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sexta-feira, 8 de março de 2019

André Lara Resende escreve sobre a crise da macroeconomia



Por André Lara Resende | Para o Valor

A teoria macroeconômica está em crise. A realidade, sobretudo a partir da crise financeira de 2008 nos países desenvolvidos, mostrou-se flagrantemente incompatível com a teoria convencionalmente aceita. O arcabouço conceitual que sustenta as políticas macroeconômicas está prestes a ruir. O questionamento da ortodoxia começou com alguns focos de inconformismo na academia. Só depois de muita resistência e controvérsia, extravasou os limites das escolas. Embora ainda não tenha chegado ao Brasil, sempre a reboque, nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, já está na política e na mídia.




Leia o artigo completo neste link:
 

https://www.valor.com.br/cultura/6149939/andre-lara-resende-escreve-sobre-crise-da-macroeconomia?fbclid=IwAR1ky0tg-YRv77qp7MfTva22DLFIeQSfdWKuWbrxR4hFQ-wIcz9VUE2UFv0 


Fonte da imagem: https://doc-research.org/wp-content/uploads/2017/02/bigstock-128926601-e1486642644715-696x498.jpg

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

NOVA ORDEM MUNDIAL?




Os EUA experimentam uma virtual guerra civil política, opondo o presidente Donald Trump e um pequeno punhado de assessores ao núcleo duro do Establishment, um amálgama entre o “complexo de segurança nacional” e Wall Street, crescentemente ensimesmado e aferrado à perigosíssima ilusão de que poderá sustentar a sua agenda hegemônica a qualquer custo, mesmo com o risco de provocar um novo conflito global de grandes proporções.

Trump, um jogador pragmático e intuitivo, venceu as eleições de 2016 prometendo “secar o pântano” das tramoias de Washington e questionando a multitentacular presença militar dos EUA em quase todas as regiões do planeta, principalmente, quanto aos custos de tais aventuras. A despeito da sua obsessão com o acordo nuclear com o Irã (mais devida ao fato de ter sido assinado por seu detestado antecessor Barack Obama), prometeu um entendimento com a Rússia de Vladimir Putin e retirar o quanto antes as tropas estadunidenses da Síria de Bashar al-Assad.

Porém, em poucas semanas na Casa Branca, se deu conta de que os presidentes estadunidenses têm influência restrita na formulação da política externa do país. De fato, esta é alienada ao “complexo de segurança nacional” e o último que tentou contrariar a regra, John F. Kennedy (1961-63), não chegou a completar três anos de mandato. Para o complexo, os conflitos permanentes constituem um meio de vida permanente para justificar os colossais gastos com a rubrica “defesa”, que representam mais de metade dos gastos discricionários do orçamento federal.

É conhecido o relato de uma das primeiras reuniões de Trump com os seus assessores e chefes militares, na qual questionou por que os EUA mantinham tantas tropas no Afeganistão (após 16 anos de conflito) e na Coreia do Sul, e por que ainda tinham tropas na Síria. “Vocês caras querem que eu envie tropas a toda parte. Qual é a justificativa?” – perguntou, impaciente. Na ocasião, o secretário de Defesa, general James Mattis, respondeu que a presença estadunidense em tais lugares era necessária “para impedir que uma bomba detone na Times Square [em Nova York]… Infelizmente, senhor, o senhor não tem escolha. O senhor será um presidente de tempo de guerra”.

O resultado das eleições intermediárias de 6 de novembro, que deu o controle da Câmara dos Deputados ao Partido Democrata e deixou o Senado nas mãos dos republicanos, pode sinalizar uma influência ainda maior dos belicistas sobre Trump, uma vez que a Câmara Alta é a caixa de ressonância da política externa vinculada aos interesses do “complexo de segurança nacional”.

Não obstante, como Trump não é um integrante inato do Establishment e tem um interesse real em recuperar parte das capacidades produtivas do país perdidas para a “globalização”, como prometeu em sua campanha eleitoral, é possível que o seu embate com os “ensimesmados” amplie a janela de oportunidades externas para iniciativas tendentes a reforçar a construção da nova ordem cooperativa. Examinemos dois exemplos relevantes.

Nesse contexto, não é casual que os EUA sejam vistos como o maior obstáculo à emergência dessa ordem cooperativa e não hegemônica, baseada em um cenário multipolar de influência política e econômica, em substituição à “unipolaridade” militar e econômico-financeira desfrutada pela superpotência estadunidense desde o fim da Guerra Fria, há mais de um quarto de século.

Afinal, nenhum outro país detém tais prerrogativas: 1) mais de 800 bases militares em 80 países; 2) sete frotas que operam em todos os oceanos do mundo; 3) um orçamento de “segurança nacional” que supera os gastos de defesa combinados de todos os demais países do mundo; 4) um sistema de vigilância eletrônica capaz de interceptar mais de 80% de todas as comunicações eletrônicas feitas no planeta; 5) tem na força militar o seu instrumento favorecido de política externa; 6) detém o privilégio de emitir indiscriminadamente a moeda de reserva e referência internacional (dólar); 7) controla ou influencia de forma determinante as instituições multilaterais (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização Mundial do Comércio) e o sistema financeiro internacional, que funcionam como a espinha dorsal da “hiperglobalização” (como a denomina a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento-UNCTAD).

Uma pesquisa realizada em 2017 pelo Pew Research Center de Washington, em 30 países, quase todos aliados dos EUA, 35% dos entrevistados consideraram o poder e a influência dos EUA como uma “grande ameaça” ao mundo, contra 31% que optaram pela Rússia e a China, os únicos outros países citados.

Uma pesquisa anterior, realizada em 2013 pelos institutos WIN e Gallup International, em 65 países, apresentou um resultado ainda mais contundente: 24% dos entrevistados apontaram espontaneamente os EUA como “a maior ameaça à paz mundial”, o único país que conseguiu um percentual de dois dígitos (para comparação, a China ficou com 6%; Irã e Coreia do Norte, 5%; e Rússia, 2%).

Assim, países antagonizados pelos EUA e até mesmo antigos aliados articulam-se em diversas instâncias, para criar alternativas ao empenho de Washington de preservar a sua hegemonia à custa dos interesses legítimos dos demais países. O principal exemplo é a emergência da Eurásia como o novo centro de gravidade geoeconômico do planeta, turbinado pela ativa cooperação estratégica e econômica entre a China e a Rússia, que vem sendo gradativamente estendida a outros países.

