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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O piloto francês de ultraleve Christian Moulec se transformou em ''mamãe'' para um grupo de filhotes de ganso.

Fonte da imagem AQUI.

Agora, toda vez que ele decola com seu ultraleve ''seus filhotes'' o seguem.

Não é à toa. Para conseguir filmar de perto os animais em movimento, ele criou a ninhada de gansos ao longo de nove meses.

Os pássaros, assim que saem do ovo, tendem a identificar a primeira coisa que veem em movimento como sendo a sua mãe.

Moulec já havia realizado seu experimento anteriormente, quando criou uma família inteira de garças para poder filmá-las.

Veja as imagens: BBC

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mulheres são acusadas de atacar homens sexualmente para retirar sêmen

Adão e Eva sendo expulsos do paraíso. Obra de Miguel Ângelo na Capela Sistina do Vaticano.

A polícia do Zimbábue acredita que uma quadrilha nacional de mulheres esteja atacando homens sexualmente para retirar seu sêmen para o uso em rituais que supostamente trariam prosperidade.

Nesta segunda-feira, três mulheres supostamente ligadas à gangue começam a ser julgadas na capital do Zimbábue, Harare. Esse foi o primeiro caso de prisões de acusadas, mais de um ano após os primeiros relatos sobre o caso, que chocaram o país.

Uma suposta vítima, que pediu anonimato, relatou sua experiência à TV do país em julho. Ele disse ter sido atacado após aceitar uma carona de um grupo de três mulheres em Harare.

"Uma das mulheres jogou água na minha cara e elas me injetaram algo que me deu um forte desejo sexual", contou.

"Elas pararam o carro e me forçaram a manter relações sexuais com cada uma delas diversas vezes, usando preservativos", disse.

"Quando elas terminaram, me deixaram totalmente nu no meio do mato. Algumas pessoas me ajudaram a chamar a polícia, que me levou ao hospital para tratar dos efeitos dessa droga que elas haviam dado para mim, porque o forte desejo sexual continuava", afirmou.

 

Prostitutas ocupadas

As mulheres presas foram indiciadas por 17 acusações de ataque indecente agravado - já que a lei do Zimbábue (assim como a do Brasil) não considera estupro uma mulher forçar um homem a manter relações sexuais.

Elas foram detidas no início do mês na cidade de Gweru, a 275 quilômetros a sudoeste de Harare, após policiais terem encontrado 31 preservativos usados no carro em que elas viajavam.

As mulheres negam as acusações, dizendo que são prostitutas e que não haviam jogado fora os preservativos porque estavam muito ocupadas.

Após serem soltas sob fiança, elas foram confrontadas e ameaçadas por uma multidão. Elas dizem que têm sido forçadas a permanecer dentro de casa desde então, para evitar a atenção indesejada.

O porta-voz da polícia Andrew Phiri disse à BBC acreditar que as mulheres pertencem a uma gangue que atua em todo o país.

"Nós recebemos relatos de diferentes cidades e províncias do país, de que isso está acontecendo nas estradas", disse.

"Ainda temos de descobrir por que isso está acontecendo. Ouvimos especulações de que está ligado a rituais", afirmou.

Acredita-se que o sêmen seja usado em rituais para trazer sucesso nos negócios e há até mesmo rumores de que o sêmen tem sido vendido para outros países.

Mas o professor universitário Claude Mararikei, especialista em sociologia e cultura, afirmou à BBC que o uso do sêmen "está na área de rituais e magia, que é quase uma sociedade secreta".

"Até mesmo pesquisadores não querem entrar nessa área porque você pode não sair vivo depois de publicar qualquer coisa que descubra", disse.

 

Casos não denunciados

Os primeiros relatos de ataques foram alvo de curiosidade e descrença, mas homens que falaram à BBC disseram que agora estão tratando a questão com seriedade.

"Agora só ando de ônibus quando ele está cheio e não pego caronas em carros particulares, principalmente se houver mulheres dentro", afirmou um homem que não quis se identificar.

"Precisamos tomar cuidado, porque há mulheres atacando homens. Isso está mesmo acontecendo", disse.
"Precisamos tomar cuidado, porque há mulheres atacando homens, isso está mesmo acontecendo"
Em Harare, uma mulher identificada como Sibongile afirma que o caso está manchando a imagem de seu gênero.

"É muito ruim que haja mulheres tão mesquinhas que querem ganhar dinheiro fácil dessa maneira", disse ela à BBC no centro de Harare.

A polícia não diz quantos casos foram denunciados.

Nakai Nengomasha, um psicólogo que está trabalhando com três homens que dizem terem sido vítimas de ataques de mulheres, acredita que há muitos casos que não foram denunciados.

"Acho que há muitos casos que não foram relatados, porque as vítimas acham que não se sentirão suficientemente homens se falarem sobre esses assuntos", disse.

"Alguns deles precisam lidar com a questão de ver o ataque como uma perda da masculinidade e de se sentirem sujos", afirmou.

Isso é algo por que passou o homem que denunciou o caso na TV, que disse ter pensado em suicídio.

"Sinto-me violado e desapontado, porque quando contei para minha mulher o que aconteceu, ela me deixou, junto com um de nossos três filhos. Espero que ela volte", disse.

BBC

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ex-presidente do Uruguai diz que temeu guerra com a Argentina


Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

O ex-presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse na terça-feira, durante uma palestra a um grupo de estudantes em Montevidéu, que quando era presidente (2005-2010) avaliou a hipótese de um "conflito bélico" com a Argentina durante a disputa pela construção de uma fábrica de pasta de celulose na fronteira entre os dois países.

"Tivemos um conflito muito sério com a Argentina. E um presidente deve avaliar todos os cenários possíveis. Não esperar que o problema aconteça para tomar uma medida. E eu avaliei todos os cenários, desde (um em que) não acontecesse nada até um conflito bélico", disse Vázquez.

A disputa pela fábrica de pasta de celulose de capital finlandês, conhecida como Botnia, ocupou as atenções durante grande parte dos governos Vázquez e Néstor Kirchner (2003-2007).

A fábrica funciona às margens do rio Uruguai, compartilhado pelos dois países, e a Argentina alegava que a planta poluía o rio. O Tribunal de Haia deu parecer favorável a que o Uruguai mantivesse a fábrica em funcionamento.

