas y autoridades públicas sanitarias en todo el mundo. Resulta, además, que el Cultivo-X es también –¡maravíllense!—un afrodisíaco y un estimulante, de modo que contribuye a aumentar la libido de la población y el volumen de la oferta alimentaria y la población mundial crece a tasas superiores.

Las ventas del Cultivo-X se disparan, desplazando a la agricultura tradicional. Una buena parte de las tierras de cultivos tradicionales pasan ahora a producir Cultivo-X. El Cultivo-X es tan eficiente, que parte de las tierras agrícolas se apartan de la producción y se destinan a otros usos: vivienda, grandes centros comerciales, parques… Aunque algunas empresas agrícolas anticuadas todavía subsisten, se reduce drásticamente su volumen y muchos de sus proveedores desaparecen.

Veinte años después de la difusión del Cultivo-X, los médicos descubren que la diabetes y algunos achaques hormonales nuevos están creciendo a ritmos explosivos. Y resulta que esas tasas están muy correlacionadas con los niveles de consumo de Cultivo-X en la alimentación de las personas. Un consumo prolongado de grandes cantidades de Cultivo-X afecta a la glándula pituitaria, que controla casi todas las demás glándulas en el cuerpo y en el páncreas.

Nos enfrentamos a una crisis sanitaria, y no hay vuelta atrás. Resultaría muy difícil y muy costoso volver a poner a producir las antiguas tierras de labor ahora destinadas a otros usos. Algunos tipos de equipo agrícola necesarios para la producción tradicional ya no se fabrican. Y con una población mucho más numerosa que antes, se necesitarían muchas más tierras que antes. La población mundial se ha hecho dependiente de las calorías producidas por el Cultivo-X, de modo que prescindir inmediatamente de él significa la muerte por hambre de no pocos. Pero lo mismo ocurrirá si se persevera en el consumo de su toxicidad. Limitarse simplemente a esperar que las gentes se abstengan de su consumo no ofrece perspectivas demasiado prometedoras: los efectos afrodisíacos y estimulantes del Cultivo-X lo han hecho adictivo.

Leia a íntegra em Sin Permiso.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

FRASES

"Não há empreendedorismo no nosso Estado, nem no Brasil, exceto em São Paulo".

Declaração de Ricardo Russowski, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-RS), reclamando que enquanto no RS a faixa salarial de um profissional, qualificado, não chega a R$ 500 mil/ano, ou pouco mais de R$ 40 mil mensais, no estado de São Paulo o ganho vai, sem muita dificuldade, a R$ 1 milhão por ano.

Leia MAIS.

Nota do Bloguista: Estou estupefato. Como podem os executivos financeiros gaúchos viverem com essa miséria?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Empréstimos chineses ultrapassam os do Banco Mundial

Os empréstimos chineses a outros países em desenvolvimento superaram nos últimos dois anos os empréstimos do Banco Mundial a esses países, segundo levantamento publicado nesta terça-feira pelo diário econômico britânico Financial Times

Segundo a reportagem do jornal, os empréstimos dos bancos de fomento chineses China Development Bank e China Export-Import Bank somaram pelo menos US$ 110 bilhões em 2009 e 2010.

No mesmo período, o Banco Mundial emprestou US$ 100,3 bilhões, ainda assim um volume recorde, impulsionado pela resposta da instituição à crise financeira internacional.

Para o jornal, os dados são “uma forte indicação da escala do alcance econômico de Pequim e de seus esforços para garantir acesso a recursos naturais”.

Apesar de os bancos estatais chineses não divulgarem oficialmente detalhes sobre seus empréstimos no exterior, os cálculos do Financial Times foram baseados nos anúncios públicos sobre os acordos específicos feitos pelas instituições, pelos beneficiários ou pelo governo da China.

Isso significa que a estimativa pode estar subestimada, já que existe a possibilidade de que alguns empréstimos mais sensíveis não tenham sido tornado públicos.

Petrobras

O Brasil está entre os principais beneficiários dos empréstimos chineses. Em 2009, a Petrobras assinou um acordo com o China Development Bank para um financiamento de US$ 10 bilhões para os investimentos necessários para a exploração da camada pré-sal de petróleo.

Como contrapartida ao empréstimo, a Petrobras se comprometeu a vender até 200 mil barris de petróleo por dia à estatal chinesa Sinopec.