Dilemas da defesa da Europa


A Europa, tradicionalmente presa ao arranjo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), lançou uma iniciativa de defesa coletiva que dificilmente teria ocorrido fora do contexto da “guerra civil” em Washington, mas que, todavia, não responde de forma concreta aos reais desafios de defesa do continente.

Em 7 de novembro, em Paris, ocorreu a primeira reunião da Iniciativa Europeia de Intervenção (EII, na sigla em inglês), coalizão de dez países europeus destinada ao estabelecimento de uma estrutura de defesa fora do marco da OTAN e, consequentemente, da influência dos EUA.

A iniciativa, oficialmente lançada em junho último, é encabeçada pela França e reúne o Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Estônia, Espanha e Portugal. A intenção é dispor de uma estrutura decisória enxuta (ao contrário da OTAN, que exige o consenso dos seus 29 membros), capaz de operar rapidamente em resposta a crises de natureza humanitária e militar, independentemente da OTAN e da própria União Europeia (UE).

Em entrevista à rádio Europa 1, o presidente francês Emmanuel Macron usou palavras surpreendentes para justificar a criação do que chamou “um real exército europeu”. Segundo ele: “Nós temos que nos proteger com respeito à China, Rússia e até mesmo os EUA. Quando eu vejo o presidente Trump anunciando que está abandonando um importante tratado de desarmamento que foi formado depois que a crise dos euromísseis da década de 1980 atingiu a Europa [referência ao Tratado de Mísseis Intermediários-INF], quem é a principal vítima? A Europa e a sua segurança. A Europa pode assegurar a sua própria proteção contra a Rússia e, até mesmo, um imprevisível presidente Donald Trump (Strategic Culture Foundation, 11/11/2018).”

A previsível resposta de Trump às declarações de Macron veio da forma habitual, via Twitter, em 9 de novembro, qualificando-as como “muito insultuosas” e repetindo a sua antiga litania de que, antes de pensar em um exército próprio, “a Europa deveria primeiro pagar a sua justa parcela na OTAN, que os EUA subsidiam grandemente”.

E nem o encontro pessoal com o presidente francês, dois dias depois, na celebração do centenário do final da I Guerra Mundial, em Paris, serviu para reduzir as salvas de tuítes. De volta a Washington, na segunda-feira 12, Trump afirmou que, na I Guerra Mundial, os franceses “estavam começando a aprender alemão em Paris, antes que os EUA chegassem”, em uma referência à chegada da força expedicionária estadunidense à Europa, em 1917, que acabou sendo o fator decisivo para a derrota alemã no conflito.

Por sua vez, de forma sintomática, o presidente russo Vladimir Putin, que também esteve em Paris, saudou a iniciativa europeia, considerando-a positiva para “reforçar o novo mundo multipolar”. Para ele, “a Europa é… uma poderosa união econômica e é apenas natural que queira ser independente e… soberana no campo da defesa e da segurança” (RT, 11/11/2018).

Escrevendo no sítio da Strategic Culture Foundation, o analista Alex Gorka fez uma avaliação otimista sobre a nova organização: “A formação da EII mostra quão profundas são as fraturas que dividem a OTAN e a UE em grupos que perseguem os seus próprios interesses. Essas grandes organizações parecem já ter visto dias melhores. Elas se tornaram muito grandes para ser realmente unidas e fortes… Pode ser que isto nunca seja dito oficialmente, mas as dez nações europeias desfecharam um forte golpe contra a OTAN encabeçada pelos EUA.”

Ademais, afirma, “as tensões e divisões entre a Europa e a Rússia não são para sempre e a EII e a Rússia não têm que ser adversárias, uma vendo a outra através de alças de mira. Afinal, elas enfrentam ameaças de segurança comuns. Cedo ou tarde, a cooperação no campo da segurança estará de volta à agenda”.

Precisamente, as tensões com a Rússia, materializadas de forma clara nas sanções aplicadas a Moscou nos últimos anos, por pretextos que vão desde a retomada da Crimeia ao mal explicado envenenamento do ex-agente de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha, no Reino Unido, constituem um dos focos centrais da agenda de segurança europeia, nem de longe contemplado pela formação da EII.

O mesmo argumento vale para o outro problema crucial, a imigração islâmica motivada pelas guerras de destruição implementadas pelas potências da OTAN no Oriente Médio, nas quais os europeus seguiram levianamente a liderança estadunidense e, agora, pagam caro pelas consequências. Aqui, também, é fundamental um entendimento com a Rússia, que, a partir da sua intervenção militar no conflito na Síria, tornou-se o fiel da balança da estabilidade de toda a região. De certa maneira, isso começa a ser admitido, como se mostrou com a recente reunião de cúpula de Macron e sua colega alemã Angela Merkel, em Istambul, com Putin e o turco Recep Erdogan, para discutir a questão síria – emblematicamente, sem a presença de qualquer representante dos EUA.

Em essência, qualquer acordo defensivo na Europa não pode esquivar-se a contemplar os interesses comuns entre o bloco europeu e a Rússia, uma potência cristã que, afinal, também faz parte do continente e faz a sua “ponte terrestre” com a Ásia – condição que os teóricos da geopolítica, de Mackinder a Brzezinski, sempre colocaram na mira das suas maquinações hegemônicas, como pré-condições para a manutenção da hegemonia anglo-americana.

Ásia: audazes movimentos do Japão


Na Ásia, onde a construção da nova ordem cooperativa está mais avançada, impulsionada pela cooperação China-Rússia, o Japão, aliado tradicional dos EUA no pós-guerra, também está se movimentando com insólita independência.

Na última semana de outubro, o primeiro-ministro Shinzo Abe protagonizou uma importante visita de Estado a Pequim, a primeira de um governante japonês em sete anos, acompanhado por uma enorme delegação de quase mil empresários. Das conversas com o presidente Xi Jinping e o premier Li Keqiang, resultaram as seguintes iniciativas: 1) negócios da ordem de 18 bilhões de dólares; 2) um acordo de trocas de moedas no valor de 29 bilhões de dólares, para casos emergenciais de crises; 3) a inclusão do renminbi chinês nas reservas cambiais do Japão; 4) investimentos diretos do Banco do Japão em títulos do governo chinês; 5) a criação de uma linha de comunicação direta (hotline) para eventuais casos futuros de tensões, como as que envolvem as reivindicações chinesas de soberania sobre áreas do Mar do Sul da China.

