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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Manifestantes egípcios voltam para Praça Tahrir

"Com a queda de Mubarak corremos o risco de ficar isolados..."

CAIRO (Reuters) - Milhares de manifestantes voltaram à Praça Tahrir neste domingo depois que o Exército ameaçou dispersar a mobilização do centro do Cairo, onde eles prometeram ficar até que o novo governo do Egito se comprometa com reformas políticas.

"O Exército e as pessoas estão unidas" e "Revolução, revolução até a vitória" eram frases gritadas pelos manifestantes depois que a polícia militar ordenou a retirada de barracas da praça.

Enquanto a polícia militar cercava os manifestantes no centro do praça para permitir o fluxo de veículos ao seu redor, manifestantes em outras partes do local guiavam carros. Alguns varriam o chão e outros pintavam meio-fio de calçadas, algo que mostra o desejo de reconstrução do Egito.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

El Movimiento en Egipto


Por Samir Amin *, para Página/12

Egipto es la piedra angular del plan norteamericano para controlar al planeta. Washington no va a tolerar ningún intento de Egipto de poner fin a su total sumisión a los intereses imperiales, algo que también necesita Israel para proseguir colonizando lo que resta de Palestina. Este es el objetivo excluyente de Washington en su “involucramiento” para impulsar una “transición suave” en Egipto. En vista de esta situación, EE.UU. podría considerar que Mubarak debería renunciar. El recién designado vicepresidente, Omar Suleimán, jefe de la inteligencia militar, quedaría a cargo. Pero el ejército fue muy cuidadoso en no quedar pegado a la represión, preservando su imagen ante la sociedad.

Allí aparece entonces El Baradei. El es todavía más conocido fuera que dentro de Egipto, pero podría corregir ese defecto rápidamente. El Baradei es un “liberal”, sin ideas sobre el manejo de la economía, y por eso no puede comprender que es precisamente eso lo que ha producido la actual devastación social en Egipto. Es un demócrata en el sentido de que quiere “elecciones genuinas” y el respeto a la ley (por ejemplo, parar los arrestos y las torturas), pero nada más.

No es imposible que El Baradei pueda ser un aliado en la transición. Pero ni el ejército ni las agencias de Inteligencia están dispuestos a abandonar la posición dominante de que han disfrutado en el manejo de la sociedad. ¿Aceptará esto El Baradei?

En caso de “éxito” y “elecciones”, la Hermandad Musulmana será la principal fuerza parlamentaria. Al parecer, los EE.UU. verían con satisfacción este resultado porque han caracterizado a la HM como “moderada”, dócil, dispuesta a aceptar la sumisión del país a la estrategia norteamericana, dejando además que Israel continúe con la ocupación de Palestina. La Hermandad Musulmana está también a favor de la economía de mercado existente, que hace de Egipto un país totalmente dependiente del exterior. Ellos son, de hecho, los socios y aliados principales de la burguesía “compradora”, enfeudada de mil modos al imperialismo. No es un dato menor que la HM se haya manifestado en contra de las huelgas obreras y de las luchas de los campesinos por la propiedad de la tierra.

El Plan de Estados Unidos para Egipto es similar al modelo paquistaní: una combinación de “Islam político” más Inteligencia Militar. La HM podría compensar su apoyo a estas políticas siendo precisamente “no moderada” en su conducta hacia otras confesiones. Pero, ¿podría un sistema de ese tipo merecer un certificado de “democracia”?

El movimiento actual tiene como sus componentes fundamentales a la juventud urbana, con estudios y diplomas pero sin trabajo, apoyada por segmentos de las clases medias educadas, demócratas. El nuevo régimen podría tal vez hacer algunas concesiones –por ejemplo, garantizar su reclutamiento para servir en los aparatos estatales– pero difícilmente algo más que eso.

Por supuesto, las cosas podrían cambiar si la clase obrera y los movimientos campesinos entran en la escena. Pero por ahora tal cosa no parece estar en la agenda. Por supuesto, en la medida en que el sistema económico sea manejado de acuerdo con las reglas de la “globalización neoliberal”, ninguno de los problemas que dieron origen al actual movimiento de protesta contra Mubarak podrán ser realmente solucionados.