O ex-presidente afirma que contribuiu para suas suspeitas de que a desavença pudesse derivar em um conflito armado o fato de soldados do Exército argentino terem realizado, naquele período, treinamentos inéditos em frente à cidade uruguaia de Paysandú, na fronteira.

Vázquez contou que reuniu, então, os comandantes das Forças Armadas do país.

"O comandante da Força Aérea me disse que tínhamos apenas cinco aviões e combustível para 24 horas", afirmou. As declarações de Vázquez foram feitas para um grupo de estudantes, em Montevidéu. Eles riram quando o ex-presidente revelou a penúria dos aviões militares do país.

"Mas não estou dramatizando, é a realidade", disse Vázquez, que também afirmou ter compartilhado sua preocupação com a então secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, com quem tinha se reunido para discutir questões bilaterais.

"Eu estive nos Estados Unidos para tratar de questões comerciais. Mas também disse a Condoleezza Rice que o Uruguai é um país sócio e amigo dos Estados Unidos e que, se ela pudesse, que falasse com o presidente (George W.) Bush sobre a situação", afirmou.

 

Ideia 'jamais' analisada

Nesse momento da gravação, publicada no site do jornal El Observador, de Montevidéu, a voz de Vázquez fica pouco nítida, porque ele se afasta levemente do microfone. O jornal afirma, porém, que o ex-presidente pediu "apoio" de Bush "em caso de conflito bélico com a Argentina".

Vázquez afirmou que o governo americano declarou, então, que o Uruguai é "um país amigo" e que a tensão bilateral – Uruguai e Argentina – diminuiu.

As declarações de Vázquez repercutiram na Argentina. O ex-chefe de gabinete (Casa Civil) do então governo de Néstor Kirchner, Alberto Fernández, afirmou nesta quarta-feira que "a ideia de uma guerra jamais foi analisada" na Argentina.

-x-

Nota do Blog: Nos bastidores políticos uruguaios corre o boato de que Vázquez somente não declarou guerra à Argentina porque, no caso de vitória, não haveriam prisões suficientes para alojar os militares argentinos que seriam capturados.

sábado, 17 de setembro de 2011

Beatles se recusaram a tocar para plateia segregada nos EUA


Uma lista de exigências feita pelos Beatles em 1965 para realizar um show nos Estados Unidos incluiu a recusa da banda em tocar diante de uma plateia em que brancos e negros estivessem segregados.

O contrato contendo as demandas do lendário grupo de Liverpool mostra que os Beatles tinham um posicionamento claro em relação à política racial discriminatória em vigor nos Estados Unidos, em um momento em que o movimento de direitos civis comandado por Martin Luther King começava a ganhar força.

No ano anterior, Luther King vencera o Prêmio Nobel da Paz por sua campanha pacífica de desobediência civil contra a política segregacionista ainda em vigor em boa parte dos Estados Unidos.

Humildade

O documento com as pré-condições para tocar no Cow Palace, em Daly City, no Estado americano da Califórnia, mostra ainda uma humildade que destoa das listas de exigências feitas por roqueiros atualmente.

O documento, assinado pelo empresário do grupo, Brian Epstein, diz que a banda não iria tocar diante de ''uma plateia segregada'' e solicita um camarim contendo ''quatro camas portáteis, espelhos, um isopor para para guardar gelo, uma TV portátil e toalhas limpas''.

O grupo faz ainda um prosaico pedido por ''eletricidade e água''.

As únicas exigências mais elaboradas foram pedidos de que ''150 policiais uniformizados forneçam proteção'' à banda e a solicitação de ''um palco especial para a bateria de Ringo (Starr)''.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DALE CRISTINA!

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, superou as expectativas e obteve uma vitória esmagadora nas eleições primárias realizadas neste domingo no país, confirmando seu favoritismo para o pleito presidencial do dia 23 de outubro.

Segundo dados oficiais, com 80% das mesas apuradas, a presidente, que é da Frente para a Vitória, recebeu mais da metade dos votos, mais de 30 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o deputado Ricardo Alfonsín, da União Cívica Radical (UCR), que tinha pouco mais de 12%.

O ex-presidente Eduardo Duhalde, da União Popular, contava com 12%. Duhalde foi antecessor do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2008) na Casa Rosada, a sede da presidência.

Dos dez candidatos que participaram das primárias para a Presidência, três não conseguiram a votação mínima exigida de 1,5% e não disputarão o primeiro turno da eleição presidencial de outubro.

Para os analistas políticos Sérgio Berensztein, do instituto Poliarquía, Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria, e Mariel Fornoni, da Management & Fit, os resultados mostraram a debilidade da oposição, fragmentada, no cenário político argentino.

"Ou a oposição se reorganiza e apresenta uma proposta mais atraente ou repetirá a derrota na eleição presidencial", disse Fraga.

"A oposição não tem um líder e a eleição de Cristina foi contundente. Difícil que este resultado mude na presidencial", disse Fornoni.

Para Fornoni e para Fraga, a estabilidade econômica combinada com forte crescimento (cerca de 8%) foi decisiva para o resultado das urnas.

Pré-eleição

Foi a primeira vez que a Argentina votou em eleições primárias que definirão os candidatos para as eleições presidenciais de outubro.

Os eleitores votaram em listas de precandidatos à Presidência e vice, deputados de províncias e na capital, Buenos Aires, e senadores em Buenos Aires, Formosa, Jujuy, La Rioja, Misiones, San Juan, San Luis e Santa Cruz.

Dias antes da votação, Cristina Kirchner vinha recebendo cerca de 40% dos votos nas pesquisas de opinião. Se for reeleita, a atual presidente fará com que o país complete 12 anos de gestão sob o chamado kirchnerismo, iniciado por Nestor Kirchner.

"É um dia histórico. Os argentinos votaram, pela primeira vez, numa eleição primaria, para ampliar a democracia e aprofundar o modelo (político e econômico). Mas vamos continuar trabalhando para a eleição de outubro", disse a presidente.

A analista política Graciela Romer disse à BBC Brasil que foi uma pré-eleição e que dificilmente o resultado será muito diferente em outubro.

Para vencer no primeiro turno, o candidato deve receber mais de 40% dos votos e 10% de diferença para o segundo colocado.

Cristina dedicou a vitória ao marido, Nestor Kirchner, morto em outubro de 2010.

Emocionada, ela compartilhou o palco com a filha, Florência, e com seu candidato a vice, o ministro da Economia, Amado Boudou.

