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quinta-feira, 19 de março de 2020

PLANETA X HUMANIDADE





Nos últimos dias a poluição do ar reduziu significativamente em todo o planeta. 

A contaminação das águas em locais de grande circulação de turistas também diminuiu amplamente.

Etc.

Ou seja, parece que o Corona Vírus é ruim para os humanos, porém é muito bom para o planeta.

Exemplos:





Imagem: Canais de Veneza com águas cristalinas após quarentena recebem visitas de peixes, cisnes e até golfinhos.

sábado, 19 de março de 2011

Uma nuvem de desconfiança espalha-se pelo planeta

Militares norte-americanos de alta patente celebram com uma torta em forma de explosão atômica, em 1946.

O estado de alerta do público com segurança nuclear, como a emergência em Fukushima prova, é muito fácil de se elevar. O motivo é uma indústria que desde sua concepção, mais de meio século atrás, teve o segredo como conselheiro e, quando isso acontece, acobertamentos e mentiras geralmente seguem logo atrás. A noção da crise que cerca os reatores nucleares atingidos no Japão é exacerbada pelo fato de que, em uma emergência, a confiança pública nos promotores da energia atômica é virtualmente inexistente. O artigo é de Michael McCarthy.

Não há precedentes: quatro reatores atômicos em sérios apuros ao mesmo tempo, três ameaçados por superaquecimento, e um atingido pelo fogo em um reservatório para armazenagem de combustível radioativo usado.

Há muitos rumores sobre a usina nuclear de Fukushima – cara a cara com um desastre depois de a tsunami que atingiu o Japão ter afetado os seus mecanismos de resfriamento. Alguns se mostraram falsos: por exemplo, um rumor, disseminado por mensagem de celular, dizia que a radiação estava se espalhando pela Ásia. Outros eram verdadeiros: que radiação cerca de 20 vezes acima dos níveis normais havia sido detectada em Tóquio; que as empresas aéreas chinesas cancelaram voos para a capital japonesa; que a Áustria havia movido sua embaixada de Tóquio para Osaka; que uma loja 24 horas do bairro de Roppongi em Tóquio havia vendido todos seus rádios, lanternas, velas e sacos de dormir.

Mas talvez o mais alarmante seja que embora Naoto Kan, o primeiro ministro do Japão, esteja novamente apelando por calma, há muitos – no Japão e além – que não estão mais preparados para serem tranquilizados.

O nível de preocupação é notável: viajou ao redor do mundo (Angela Merkel impôs uma moratória na energia nuclear, na França, há pressão por um referendo); retirou das manchetes dos jornais a história terrível da tsunami. Mas o estado de alerta do público com segurança nuclear, como a emergência em Fukushima prova, é muito fácil de se elevar – e, como as autoridades japonesas estão descobrindo agora, muito difícil de acalmar.

O motivo é uma indústria que desde sua concepção, mais de meio século atrás, teve o segredo como conselheiro; e, quando isso acontece, acobertamentos e mentiras geralmente seguem logo atrás. A noção da crise que cerca os reatores nucleares atingidos no Japão é exacerbada pelo fato de que, em uma emergência, a confiança pública nos promotores da energia atômica é virtualmente inexistente. Em muitas ocasiões no Reino Unido, nos EUA, na Rússia, no Japão – escolha o seu país – as pessoas ouviram mentiras (isso quando ouviram alguma coisa) sobre as desaventuras nucleares.

Para compreender essa mania por segredos, é preciso ir às origens da energia nuclear. Essa não é uma tecnologia sonhada para substituir as usinas energéticas de carvão, trata-se de uma tecnologia militar, concebida em uma luta de vida ou morte, que tem sido modificada para processos civis. No centro disso tudo, está a reação nuclear em cadeia, o processo autossustentável de divisão nuclear (fissão), que ocorre quando suficiente material altamente radioativo é colocado junto, e que produz outos elementos radioativos e a liberação de energia.

Quando pela primeira vez foi obtido pelos físicos Enrico Fermi e Leo Szilard, na Universidade de Chicago, em dezembro de 1942, produziu apenas calor; mas todos os envolvidos sabiam que se pudesse ser acelerado, iria produzir o maior poder explosivo conhecido. E assim nascia o projeto Manhattan, o esforço dos EUA para construir uma bomba atômica que foi, enquanto durou, o maior segredo da história.

