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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

10 Estratégias de Manipulação em Massa utilizadas diariamente contra Você

 

1. A estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.

Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais

 

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.

Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade.

Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência).

Este post PORQUE A GRANDE MÍDIA ESCONDE DE VOCÊ AS NOTÍCIAS BOAS? retrata bem porque focar nos problemas é interessante para grande mídia.

 

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estratégia também utilizada por Hitler  E comumente utilizada pelas grandes meios de comunicação.

 

4. A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.

Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

 

5. Dirigir-se ao público como crianças

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.

Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

 

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

 

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

 

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.

 

9. Reforçar a auto-culpabilidade

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços.

Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento!

 

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente.
O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.




manipulacao-em-massa

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OS ESTERTORES DA "VELHA" MÍDIA

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‘Num mar eletrônico, onde podemos ser devorados ou ignorados como um 1 anacronismo desnecessário’ 

Duas manifestaçoes que vieram a público na semana que passou abrem espaço para novas angulaçoes no debate sobre o futuro do jornalismo – verifica Luciano Martins Costa em comentario para o programa de radio do Observatorio da Imprensa de hoje, dia 10. Titula – ‘Uma sepultura, dois epitafios’.

Relata – “Durante o Seminário Internacional Rumos do Jornalismo Cultural, evento paralelo ao MediaOn – Seminário Internacional de Jornalismo Online, que se realizou em Sao Paulo entre 4a e 6a, o ex-diretor de mídias digitais do jornal espanhol El País e professor da Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, Gumersindo Lafuente, observou que ainda há jornalistas que rejeitam as tecnologias digitais de comunicaçao, adotando uma atitude de negaçao diante da realidade”.

“A outra reflexao sobre o cenário das comunicaçoes nasce de um manifesto de 3 pesquisadores do Centro Tow para Jornalismo Digital da Universidade Columbia, em Nova Iorque, no qual os autores afirmam que as empresas tradicionais de mídia já perderam a oportunidade de reinventar seus negócios”.

Diz Luciano – “A declaraçao de Lafuente apanha no contrapé muitos estudiosos do jornalismo contemporâneo que vêm adaptando argumentos de fontes diversas, como a Teoria Crítica e a Nova História, ou versoes ‘higienizadas’ de matrizes marxistas, para demonizar as tecnologias digitais, afirmando que as redes sociais e outras novidades da internet móvel sao apenas a mais nova forma de dominaçao do capitalismo”.

Quanto ao manifesto dos pesquisadores da Universidade Columbia “é ainda mais radical” – “Para Clay Shirky, Christopher Anderson e Emilly Bell, a indústria da informaçao que um dia conhecemos nao existe mais – e discutir um futuro para a imprensa tradicional é perda de tempo (!)”.

O manifesto pondera que “a internet é um ambiente essencialmente flexível e visual, o que nao combina com sistemas de decisao centralizados e verticais, que implicam estruturas complexas de alto custo”. Mais – O que os autores chamam de “jornalismo pós-industrial”, simplesmente “nao tem como sobreviver diante da queda das receitas de publicidade, 1 fenômeno que se arrasta há mais de uma década nos EUA e tende a se espalhar pelo resto do mundo”.

O manifesto aborda ainda a circunstância irônica na qual os jornalistas têm muito mais acesso a informaçao, por causa das maiores exigências de transparência por parte da sociedade mas lembra que o público também tem acesso às mesmas fontes (!) – “O que os 3 pesquisadores chamam de superdistribuiçao – e poderia ser também qualificado como hipermediaçao – significa que também o cidadao comum ou uma publicaçao menos importante pode produzir e distribuir conteúdos interessantes e de qualidade” – observa Luciano.

Bell, Shirky e Anderson encerram o estudo citando um relatório produzido em 1992 pelo entao diretor do Washington Post Robert Kaiser, que, ao ser apresentado às ainda distantes possibilidades das publicaçoes multimídia, escreveu – “como o sapo em água fervente, estamos nadando num mar eletrônico, onde podemos ser devorados ou ignorados como um anacronismo desnecessário”.