Os seguidores da presidente ergueram bandeiras, bateram bumbos e cantaram a tradicional marcha peronista – ligado ao movimento político fundado pelo ex-presidente Juan Domingo Perón, nos anos 1940.

Além de Cristina, outros dois candidatos disseram ser peronistas – Duhalde e Alberto Rodríguez Saá.

sábado, 4 de junho de 2011

MÚSICA EÓLICA


O compositor Pierre Sauvageot criou uma orquestra de instrumentos que são tocados pelo vento.

Com ajuda do grupo francês Lieux Publics, ele instalou 500 instrumentos musicais em uma colina no condado de Cumbria, no noroeste da Inglaterra.

A instalação chamada "Campos Harmônicos" faz parte de um festival de artes do condado.

Pierre Sauvageot conta que além de estudar como o vento tocará cada um dos instrumentos, ele também precisa entender a direção na qual o som está se deslocando.

Ele usou imagens de satélite e estudos de meteorologia para determinar a melhor posição de cada um dos instrumentos.

Sauvageot chama esse tipo de trabalho de música eólica.

BBC

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uso de celular é ‘possivelmente cancerígeno’

Esta imagem saiu DAQUI

James Gallagher
Repórter de Saúde, BBC News 

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, um órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), advertiu nesta terça-feira que o uso de celulares pode aumentar o risco de surgimento de tumores no cérebro.

A advertência foi feita após um grupo de 31 especialistas ter revisado estudos médicos existentes sobre o assunto, concluindo que o uso dos aparelhos é “possivelmente cancerígeno”.

Os cientistas disseram ter analisado todos os estudos relevantes sobre o uso de telefones celulares e exposição à radiação deles.

No entanto, os pesquisadores ressaltaram que não podem afirmar categoricamente que os celulares causam câncer em humanos e que mais pesquisas são necessárias sobre o assunto.

Neuroglioma

A agência classificou os celulares como "possíveis cancerígenos" por causa da possibilidade de causar um tipo de tumor no cérebro, o neuroglioma.

A OMS calcula que existam cerca de cinco bilhões de telefones celulares em uso no mundo.

"Dadas as possíveis consequências para saúde publica desta classificação, é importante que sejam feitas mais pesquisas sobre o uso pesado e a longo prazo de celulares", disse Christopher Wild, diretor da agência.

"Dependendo da disponibilidade desta informação, é importante adotar medidas pragmáticas para reduzir a exposição, como dispositivos hand-free."

No passado, a OMS disse que não havia indícios de ligação entre o uso de celulares e o surgimento de câncer.
Ed Yong, um dos diretores da ONG britânica Cancer Research UK, que luta para aumentar a conscientização sobre a doença na Grã-Bretanha, disse que "o veredicto da OMS significa que há alguma evidência ligando os celulares ao câncer, mas é muito fraca para ser conclusiva".

"A vasta maioria dos estudos não encontrou ligação alguma entre celulares e câncer, portanto, se existe relação, é improvável que seja grande."

"O risco de câncer no cérebro é similar entre os que usam e os que não usam celulares, e os índices deste tipo de tumor não aumentaram desde a década de 80, quando o uso dos telefones aumentou bastante."

"No entanto, não se sabe o bastante para descartar o risco e há muito pouca pesquisa nos usos de longo prazo dos telefones", concluiu.

terça-feira, 24 de maio de 2011

HISTERIA COLETIVA NOS EUA

Fiéis tentam compreender ausência de 'fim do mundo'


Seguidores do radialista evangélico que havia declarado o último sábado o "Dia do Julgamento" estão, agora, tentando entender o porquê de a profecia não ter se concretizado.

Alguns seguidores de Harold Camping expressaram surpresa depois de o dia ter passado sem nenhum acontecimento apocalíptico; outros disseram que a ausência de ocorrências era mais uma forma de Deus colocar sua fé à prova.

Enquanto isso, Camping, a figura no centro da polêmica, não é visto em público há dias.

Procurado pela agência Associated Press, ele disse que daria explicações em um pronunciamento na noite desta segunda-feira.

Camping havia previsto que Jesus Cristo retornaria à Terra em 21 de maio de 2011, data em que os crentes levados, “extasiados”, rumo ao céu.

O radialista de 89 anos havia usado seus pronunciamentos em uma rede cristã e outdoors para divulgar suas ideias, que acabaram se tornando conhecidas em todo o mundo.

Camping alegava que textos bíblicos indicavam que um terremoto gigante – que começaria às 18h de cada parte do mundo – marcaria o começo da destruição do planeta no sábado. Até 21 de outubro, todos os descrentes estariam mortos.

‘Algum ceticismo’

Robert Fitzpatrick, funcionário aposentado do setor de transportes em Nova York, afirma ter gasto mais de US$ 140 mil de sua poupança em publicidade para a previsão de Camping.

Depois que as 18h passaram e nada aconteceu, ele declarou: “Não entendo o porquê... Não entendo como nada aconteceu”.

“Não posso lhe dizer o que sinto neste momento. Obviamente não entendi bem (a previsão), porque ainda estamos aqui.”

Outros seguidores disseram que já tinham dúvidas quanto à previsão.

“Tinha algum ceticismo. Mas estava tentando superá-lo porque acredito em Deus”, disse Keith Bauer, que viajou 4,8 mil quilômetros (do Estado de Maryland à Califórnia, onde fica a sede da rádio de Camping) para o “Êxtase”.

“Estava torcendo por isso, porque acho que o céu deve ser bem melhor do que esta Terra”, disse Bauer.

‘Sem plano B’

Segundo o jornal The Washington Post, centrais de atendimento a suicidas estão de sobreaviso para o caso de fiéis caírem em depressão após a falha na previsão.

Um grupo de frequentadores de uma igreja em Milpitas, Califórnia, organizou uma missa no domingo de manhã, para confortar os seguidores de Camping, informou o New York Times.

“Estamos aqui porque nos preocupamos com estas pessoas”, disse ao jornal o clérigo James Bynum. “É fácil tirar sarro deles. Mas por quê (fazê-lo)?”

Muitos outros grupos cristãos haviam rejeitado as ideias de Camping, chamando-o de “falso profeta”.

Outra profecia dele havia falhado em 1994, mas ele alegou que isso ocorreu devido a um erro matemático.