* Economista egipcio. Profesor en la Universidad de París y en el Centro de Investigaciones Africanas y Arabes de El Cairo. Traducción: Atilio A. Boron.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Protesto contra presidente reúne mais de 1 milhão no Egito

Por Marwa Awad e Yasmine Saleh

CAIRO (Reuters) - Pelo menos 1 milhão de egípcios foram às ruas na terça-feira, em cenas nunca antes vistas na história moderna do país, para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos, e de seu novo governo.

A promessa feita pelo Exército na segunda-feira de não usar força contra os manifestantes deu coragem aos egípcios de continuarem a fazer pressão pela maior reviravolta no sistema político desde 1952, quando militares depuseram o rei Farouk.

Manifestantes lotaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e milhares fizeram uma passeata na cidade de Suez, no leste do país. Houve manifestações em Alexandria, no litoral norte, em Ismailia e em cidades do delta do Nilo, como Tanta, Mansoura e Mahalla el-Kubra.

De acordo com uma estimativa da Reuters, o número de manifestantes em todo o país que expressaram sua revolta com Mubarak e seus ministros chegou ao marco de 1 milhão estimado pelos ativistas.

"Acorde Mubarak, este é o último dia", gritaram os manifestantes em Alexandria.

As cenas vistas na Praça Tahrir (da Libertação), que tornou-se o ponto central dos protestos contra a pobreza, a repressão e a corrupção, formaram um contraste acentuado com o que foi visto na sexta-feira, quando policiais espancaram manifestantes, jogaram jatos de água e atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra eles.

"Ele vai embora, nós não vamos", gritava uma multidão de homens, mulheres e crianças, enquanto um helicóptero militar sobrevoava o mar de pessoas, muitas delas agitando bandeiras egípcias e faixas.

"Mubarak, você é covarde, agente dos Estados Unidos."

Soldados, alguns deles sentados sobre veículos blindados pichados com frases anti-Mubarak, sorriam e acenavam enquanto manifestantes davam socos no ar e gritavam: "O povo e o Exército estão de mãos dadas. Abaixo, abaixo Hosni Mubarak."

Algumas centenas de manifestantes pró-Mubarak se reuniram perto do prédio do Ministério do Exterior, a pouca distância da Praça Tahrir. "Sim a Mubarak, não a ElBaradei, não a espiões no Egito", gritavam. O pouco número de manifestantes ressaltava a impopularidade do presidente.

Inicialmente desorganizados, os protestos contra Mubarak estão pouco a pouco ganhando a forma de um movimento reformista amplo que engloba muitos setores da sociedade egípcia.

Jovens desempregados se misturavam com membros do movimento islâmico Irmandade Muçulmana, e pobres urbanos davam as mãos a médicos e professores, em sinal de solidariedade.

"Estamos pedindo a derrubada do regime. Temos uma meta, que é retirar Hosni, nada mais. Nossos políticos precisam intervir e formar coalizões e comitês para propor um novo governo", disse o engenheiro de computação Ahmed Abdelmoneim, 25 anos.

Fotos de Mubarak, que a exemplo de todos os seus antecessores foi um oficial militar de alta patente, eram penduradas nos semáforos, simulando um enforcamento.

PRESIDENTE AUSENTE

Mubarak não se manifesta ao país desde sexta-feira, quando demitiu seu gabinete. Na segunda-feira, o recém-nomeado vice-presidente Omar Suleiman anunciou uma proposta de diálogo com todas as forças políticas. O fato animou ainda mais os manifestantes.

"A revolução não vai aceitar Omar Suleiman, nem por um período de transição. Queremos um novo líder democrático", disse Mohamed Saber, membro da Irmandade Muçulmana.

"Somos muito pacientes, podemos ficar aqui por muito tempo... Nos últimos 30 anos este regime tirou o pior de nós. Agora todos estão se manifestando. Antes, todos eram negativos e passivos", disse o funcionário público Mahmoud Ali, 42 anos.

Mas não está claro o que virá depois de Mubarak caso ele renuncie. A oposição egípcia se fragmentou e enfraqueceu sob o atual regime. A Irmandade Muçulmana, embora oficialmente ilegal, tem a maior penetração popular, com seus projetos sociais e de saúde. O grupo diz defender um Estado islâmico pluralista e democrático.