Segredos são como uma marca de nascença da energia nuclear. Por 10 anos depois da primeira bomba atômica ser jogada sobre Hiroshima, em agosto de 1945 se manteve uma tecnologia militar envolta em mistérios, embora russos e depois britânicos tenham seguido os norte-americanos em seu desenvolvimento. O Reino Unido construiu um par de reatores atômicos em Windscale, que produzia (como resultado da fissão) plutônio, o material usado na primeira bomba nuclear britânica, testada na costa da Austrália, em 1952. E foi em um de seus reatores que aconteceu um dos primeiros acidentes nucleares sérios: o incêndio de outubro de 1957. O núcleo do reator, feiro de grafite, pegou fogo, derreteu e queimou consideráveis quantidades de urânio, liberando grandes quantidades de radioatividade. Foi a mais séria calamidade nuclear até Chernobil, quase 30 anos depois, mas o governo britânico fez o que pode para minimizar o significado, tentando primeiro manter completo segredo (os bombeiros locais foram avisados pelas 24 horas depois do ocorrido) e mantendo os relatórios confidenciais até 1988.

Foi o primeiro de muitos acobertamentos em Windscale. Em 1976, por exemplo, segredos envolvendo um grande vazamento de água radioativa enfureceram o então ministro da Tecnologia, Tony Benn, favorável à energia nuclear. Mas coisas assim aconteciam em todo o mundo.

Nos reatores de Rocky Flats, nos EUA, muitos acidentes envolvendo material radioativo foram mantidos em segredo por décadas, de 1950 aos anos 1980. Na Rússia, a província de Chelyabinsk, a oeste dos montes Urais, abrigava um grande complexo de armamento atômico, que foi onde aconteceram três grandes desastres nucleares: o descarte lixo radioativo e a explosão de um contêiner desse lixo nos anos 1950, e o vazamento de poeira radioativa em 1967. Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas na região foram atingidas por um ou mais incidentes, expostas a mais de 20 vezes a radiação que as vítimas de Chernobil. Nada disso se ficou sabendo à época. Chelyabinsk é descrito algumas vezes até hoje como “o local mais poluído do planeta”.

Quando olhamos para o Japão, encontramos uma cultura idêntica de acobertamentos e mentiras. Uma preocupação em particular é a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), por coincidência dona e operadora dos reatores atingidos em Fukushima.

A Tecpo tem um triste histórico de relacionamento com a verdade. Em 2002, alguns de seus executivos se demitiram depois que o governo japonês tornou público que a empresa estava escondendo uma série de falhas nos reatores, e em 2006 a companhia admitiu que vinha falsificando informações sobre seus sistemas de resfriamento por um longo período.

Nessa semana foi revelado que a Agência Internacional de Energia Atômica alertou o Japão mais de dois anos atrás de que um forte terremoto poderia causar “sérios problemas”, de acordo com informações vazadas pelo Wikileaks e publicadas pelo The Daily Telegraph.

Mesmo Chernobyl, o mais notório caso de acidente nuclear do mundo, foi primeiro escondido pela então União Soviética, e poderia ter permanecido assim se não fosse a radioatividade detectada por cientistas suecos.

Por que é assim? Por que o instinto de esconder tudo persiste mesmo agora que o papel maior no desenvolvimento da energia nuclear passou dos militares para os civis? Talvez porque exista, entre o público, e um medo instintivo e certamente compreensível da energia nuclear, essa tecnologia que, uma vez que quebra seus átomos, libera forças mortais.

A indústria nuclear tem medo de perder o apoio público pelo simples motivo de que sempre precisou de dinheiro público para manter-se. Não é, mesmo agora, um setor que economicamente pode se manter de pé sem ajuda. Portanto, quando encontra um problema, a primeira reação é escondê-lo e a segunda é contar mentiras a respeito. Mas a verdade prevalece no final e a confiança do público na indústria diminui ainda mais do que se o problema fosse admitido de imediato.