Já ateus americanos promoveram festas para celebrar a falha na previsão. Um grupo chegou a se reunir diante da rádio de Camping, em Oakland, Califórnia.

“É uma das coisas mais tristes que já ouvi, a ideia de que há pais que gastaram as poupanças universitárias de seus filhos, que venderam suas casas (para divulgar as ideias de Camping)”, disse à BBC uma das pessoas que estiveram em Oakland.

Em sua profecia, Camping havia dito que sabia “sem sombra de dúvidas” que o “Dia do Julgamento” estava prestes a chegar e que não havia um “plano B”.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Aumenta pressão sobre Netanyahu


Wyre Davies
Da BBC News em Jerusalém

O discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no qual ele apoiou a criação de um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967, na quinta-feira, aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que já vinha sendo criticado pela imobilidade diante do cenário de mudanças vivido pelo Oriente Médio nos últimos meses.

Em muitos aspectos, Netanyahu deveria ser um homem feliz com o seu quinhão. Ele está em meio a uma visita de alto nível a Washington, onde será recebido por um aperto de mão firme e palavras calorosas do presidente Obama.

Em um discurso histórico para uma sessão conjunta do Congresso na próxima semana, espera-se que ele seja repetidamente aplaudido ao descrever como seu governo vem buscando a paz incansavelmente.

E na conferência anual da Aipac (organização do lobby americano pró-Israel), ele será homenageado como um herói e um símbolo de esperança numa região hostil.

Mas no front doméstico, em um Oriente Médio que vem mudando radicalmente, o líder israelense parece cada vez mais ultrapassado ​​e fora de compasso com as tentativas de outros para resolver o frustrante e duradouro impasse do conflito israelo-palestino.

Quando o secular e moderado movimento palestino Fatah, que administra a Autoridade Palestina na Cisjordânia, anunciou no mês passado um acordo com a organização islâmica Hamas para formar um governo de união nacional, Netanyahu pode ter pensado que havia recebido um presente inesperado, na véspera de uma visita a Paris e a Londres.

Como Israel poderia negociar e confiar em “terroristas” palestinos (o Hamas), que haviam prometido lutar pela destruição do Estado judeu?

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, tinha uma escolha clara entre o Hamas e a paz e fez a escolha errada, era a mensagem que vinha do governo de Netanyahu. E era essa a mensagem que ele pretendia levar ao mundo.

Isolamento

Mas Netanyahu está encontrando um mundo – ao menos aquele além do confinamento amigo da conferência da Aipac em Washington – no qual Israel está cada vez mais isolado e no qual ele é pessoalmente criticado por comentaristas israelenses como “irrelevante” e carente de ideias.

Em Londres e Paris, por exemplo, a delegação israelense se encontrou com governos europeus preparados a dar uma chance à unidade palestina.

Claro, eles dizem, que o Hamas deve renunciar à violência e não prejudicar os esforços internacionais pela paz, mas o princípio de uma posição palestina unificada parece inteiramente lógica, e até mesmo desejável, para muitos na Europa.

Netanyahu havia anteriormente apontado a desunião palestina como um sinal de fraqueza.

Se o projeto de união palestina se manter de pé – e ainda há um grande “se” nisso – Netanyahu corre o risco de enfrentar uma crise ainda maior.

Ele poderá ser deixado falando sozinho enquanto a maior parte do mundo abraça o que será apresentado como novas iniciativas pelo lado palestino.

No início desta semana, Abbas deixou claro que se as negociações de paz não forem retomadas, irá à Assembleia Geral da ONU, em setembro, para buscar o reconhecimento internacional a um Estado palestino independente.

Em seu discurso na quinta-feira, Obama advertiu a liderança palestina de que essa ação não funcionará. Ele também reconheceu que o acordo entre o Fatah e o Hamas levantou preocupações legítimas para Israel.

Mas cada vez mais os palestinos parecem ter a iniciativa. A vida parece difícil para a coalizão de direita que sustenta Netanyahu, e há uma pressão ainda maior sobre Israel em relação a temas como os assentamentos judaicos ilegais em terras palestinas ocupadas.

Primavera Árabe

Não são somente os palestinos que estão fazendo o governo Netanyahu parecer mal preparado e sem direção.

Israel há muito tempo se apresentava como a única democracia verdadeira em uma região antidemocrática, dominada por regimes corruptos ou autoritários.

O governo de Netanyahu ficou quase imobilizado diante dos dramáticos acontecimentos da Primavera Árabe.

Em vez de abraçar e apoiar abertamente os pedidos por mais democracia no Egito, na Líbia ou na Síria, Israel pareceu às vezes temeroso de mudanças – denunciando a preferência, segundo alguns críticos, por homens fortes árabes seculares sobre os nascentes reformistas pró-democracia.

Em última instância, Binyamin Netanyahu pode estar certo em estar cauteloso. Ninguém sabe se o acordo Fatah-Hamas vai se manter. Nenhuma das facções palestinas disse até agora como pretende resolver as muitas questões fundamentais e diferenças entre eles.

Nem ninguém tem nenhuma ideia se a Primavera Árabe vai trazer democracias seculares genuínas, determinadas não somente a reformar seus próprios sistemas corruptos, mas também em abraçar o Estado de Israel como um parceiro legítimo.

Israel talvez tenha lutado guerras demais com os palestinos e seus vizinhos árabes para já ir abrindo seus braços com um sorriso.

Os opositores políticos de Netanyahu e seus críticos na imprensa estão desesperados para ver algumas iniciativas políticas pensadas e factíveis – tanto em relação aos palestinos quanto em relação ao mundo árabe.

Talvez isso virá diante de audiências mais receptivas em Washington nesta semana.

Se, entretanto, seus argumentos forem velhos, batidos e não suficientemente fortes para desafiar o isolamento israelense, Netanyahu voltará dos Estados Unidos para uma atmosfera política ainda mais febril.

Fronteiras de 1967

O presidente Obama disse acreditar que um futuro Estado palestino deveria ser baseado nas fronteiras do cessar-fogo de 1967, com trocas acertadas de território que poderiam manter alguns dos maiores assentamentos sob controle israelense.

Essa proposta já foi rotundamente rejeitada por políticos de direita e líderes de assentamentos em Israel. Netanyahu disse que buscaria garantias do presidente Obama, mas ele claramente não gostou do que ouviu.