Visite Blue Bus 

Aulete Digital:

  (es.ter.tor)  [ô]

sm.
  1  Respiração rouca de pessoa que está agonizando, ou em coma, ou em sono profundo, ger. causada pela passagem do ar por mucosidades acumuladas na traqueia e nos brônquios
  2  Med.  Ruído respiratório anormal auscultado através de estetoscópio

 [F.: Do lat. stertorem.]

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Internet apavora a velha mídia

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Não é apenas a revista Veja, denunciada por suas ligações com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira, que está desesperada com os “insetos”, “robôs” e “petralhas amestrados” das redes sociais. Toda a velha mídia, no Brasil e no mundo, teme o vertiginoso crescimento da internet. Um estudo recente confirma que o seu modelo de negócios está em declínio acelerado.

Estimativas apresentadas na semana passada pela seccional brasileira da agência Interactive Advertising Bureau (IAB) indicam que os jornalões serão superados pela internet como mídia mais acessada até o final deste ano. Mas não são somente os veículos impressos que perderão publicidade e terão o seu faturamento reduzido. As emissoras de televisão também sofrerão abalos.

Menos tempo diante da TV

Segundo Fabio Coelho, presidente do IAB-Brasil e também da filial do Google, em 2012 o meio digital crescerá 39%, fechando o ano com 13,7% de participação no mercado de comunicação e faturamento na casa dos R$ 4,7 bilhões. No ano passado, a web representava 11% do bolo publicitário. Para ele, a internet é “um mercado pujante”, que irá superar rapidamente as outras mídias.

O estudo da IAB, intitulado “Brasil Conectado: Hábitos de Consumo de Mídia”, aponta a existência de 80 milhões de internautas no país, dos quais 49% pertencem às chamadas classes C, D e E. Na rotina dos brasileiros, a internet já é considerada o meio mais importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais de 40% deles passam, pelo menos, duas horas por dia navegando na rede, enquanto apenas 25% gastam o mesmo tempo assistindo TV.

“No limiar de uma grande transformação”

A internet aparece como a atividade preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região quando se tem pouco tempo livre, somando 62%. Em casa, a web é acessada pela manhã, quando 69% se conectam, 78% acessam à tarde e 73% à noite. Ela também é a mídia mais popular nos locais de trabalho, escola, restaurantes, shoppings e na casa de amigos.

“Todos os dados confirmam a expansão do mercado, que tende a se acentuar com as iniciativas de ampliação do acesso a banda larga e também ao aumento da base de smartphones. Estamos apenas no limiar de uma grande transformação”, garantiu Fabio Coelho, presidente do IAB, ao jornal O Globo.

Altamiro Borges é jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, militante do PCdoB.

CdoB

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Demóstenes e o ”duplipensar” da grande imprensa

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Qualquer pessoa de bom senso, que tenha lido os articulistas da grande imprensa, desde o surgimento dos escândalos envolvendo o senador Demóstenes Torres, concluirá facilmente que os trabalhadores das oficinas de consenso, aturdidos com o que lhes parece um ponto fora da curva, uma desconstrução dispendiosa e extemporânea, são como aqueles motoristas que imaginam poder dirigir um veículo com os olhos presos ao retrovisor. Não enxergam a clareza da realidade. O círculo do jornalismo de encomenda, minúsculo e cego, está só, murado no seu isolamento.

A pedagogia dos fatos, inexorável nas suas evidências, parece passar ao largo das redações. O que se faz ali não é jornalismo, mas um simulacro de literatura de antecipação marcada por profundo pessimismo e cenários de devastação. Talvez George Orwell e seu clássico 1984 expliquem melhor o suporte narrativo da fábula que não deixa de trazer uma concepção de história autoritária e retrógada.

As delicadas relações do senador goiano com o bicheiro Carlinhos Cachoeira – e a possibilidade de que o governador tucano Marconi Perillo venha a ser o próximo alvo – pôs em operação o “duplipensar” orwelliano que, desde a posse de Lula, está incorporado aos manuais de redação. Como o objetivo é afastar o ex-varão de Plutarco de cena, para prosseguir atacando o governo da presidente Dilma, os “cães de guarda” cumprem a tarefa com afinco.