Não é preciso que seja assim. Um quarto de século atrás, na indústria britânica nuclear havia um líder que por uns poucos anos transformou sua imagem pública: Christopher Harding. Ele era um homem aberto e honesto que ensinou que a paranoia e os segredos envolvendo a energia nuclear deveriam ser varridas para longe.

Quando ele se tornou o presidente dos Combustíveis Nucleares Britânicos, com sede em Windscale, ele decidiu por uma nova ordem. Renomeou o local e, para assombro geral, decretou que ao invés de furtivamente virar às costas ao público, deveria recebê-lo de braços abertos. E fez o impensável: criou um centro de visitantes.

Harding morreu em 1999, mas ele foi um homem excepcional: não apenas por seu charme e bondade pessoal – que revelou com os funcionários – mas por sua visão de que a indústria nuclear estaria melhor lidando com os seus problemas com transparência e honestidade ao invés de acobertamento e engôdos. Mas ele foi, infelizmente, a exceção que confirma a regra.

O resto da indústria nuclear vem escondendo a verdade para manter as aparência por tanto tempo, e suas mentiras tem sido tão frequentemente expostas, que talvez a chance de acreditar já tenha passado. Mesmo que, como eu suspeito, o governo japonês esteja tentando ser franco sobre os problemas em Fukushima, não significa que tudo o que for dito sobre a parte atômica da catástrofe nacional será acreditado.

Tradução Wilson Sobrinho, para CARTA MAIOR

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Começa perícia em soja transgênica

 

Aprosoja espera isenção de royalties sobre a comercialização dos grãos


Correio do Povo

O trabalho de análise das amostras da soja transgênica produzidas na safra 2009/2010 no Estado se inicia nesta semana. A ação é resultado do processo movido pela Aprosoja-RS e pela Fetag contra a cobrança de royalties sobre o grão geneticamente modificado Roundup Ready (RR) da Monsanto, e foi autorizada pelo juiz da 15 Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Giovanni Conti.

A averiguação deve durar 90 dias, prazo máximo para ser apresentado o laudo pelo perito. Somente a partir da conclusão deste trabalho é que as partes envolvidas poderão se manifestar. A previsão de Conti é de julgar a ação até o final deste ano.

A Aprosoja espera que o processo seja julgado em primeiro grau no início de 2011. O assessor jurídico da entidade, Néri Perin, acredita que, se a conclusão da perícia for favorável aos agricultores, não haverá a cobrança da taxa já na comercialização da safra 2011/12. A associação calcula que, na safra passada, o pagamento de royalties à Monsanto envolveu cerca de R$ 140 milhões, somente no RS, valor que, no país, pode chegar a R$ 1 bilhão. Em nota, a Monsanto afirmou que não comenta processos judiciais em andamento.

A proposta de abertura do processo foi levada à Justiça pelas entidades em abril de 2009 com a alegação de que a cobrança estaria ferindo a lei de cultivares. Desde então, liminares foram caçadas pelo Tribunal de Justiça e houve contestações da multinacional, até sair a autorização para realizar a perícia, deferida em junho deste ano. "Queremos desobrigar os produtores que reservam a própria semente de pagar royalties na comercialização dos grãos", disse Perin.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Amianto reúne Brasil e Suíça em polêmica internacional


O Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da Justiça no Brasil, deve começar a julgar nas próximas semanas uma série de ações sobre a utilização do amianto branco, ou crisotila, pela indústria nacional.

O Brasil é um dos poucos países onde o amianto branco ainda é legal, mas sua utilização divide a sociedade brasileira, já que o produto é considerado de alto risco para a saúde humana por um grande número de cientistas, acadêmicos e dirigentes de organizações não-governamentais.

Em meio à polêmica brasileira, a Suíça cumpre um papel importante em três frentes, graças a sua atuação nas discussões internacionais sobre o banimento de produtos perigosos, à postura adotada por suas empresas frente ao problema do amianto e à atuação acadêmica pró-amianto de David Bernstein, um renomado, e muitas vezes contestado, cientista norte-americano radicado há décadas no país.