Obama, que também falará à conferência da Aipac na semana que vem, não deve colocar muito mais força na queda de braço neste momento.

Mas se ganhar um segundo mandato, muitos analistas dizem que um Obama liberado das restrições eleitorais poderia voltar ao tema da paz no Oriente Médio e apertar mais a posição sobre Israel – e sobre os palestinos – se achar que pode conseguir o que muitos outros líderes americanos antes dele tentaram e falharam.

Os líderes de Israel também têm algumas escolhas duras a fazer, porque em 10 ou 20 anos os fatos e a mentalidade na região podem estar tão arraigados e firmes que uma solução de dois Estados, um israelense e um palestino, convivendo lado a lado, poderá não ser mais factível ou realista.

Um líder que parece às vezes ter sua cabeça enterrada na areia, mostrando todos os sinais de inatividade e indecisão, enquanto outros em seu entorno tomam as iniciativas, é a última coisa de que Israel precisa agora.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Desmatamento no MT cresce e acirra disputa sobre Código Florestal


Mariana Della Barba
Da BBC Brasil em São Paulo

Dados divulgados por dois órgãos diferentes nas últimas 24 horas apontam que o desmatamento da floresta amazônica, especialmente no Mato Grosso, cresceu abruptamente nos últimos meses.

O Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) divulgou nesta quarta-feira a informação de que o desmatamento no Estado aumentou 43% entre agosto de 2010 e abril de 2011.

O crescimento já havia sido sinalizado na véspera pelo Imazon, que detectou que o desmatamento no Mato Grosso atingiu 243 km² no mês de abril, um aumento de 537% em relação ao mesmo mês de 2010, quando a área atingida somou 38 km².

Durante a divulgação dos dados do Inpe, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, qualificou esse pico de desmatamento de "atípico" e "assustador". Segundo ela, ainda não se sabe quais as causas do aumento, por isso não é possível associá-lo à expectativa pela votação do novo Código Florestal. Ela determinou a criação de um gabinete de crise para apurar os motivos do crescimento do desmate.

Especialistas, no entanto, afirmam que esse aumento está, sim, relacionado às incertezas geradas pela votação do novo código, que foi remarcada para a semana que vem, após vários adiamentos.

"Não há dúvidas de que (o aumento) tenha ocorrido porque as pessoas estejam antecipando o novo Código Florestal", disse à BBC Brasil o biólogo Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que é atrelado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

"Há algum tempo, já se comenta sobre esse afrouxamento que pode ocorrer. E mesmo se essa liberação não acontecer, eles (os desmatadores) já presumem que vai haver anistia. Aliás, é isso que vem acontecendo há 500 anos."

Fearnside faz referência a um dos pontos mais polêmicos da reforma do código proposta pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que prevê a suspensão de multas aplicadas a proprietários rurais que desmataram até julho de 2008.

'Mudança do jogo'

Para Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon, não há outra explicação possível para o aumento do desmate.

"Uma alteração no preço (das commodities) não causaria uma explosão dessas. Foi a mudança na regra do jogo, favorecendo o desmatamento", diz.

"Porque, especialmente no Mato Grosso, a expectativa é a de que vai haver flexibilização das regras de coibir e punir o desmate", afirma Veríssimo. "Enquanto isso não ocorre, eles aproveitam para desmatar."

O pesquisador do Imazon acrescenta que, no Estado, o ímpeto pelo desmatamento é maior já há algum tempo, já que a região abriga o maior rebanho bovino do país e é um grande produtor de soja e algodão.

A ministra fez um alerta aos desmatadores: ''Quem tiver apostando no desmatamento para abrir novos pastos, vai ter o boi apreendido e doado para o Programa Fome Zero''. Segundo ela, o recado também é válido para quem está desmatando para aumentar a produção agrícola.

Além do Mato Grosso, o desmatamento cresceu 27% em toda a Amazônia entre agosto de 2010 e abril de 2011, de acordo com o Inpe.

terça-feira, 17 de maio de 2011

CONSELHOS PARA JOVENS DO MOVIMENTO TRACIONALISTA GAÚCHO - MTG

Foto de Jean Pimentel: Jovem Gaúcho Treinando Tiro de Laço Sem Corcoveio

Uma revista britânica publicou uma lista com 39 itens que todo jovem deve saber para conseguir maior aceitação social e levar uma vida mais "completa", muitas das quais bastante inusitadas, mas que refletem valores da elite rural britânica.

Rupert Uloth, subeditor da revista, disse, em entrevista à BBC, que as recomendações publicadas na Country Life são válidas para os jovens de hoje em dia em todo o mundo.

''Os conselhos têm uma relevância internacional porque as aspirações dos jovens são as mesmas em todo o mundo. Estes conselhos oferecem uma melhor oportunidade de êxito na vida porque os preparam para enfrentar as necessidades do século 21'', disse Uloth.

Confira, a seguir, os 39 passos da revista Country Life:
  1. Poder cozinhar um jantar com três itens
  2. Saber dizer ''você pode me ajudar, por favor'' em outros idiomas além do inglês, como árabe, cantonês, urdu, espanhol e russo
  3. Tocar um instrumento musical, mesmo que seja apenas tambor ou gaita
  4. Montar a cavalo de forma adequada
  5. Ser capaz de dominar os mais recentes artefatos tecnológicos
  6. Conversar sobre cinco obras clássicas da literatura inglesa com autoridade e paixão
  7. Realizar ressuscitação de alguém que parou de respirar
  8. Aprender a cultivar cenouras, identificar cinco árvores nativas e 20 flores e saber fazer um buquê
  9. Manejar uma espingarda, tirar a pele de um coelho, limpar um peixe e depenar um pombo
  10. Consertar um pneu furado de bicicleta e a corrente
  11. Poder dançar uma dança folclórica, uma valsa de Strauss e uma música de Lady Gaga
  12. Saber discernir entre um Sauvignon Blanc e um Chardonnay e saber preparar um mojito ou uma margarita
  13. Escrever um carta de agradecimentos memorável
  14. Reconhecer músicas de Mozart, Elgar e Handel
  15. Montar uma estante e consertar uma tomada
  16. Fazer o nó de uma gravata borboleta e dois diferentes laços de gravata
  17. Conduzir um barco através do Solent (o estreito que separa a Inglaterra da Ilha de Wight)
  18. Saber cortar um pedaço de carne
  19. Saber diferenciar as arquiteturas gótica, barroca e paladiana
  20. Fazer um discurso, entreter uma palestra com um piada ou história e saber cantar pelo menos duas canções de memória
  21. Dirigir um trator, dar marcha-ré em um trailer, trocar o óleo e trocar um pneu
  22. Saber se orientar em pelo menos cinco grandes cidades
  23. Ser anfitrião de uma festa e fazer com que todos os convidados se sintam à vontade
  24. Ser capaz de devolver dez bolas seguidas jogando tênis
  25. Saber fazer fogo e montar uma fogueira
  26. Conhecer três bons truques com cartas
  27. Identificar cinco constelações e saber distinguir a Estrela Polar
  28. Manter a pontuação em uma partida de críquete
  29. Falar com conhecimento de cinco marcos da Grã-Bretanha
  30. Saber abrir e servir uma garrafa de champanha
  31. Passar uma camisa, coser um botão e costurar uma bainha
  32. Entreter crianças pequenas por pelo menos uma hora com truques de mágica e histórias
  33. Saber ler um mapa, montar uma barraca e empacotar uma mochila
  34. Demonstrar familiaridade com ao menos uma obra de da Vinci, Constable, Degas, Turner e Canaletto
  35. Controlar uma conta bancária
  36. Escapar de uma briga em um estádio de futebol
  37. Como se dirigir a um membro da família real
  38. Reclamar de forma eficaz, mas educadamente em um restaurante
  39. Realizar o parto de um cordeiro