No reduzido vocabulário da “Novilíngua”, o “duplipensamento” é assim explicado por um dos personagens de 1984: “capacidade de manter simultaneamente duas crenças opostas, acreditado igualmente em ambas(…). Saber que está brincando com a realidade mas, mediante o exercício de tal raciocínio, convencer a si próprio, que não está violentando a realidade. O processo deve ser consciente, pois do contrário não funcionará com a previsão necessária: mas, ao mesmo tempo, deve ser inconsciente para não produzir sensação de falsidade e culpa”. Com esse trecho, cremos ter decifrado os sorrisos de Merval Pereira, Dora Kramer, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, entre outros, quando confrontados com a palavra “ética”.

Para eternizar a ordem que defendem com unhas e dentes o cenário político, submetido ao pensamento único, passa por processos de ocultamento e simplificação, visando a eliminar todas as possibilidades de pensar dos membros do Partido Imprensa.

Outra implicação do “duplipensar” da mídia corporativa é a constante alteração do passado. O registro – e consequentemente a memória – dos fatos ocorridos devem ser refeitos sempre, a fim de adaptarem-se ao presente. O trabalho de um “bom” editorialista é reescrever a visão dos veículos em que trabalha para que não contradiga a realidade de hoje. Assim, por exemplo, Folha, Globo e Estadão podem condenar o golpe de 1964, mesmo o tendo apoiado ostensivamente. Se um livro denuncia um líder político como Serra e outras figuras no seu entorno, a solução é simples: Ele nunca foi escrito e, portanto, jamais será resenhado, sendo passível de punição severa quem não entender como funcionam as “leis naturais”.

Além da eliminação do passado como elemento de desarmonia com o presente e como instrumento de verificação das afirmações do Partido Imprensa, este recorre a outros meios, bem mais convencionais, para moldar a consciência de seus filiados e simpatizantes (leitores e telespectadores): educação permanente assegurada pela propriedade cruzada dos meios de comunicação, atividade coletiva sem intervalos, o que pode ser obtido mediante ampla oferta de blogs, sites, jornais e redes que digam sempre o mais do mesmo . Para concluir, vem a valorização do poder político como fim, não como meio.

O incômodo Demóstenes deve, após a sequência de denúncias, ter um diagnóstico clínico que despolitize o seu desvio. Merece, pelos serviços prestados, um roteiro que conte a tragédia do Catão caído, até que, finalmente, desapareça na lata de lixo reservada aos que fugiram da trama original. Assim agem os bons autores ao tomar como ponto de partida uma realidade familiar e palpável e transformá-la em espetáculo perecível. Em tempo: o DEM, assim como o PFL, nunca contou com o apoio das corporações midiáticas por um simples motivo: nunca existiu.

Vejam como operam nossos talentosos colunistas. Orwell ficaria tão contente que, com certeza, lhes arrumaria um lugar no Ministério da Verdade.

“Em um mês, o senador Demóstenes Torres passou de acima de qualquer suspeita para abaixo de qualquer certeza, num episódio que desafia os romances policiais mais surpreendentes. Além da atuação implacável contra a corrupção, ele tinha a cara, vestia o figurino e se comportava como um incorruptível homem de bem – e talvez seja mesmo sócio da holding criminosa de Cachoeira (Nélson Motta, 6/04/2012, o Globo)

“Demóstenes Torres não seria beneficiado pelo “vício insanável da amizade” – expressão usada pelo notório Edmar Moreira (o deputado do “castelo”) para definir o principal obstáculo a punições -, pois os amigos que fez ali estão entre as exceções e os demais confirmam a regra. Por terem sido alvos do senador na face clara de sua vida agora descoberta dupla, podem querer mostrar-se ao público em brios. O problema, porém, é a falta de credibilidade” (Dora Kramer, 6/04/2012, Estado de São Paulo)