Em novembro do ano passado, foi realizada em Roma a 4ª Conferência da Convenção de Roterdã sobre Substâncias Químicas e Agrotóxicos. Nela, a exemplo das conferências anteriores, as discussões sobre o banimento do amianto foram proteladas, e somente serão reiniciadas em 2010.

A frustrada tentativa de incluir o amianto na lista de produtos proibidos foi liderada pela Suíça, e a delegação suíça chegou a sugerir que as decisões no âmbito da Convenção de Roterdã não mais fossem tomadas por consenso, como é praxe, e passassem a ser tomadas por votação da maioria.

O Brasil, por outro lado, reafirmou em Roma a posição de não ter posição, fato talvez explicado por sua indefinição interna acerca da utilização do amianto.

A suposta neutralidade brasileira, seguida por outro grande produtor, o Canadá, significou na prática o fortalecimento da posição dos países claramente favoráveis ao amianto, como Índia, Filipinas, Vietnã e os países do ex-bloco soviético, entre outros.

Representante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) e coordenadora da Rede Virtual-Cidadã para o Banimento do Amianto na América Latina, a advogada Fernanda Giannasi, que participou da reunião de Roma, criticou a posição brasileira: "O Brasil ficou mais uma vez em cima do muro. Essa posição já havia sido combinada previamente com a indústria brasileira de amianto, foi coisa acertada nos gabinetes de Brasília", disse.

STF na pressão

Para definir seu rumo no plano das discussões multilaterais, o governo brasileiro espera que o STF julgue ainda no primeiro semestre de 2009 as doze ações referentes à utilização do amianto que tramitam na suprema corte. Nove destas são Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) que, depois de julgadas, definirão de uma vez por todas essa questão no país.

A Adin mais importante, e que deve ser apreciada pelo STF em primeiro lugar, contesta a constitucionalidade da lei aprovada em São Paulo que bane o amianto do mais rico estado brasileiro.

Ciente da importância do momento, o lobby pró-amianto já se articula em torno do STF. Por pelo menos uma vez, o presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, recebeu no seu gabinete em Brasília o presidente do Grupo Eternit, Élio Martins, e o diretor-geral da SAMA, Rubens Rela Filho. A Eternit é a maior empresa do setor de amianto no país e a mineradora SAMA, subsidiária do grupo, opera no estado de Goiás a única mina de amianto em exploração no Brasil.

Eternit

Nesse ponto, a Suíça cruza novamente a polêmica brasileira, pois o Grupo Eternit chegou ao Brasil em 1940, como parte de uma estratégia de expansão levada a cabo conjuntamente pela Eternit suíça e pela Eternit belga, e rapidamente se consolidou como líder do setor no país.

O grupo conta atualmente com cinco fábricas e 1.400 funcionários e colaboradores, e em janeiro ampliou em dez mil toneladas mensais sua produção de amianto branco e de fibras sintéticas para a fabricação de telhas de fibrocimento no estado do Paraná, num investimento de R$ 20 milhões.

Na Suíça, a Eternit já não utiliza o amianto branco desde 2000, devido aos riscos do produto, mas o mesmo não acontece na Eternit brasileira. Na opinião de Fernanda Giannasi, essa realidade aponta o que considera "uma contradição na filosofia do grupo", que, segundo a advogada, foi criada a partir do momento em que o proprietário da Eternit, o suíço Stephan Schmidheiny "se tornou ambientalista e desistiu de ser um magnata do amianto".

Biopersistência

O componente mais folclórico que une Suíça e Brasil nessa polêmica do amianto, no entanto, tem nome e sobrenome: David Bernstein. Físico de formação e nascido nos Estados Unidos, Bernstein ganhou fama internacional após se estabelecer na Suíça, onde publicou seus estudos sobre biopersistência, que vem a ser o tempo que um produto tóxico resiste no organismo humano.

As conclusões de Bernstein, apresentado inúmeras vezes pela grande imprensa brasileira como "especialista suíço", sempre foram amplamente utilizadas para embasar os argumentos dos defensores do amianto no Brasil.

Segundo seus estudos, a biopersistência da fibra de amianto branco, ou crisotila, no pulmão humano é de dois dias, o que significa que, se o contato com o produto for feito a partir de regras industriais de uso controlado, ele não representa risco à saúde humana.