Igualmente, o governo chinês convidou formalmente o Japão a participar da Iniciativa Cinturão e Rota, o núcleo da agenda de integração eurasiática, que tem sido criticada por países como a Malásia e o Paquistão, este um tradicional aliado da China. Com a participação japonesa, Pequim pretende operar um proveitoso “upgrade” em todo o empreendimento.

Porém, mais significativo do que quaisquer negócios ou acordos do gênero foi o fato de Abe ter transmitido a Xi Jinping a intenção do imperador Akihito de visitar a China antes da sua renúncia, em abril de 2019, para pedir formalmente desculpas pela invasão japonesa ao país, entre 1937 e 1945. Se a visita se confirmar, será um gesto do maior simbolismo para ajudar a reduzir as tensões históricas entre as duas potências asiáticas, cujas recordações daquele acidentado passado têm ressurgido com certa frequência e influenciado negativamente as relações bilaterais, três gerações após o término do conflito. O gesto será ainda mais relevante no âmbito da situação dos dois países em relação aos EUA: a China, oficialmente apontada como potência rival, e o Japão, tradicional aliado em todo o pós-guerra.

Essencialmente, os dois países estabeleceram uma relação de “cooperação, em vez de competição”, expressão usada em ambas as capitais.

Após a visita a Pequim, Abe reuniu-se em Tóquio com o premier indiano Narendra Modi, com que acertou um diálogo regular no âmbito das respectivas chancelarias e ministérios de defesa, além da cooperação em projetos de infraestrutura em Bangladesh, Myanmar e Sri Lanka, e um acordo de trocas de moedas semelhante ao estabelecido com a China, no valor de 75 bilhões de dólares.

E o outro objeto de uma crescente aproximação do Japão é a Rússia, onde Tóquio pretende participar do desenvolvimento econômico da vastíssima região do Extremo Oriente, em projetos de infraestrutura e energia.

Fonte do Texto: https://msiainforma.org/ensimesmamento-estadunidense-abre-espaco-para-ordem-global-cooperativa/

Via: Jeferson Miola

Fonte da Imagem: https://medium.com/@karelovs/a-global-war-seems-unavoidable-10b8b8531d85

segunda-feira, 4 de junho de 2018

TENDÊNCIA DE AUMENTO DO CONSUMO MUNDIAL DE VASELINA



Após três dias de negociações frustradas, os seis membros do G7, com exceção dos EUA, assinaram um documento enfático contra a posição americana de iniciar uma guerra tarifária. Desde a meia-noite do dia 1º, estão valendo também para os principais países aliados as novas tarifas sobre aço (25%) e alumínio (10%). O objetivo em teoria é combater o avanço chinês, mas acaba por isolar Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão e Canadá, que seriam os principais aliados potenciais nesta disputa. E toca a União Europeia num momento delicado, pós-Brexit, e enquanto Itália e Espanha vivem uma crise anti-União interna. (Washington Post)

domingo, 8 de janeiro de 2017

Como o Japão praticamente extinguiu as mortes por arma de fogo


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

¿Qué pasó con los héroes de Fukushima?

Fonte desta imagem AQUI.

Georg Blume · · · · · 


Hasta hace poco los “samaritanos atómicos” de Fukushima estaban en boca de todos. ¿Quién se acuerda hoy de ellos?

Se ha hecho tarde en este karaoke de Fukushima. Ihsaka duerme. Ha bebido mucho: primero cerveza, luego sake. Ahora duerme enroscado encima de un sofá de felpa azul. Los cabellos, largos, grises, caen sobre su cara demacrada, cubriéndola. Viste un hanten, una chaqueta tradicional japonesa para el invierno, y calza zori, las típicas sandalias de madera. Ante él varios vasos, una botella para el sake y un bol con patatas fritas prácticamente intacto. El televisor está conectado, sin sonido.

Cuando se insertan los códigos para las canciones, vuelven a sonar las viejas canciones de los cincuenta y sesenta que tanto gustan a Ihsaka. Se las sabe de memoria. Tratan sobre el amor fraternal y la justicia, de los anhelos de la mafia japonesa. Ihsaka ha estado cantando toda la tarde, luego ha sucumbido al cansancio y el alcohol.

“Soy un yakuza”, me ha dicho Ihsaka en el transcurso de la tarde. Yakuza. Mafiosos, gente que pertenece a un medio en parte criminal y en parte socialmente integrado. Normalmente los yakuza no hablan de sus orígenes, pero Ihsaka sólo oculta su nombre.

Es un caso especial, porque se encuentra en una misión. “Lo que yo hago, es una pequeña contribución”, dice después de varios vasos de sake. “Si no hiciese mi trabajo, los niños nunca podrían volver a jugar en Fukushima”. A diferencia de otros, él ha venido como voluntario a Fukushima. Ihsaka es una especie de “samaritano atómico”.

Aldea-J

Desde el verano pasado Ihsaka trabaja cuatro días a la semana en la zona contaminada de la central nuclear de Fukushima. Vive en un hostal para turistas a una hora de distancia al sur de la ciudad. De hecho se trata de un barrio de lujo, pero debe compartir la habitación con tres colegas. Ihsaka se siente incómodo en estas estrecheces. Por eso es feliz cuando puede pasar una tarde en el karaoke.

En el lugar de vacaciones Yuzawa-onsen, en la preferectura de Fukushima, los trabajadores de la central nuclear han sustituido a los turistas, que han dejado de venir. En los días de trabajo Ihsaka se levanta a las cinco de la mañana. Un minibus de los yakuza lo transporta junto a sus colegas hasta la Aldea-J. La Aldea-J fue el campo de entrenamiento de la selección femenina de fútbol japonesa, que ganó el campeonato mundial en Alemania. Hoy es el centro de mando para los trabajos de limpieza y reparación en los reactores dañados. 5.000 personas trabajan en la Aldea-J a tan sólo 20 kilómetros de los reactores nucleares.

El minibus de Ihsaka se detiene en un enorme aparcamiento junto a cientos de autobuses, en cuyos parabrisas traseros aparecen las marcas de las grandes firmas: Mitsubishi, Toshiba, Hitachi. Todo el empresariado japonés colabora y los autobuses traen a sus trabajadores al lugar. Pero también los yakuza pertenecen al tejido empresarial japonés. Ninguna de las 50 centrales nucleares se hubiera construido sin ellos. Las bandas mafiosas monopolizan desde hace décadas el mercado laboral como mediadores entre los peones y las grandes construcciones. Los trabajadores empleados por la mafia han de desempeñar los trabajos peor pagados, que en ocasiones también son los más peligrosos. Si ocurre un accidente, la red mafiosa oculta las consecuencias. Por esa razón los yakuza son tan necesarios en Fukushima ahora. Si uno de sus trabajadores muere más tarde por culpa de un cáncer causado por la radiación radioactiva, las investigaciones nunca llegarán a buen puerto. Sin embargo, hay contratos de trabajo de por medio. En principio todo es legal.