Acordos semelhantes também foram firmados com grandes produtores de petróleo como a Rússia e a Venezuela.

A reportagem do Financial Times observa que “a crise econômica permitiu a Pequim impulsionar os interesses comerciais de suas companhias de energia ao oferecer empréstimos para países produtores em um período no qual era difícil de conseguir financiamento”.

O jornal comenta ainda que os bancos chineses oferecem taxas melhores do que as do Banco Mundial para acordos considerados importantes pelo governo chinês, além de impor menos condições sobre transparência.
Os bancos de fomento chineses têm um mandato para promover os interesses nacionais chineses. Um dos objetivos específicos do China Development Bank é o de tentar aliviar ou, quando possível, eliminar, gargalos no suprimento de matérias primas ou terras para a economia do país.

A instituição também procura abrir mercados no exterior para as companhias chinesas.

Em alguns países africanos, os empréstimos chineses para financiamento de obras de infraestrutura são condicionados não somente à contratação de empresas chinesas, mas também ao fornecimento de mão-de-obra chinesa.

Reservas

O governo chinês, que possui reservas internacionais de US$ 2,85 trilhões em moeda estrangeira, tem com isso grandes quantidades de dinheiro para financiar empréstimos que possam ajudar a promover seus objetivos estratégicos.

O fluxo de empréstimos dos bancos estatais chineses contrasta com os investimentos externos promovidos pelas empresas chinesas.

Os investimentos externos diretos (IEDs) das empresas chinesas, sem incluir os bancos, somaram cerca de US$ 50 bilhões no ano passado, cerca de metade dos IEDs de companhias estrangeiras na China no mesmo período.

Apesar de a China já ser a segunda maior economia do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, os IEDs chineses ficaram atrás dos de outros quatro países no ano passado.

BBC

sábado, 15 de maio de 2010

BANCO DO BRASIL INVADE OS EUA


O Banco do Brasil recebeu autorização do Financial Industry Regulatory Authority (Finra) para atuar no mercado de capitais americano, podendo participar de ofertas de ações, operar com títulos de dívida e fazer corretagem nos Estados Unidos, segundo comunicado divulgado hoje.

O banco já havia recebido no dia 13 de abril o status de "Financial Holding Company" pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que permite o BB atuar nos EUA como se fosse um banco americano, exercendo todas as atividades do setor, podendo fazer aquisições e atuar no varejo.

Ontem, durante entrevista coletiva para anunciar os resultados trimestrais, o vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, afirmou que o banco está analisando a possibilidade de fazer uma aquisição de um banco nos Estados Unidos para atender pessoa física.

"Existem cerca de 500 bancos à venda no mercado americano", disse o executivo. O BB também quer atuar no mercado de capitais de olho em empresas brasileiras que estão se internacionalizando e querem fazer operações nos Estados Unidos, afirmou o executivo.

Nota do Blog: Dependendo do resultado das próximas eleições essa tendência brasileira se aprofundará ou será revertida. Você decide.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

DE QUE TIME É O TUCANO ARMÍNIO FRAGA?


Armínio Fraga critica “excesso de confiança” no Brasil

O ex-presidente do Banco Central, no governo FHC, usou um discurso peculiar em um encontro da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, destinado a atrair investimentos para o país. Fraga criticou o que chamou de "excesso de confiança" na economia brasileira e disse que a infraestrutura do país está em "péssima forma". "Não é muito saudável perseverar nesse excesso de confiança. Essa percepção não é boa para nós", disse Fraga, que antes de se tornar presidente do BC, gerenciou o dinheiro do investidor bilionário George Soros.


Redação - Carta Maior

O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, considera ruim o “excesso de confiança” de investidores internacionais na economia brasileira. Em recente participação numa conferência organizada pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, Fraga disse que essa percepção “não é boa para nós”. O atual presidente do Conselho de Administração da BMF&Bovespa S/A não especificou quem seriam o “nós” exatamente e acrescentou: “Não é muito saudável perseverar nesse excesso de confiança!”.