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Maestro israelense rege concerto histórico na Faixa de Gaza

O maestro argentino-israelense Daniel Barenboim regeu, nesta terça-feira, uma orquestra integrada por músicos europeus em um concerto pela paz na Faixa de Gaza.

Foi a primeira apresentação de um grupo internacional de músicos eruditos em Gaza.

Israel proíbe seus cidadãos civis de viajar para Gaza, então Barenboim entrou no território, acompanhado por 25 músicos, pelo posto de fronteira de Rafah, na divisa com o Egito.

Em sua notável carreira, Barenboim regeu orquestras renomadas nos Estados Unidos e Europa. Hoje, é maestro vitalício da Ópera Estatal de Berlim, na Alemanha, e maestro convidado da ópera La Scala, em Milão, na Itália.

Há anos, ele vem usando a música para tentar promover a paz entre Israel e os palestinos.
Como parte desse projeto, criou a West-Eastern Divan Orchestra, integrada por jovens árabes e israelenses. A orquestra tocou na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, em 2005.

O concerto na cidade de Gaza, no entanto, foi uma das iniciativas mais ambiciosas do músico, diz o correspondente da BBC Jon Donnison, em Ramallah.

'Não político'

Antes do concerto, em uma declaração divulgada pelo órgão de educação, ciência e cultura da ONU, a Unesco, Barenboim disse que a apresentação não seria um acontecimento político.

"Estamos tocando este concerto como um sinal de nossa solidariedade e amizade com a sociedade civil de Gaza", disse. "O concerto tenta trazer algo para o povo de Gaza. Não é de maneira alguma um evento político."

A chamada Orquestra Para Gaza inclui músicos das mais importantes orquestras europeias, entre elas, as filarmônicas de Viena e Berlim.

Ela tocou para uma plateia de centenas de palestinos na casa de cultura al-Mathaf.

Gaza é governada pelo grupo islâmico Hamas, que Israel considera uma organização terrorista.

Desde 2005, a faixa costeira de terra vem sendo submetida a um bloqueio pelo governo de Israel.

No ano passado, no entanto, o bloqueio foi amenizado após a violenta ação israelense contra uma frota de navios que trazia ajuda para Gaza, resultando na morte de militantes turcos.

O governo de Israel bloqueou tentativas anteriores de Barenboim de se apresentar em Gaza.

Segundo Donnison, a entrada do regente e de seus músicos por Rafah, no Egito, acontece em um momento em que Israel critica planos do novo governo militar do Egito de abrir a fronteira com o território.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Egípcios usam tecnologias 'retrô' para driblar bloqueios nas comunicações


Aparelhos com tecnologias já antigas, como máquinas de fax, aparelhos de rádio amador e modems discados, estão ajudando manifestantes egípcios a evitar o bloqueio imposto pelo governo à circulação de informações.

No dia 27 de janeiro, a internet foi quase que inteiramente bloqueada no Egito por ordem do governo, devido à onda de protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak.

Mas nessa situação, as tecnologias “velhas” continuaram funcionando e provaram ser uma saída para os manifestantes.

Por meio delas os ativistas tendo acesso a informações vindas do exterior e também circulam dicas sobre como evitar mecanismos de controle de informação dentro do Egito.

Listas de números

Modems discados têm sido uma das mais populares rotas para que os egípcios consigam utilizar a internet. Extensas listas de números internacionais que podem ser conectados aos aparelhos estão circulando no Egito, graças a ativistas da internet.

Provedores de internet em vários países, como França, Estados Unidos, Suécia, Espanha, montaram redes de modems que aceitam chamadas internacionais de modo a receber e passar informações para os manifestantes.
 
Muitos até abriram mão da cobrança de taxas para permitir que mais pessoas se conectem.

Mas são poucas as linhas telefónicas egípcias que permitem realizar chamadas internacionais que permitam uma conexão com os modems.

O blog Manalaa deu dicas sobre como usar conexão discada utilizando bluetooth, um telefone celular e um laptop. De acordo com o blog, o custo das chamadas internacionais pode ser "caro", mas ele é bom o suficiente para "comunicação urgente". O texto foi publicado em vários blogs, copiado e enviado por muitos outros.

O grupo We Re-Build, que milita por acesso de internet sem monitoramento em toda a Europa, disse que também está acompanhando algumas frequências de rádio amador e que vai repassar quaisquer mensagens recebidas, seja por voz ou por código morse.

Máquinas de fax também vêm sendo utilizadas por ativistas online e outros que buscam contactar pessoas dentro do Egito e passar informações sobre como restaurar o acesso à internet.

O grupo de ativistas da internet conhecido como Anonymous, por exemplo, vem utilizando faxes para passar informações para estudantes em diversas escolas do país.

Ajuda internacional

Apesar de a maior parte das conexões de internet do Egito ter sido suspensa, o provedor egípcio Noor parece ter ficado online em grande parte porque ele conecta a Bolsa de Valores do país e as filiais egípcias de muitas empresas ocidentais com outras nações.