“Esse personagem que o senador criou para si próprio não era uma mentira de Demóstenes, ele incorporou esse personagem e acreditava nele. Podia acusar com veemência seus colegas senadores apanhados em desvios, como Renan Calheiros, enquanto mantinha o relacionamento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira porque, como todo psicopata, não misturava as personalidades “(Merval Pereira, reproduzindo argumento do psicanalista Joel Birman, 30/03/2012, O Globo)

Admiráveis funcionários de um jornalismo inqualificável.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

CdB

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O que move o partido-imprensa

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Gilson Caroni Filho - do Rio de Janeiro, para CdB

A leitura diária dos jornais pode ser um interessante exercício de sociologia política se tomarmos os conteúdos dos editoriais e das principais colunas pelo que de fato são: a tradução ideológica dos interesses do capital financeiro, a partitura das prioridades do mercado. O que lemos é a propagação, através dos principais órgãos de imprensa, das políticas neoliberais recomendadas pelas grandes organizações econômicas internacionais que usam e abusam do crédito, das estatísticas e da autoridade que ainda lhes resta: o Banco Mundial (Bird), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC). É a eles, além das simplificações elaboradas pelas agências de classificação de risco, que prestam vassalagem as editorias de política e economia da grande mídia corporativa.

Claramente partidarizado, o jornalismo brasileiro pratica a legitimação adulatória de uma nova ditadura, onde a política não deve ser nada além do palco de um pseudo-debate entre partidos que exageram a dimensão das pequenas diferenças que os distinguem para melhor dissimular a enormidade das proibições e submissões que os une. É neste contexto, que visa à produção do desencanto político-eleitoral, que deve ser visto o exercício da desqualificação dos atores políticos e do Estado. Até 2002, era fina a sintonia entre essa prática editorial e o consórcio encastelado nas estruturas de poder. O discurso “modernizante” pretendia – e ainda pretende – substituir o “arcaísmo” do fazer político pela “eficiência” do economicamente correto. Mas qual o perigo do Estado para o partido-imprensa? Em que ele ameaça suas formulações programáticas e seus interesses econômicos?

O Estado não é uma realidade externa ao homem, alheia à sua vida, apartada do seu destino. E não o pode ser porque ele é uma criação humana, um produto da sociedade em que os homens se congregam. Mesmo quando ele agencia os interesses de uma só classe, como nas sociedades capitalistas, ainda aí o Estado não se aliena dos interesses das demais categorias sociais.

O reconhecimento dos direitos humanos, embora seja um reconhecimento formal pelo Estado burguês, prova que ele não pode ser uma instituição inteiramente ligada aos membros da classe dominante. O grau maior ou menor da sensibilidade social do Estado depende da consciência humana de quem o encarna. É vista nesta perspectiva que se trava a luta pela hegemonia. De um lado os que querem um Estado ampliado no curso de uma democracia progressiva. De outro os que só o concebem na sua dimensão meramente repressiva; braço armado da segurança e da propriedade.

O partido-imprensa abomina os movimentos sociais,  os sindicatos (que não devem ter senão uma representatividade corporativa), a nação, antevista como ante-câmara do nacionalismo, e o povo sempre embriagado de populismo. Repele tudo que represente um obstáculo à livre-iniciativa, à desregulamentação e às privatizações. Aprendeu que a expansão capitalista só é possível baseada em “ganhos de eficiência”, com desemprego em grande escala e com redução dos custos indiretos de segurança social, através de reduções fiscais.

Quando lemos os vitupérios dos seus principais articulistas contra políticas públicas como Bolsa Família, ProUni e Plano de Erradicação da Pobreza, dentre outros, temos que levar em conta que trabalham como quadros orgânicos de uma política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência auto-sustentada, caracterizada por crescentes dívidas, desemprego e anemia da atividade econômica.