Ihsaka pertenece a una cuadrilla de ocho hombres. Su jornal es unos 150 euros más alto que el de un obrero normal. Se reúnen en el aparcamiento, entran en la zona de exclusión más allá de la Aldea-J y desde allí son conducidos a los reactores. Su tarea consiste en limpiar los edificios, conductos y ruinas: todo lo que queda de los reactores destruidos. Los colegas de Ihsaka son cualquier cosa menos voluntarios: la mayoría de ellos han contraído deudas con los tiburones crediticios de la mafia y por ello deben aceptar cualquier trabajo que les proporcionen los yakuza.

Sin traje protector

Nadie ajeno a las labores de limpieza puede acompañar a los trabajadores a la zona de los reactores. Hasta la fecha los periodistas sólo han podido visitar el lugar de la catástrofe en grupo y bajo la estricta observación de Tepco, la compañía operadora de las centrales nucleares. Ihsaka está cuatro veces a la semana en el lugar y puede hablar de ello.

Normalmente él y sus colegas visten unos pesados trajes protectores y llevan consigo un dosímetro al trabajo. “Tenemos que llevar traje y máscara, pero no siempre lo hacemos”, dice Ihsaka. Ahora en invierno el traje no molesta. Pero hace unos meses, a finales de verano, cuando el grupo de Ihsaka llevaba los escombros de los reactores de un sitio a otro, el traje les dificultaba transportar los objetos más pesados. Además, los trabajadores sudaban con ellos. “Entonces vi a menudo los tatuajes de mis colegas”, dice Ihsaka. Lo que quiere decir que trabajaron sin la parte superior del traje protector junto a los reactores contaminados. Ihsaka recuerda que nadie le instruyó sobre cuál es la mejor manera de moverse llevando un traje protector.

Hasta hoy los ocho hombre del grupo de Ihsaka vigilan que cada uno de ellos tenga al final del día la misma dosis de radiación en el dosímetro. “Cuando he recibido 1'1 milisievert y mis colegas sólo 0'9, entonces cambiamos durante un rato nuestros lugares de trabajo”, dice Ihsaka. Lo que preocupa a estos hombres no es tanto las elevadas dosis de radiación como si tendrán trabajo al día siguiente. Quien recibe demasiada radiación, al día siguiente es apartado del trabajo y no recibe ningún salario.

La dosis máxima de radiación a la que un trabajador de una central nuclear en Japón puede exponerse se encuentra en los 100 milisievert anuales. Desde julio, Ihsaka ha acumulado según sus documentos de trabajo 70 milisievert. Así que aún puede seguir trabajando. Cuán grande es el peligro para él, no quiere saberlo. “Obviamente, soy un conejillo de indias para ellos”, dice. Pero eso no parece molestarle.

Ihsaka tiene un motivo para aceptar los riesgos de la radiación nuclear. Hasta el verano pasado, trabajó durante 29 años como cocinero en Tokio. No era ningún yakuza activo, pero pertenecía al medio. Su mujer lo abandonó. Sólo su hija mayor siguió a su lado para ocuparse de él, después de que hace un año contrajera una grave pulmonía. Permaneció inconsciente durante días, pero su hija estaba junto a él al lado de la cama. “Fui salvado y ahora estoy aquí para salvar la vida de los niños de Fukushima. Quiero que así quede el recuerdo de mi hija”, dice Ihsaka quien, de hecho, quiso trabajar como cocinero para los evacuados de Fukushima. Pero entonces encontró a través de sus contactos el trabajo en la zona del reactor.

Secretismo

Ni ha estudiado ni ha recibido formación alguna. Lo de cocinero lo aprendió por sí mismo. Pero Ihsaka es un hombre meditabundo. Espontáneamente, habla toda la tarde en el karaoke sobre Hiroshima y Nagasaki. Muy pocos japoneses lo hacen con relación a Fukushima. Ihsaka piensa que los americanos llevaron a cabo todo lo posible tras el lanzamiento de las bombas atómicas para mantener en secreto las consecuencias de la radiación atómica.

De hecho, todas las investigaciones del conocido hospital para la radiación americano en Hiroshima estuvieron clasificadas durante décadas. “Y con el mismo secretismo actuamos nosotros los japoneses hoy tras Fukushima”, afirma.

Por eso habla tanto esta tarde. No quiere más secretos. Aunque haya debido firmar antes de aceptar el trabajo una cláusula por la que promete no informar a los medios de comunicación de su actividad, ahora rompe conscientemente esa norma. “Se lo contaría con gusto a todo el mundo”, afirma.

Tras la catástrofe nuclear los trabajadores de la central fueron tenidos por algún tiempo en la opinión pública como héroes. Pero no obtuvieron ni de lejos la fama de, pongamos por caso, los bomberos neoyorquinos tras el atentado a las Torres gemelas. Por eso mismo Ihsaka es a un mismo tiempo un criminal político y un entrevistado agradecido. Sin embargo, si no tenemos en cuenta un par de noticias muy generales del New York Times sobre las condiciones de trabajo de los trabajadores de la central nuclear, apenas hay historias sobre los héroes de Fukushima. ¿Acaso sus historias no merecen la pena ser tenidas en cuenta?

Cuanto más habla Ihsaka en el karaoke, más se da cuenta de cuán impresionante es su propia historia. Las preguntas de los periodistas le dejan perplejo. ¿Por qué le preguntan por los colores y los motivos de los tatuajes de sus colegas? Ihsaka llega una y otra vez al punto en el que no quiere responder más preguntas. Se disculpa diciendo que le gustaría explicar más, pero tiene que pensar en su contrato para la compañía Tepco. No quiere que le fotografíen. Pero al día siguiente se despide una vez más del reportero en un modesto establecimiento de fideos. “Estoy sólo”, reconoce. “Echo en falta hablar con alguien.”

Georg Blume informa regularmente sobre Asia para el tageszeitung.

Traducción para www.sinpermiso.info: Àngel Ferrero

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domingo, 2 de outubro de 2011

IPI SOBRE VEÍCULOS: DOIS PONTOS DE VISTA OPOSTOS

Carroça Chinesa. Veja mais imagens AQUI.