Vários cientistas em todo o mundo, no entanto, contestam os estudos de Bernstein. O francês Henri Pezerat, por exemplo,(recentemente falecido) afirma que Bernstein "esqueceu que a biopersistência é apenas um parâmetro entre outros na cadeia de eventos que caracteriza um processo cancerígeno" e o acusa de manipular os testes feitos com ratos sobre os quais baseou suas conclusões: "Esses estudos, que servem como caução científica para o lobby do amianto, carecem totalmente de rigor científico".

Normalmente arredio ao contato com a imprensa, Bernstein concedeu em 2006 uma entrevista ao Instituto Brasileiro de Crisotila (IBC), na qual afirmou que "numerosos estudos tem demonstrado que a combinação de características do crisotila faz com que sua fibra seja rapidamente eliminada do pulmão depois de inalada". Bernstein disse também que "a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou o conceito do uso controlado de crisotila".

Financiamento suspeito

As críticas sobre Bernstein, no entanto, aumentaram quando, durante um depoimento prestado no ano passado, no âmbito de um processo sobre contaminação por amianto no distrito de Ellis County (Estado do Texas, EUA), ele confirmou que seus estudos sobre biopersistência haviam sido parcialmente financiados "pela indústria brasileira de amianto", através da mineradora SAMA.

Procurado pela reportagem da swissinfo, Bernstein não quis se pronunciar para negar ou confirmar essa afirmação.

O Grupo Eternit, por sua vez, admitiu pela primeira vez sua ligação prévia com os estudos realizados por Bernstein. Procurada pela swissinfo, a direção da empresa no Brasil, por intermédio de sua assessoria de imprensa, afirmou que "preocupados com os efeitos das fibras do amianto crisotila na saúde da população e dos funcionários, inicialmente a solicitação da pesquisa partiu do Grupo Saint Gobain, administrador da SAMA Minerações à época".

"Como no Brasil não há incentivo ou investimento público para este tipo de pesquisa, a indústria procurou apresentar respostas às questões de segurança na utilização do mineral. A pesquisa realizada apresentou, de forma isenta, um estudo sobre as características físicas do amianto crisotila", afirma a direção da Eternit.

A empresa justificou a escolha de Bernstein: "À frente do trabalho, David Bernstein foi escolhido em razão de ser o cientista mais citado em qualquer bibliografia que trate de estudos de biopersistência por inalação, além de trabalhar em parceria com outros cientistas, considerados entre os poucos detentores de recursos tecnológicos para o desenvolvimento de metodologia adequada sobre o assunto no mundo".

swissinfo, Maurício Thuswohl, Rio de Janeiro

NOTA DO OMAR: A Swissinfo é agência oficial do Governo Suíço, com todas as implicações decorrentes desse fato.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para que no se extienda la mancha venenosa


Por Martín Piqué y Darío Aranda, para Página/12

La reaparición de la Presidenta en la sala de Convenciones de Olivos tenía un tema de fondo: el anuncio de medidas para el sector rural afectado por la crisis económica y la sequía. Pero el discurso de la mandataria incluyó una sorpresa para un auditorio que no se caracterizaba por el espíritu crítico hacia el modelo de la soja transgénica. Ante los gobernadores Juan Schiaretti (Córdoba), Hermes Binner (Santa Fe), Daniel Scioli (Buenos Aires) y Gerardo Zamora (Santiago del Estero), la Presidenta informó que había instruido a la ministra de Salud, Graciela Ocaña, para que realice una investigación oficial sobre el impacto para la salud de los agroquímicos utilizados en la fumigación de campos. Se trata, particularmente, del glifosato producido por la empresa Monsanto y del endosulfán, que en el país es comercializado por la multinacional Dupont. “Son hechos muy importantes, hacen a la salud de todos los argentinos y ahí uno no puede entrar en cuestión de competencias y jurisdicciones”, aseguró CFK.