Em tese, Armínio Fraga estava falando numa reunião destinada a atrair investimentos para o Brasil. Mas, além de advertir para o “excesso de confiança”, o ex-presidente do BC, no governo FHC, também criticou o que chamou de “péssimo estado” de infraestrutura brasileira. A agência Bloomberg registrou essa peculiar forma de atrair investimentos para o Brasil. Reproduzimos o artigo a seguir:

AQUI.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

DIREITA GOLPISTA MOSTRA OS CANINOS


Bernardo declara guerra à "molecada"

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista à Agência Estado, que são de "má-fé" as avaliações de alguns consultores, aos quais ele se referiu como "molecada", de que há um quadro de incertezas no mercado sobre a condução da política fiscal.

"Os especuladores criaram este quadro de incerteza em 2002 para prejudicar o presidente Lula e não conseguiram, mas o país foi muito prejudicado. Não podemos deixar que isso aconteça", reagiu.

Em 2002, ano de eleição presidencial, movimentos contrários ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva propagavam a notícia de que ele mudaria a política econômica. Esses boatos levaram a uma crise econômica que deixou o país sem financiamento externo e com o risco Brasil acima de 2 mil pontos.

"Essa é uma forma muito ruim de ganhar dinheiro", criticou o ministro, referindo-se às análises de algumas consultorias que afirmam que o quadro de incertezas aumentou com o resultado ruim das contas públicas em junho. "Não há quadro de incertezas. O Brasil tem uma previsibilidade muito grande para as empresas que querem investir. Acho lamentável que essa molecada fique divulgando estas informações."

MONITOR MERCANTIL

Nota do Blog: Esta postagem foi inspirada no Hora do Povo.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Economist: Modelo econômico antiquado ajuda a proteger Brasil da crise


Alguns aspectos ditos antiquados da economia do Brasil estão agora ajudando a conter os estragos provocados pela atual crise mundial, diz a revista The Economist em sua edição desta semana.

Em reportagem intitulada "Colhendo os frutos da indolência", a publicação lembra que até pouco tempo atrás a influência "dominadora" do Estado sobre o setor financeiro vinha "atrasando" a economia brasileira.

"Mas nas novas circunstâncias, essas políticas lamentáveis repentinamente parecem distantes e deram à crise global uma cor diferente no Brasil", diz o texto.

"Outros países estão tentando descobrir como administrar bancos e crédito direto. Isso é algo que o Brasil fazia mesmo quando já estava fora de moda", afirma a revista. "Mas é um sinal dos tempos o fato de recentemente, em uma pesquisa sobre o Brasil, o (banco de investimentos) Goldman Sachs ter citado o envolvimento do Estado nos bancos como algo positivo."

BBC

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Descubierto un supuesto fraude masivo de 8.000 millones de dólares en EE UU


El País

Las autoridades reguladoras de EE UU acusan al inversor texano Sir Allen Stanford de llevar a cabo un "fraude masivo" por valor de 8.000 millones de dólares (6.362 millones de euros) a través de la venta de "certificados de depósito" de su Stanford International Bank Ltd., con sede en Antigua, con los que prometía "unas altas tasas de interés, improbables e infundadas".

Se trata, según la Securities Exchange Commision (SEC, el equivalente a la CNMV en EE UU) de un "fraudulento esquema de inversión multimillonaria". La agencia, que investiga a Stanford desde verano, ha pedido al juez Reed O'Connor que congele los activos del Financial Group Texas, propiedad del millonario acusado.

"Estamos ante un supuesto fraude de magnitudes impresionantes que ha extendido sus tentáculos por todo el mundo", ha asegurado Rose Romero, directora del la oficina de la SEC en Fort Worth. "Como hemos alegado en nuestra denuncia, Stanford y su círculo íntimo de familia y amigos con quien llevaba sus negocios perpetraron un fraude masivo basado en falsas promesas y fabricaron datos históricos sobre las devoluciones para cazar a sus inversores", asegura Linda Chatman Thomsen, directora de la división de investigaciones de la SEC.

Ya en enero, el regulador visitó seis oficinas del Stanford Group y recopiló información de ordenadores y ficheros que ahora han servido para la investigación, según informa la agencia Bloomberg, que cita a trabajadores de esas sedes.

El recuerdo de Madoff

La acusación del regulador estadounidense se dirige contra las firmas financieras Stanford International Bank (SIB), la firma de inversión Stanford Group Company (SGC) y la entidad asesora de inversiones Stanford Capital Management. Asimismo, la SEC también dirige sus acusaciones contra el director financiero de SIB, James Davis, así como contra Laura Pendergest-Holt, responsable de inversiones de Stanford Financial Group (SFG). El banco de Stanford asegura tener 8.500 millones de dólares en depósitos y 30.000 clientes en 131 países.