O Correio do Povo de hoje, 2 de outubro, publicou artigo no qual Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, critica duramente a política do Governo Brasileiro de aumento do IPI para as empresas que não nacionalizem em pelo menos 65% da produção de veículos no Brasil. Veja o artigo AQUI.

Tang chega a afirmar que "o Brasil vai continuar produzindo carroças e vendendo caro para os brasileiros", numa clara ofensa às montadoras que atuam no país.

Por outro lado Carlos Ghosn, presidente mundial da Renault-Nissan, anunciou ontem, sábado, a ampliação da fábrica da Renault no Paraná e a construção de uma planta da Nissan em Resende, no sul do Estado do Rio. O grupo franco-japonês deve reduzir as importações de carros para o Brasil. Leia AQUI.

Com relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros importados, Ghosn disse que a decisão incentiva as montadoras a produzir localmente. Segundo ele, o índice de 65% de nacionalização para que o veículo não pague a alíquota é baixo se comparado a outros países que recebem investimentos das montadoras globais. A China, por exemplo, exige uma taxa de nacionalização de peças e partes de 90% e a Índia, de 95%.

São duas maneiras totalmente diferentes de encarar uma mesma situação.

terça-feira, 22 de março de 2011

MENINO NUCLEAR



Nuclear Boy, ou seja, o Menino Nuclear, é um menino doente com diarreia que ajuda a explicar às crianças o que aconteceu em Fukushima.

Perante a dificuldade de explicar aos mais pequenos o que se passa com a central nuclear japonesa, o artista Hachiya Kazuhiko criou este personagem que tal como o Menino Three Mile Island e o Menino Chernobyl está doente, mas não tão gravemente como eles estiveram.

No fim do desenho animado de 4 minutos, o Menino Nuclear vai recuperando aos poucos e irá ficar bom.

Uma forma simpática de explicar às crianças o problema do acidente nuclear japonês sem necessidade de recorrer à linguagem dos mass media, certamente demasiado complexa para os mais novos.

sábado, 19 de março de 2011

Uma nuvem de desconfiança espalha-se pelo planeta

Militares norte-americanos de alta patente celebram com uma torta em forma de explosão atômica, em 1946.

O estado de alerta do público com segurança nuclear, como a emergência em Fukushima prova, é muito fácil de se elevar. O motivo é uma indústria que desde sua concepção, mais de meio século atrás, teve o segredo como conselheiro e, quando isso acontece, acobertamentos e mentiras geralmente seguem logo atrás. A noção da crise que cerca os reatores nucleares atingidos no Japão é exacerbada pelo fato de que, em uma emergência, a confiança pública nos promotores da energia atômica é virtualmente inexistente. O artigo é de Michael McCarthy.

Não há precedentes: quatro reatores atômicos em sérios apuros ao mesmo tempo, três ameaçados por superaquecimento, e um atingido pelo fogo em um reservatório para armazenagem de combustível radioativo usado.

Há muitos rumores sobre a usina nuclear de Fukushima – cara a cara com um desastre depois de a tsunami que atingiu o Japão ter afetado os seus mecanismos de resfriamento. Alguns se mostraram falsos: por exemplo, um rumor, disseminado por mensagem de celular, dizia que a radiação estava se espalhando pela Ásia. Outros eram verdadeiros: que radiação cerca de 20 vezes acima dos níveis normais havia sido detectada em Tóquio; que as empresas aéreas chinesas cancelaram voos para a capital japonesa; que a Áustria havia movido sua embaixada de Tóquio para Osaka; que uma loja 24 horas do bairro de Roppongi em Tóquio havia vendido todos seus rádios, lanternas, velas e sacos de dormir.

Mas talvez o mais alarmante seja que embora Naoto Kan, o primeiro ministro do Japão, esteja novamente apelando por calma, há muitos – no Japão e além – que não estão mais preparados para serem tranquilizados.

O nível de preocupação é notável: viajou ao redor do mundo (Angela Merkel impôs uma moratória na energia nuclear, na França, há pressão por um referendo); retirou das manchetes dos jornais a história terrível da tsunami. Mas o estado de alerta do público com segurança nuclear, como a emergência em Fukushima prova, é muito fácil de se elevar – e, como as autoridades japonesas estão descobrindo agora, muito difícil de acalmar.

O motivo é uma indústria que desde sua concepção, mais de meio século atrás, teve o segredo como conselheiro; e, quando isso acontece, acobertamentos e mentiras geralmente seguem logo atrás. A noção da crise que cerca os reatores nucleares atingidos no Japão é exacerbada pelo fato de que, em uma emergência, a confiança pública nos promotores da energia atômica é virtualmente inexistente. Em muitas ocasiões no Reino Unido, nos EUA, na Rússia, no Japão – escolha o seu país – as pessoas ouviram mentiras (isso quando ouviram alguma coisa) sobre as desaventuras nucleares.

Para compreender essa mania por segredos, é preciso ir às origens da energia nuclear. Essa não é uma tecnologia sonhada para substituir as usinas energéticas de carvão, trata-se de uma tecnologia militar, concebida em uma luta de vida ou morte, que tem sido modificada para processos civis. No centro disso tudo, está a reação nuclear em cadeia, o processo autossustentável de divisão nuclear (fissão), que ocorre quando suficiente material altamente radioativo é colocado junto, e que produz outos elementos radioativos e a liberação de energia.

Quando pela primeira vez foi obtido pelos físicos Enrico Fermi e Leo Szilard, na Universidade de Chicago, em dezembro de 1942, produziu apenas calor; mas todos os envolvidos sabiam que se pudesse ser acelerado, iria produzir o maior poder explosivo conhecido. E assim nascia o projeto Manhattan, o esforço dos EUA para construir uma bomba atômica que foi, enquanto durou, o maior segredo da história.

Segredos são como uma marca de nascença da energia nuclear. Por 10 anos depois da primeira bomba atômica ser jogada sobre Hiroshima, em agosto de 1945 se manteve uma tecnologia militar envolta em mistérios, embora russos e depois britânicos tenham seguido os norte-americanos em seu desenvolvimento. O Reino Unido construiu um par de reatores atômicos em Windscale, que produzia (como resultado da fissão) plutônio, o material usado na primeira bomba nuclear britânica, testada na costa da Austrália, em 1952. E foi em um de seus reatores que aconteceu um dos primeiros acidentes nucleares sérios: o incêndio de outubro de 1957. O núcleo do reator, feiro de grafite, pegou fogo, derreteu e queimou consideráveis quantidades de urânio, liberando grandes quantidades de radioatividade. Foi a mais séria calamidade nuclear até Chernobil, quase 30 anos depois, mas o governo britânico fez o que pode para minimizar o significado, tentando primeiro manter completo segredo (os bombeiros locais foram avisados pelas 24 horas depois do ocorrido) e mantendo os relatórios confidenciais até 1988.

