O maestro argentino-israelense Daniel Barenboim regeu, nesta terça-feira, uma orquestra integrada por músicos europeus em um concerto pela paz na Faixa de Gaza.
Israel proíbe seus cidadãos civis de viajar para Gaza, então Barenboim entrou no território, acompanhado por 25 músicos, pelo posto de fronteira de Rafah, na divisa com o Egito.
Em sua notável carreira, Barenboim regeu orquestras renomadas nos Estados Unidos e Europa. Hoje, é maestro vitalício da Ópera Estatal de Berlim, na Alemanha, e maestro convidado da ópera La Scala, em Milão, na Itália.
Há anos, ele vem usando a música para tentar promover a paz entre Israel e os palestinos.
Como parte desse projeto, criou a West-Eastern Divan Orchestra, integrada por jovens árabes e israelenses. A orquestra tocou na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, em 2005.
O concerto na cidade de Gaza, no entanto, foi uma das iniciativas mais ambiciosas do músico, diz o correspondente da BBC Jon Donnison, em Ramallah.
'Não político'
Antes do concerto, em uma declaração divulgada pelo órgão de educação, ciência e cultura da ONU, a Unesco, Barenboim disse que a apresentação não seria um acontecimento político.
"Estamos tocando este concerto como um sinal de nossa solidariedade e amizade com a sociedade civil de Gaza", disse. "O concerto tenta trazer algo para o povo de Gaza. Não é de maneira alguma um evento político."
A chamada Orquestra Para Gaza inclui músicos das mais importantes orquestras europeias, entre elas, as filarmônicas de Viena e Berlim.
Ela tocou para uma plateia de centenas de palestinos na casa de cultura al-Mathaf.
Gaza é governada pelo grupo islâmico Hamas, que Israel considera uma organização terrorista.
Desde 2005, a faixa costeira de terra vem sendo submetida a um bloqueio pelo governo de Israel.
No ano passado, no entanto, o bloqueio foi amenizado após a violenta ação israelense contra uma frota de navios que trazia ajuda para Gaza, resultando na morte de militantes turcos.
O governo de Israel bloqueou tentativas anteriores de Barenboim de se apresentar em Gaza.
Segundo Donnison, a entrada do regente e de seus músicos por Rafah, no Egito, acontece em um momento em que Israel critica planos do novo governo militar do Egito de abrir a fronteira com o território.
Nenhum comentário:
Postar um comentário