Relatos vindos do Cairo sugerem que muitas empresas e pessoas que são assinantes do Noor retiraram as suas senhas, de modo a permitir que outros possam “pegar carona” em suas conexões wi-fi.

Militantes também divulgaram um documento intitulado Vinte Maneiras de Contornar o Bloqueio da Internet pelo Governo Egípcio, contendo as formas mais eficazes de permitir que a população do país troque informações.

Alguns egípcios relataram ter conseguido utilizar sites como Google, Twitter e Facebook, utilizando os endereços numéricos desses sites em vez de o nome deles em inglês.

As redes de telefone celular também não escaparam à interferência oficial. Na sexta-feira, a companhia Vodafone Egypt disse ter sido bloqueada em algumas áreas, assim como todas as demais operadoras do país.

Para contornar esse bloqueio, ativistas fizeram circular os telefones de centrais de envios de mensagens, o que permitiu que alguns locais seguissem usando serviços como o Twitter.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Órgão do Vaticano orientou bispos a não denunciar pedofilia, indica carta

Uma carta divulgada pela rede de TV irlandesa RTE revelou que um departamento do Vaticano aconselhou os bispos da Igreja Católica na Irlanda a não denunciar, em 1997, padres suspeitos de pedofilia.

Alvo de críticas pela onda de denúncias de pedofilia contra padres, o Vaticano afirmou diversas vezes que nunca instruiu bispos a ocultar provas ou suspeitas de abusos.

Entretanto, a carta mostra que autoridades do Vaticano rejeitaram, na época, a ideia de iniciar um processo de “denúncias obrigatórias” de queixas de abusos contra menores.

Vítimas de abusos disseram que a carta – que a emissora irlandesa diz ter recebido de um bispo – é uma prova decisiva para ser usada em processos legais movidos contra a igreja.

Leia AQUI a íntegra.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Empréstimos chineses ultrapassam os do Banco Mundial

Os empréstimos chineses a outros países em desenvolvimento superaram nos últimos dois anos os empréstimos do Banco Mundial a esses países, segundo levantamento publicado nesta terça-feira pelo diário econômico britânico Financial Times

Segundo a reportagem do jornal, os empréstimos dos bancos de fomento chineses China Development Bank e China Export-Import Bank somaram pelo menos US$ 110 bilhões em 2009 e 2010.

No mesmo período, o Banco Mundial emprestou US$ 100,3 bilhões, ainda assim um volume recorde, impulsionado pela resposta da instituição à crise financeira internacional.

Para o jornal, os dados são “uma forte indicação da escala do alcance econômico de Pequim e de seus esforços para garantir acesso a recursos naturais”.

Apesar de os bancos estatais chineses não divulgarem oficialmente detalhes sobre seus empréstimos no exterior, os cálculos do Financial Times foram baseados nos anúncios públicos sobre os acordos específicos feitos pelas instituições, pelos beneficiários ou pelo governo da China.

Isso significa que a estimativa pode estar subestimada, já que existe a possibilidade de que alguns empréstimos mais sensíveis não tenham sido tornado públicos.

Petrobras

O Brasil está entre os principais beneficiários dos empréstimos chineses. Em 2009, a Petrobras assinou um acordo com o China Development Bank para um financiamento de US$ 10 bilhões para os investimentos necessários para a exploração da camada pré-sal de petróleo.

Como contrapartida ao empréstimo, a Petrobras se comprometeu a vender até 200 mil barris de petróleo por dia à estatal chinesa Sinopec.

Acordos semelhantes também foram firmados com grandes produtores de petróleo como a Rússia e a Venezuela.

A reportagem do Financial Times observa que “a crise econômica permitiu a Pequim impulsionar os interesses comerciais de suas companhias de energia ao oferecer empréstimos para países produtores em um período no qual era difícil de conseguir financiamento”.

O jornal comenta ainda que os bancos chineses oferecem taxas melhores do que as do Banco Mundial para acordos considerados importantes pelo governo chinês, além de impor menos condições sobre transparência.
Os bancos de fomento chineses têm um mandato para promover os interesses nacionais chineses. Um dos objetivos específicos do China Development Bank é o de tentar aliviar ou, quando possível, eliminar, gargalos no suprimento de matérias primas ou terras para a economia do país.

A instituição também procura abrir mercados no exterior para as companhias chinesas.

Em alguns países africanos, os empréstimos chineses para financiamento de obras de infraestrutura são condicionados não somente à contratação de empresas chinesas, mas também ao fornecimento de mão-de-obra chinesa.

Reservas

O governo chinês, que possui reservas internacionais de US$ 2,85 trilhões em moeda estrangeira, tem com isso grandes quantidades de dinheiro para financiar empréstimos que possam ajudar a promover seus objetivos estratégicos.

O fluxo de empréstimos dos bancos estatais chineses contrasta com os investimentos externos promovidos pelas empresas chinesas.

Os investimentos externos diretos (IEDs) das empresas chinesas, sem incluir os bancos, somaram cerca de US$ 50 bilhões no ano passado, cerca de metade dos IEDs de companhias estrangeiras na China no mesmo período.

Apesar de a China já ser a segunda maior economia do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, os IEDs chineses ficaram atrás dos de outros quatro países no ano passado.

BBC

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SUGESTÃO PARA FÉRIAS: BEBER URINA ALUCINÓGENA

Instalação artística testa reação a consumo de alucinógenos por renas

Uma instalação de arte em uma estação abandonada de trens em Berlim, na Alemanha, vem testando a reação das pessoas à sugestão do consumo de cogumelos alucinógenos por um grupo de renas.

A urina das renas, supostamente também alucinógena após o consumo dos cogumelos, é misturada à comida de canários, camundongos e moscas, para que eventuais mudanças de comportamentos nessas criaturas também possam ser observadas.

Doze renas, 24 canários, oito camundongos e duas moscas são divididos em dois grupos iguais na exposição, permitindo aos visitantes observar o comportamento dos animais que supostamente ingeriram o alucinógeno e comparar com o comportamento dos outros que não o ingeriram.

O consumo do cogumelo pelas renas é sugerido, mas não confirmado, o que torna a experiência ainda mais intrigante – as eventuais diferenças de comportamento entre os dois grupos possivelmente observadas pelos visitantes são fruto de uma alteração química real ou produto da imaginação dos observadores?