El párrafo que la Presidenta les dedicó a los agrotóxicos pareció contener un mensaje sutil a los gobernadores de provincias sojeras. “Si bien esto es competencia exclusiva de municipios y provincias, le he pedido a la ministra de Salud de la Nación que realice una investigación”, afirmó. Según pudo averiguar Página/12, la Presidenta avisó a Ocaña que iba a hacer una mención a la contaminación con agroquímicos el martes a la tarde. También le anticipó que iba a ordenarle públicamente que iniciara una investigación sobre las consecuencias para la salud del uso del glifosato. Tras escuchar a CFK, Ocaña solicitó a funcionarios de su cartera que se contactaran con especialistas de la Organización Panamericana de la Salud y de la Universidad de Córdoba. “Estamos trabajando desde el martes con este tema. Recién estamos empezando. Vamos a convocar a las universidades nacionales”, informaron a este diario desde el entorno de Ocaña.

Este lunes, Página/12 publicó en su tapa una investigación sobre todos los casos de contaminación con agrotóxicos que fueron denunciados en la Argentina. Según las denuncias de médicos, ONG y movimientos de campesinos, el glifosato comercializado por Monsanto (se lo vende con el nombre de Roundup) está produciendo malformaciones en los embarazos, problemas de fertilidad, enfermedades respiratorias, cáncer, problemas en la piel, vista y oído en localidades de Entre Ríos, Santiago del Estero, Córdoba, Chaco, Santa Fe y Formosa. En esas denuncias coincidieron el jefe de Biología Molecular del Instituto de Medicina Regional de Resistencia, Horacio Lucero, que depende de la Universidad del Nordeste, y un grupo de epidemiólogos y endocrinólogos del Hospital Italiano de Rosario.

Los efectos de los agrotóxicos también fueron denunciados por la Organización Panamericana de la Salud (OPS). Esa organización confirmó las denuncias de vecinos a partir de un caso particular: el del barrio Ituzaingó Anexo, ubicado a treinta minutos del centro de la capital de Córdoba, donde viven unas cinco mil personas. El barrio está literalmente rodeado por campos de soja. Los sembradíos se extienden hacia el sur, norte y este del ejido urbano. Apenas una calle los separa de las edificaciones. En Ituzaingó Anexo ya hay comprobados doscientos enfermos de cáncer. Es común observar por sus calles mujeres con pañuelos en la cabeza, por la quimioterapia, y niños con barbijo, afectados por leucemia. Enterado del caso, el fiscal de instrucción del Distrito III de Córdoba, Carlos Matheu, ordenó una medida cautelar que impide que se fumigue a menos de 500 metros de las zonas urbanas. También estableció una distancia mínima de 1500 metros para las fumigaciones aéreas.

El fiscal también ordenó estudios bioquímicos en los patios de las casas del barrio. Los resultados mostraron presencia de endosulfán y glifosato. El funcionario del ministerio público siguió con allanamientos a galpones de chacareros y procesamientos a varios productores sojeros, al propietario del avión fumigador y al piloto que lo solía volar sobre las viviendas de Ituzaingó Anexo. Los acusó de haber violado la Ley Provincial de Agroquímicos y de incurrir en la figura penal de “contaminación dolosa del medio ambiente de manera peligrosa para la salud”. El fallo sienta un precedente en todo el país, más allá de que la contaminación en muchos casos está reglamentada por leyes provinciales.

El tema tampoco es nuevo para el Ministerio de Salud. En 2002, esa cartera publicó un estudio realizado en la localidad santafesina de Bigand con el objetivo de “determinar factores de vulnerabilidad en poblaciones expuestas a los plaguicidas”. La investigación se hizo en conjunto con la cátedra de Toxicología y Química de la UBA. Las conclusiones fueron contundentes: “Más de la mitad de los encuestados y el ciento por ciento de los fumigadores refieren que ellos o conocidos estuvieron intoxicados alguna vez. En su inmensa mayoría, no tienen contrato de trabajo, ni cobertura médica, y cobran a destajo”. El trabajo confirma efectos agudos como alergias, dolor de cabeza, mareos e irritación respiratoria. “Son mencionados más de 40 pesticidas, predominando el uso de glifosato”, detallaba. A pesar de que la investigación se publicó hace seis años, el Ministerio de Salud no siguió con esos estudios ni volvió a ocuparse del asunto en los años siguientes.

Hasta que la Presidenta, sorpresivamente, lo mencionó en su discurso.