Como arautos de uma ordem excludente e ventríloquos da injustiça, em nome de um suposto discurso da competência , endossaram a alienação de quase todo patrimônio público, propagando a mais desmoralizante e sistemática ofensiva contra a cultura cívica do país. Não fizeram- e fazem- apenas o serviço sujo para os que assinam os cheques, reestruturam e demitem. São intelectuais orgânicos do totalitarismo financeiro, têm com ele uma relação simbiótica. E é assim que devem ser compreendidos: como agentes de uma lógica transversa.

Merval Pereira, Miriam Leitão, Sardenberg, Eliane Catanhede, Dora Kramer e outros mais necessitam ser analisados sob essa perspectiva. É ela que molda a ética e o profissionalismo de todos eles. Sem mais nem menos.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Comunicação Social no Brasil: o direito e o avesso

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Por Fabio Konder Comparato - de São Paulo

“– Bem sei, mas a lei?
– Ora, a lei… o que é a lei, se o Senhor major quiser?…
O major sorriu-se com cândida modéstia.”

Manoel Antonio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias.


No conto O Espelho, de Machado de Assis, o narrador assevera a seus ouvintes espantados que cada um de nós possui duas almas. Uma exterior, que exibimos aos outros, e com a qual nos julgamos a nós mesmos de fora para dentro. Outra interior, raramente exposta aos olhares externos, que nos permite julgar o mundo e a nós mesmos, de dentro para fora.

Importa reconhecer que essa duplicidade, no exato sentido de algo dobrado ou dissimulado, tal como a metáfora do conto machadiano, encontra-se tanto em nosso caráter, quanto em nossa organização político-econômica.

É inegável que o caráter brasileiro contém um elemento de dissimulação constante nas relações sociais.

Nossa afabilidade de maneiras, tão elogiada pelos estrangeiros, dissimula com frequência sentimentos de desinteresse e desprezo.

Já em matéria de organização político-econômica, sempre tivemos, desde a Independência, um duplo esquema institucional. Há, de um lado, o direito oficial, que é a nossa alma exterior exibida ao mundo. Mas há também, no foro interior de nossas fronteiras, um direito oculto, que acaba sempre por prevalecer sobre o direito oficial, quando este se choca com os interesses dos poderosos.

Creio que o exemplo mais conspícuo dessa duplicidade institucional ocorre nos meios de comunicação de massa.

A maioria das normas sobre a matéria, constantes da Constituição de 1988, é certamente de bom nível.

Acontece, porém, que quase todas elas ainda carecem de regulamentação legislativa, vinte e três anos após a promulgação da Carta Constitucional. São armas descarregadas.

Como se isso não bastasse, em decisão de abril de 2009 o Supremo Tribunal Federal julgou que a lei de imprensa de 1967 havia sido tacitamente revogada com a entrada em vigor da Constituição de 1988. Ora, nessa lei de imprensa, como em todas as que a precederam, regulamentava-se o exercício do direito de resposta, inscrito no art. 5º, inciso V da Constituição. Em conseqüência, esse direito fundamental tornou-se singularmente enfraquecido.

Como bem lembrou Lacordaire na França no século XIX, numa época em que a burguesia montante já impunha a política de desregulamentação legislativa de todas as atividades privadas, “entre o rico e o pobre, entre o forte e o fraco, é a lei que liberta e é a liberdade que oprime”. De que serve, afinal, uma
Constituição, cujas normas não podem ser aplicadas pela ausência de leis regulamentares? Ela existe, segundo a clássica expressão francesa, como trompe l’oeil, mera ilusão pictórica da realidade.

Inconformado com essa negligência indesculpável do órgão do Poder Legislativo – negligência que, após mais de duas décadas da entrada em vigor da Constituição, configura uma autêntica recusa de legislar – procurei duas entidades, que são partes constitucionalmente legítimas para propor ações dessa espécie: o PSOL e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade. Elas aceitaram ingressar como demandantes perante o Supremo Tribunal Federal, onde tais ações foram registradas como ADO nº 9 e ADO nº 10.