Para completar a experiência, uma cama de hotel foi montada no meio da instalação, sobre uma base que lembra a forma de um cogumelo, permitindo a duas pessoas pernoitar no local a cada dia, ao custo de mil euros (cerca de R$ 2.230).

O pernoite dá direito a provar a urina das renas, armazenada em refrigeradores localizados nos dois lados da instalação – um para as renas que supostamente consumiram os cogumelos e outro para as que não consumiram.

Os visitantes não sabem qual grupo de renas consumiu os cogumelos – se é que consumiu mesmo -, o que torna a possibilidade de provar a urina para ficar sob o efeito da droga uma espécie de loteria. A pessoa pode acabar simplesmente tomando urina de rena sem efeito nenhum.

Escrituras sagradas

A instalação Soma, que fica no museu Hamburger Bahnhof, em Berlim, até o início de fevereiro, é fruto da imaginação do artista alemão Carsten Höller, de 49 anos, engenheiro agrícola de formação.

Ele se baseou no Rigveda, a primeira das escrituras sagradas do hinduísmo, escrita por volta de 1.500 antes de Cristo, que traz referências a uma bebida chamada Soma e que supostamente daria a imortalidade a quem a provasse.

A substância, ingerida por humanos e também pelos deuses, traria iluminação e acesso à esfera divina, além de sorte, riqueza e vitórias.

Em 1967, o banqueiro e pesquisador amador americano Robert Gordon Wasson publicou um estudo no qual afirmava que a substância à qual o Rigveda trazia referências era o cogumelo alucinógeno Amanita muscaria, consumido pelas renas em seu habitat natural na Sibéria.

Höller partiu desse princípio para testar a relação entre a arte e as drogas e verificar as alterações de percepção promovidas por um e por outro.

O material de promoção da exposição afirma que o artista “desenvolveu um cenário entre laboratório e visão, suposta objetividade e elevada subjetividade” utilizando todo o hall central da antiga estação de trem.

“Diante dos olhos dos observadores se desdobra uma ‘pintura viva’, um campo experimental simétrico, dividido em duas partes por uma linha central e que compara o mundo ordinário com o reino da Soma em uma experiência de imagem dupla”, explica o texto.

“Esta é uma experiência que encontra sua realização na imaginação do observador e cuja avaliação está sujeita ao seu poder de observação”, conclui.

BBC

sábado, 18 de dezembro de 2010

Consumo da classe C cresce sete vezes desde 2002, diz estudo

João Fellet
Da BBC Brasil em São Paulo

Os gastos da classe C com produtos e serviços cresceram 6,8 vezes entre 2002 e 2010 e quase igualaram as despesas das classes A e B somadas, segundo um estudo do instituto Data Popular baseado em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Neste ano, a classe C (integrada por pessoas cuja renda domiciliar varia entre R$ 1.530 e R$ 5.100) gastou R$ 864 bilhões com o consumo, ao passo que as classes A e B desembolsaram, juntas, R$ 909 bilhões.

Com isso, a classe C, que em 2002 respondia por 25,8% dos gastos dos brasileiros, hoje responde por 41,35% e é, isoladamente, a que mais consome no Brasil.

Já as classes A e B, que há oito anos eram responsáveis por 58,1% das despesas, agora respondem por 42,9%. Apesar disso, os gastos nessa faixa social cresceram três vezes no período.

As classes D e E, que passaram a consumir 4,2 vezes mais nos últimos oito anos, mantiveram a sua participação, sendo responsáveis por 15,7% dos gastos totais dos brasileiros.

Principal mercado

“A classe C deixou de ser vista como segmento de mercado e fecha 2010 como o verdadeiro mercado brasileiro”, diz à BBC Brasil Renato Meirelles, diretor do Data Popular, instituto de pesquisas focado nas classes C, D e E.

Segundo Meirelles, o crescimento do consumo na classe C, também chamada de “nova classe média”, tem três explicações: o grupo social inchou no período, passando a englobar 50,5% dos brasileiros, segundo a Fundação Getúlio Vargas, seus rendimentos médios aumentaram, e também cresceu a oferta de crédito a seus integrantes.

Ele diz que, como resultado do maior peso da classe C, as empresas estão sendo obrigadas a produzir itens de maior qualidade e melhor relação custo-benefício.

“Como tem menos dinheiro que os clientes mais ricos, o consumidor da classe C tende a correr menos riscos na hora das compras e a optar por produtos de marcas conhecidas, de qualidade comprovada”, diz Meirelles.

Para ele, “foi-se o tempo em que produtos vagabundos e baratos serviam para esse grupo”.

Educação

O estudo do Data Popular, que usou informações da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE, revela também que os gastos dos brasileiros com educação cresceram 4,4 vezes nos últimos oito anos.

O maior crescimento, de 8,6 vezes, também ocorreu na classe C. Ainda assim, os gastos do grupo nesse campo (R$ 15,7 bilhões) seguem distantes dos investimentos somados das classes A e B (R$ 34,4 bilhões).

Para Meirelles, isso ocorre porque, nesse setor, a classe C larga atrás dos mais ricos: muitos de seus membros não concluíram o ensino médio e, portanto, nem sequer poderiam gastar com o ensino superior.

Além disso, diz ele, a oferta de vagas em universidades privadas para estudantes mais pobres é um fenômeno recente.

No entanto, Meirelles crê que a classe C também acabará ultrapassando os mais ricos em gastos com educação, já que o grupo tem uma maior proporção de jovens e está consciente de que o estudo impulsiona a renda.

Utensílios domésticos

A pesquisa revela ainda que os gastos com móveis, eletrodomésticos e utensílios domésticos foram os que mais cresceram em relação aos gastos totais dos brasileiros: passaram de 22,8%, em 2002, para 32,18%, em 2010.

Nesse setor, segundo o Data Popular, a classe C já gasta mais do que as classes A e B: a "nova classe média" deverá encerrar 2010 com 45% das despesas com esses produtos, enquanto os mais ricos responderão por 37%.

A pesquisa mostra que a porcentagem de domicílios com computador passou de 14%, em 2002, para 34%, em 2009.

Na classe C, 13% das casas contavam com um computador em 2002; em 2009, eram 52%. Nas classes D e E, a presença do item subiu, respectivamente, de 1% para 15% e de 1% para 6%.