La SEC fue muy criticada a raíz del estallido del caso de Bernard Madoff, el inversor neoyorquino acusado de estafar 50.000 millones a sus clientes a través de un esquema 'Ponzi'. Las autoridades reguladoras fueron acusadas de actuar tarde y mal e incluso un testigo esencial para el caso, Harry Markopolos, acusó a los reguladores de "analfabetos financieros". Paradójicamente, cuando saltó la noticia, el banco de Stanford calmó a sus inversores asegurando que no tenían ninguna relación "directa o indirecta" con la estafa.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

OCASO NEOLIBERAL


Globalização financeira foi 'propulsor' de desigualdade de renda, diz OIT

A globalização financeira tem sido um "importante propulsor da desigualdade de renda" e "não tem contribuído para o fortalecimento da produtividade global e do aumento de emprego", segundo o relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quinta-feira.

BBC

O documento, intitulado Income Inequalities in the Age of Financial Globalization (Desigualdades de Renda na Era da Globalização Financeira, em tradução livre), diz que havia a expectativa de que a globalização financeira, "causada pela desregulamentação do fluxo de capital internacional", viesse a estimular o crescimento econômico e trazer benefícios concretos às camadas mais pobres - como aumento de renda e a diminuição nas restrições a crédito.

Mas a globalização não apenas "falhou em contribuir no desenvolvimento da produtividade global e na criação de empregos" como também "intensificou a instabilidade econômica", diz a OIT.

"Globalmente, crises no setor bancário foram 10 vezes mais freqüentes nos anos 90 do que no final dos anos 70", diz o documento. "O desemprego deve aumentar em conseqüência da queda no investimento e isso pode intensificar ainda mais as desigualdades de renda."

Segundo a OIT, o aumento na incidência de crises tem sido provocado parcialmente ou pela falta de uma regulamentação adequada ou pela falta de um sistema de supervisão apropriado.

O relatório afirma, no entanto, que a globalização financeira tem tido um "efeito disciplinador em políticas macroeconômicas" e que, quando se avalia o impacto no crescimento econômico a longo prazo, "os benefícios da liberalização financeira pesam mais do que o custo das crises (financeiras)".

Brasil

Ao analisar as tendências de distribuição de renda ao redor do mundo, o relatório afirma que o Brasil foi um dos países onde houve uma redução na desigualdade de renda. Nas últimas duas décadas, a redução foi de 2,3%.

Essa redução da desigualdade, de acordo com o documento, tem ocorrido apesar de um crescimento do setor informal e um aumento nas diferenças salariais entre o setor formal e o informal.

Isso pode ter sido possível, segundo a organização, devido a um "esforço de famílias de baixa renda para conseguir trabalho adicional" e devido ao "apoio do Estado na forma de programas sociais, como projetos de transferência de renda".

Segundo o relatório, programas sociais de transferência - como transferência de renda, aposentadorias, seguro-desemprego e assistência social - contribuíram para uma redução de 1,9% na desigualdade de renda no Brasil.

"A transferência condicional de renda para famílias pobres tem sido considerado um meio efetivo de reduzir a pobreza na América Latina", diz o documento, se referindo a programas implantados no Brasil e no México em meados dos anos 90, como o Bolsa Escola.

O documento também destaca o papel do sistema previdenciário brasileiro, afirmando que a inclusão de trabalhadores rurais - que não precisam mostrar contribuição, mas apenas ter 15 anos de atividade para serem beneficiados - representa um dos aspectos mais importantes do esquema na redistribuição de renda.

Por outro lado, o relatório afirma que o Brasil tem uma estrutura tributária complexa que "prejudica mais os pobres" e, portanto, não contribui para a redução da desigualdade de renda. Isso porque apesar de haver um sistema progressivo de imposto de renda, onde os que ganham mais pagam mais, os benefícios são neutralizados pela aplicação de impostos indiretos, como ICMS.