Qual não foi, porém, meu desencanto quando, intimados a se pronunciar nesses processos, tanto a Câmara dos Deputados, quanto o Senado Federal, tiveram a audácia de declarar que não havia omissão legislativa alguma nessa matéria, pois tudo transcorria como previsto no figurino constitucional!

Acontece que, para cumular o absurdo, a duplicidade no campo da comunicação social não se reduz apenas ao apontado descompasso entre a Constituição e as leis.

Se considerarmos em particular o estatuto da imprensa, do rádio e da televisão, encontraremos o mesmo defeito: o direito oficial é afastado na prática, deixando o espaço livre para a vigência de um direito não declarado, protetor dos poderosos.

A Constituição proíbe ao Poder Público censurar as matérias divulgadas pelos meios de comunicação de massa. Mas os controladores das empresas que os exploram, estes, são livres de não divulgar ou de deformar os fatos que contrariem seus interesses de classe.

Como não cessa de repetir Mino Carta, este é o único país em que os donos da grande imprensa, do rádio ou da televisão fazem questão de se dizer colegas dos jornalistas seus empregados, embora jamais abram mão de seu estatuto de cidadãos superiores ao comum dos mortais.

Cito, a propósito, apenas um exemplo. Em fevereiro de 2009, o jornal Folha de S.Paulo afirmou em editorial que o regime empresarial-militar, que havia assassinado centenas de opositores políticos e torturado milhares de presos, entre 1964 e 1985, havia sido uma “ditabranda”. Enviei, então, ao jornal uma carta de protesto, salientando a responsabilidade do diretor de redação por aprovar essa opinião ofensiva à dignidade dos que haviam sido torturados, e dos familiares dos mortos e desaparecidos. O jornal publicou minha carta, acrescida de uma nota do diretor de redação, na qual eu era gentilmente qualificado de “cínico e mentiroso”. Revoltado, ingressei com uma ação judicial de danos morais, quando tinha todo o direito de apresentar queixa-crime de injúria. Pois bem, minha ação foi julgada improcedente, em primeira e em segunda instâncias. Imagine-se agora o que teria acontecido se as posições fossem invertidas, ou seja, se eu tivesse tido o destrambelho de insultar publicamente o diretor de redação daquele jornal, chamando-o de cínico e mentiroso!

A lição do episódio é óbvia: a Constituição reza que todos são iguais perante a lei; no mundo dos fatos, porém, há sempre alguns mais iguais do que os outros.

Vejamos, agora, nesse quadro institucional dúplice, o funcionamento dos órgãos de rádio e televisão.

Dispõe o art. 21, inciso XII, alínea a, que “compete à União explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens”.

No quadro constitucional brasileiro, por conseguinte, a exploração dessas atividades constitui um serviço público; isto é, no sentido original e técnico da expressão, um serviço prestado ao povo. E a razão disso é óbvia: as transmissões de radiodifusão sonora ou de sons e imagens são feitas através de um espaço público, isto é, de um espaço pertencente ao povo. Escusa lembrar que, como todo bem público, tal espaço não pode ser objeto de apropriação privada.

Da disposição constitucional que dá à radiodifusão sonora e da difusão de sons e imagens a natureza de serviço público decorrem dois princípios fundamentais.

Em primeiro lugar, o Estado tem o dever indeclinável de prestá-lo; e toda concessão ou permissão para que particulares exerçam esse serviço é mera delegação do Poder Público. Assim dispôs, aliás, a Lei nº 8.987, de 1995, que regulamentou o art. 175 da Constituição Federal para as concessões de serviços públicos em geral.

Em segundo lugar, na prestação de um serviço público, a realização do bem comum do povo não pode subordinar-se às conveniências ou aos interesses próprios daqueles que os exercem, quer se trate de particulares, quer da própria organização estatal (em razão de economia orçamentária, por exemplo).

Ora, neste país, desde o início do regime empresarial-militar em 1964, ou seja, antes mesmo da difusão mundial do neoliberalismo capitalista nas duas últimas décadas do século passado, instaurou-se o regime da privatização dos serviços de rádio e televisão. A presidência da República escolheu um certo número de apaniguados, aos quais outorgou, sem licitação, concessões de rádio e televisão. Todo o setor passou, assim, a ser controlado por um oligopólio empresarial, que atua não segundo as exigências do bem comum, mas buscando, conjuntamente, a realização de lucros e o exercício do poder econômico, tanto no mercado quanto junto aos Poderes Públicos.