Foi o primeiro de muitos acobertamentos em Windscale. Em 1976, por exemplo, segredos envolvendo um grande vazamento de água radioativa enfureceram o então ministro da Tecnologia, Tony Benn, favorável à energia nuclear. Mas coisas assim aconteciam em todo o mundo.

Nos reatores de Rocky Flats, nos EUA, muitos acidentes envolvendo material radioativo foram mantidos em segredo por décadas, de 1950 aos anos 1980. Na Rússia, a província de Chelyabinsk, a oeste dos montes Urais, abrigava um grande complexo de armamento atômico, que foi onde aconteceram três grandes desastres nucleares: o descarte lixo radioativo e a explosão de um contêiner desse lixo nos anos 1950, e o vazamento de poeira radioativa em 1967. Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas na região foram atingidas por um ou mais incidentes, expostas a mais de 20 vezes a radiação que as vítimas de Chernobil. Nada disso se ficou sabendo à época. Chelyabinsk é descrito algumas vezes até hoje como “o local mais poluído do planeta”.

Quando olhamos para o Japão, encontramos uma cultura idêntica de acobertamentos e mentiras. Uma preocupação em particular é a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), por coincidência dona e operadora dos reatores atingidos em Fukushima.

A Tecpo tem um triste histórico de relacionamento com a verdade. Em 2002, alguns de seus executivos se demitiram depois que o governo japonês tornou público que a empresa estava escondendo uma série de falhas nos reatores, e em 2006 a companhia admitiu que vinha falsificando informações sobre seus sistemas de resfriamento por um longo período.

Nessa semana foi revelado que a Agência Internacional de Energia Atômica alertou o Japão mais de dois anos atrás de que um forte terremoto poderia causar “sérios problemas”, de acordo com informações vazadas pelo Wikileaks e publicadas pelo The Daily Telegraph.

Mesmo Chernobyl, o mais notório caso de acidente nuclear do mundo, foi primeiro escondido pela então União Soviética, e poderia ter permanecido assim se não fosse a radioatividade detectada por cientistas suecos.

Por que é assim? Por que o instinto de esconder tudo persiste mesmo agora que o papel maior no desenvolvimento da energia nuclear passou dos militares para os civis? Talvez porque exista, entre o público, e um medo instintivo e certamente compreensível da energia nuclear, essa tecnologia que, uma vez que quebra seus átomos, libera forças mortais.

A indústria nuclear tem medo de perder o apoio público pelo simples motivo de que sempre precisou de dinheiro público para manter-se. Não é, mesmo agora, um setor que economicamente pode se manter de pé sem ajuda. Portanto, quando encontra um problema, a primeira reação é escondê-lo e a segunda é contar mentiras a respeito. Mas a verdade prevalece no final e a confiança do público na indústria diminui ainda mais do que se o problema fosse admitido de imediato.

Não é preciso que seja assim. Um quarto de século atrás, na indústria britânica nuclear havia um líder que por uns poucos anos transformou sua imagem pública: Christopher Harding. Ele era um homem aberto e honesto que ensinou que a paranoia e os segredos envolvendo a energia nuclear deveriam ser varridas para longe.

Quando ele se tornou o presidente dos Combustíveis Nucleares Britânicos, com sede em Windscale, ele decidiu por uma nova ordem. Renomeou o local e, para assombro geral, decretou que ao invés de furtivamente virar às costas ao público, deveria recebê-lo de braços abertos. E fez o impensável: criou um centro de visitantes.

Harding morreu em 1999, mas ele foi um homem excepcional: não apenas por seu charme e bondade pessoal – que revelou com os funcionários – mas por sua visão de que a indústria nuclear estaria melhor lidando com os seus problemas com transparência e honestidade ao invés de acobertamento e engôdos. Mas ele foi, infelizmente, a exceção que confirma a regra.

O resto da indústria nuclear vem escondendo a verdade para manter as aparência por tanto tempo, e suas mentiras tem sido tão frequentemente expostas, que talvez a chance de acreditar já tenha passado. Mesmo que, como eu suspeito, o governo japonês esteja tentando ser franco sobre os problemas em Fukushima, não significa que tudo o que for dito sobre a parte atômica da catástrofe nacional será acreditado.

Tradução Wilson Sobrinho, para CARTA MAIOR

domingo, 13 de março de 2011

Depois do terremoto, catástrofe nuclear ameaça Japão

Depois de um terremoto e de um tsunami, o Japão enfrenta agora a ameaça de uma catástrofe nuclear. Falta de energia após terremoto dificulta refrigeração de reator, que ameaça derreter e provocar uma tragédia.

 

A usina nuclear japonesa Fukushima Daiichi I é um reator de água fervente. Barras de combustível dentro do reator produzem calor através da fissão nuclear. Com isso a água é aquecida e faz girar uma turbina que gera eletricidade. A água é, então, resfriada e bombeada de volta para para o reator para ser aquecida novamente.

O interior de um reator como esse é composto de longos tubos, dentro dos quais as barras de combustível são armazenadas. Dentro dessas barras há urânio enriquecido. Quando o urânio radioativo se decompõe, grandes quantidades de energia são liberadas e aquecem a água ao seu redor. Ao mesmo tempo, nêutrons energizados são liberados e desencadeiam novas fissões nucleares nas barras de combustível adjacentes.

Para controlar ou parar o processo, são instaladas as chamadas hastes de controle, que absorvem os nêutrons liberados. Em um desligamento da usina nuclear, as hastes de controle são inseridas dentro do reator. Novas fissões nucleares são evitadas. O reator se resfria, no entanto não rápido o suficiente. O ciclo da água deve continuar sendo bombeado com energia para continuar o resfriamento do sistema.

A falta de energia leva a uma situação crítica. A pressão e a temperatura dentro do reator continuam subindo. Se não for possível interromper esse processo, a pressão e o calor podem causar danos ou mesmo destruir completamente o invólucro das barras de combustível.