Assim, em 2004, famílias que ganhavam até duas vezes o salário mínimo gastavam 46% de sua renda em impostos indiretos, enquanto as que ganhavam 30 vezes o salário mínimo, gastavam apenas 16%. Além disso, essa carga tributária indireta aumentou 21% para os mais pobres entre 1996 e 2004.

Segundo o documento, o Brasil precisa reformar o sistema tributário para que possa servir como uma ferramenta de redistribuição de renda, ao mesmo tempo em que "mais ênfase deveria ser colocada em políticas de redistribuição como transferência social, cobertura universal de aposentadoria e fornecimento de serviços sociais".

terça-feira, 14 de outubro de 2008

MUDANÇA RADICAL DE POSIÇÃO


Banco Mundial, FMI y la fe de los conversos

Entre las notables transformaciones en el discurso de las potencias económicas, ayer Strauss-Kahn sumó otra pieza histórica.

Por Raúl Dellatorre

En otro giro histórico en la posición de los más altos representantes del poder económico mundial, ayer el Fondo Monetario Internacional y el Banco Mundial exhortaron a los Estados que estuvieran en condiciones de hacerlo, a adoptar planes de reactivación mediante la aplicación de partidas presupuestarias. “Tenemos que utilizar todos los instrumentos de la política macroeconómica moderna para limitar los daños sobre la economía real”, afirmó Dominique Strauss-Kahn, titular del Fondo en un discurso ante el consejo de gobernadores de esa institución.

Tras dos semanas intensas de ensayos de soluciones a través de intervenciones oficiales, los responsables de las principales economías del mundo tuvieron ayer su primera satisfacción en dicho lapso, con una fortísima reacción positiva al nuevo paquete de respaldo al sistema financiero lanzado por los países europeos. Inmediatamente, el FMI y el Banco Mundial se subieron a la euforia bursátil para tratar de transformarla en un impulso sobre la economía real, seriamente amenazada por el riesgo de recesión a escala global. Los dos organismos multilaterales de crédito se manifestaron en conjunto sobre la conveniencia de adoptar planes de reactivación presupuestaria tras los planes de rescate del sector financiero.

Una de las mayores curiosidades del enunciado fue la invocación de Strauss-Kahn a la propia historia de la entidad. “La experiencia del FMI durante 122 crisis bancarias demuestra que si se sabe administrar, el costo neto para el contribuyente puede ser cercano a cero o incluso mejor”, aseguró. Uno de los planteos más serios que existen en este tipo de foros internacionales, a partir de los últimos años, es que el Fondo siempre estuvo lejos de prever las crisis. Al contrario, con sus recomendaciones de política económica y las imposiciones a los países deudores en general alentó las crisis. Y fue un eslabón fundamental en la articulación de este modelo de capitalismo financiero especulativo que terminó explotando, víctima de las propias condiciones por él creadas.

Pero ayer, en medio de la euforia bursátil, la perspectiva era otra. “La utilización más evidente de la política presupuestaria es precisamente aliviar las presiones donde son más fuertes: en los sectores financiero e inmobiliario”, dijo Strauss-Kahn, abogando en favor del respaldo dado por los gobiernos de los países centrales a las entidades financieras tambaleantes. “Pero los gobiernos que pueden permitírselo pueden mostrarse igualmente dispuestos a asumir un plan de reactivación presupuestario más amplio”, precisó el funcionario. No se ocupó en recordar, sin embargo, que tradicional e históricamente, el FMI presionó a los países deudores, especialmente del Tercer Mundo, en sentido contrario: reducir sus gastos para generar superávit fiscales y disponer de fondos para pagar sus deudas. Aunque ello provocara una recesión interna.

Por su parte, el presidente del Banco Mundial, Robert Zoellick, aconsejó a los países en desarrollo –con una situación presupuestaria y exterior sana– a adoptar también planes de reactivación ante la crisis económica. “Los países con una posición presupuestaria y balanza de pagos sana deberían ser alentados a estimular la demanda interna a través de inversiones y el consumo”, afirmó el presidente de la institución multilateral. “Pero en los que presentan déficit presupuestarios importantes, déficit en cuentas corrientes peligrosos, problemas en las balanzas de pagos, riesgos financieros y, a veces, los cuatro al mismo tiempo, el Fondo y los bancos de desarrollo deben venir en su ayuda”, agregó. No aclaró que, justamente, Estados Unidos es el que presenta los síntomas más graves tomando dichos parámetros.