"Nosso país tem muita gente capaz de ser presidente", disse o advogado Essam Kamel, 48, que no entanto rejeitou a figura do Nobel da Paz Mohamed El Baradei, que se ofereceu para comandar o país interinamente.
Mas Kamel acrescentou: "Somos muçulmanos, mas não desejamos um governo islâmico."

(Reportagem adicional de Alexander Dziadosz e Jonathan Wright)

Egípcios usam tecnologias 'retrô' para driblar bloqueios nas comunicações


Aparelhos com tecnologias já antigas, como máquinas de fax, aparelhos de rádio amador e modems discados, estão ajudando manifestantes egípcios a evitar o bloqueio imposto pelo governo à circulação de informações.

No dia 27 de janeiro, a internet foi quase que inteiramente bloqueada no Egito por ordem do governo, devido à onda de protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak.

Mas nessa situação, as tecnologias “velhas” continuaram funcionando e provaram ser uma saída para os manifestantes.

Por meio delas os ativistas tendo acesso a informações vindas do exterior e também circulam dicas sobre como evitar mecanismos de controle de informação dentro do Egito.

Listas de números

Modems discados têm sido uma das mais populares rotas para que os egípcios consigam utilizar a internet. Extensas listas de números internacionais que podem ser conectados aos aparelhos estão circulando no Egito, graças a ativistas da internet.

Provedores de internet em vários países, como França, Estados Unidos, Suécia, Espanha, montaram redes de modems que aceitam chamadas internacionais de modo a receber e passar informações para os manifestantes.
 
Muitos até abriram mão da cobrança de taxas para permitir que mais pessoas se conectem.

Mas são poucas as linhas telefónicas egípcias que permitem realizar chamadas internacionais que permitam uma conexão com os modems.

O blog Manalaa deu dicas sobre como usar conexão discada utilizando bluetooth, um telefone celular e um laptop. De acordo com o blog, o custo das chamadas internacionais pode ser "caro", mas ele é bom o suficiente para "comunicação urgente". O texto foi publicado em vários blogs, copiado e enviado por muitos outros.

O grupo We Re-Build, que milita por acesso de internet sem monitoramento em toda a Europa, disse que também está acompanhando algumas frequências de rádio amador e que vai repassar quaisquer mensagens recebidas, seja por voz ou por código morse.

Máquinas de fax também vêm sendo utilizadas por ativistas online e outros que buscam contactar pessoas dentro do Egito e passar informações sobre como restaurar o acesso à internet.

O grupo de ativistas da internet conhecido como Anonymous, por exemplo, vem utilizando faxes para passar informações para estudantes em diversas escolas do país.

Ajuda internacional

Apesar de a maior parte das conexões de internet do Egito ter sido suspensa, o provedor egípcio Noor parece ter ficado online em grande parte porque ele conecta a Bolsa de Valores do país e as filiais egípcias de muitas empresas ocidentais com outras nações.

Relatos vindos do Cairo sugerem que muitas empresas e pessoas que são assinantes do Noor retiraram as suas senhas, de modo a permitir que outros possam “pegar carona” em suas conexões wi-fi.

Militantes também divulgaram um documento intitulado Vinte Maneiras de Contornar o Bloqueio da Internet pelo Governo Egípcio, contendo as formas mais eficazes de permitir que a população do país troque informações.

Alguns egípcios relataram ter conseguido utilizar sites como Google, Twitter e Facebook, utilizando os endereços numéricos desses sites em vez de o nome deles em inglês.

As redes de telefone celular também não escaparam à interferência oficial. Na sexta-feira, a companhia Vodafone Egypt disse ter sido bloqueada em algumas áreas, assim como todas as demais operadoras do país.

Para contornar esse bloqueio, ativistas fizeram circular os telefones de centrais de envios de mensagens, o que permitiu que alguns locais seguissem usando serviços como o Twitter.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ofensiva de Israel enfraquece governos árabes moderados, dizem analistas

Hassan Nasrallah:

Tariq Saleh
De Beirute para a BBC Brasil

A ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza pode dar novo combustível aos grupos mais radicais no Oriente Médio e enfraquecer a imagem dos governos tidos como moderados, alertaram analistas.