Nessa fase, o conteúdo das barras de combustível, urânio e o produto de sua fissão, como o césio, afundam, o que pode levar a explosões nucleares descontroladas, que geram mais calor e pressão. No final do processo, o reator inteiro pode explodir, como ocorreu há quase 25 anos em Tchernobil. Essa fase é conhecida como o pior cenário possível. O conjunto dos produtos radioativos decompostos acaba sendo liberado para a atmosfera por uma explosão.

Em Fukushima, o circuito de segurança foi interrompido por falta de energia após o terremoto. O segundo nível de segurança, com geradores a diesel, também falhou. O resfriamento pôde ser mantido apenas por baterias elétricas, cujo tempo de funcionamento é limitado.

No reator, a temperatura da água subiu. Através da evaporação, a pressão aumentou. Para evitar uma explosão, a primeira tentativa foi expelir o vapor levemente radioativo através de uma válvula.

Mas essa opção foi apenas parcialmente bem sucedida. Caso ocorra uma fissão nuclear e, com isso, o colapso, as pessoas no Japão podem apenas torcer para que um vento leve embora a nuvem radioativa, soprando-a em direção ao Pacífico.

Autor: Sybille Golte (ff)
Revisão: Marcio Damasceno

DW

 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Um em cada três adolescentes japoneses não tem interesse em sexo

 Uma pesquisa japonesa, divulgada quarta-feira 12, mostra que os jovens japoneses têm cada vez menos interesse em sexo. De acordo com uma pesquisa, 35,1% dos homens entre 16 e 19 anos no país possuem aversão ou não têm interesse em sexo, o dobro do resultado de 2008.

A pesquisa, conduzida em setembro de 2009 pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, se baseou em respostas de 671 homens e 869 mulheres, com idades entre 16 e 49 anos.

O estudo também revelou que as pessoas casadas têm feito pouco sexo, sendo que 40,8% afirmaram não ter mantido relações sexuais no último mês.

A baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população é um assunto que preocupa o governo japonês, uma vez que há cada vez menos pessoas economicamente ativas no arquipélago.

Made in Japan

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sutiã Guia Turístico

Peça vem com espaço para carregar cartões postais dos principais pontos turísticos do Japão


A fabricante japonesa de lingeries Triumph apresentou, quarta-feira 10, em Tóquio, seu mais novo produto conceitual: um sutiã-guia-turístico. A peça possui um botão que, quando pressionado, reproduz áudio de saudação em inglês, chinês e coreano.

Na região do abdómen, há um espaço para colocar cartões com imagens de seis diferentes pontos turísticos do Japão, tais como o Monte Fuji e o bairro de Akihabara, em Tóquio.

Fonte: Made in Japan

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Bombardeados y estigmatizados


La mayoría de las víctimas de Hiroshima y Nagasaki vivió hasta hace unos años sumida en el silencio de su horror

GEORGINA HIGUERAS, para El País

Hoy la tragedia sufrida por cientos de miles de supervivientes de las bombas nucleares de Hiroshima y Nagasaki es un poco menor. La presencia de un representante de Estados Unidos en la conmemoración de este holocausto ha roto un poco más el muro de silencio que se impuso sobre las víctimas de aquel horror. Nadie quiso airear la barbarie atómica. Ni quienes lanzaron las bombas e impusieron un cerco informativo para ser ellos los únicos conocedores de las consecuencias de su victoria sobre los inocentes, ni los perdedores de una orgía conquistadora que vieron en los llamados hibakusha el espejo de su derrota.

Irónicamente los bombardeados fueron estigmatizados. Fue necesario esperar décadas para que las víctimas comenzaran a verse reconocidas y a salir lentamente del pozo de dolor, vergüenza y desamparo en que las hundió aquella luz que metalizó las mañanas del 6 y del 9 de agosto de 1945.

Entre la veintena de hibakusha que entrevisté en Hiroshima y Nagasaki con motivo del 60º aniversario de las explosiones atómicas, hace ahora cinco años, jamás podré olvidar a Shizuko Abe. Hasta entonces, yo no entendía a las gentes que décadas después lloran a sus muertos, pero aquella tarde comprendí el desgarro que supone abrir la urna donde se protege y se encapsula con nuevas angustias el mayor de los tormentos.

Aquel 6 de agosto, Shizuko Abe tenía 18 años y se encontraba a 1,5 kilómetros del epicentro de un bombazo que la lanzó a 10 metros de distancia y que, aunque no le arrancó la vida, la dejó marcada a sangre y fuego tanto por fuera como por dentro. A pesar de las muchas operaciones a las que se había sometido para mejorar su movilidad y su aspecto, las huellas de la explosión eran evidentes en Shizuko, pero lo auténticamente aterrador fue escucharla deshacer su historia. Y no tanto por lo ocurrido aquel trágico día, sino por el calvario que después le infligió una sociedad implacable sobre todo con las mujeres.

Víctimas olvidadas

Como tantas hibakusha, que literalmente significa superviviente de los bombardeos nucleares, Shizuko Abe había vivido durante décadas olvidada por su Gobierno, despreciada por sus vecinos y maldecida por su suegra. Esta, aupada en lo peor de la tradición japonesa, fue verdugo de las torturas psicológicas que impuso a la joven al no haber podido evitar que su hijo se empeñara, al volver de la guerra, en casarse con lo que quedaba de la novia que había dejado atrás al irse al frente.

La hostilidad no desapareció ni siquiera cuando, en contra de todos los pronósticos, Shizuko se quedó embarazada y dio a luz un varón sano. "Mi suegra siguió diciendo a mi marido que me abandonara, que él se merecía una mujer completa. Yo viví por él, pero sufría tanto que mi padre afirmaba que habría sido más feliz si me hubiera muerto", cuenta Shizuko.

El temor a engendrar monstruos fue la mayor angustia de las mujeres. Se ciño sobre ellas aislándolas en una cárcel de silencio, cuyas rejas estrechaban las familias, los amigos y las autoridades. Shizuko no se atrevió a hablar de Hiroshima hasta años después de que su marido muriera en 1992, pero su descarnada historia personal sólo se escapó de sus entrañas en una entrevista, que comenzamos tranquilamente en torno a una taza de té y un pastel que no sirvió para tapar tanta amargura. Sin duda, no se había preparado aquello. Su confesión de horas fue como romper la pinza de cristal que la estrangulaba. La intérprete y ella lloraron un río de lágrimas liberalizadoras de más de medio siglo de oprobio vivido tanto por Shizuko como por otras decenas de miles de hibakusha.

En estos cinco años transcurridos, muchas víctimas habrán muerto llevándose con ellas a la tumba toda su congoja. Sin embargo, cada día son más las que deciden romper el silencio como método para luchar por un mundo sin armas atómicas. Ahora que sienten que la vejez -la media de edad de los supervivientes es de 75 años- se tutea naturalmente con la muerte no quieren que nada vuelva a vivir su martirio. Sólo en 2009, y con 93 años, el Gobierno japonés reconoció a Tsutomu Yamaguchi como el único superviviente de las dos bombas. Yamaguchi lo confesó públicamente en 2006, al cumplir los 90 años y contar en un libro como ese mismo 6 de agosto y pese a estar herido, huyó junto con varios centenares de personas en un tren a Nagasaki, sin saber que el mismo resplandor le esperaría allí también.

Yamaguchi murió el pasado enero, pero su silencio roto seguro que ha ayudado a otros muchos a escapar de sus fantasmas y salir a contar sus tragedias.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Desenhos gigantes em plantações de arroz


Em Inakadate, uma vila localizada no sul do Japão, cerca de 8000 pessoas juntam-se todos os anos para criar incríveis desenhos nas plantações locais de arroz.

Para atingirem esse feito, os agricultores fazem um planeamento minucioso da imagem que vão criar para que tudo fique perfeito.

Durante a execução do desenho são utilizadas várias espécies de arroz com diversas colorações para ilustrar os campos.

Veja as fotos AQUI e AQUI.

sábado, 3 de julho de 2010

Cerimônias de Divórcio


Casais fazem celebrações pomposas para dar fim ao casamento

por Redação Made in Japan

Há cerca de um ano, um homem de negócios chamado Hiroki Terai montou, em uma pequena casa de Tóquio, um espaço para que as pessoas realizassem “cerimônias de divórcio”. Desde então, 25 casais disseram “eu aceito” para o fim do matrimônio, no local.

O intuito das cerimônias, que custam em média 55 mil ienes (equivalente a 1.072 reais), é marcar o fim de um período e o começo de uma nova jornada.

Familiares e amigos comparecem às cerimônias, repletas de atos simbólicos - como a quebra de uma aliança pelo casal, com um martelo. As celebrações, no entanto, são amigáveis, com direito a brindes e votos de felicidade.

Mais de 251 mil casais se separaram no Japão em 2008, um cenário associado à recessão econômica no arquipélago.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Premiê do Japão renuncia após oito meses no cargo

Manifestação em Okinawa pela retirada da base militar norte-americana:

O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, apresentou nesta quarta-feira (horário local - noite de terça no Brasil) o seu pedido de renúncia ao cargo.

Hatoyama anunciou sua decisão em meio aos temores dentro de seu partido - o Partido Democrático - quanto à perspectiva de resultados negativos nas eleições previstas para julho.

O líder japonês enfrentava forte pressão por não conseguir cumprir a promessa de campanha de retirar da ilha de Okinawa a polêmica base americana que existe na região.

Hatoyama estava no poder há apenas oito meses, mas pesquisas indicam que ele estava perdendo popularidade nas últimas semanas.

Promessa

A queda nos índices de aprovação começou a ser registrada depois de Hatoyama recuar na promessa sobre Okinawa, após ser pressionado pelos Estados Unidos.

Meses depois de prometer em campanha que a base americana deixaria a ilha de Okinawa, o primeiro-ministro admitiu para os moradores da região que a mudança seria "impossível".

A retirada da base da ilha de Okinawa havia sido uma das principais promessas de Hatoyama durante a sua vitoriosa campanha nas eleições do ano passado.

A ampla vitória do Partido Democrático em 2009 marcou a segunda vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial que o Partido Liberal Democrata não manteve o poder.

No último fim de semana, após o recuo de Hatoyama sobre os planos para Okinawa, o Partido Social Democrata decidiu abandonar a coalizão de governo.

BBC

terça-feira, 1 de junho de 2010

Hatoyama anuncia permanência de base dos EUA em Okinawa


Base de Futenma, de acordo com plano, será reinstalada em área menos povoada da ilha

por Redação Made in Japan

O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, assinou um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prevê a manutenção da base militar americana de Futenma na ilha de Okinawa, sexta-feira 28.

Segundo o documento, a base apenas será reinstalada em uma área menos povoada da ilha: a cidade de Nago. O prefeito local, por sua vez, disse que a possibilidade de a base ser recolocada na cidade é “zero”.

Para o governador da província de Okinawa, Hirokazu Nakaima, por sua vez, houve uma falha de comunicação com o governo central. Para ele, executar o plano de Hatoyama dentro da ilha será “extremamente difícil”.

Um plano para a recolocação da base de Futenma para fora da ilha de Okinawa estava nas promessas de campanha de Hatoyama, empossado em setembro passado. No entanto, pressões do governo dos Estados Unidos o fizeram congelar a decisão.

Hatoyama tem sofrido grande desgaste político em razão da promessa. Segundo pesquisa do jornal Nikkei, divulgada no fim de abril, 57% dos japoneses queriam que o premiê renunciasse caso não resolvesse a questão de Okinawa até o fim de maio.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Hatoyama diz que recolocação da base de Okinawa é impossível

Crianças locais seguram placas com os dizeres “mantenha sua promessa” e “não precisamos de uma base”, durante visita de Hatoyama a Okinawa:

Primeiro-ministro é criticado por moradores locais, em visita à província de Okinawa

O premiê japonês Yukio Hatoyama complicou ainda mais sua situação política ao afirmar, terça-feira 4, em visita à ilha de Okinawa, que será impossível retirar a base militar norte-americana da ilha. É a primeira vez que ele visita a província japonesa desde que foi empossado primeiro-ministro.

“Falando de forma realística, é impossível (recolocar a base fora da ilha)”, disse o premiê, depois de encontrar o governador de Okinawa, Hirokazu Nakaima.

Um plano para a recolocação da base de Futenma estava nas promessas de campanha de Hatoyama. No entanto, pressões do governo dos Estados Unidos o fizeram congelar a decisão.

A visita de Hatoyama foi marcada por protestos. Depois de uma reunião em Ginowan, onde está localizada a base de Futenma, o primeiro-ministro recebeu críticas de moradores locais, que gritaram frases como “Não volte mais”.

Segundo pesquisa do jornal Nikkei, divulgada no fim de abril, 57% dos japoneses querem que o premiê renuncie caso não resolva a questão de Okinawa até o fim de maio.

Made in Japan