O cerco a Gaza e o considerável número de civis mortos no conflito gerou protestos pelo mundo. Nos países árabes, manifestantes pedem o fim dos ataques a Gaza e do bloqueio imposto ao empobrecido território palestino.

Governos árabes foram acusados pelo grupo palestino Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah, a Síria e o Irã de permanecer inertes frente à situação em Gaza.

Em discurso ainda no início do conflito, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, chegou a acusar o Egito e Arábia Saudita, principais forças políticas do mundo árabe, de conspirarem a serviço de Israel para tirar o Hamas do poder em Gaza.

Egito e Arábia Saudita são aliados dos Estados Unidos e recebem ajuda militar americana. Os americanos e outros países ocidentais os vêem como moderados.

Mas para muitos árabes, os governos árabes em sua maioria são "ditaduras" que não atendem a interesses do povo.

Frustração

Analistas alertam para as imagens de protestos em diversos países árabes em manifestantes carregavam bandeiras do Hamas, do Hezbollah ou até de Nasrallah.

"Isso por si só já mostra o nível de frustração dos árabes ao verem pelas imagens de televisão as mortes de civis palestinos em Gaza e a lentidão dos governos árabes em adotar uma ação mais firme contra Israel", disse o professor Oussama Safa, diretor do Centro Libanês para Estudos Políticos.

Safa disse que os árabes vêm procurando um líder que lhes devolva a "dignidade" perante um Ocidente alinhado com Israel.

"São pelo menos 40 anos de humilhação e derrotas frente a Israel, em que árabes viram seus governos sendo superados em todos os aspectos militares e políticos pelo estado judaico."

Segundo Safa, a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel, e a derrota parcial dos militares israelenses, trouxe ao mundo árabe um novo herói – Hassan Nasrallah.

Os grupos com discursos mais fortes contra Israel ganharam mais espaço e as populações começaram a notar a ineficiência de seus governos frente a Israel, disse Safa.

"O resultado da guerra no Líbano causou um enorme embaraço aos ditos moderados, e o mesmo está acontecendo com a guerra em Gaza."

Futuro

Para o professor de Ciência Política da Universidade Americana de Beirute, Hassan Krayyem, a ofensiva israelense trará uma grave conseqüência no futuro.

"Militantes políticos contrários ao diálogo com Israel argumentarão que o governo israelense não aceita dialogar, que só conhece o uso da força, causando mortes de inocentes."

Krayyem também disse que Israel enterrou a chance de uma paz verdadeira com os árabes, ao menos por enquanto.

"Será uma vergonha para os governos árabes oferecer propostas de paz e reconhecimento diplomático a Israel depois das imagens de morte e destruição em Gaza", afirmou Krayyem.

Fatah X Hamas

Mas o maior prejudicado, segundo os analistas, será a Autoridade Nacional Palestina, do presidente Mahmoud Abbas, controlada pelo partido Fatah, rival do Hamas.

Abbas e seu governo vinham mantendo conversações de paz com Israel, mas que geraram frustrações nos palestinos que não viram a ocupação de Israel na Cisjordânia nem o bloqueio à Faixa de Gaza acabarem.

"A Autoridade Palestina já estava desacreditada antes, sendo acusada ser complacente demais com Israel e sem ter feito progressos consideráveis no estabelecimento de um Estado palestino", disse Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio em Beirute.

Para Salem, o presidente Abbas feriu ainda mais sua imagem após comentários de que o Hamas era o culpado pelo início do conflito em Gaza.

"Muitos palestinos criticaram a posição de Abbas em um momento em que ele deveria ter unido as diversas facções em torno de uma causa palestina.”

De acordo com Safa, o Hamas poderá ganhar mais simpatizantes em médio prazo e se a Autoridade Palestina e o Fatah não agirem de forma mais dura contra Israel.

A ofensiva israelense, segundo Krayyem, deixou os palestinos menos confiantes na solução de dois estados como forma de resolver o conflito árabe-israelense.

"Grupos mais radicais poderão alegar que com conversas de paz não houve avanços, e que somente o uso da força dará aos palestinos o fim da ocupação que já dura 41 anos", disse Krayyem.