Ainda hoje, todas as renovações de concessão de rádio e televisão são feitas sem licitação. Quem ganha a primeira concessão torna-se “dono” do correspondente espaço público.

A aparente justificação para esse abuso é a norma mal intencionada do art. 223, § 2º da Constituição, segundo a qual “a não-renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal”. Basta, porém, um minuto de reflexão para perceber que esse dispositivo não tem o efeito de suprimir a exigência de ordem pública, firmada no art. 175, segundo a qual todas as concessões ou permissões de serviço público serão realizadas mediante licitação.

Outra nefasta consequência dessa privatização dos serviços públicos de rádio e televisão entre nós, é que as autoridades públicas, notadamente o Congresso Nacional, decidiram fechar os olhos à difundida prática negocial de arrendamento das concessões de rádio e televisão, como se elas pudessem ser objeto de transações mercantis. Ora, tais arrendamentos, muitas vezes, dada a sua ilimitada extensão, configuram autênticas subconcessões de serviço público, realizadas com o consentimento tácito do Poder concedente.

Será ainda preciso repetir que os concessionários ou permissionários de serviço público atuam em nome e por conta do Estado, e não podem, portanto, nessa qualidade, buscar a realização de lucros, preterindo o serviço ao povo? O mais chocante, na verdade, é que o Ministério Público permanece omisso diante dessa afrontosa violação de normas constitucionais imperativas.

Sem dúvida, o direito brasileiro (Lei nº 8.987, de 13/02/1995, art. 26) admite é a subconcessão de serviço público, mas desde que prevista no contrato de concessão e expressamente autorizada pelo poder concedente. A transferência da concessão sem prévia anuência do poder concedente implica a caducidade da concessão (mesma lei, art. 27).

Mesmo em tais condições, uma grande autoridade na matéria, o Professor Celso Antonio Bandeira de Mello, enxerga nesse permissivo legal da subconcessão de serviço público uma flagrante inconstitucionalidade, pelo fato de burlar a exigência de licitação administrativa (Constituição Federal, art. 175) e desrespeitar com isso o princípio da isonomia.

Para se ter uma idéia da ampla mercantilização do serviço público de televisão entre nós, considerem-se os seguintes dados de arrendamento de concessões, somente no Estado de São Paulo:

BANDEIRANTES: 24 horas e 35 minutos por semana (tempo estimado)


2ª a 6ª-feira
5h45 – 6h45 (Religioso I)
20h55 – 21h20 (Show da Fé)
2h35 (Religioso II)
Sábado e domingo
5h45 – 7h (Religioso III)
4h (Religioso IV)

REDE TV!: 30 horas e 25 minutos por semana (tempo estimado)


Domingo
6h – 8h – Programa Ultrafarma
8h – 10h – Igreja Mundial do Poder de Deus
10h – 11h – Ultrafarma Médicos de Corpos e Alma
16h45 – 17h – Programa Parceria5
3h – Igreja da Graça no Seu Lar

2a e 3ª feiras
12h – 14h – Igreja Mundial do Poder de Deus
14h – 15h – Programa Parceria 5
17h10 – 18h10 – Igreja da Graça – Nosso Programa
1h55 – 3h – Programa Nestlé
3h – Igreja da Graça no Seu Lar

4a feira
12h – 14h – Igreja Mundial do Poder de Deus
14h – 15h – Programa Parceria 5
17h10 – 18h10 – Igreja da Graça – Nosso Programa
3h – Igreja da Graça no Seu Lar

5a e 6ª feiras
12h – 14h – Igreja Mundial do Poder de Deus
17h10 – 18h10 – Igreja da Graça – Nosso Programa
3h – Igreja da Graça no Seu Lar


Sábado
7h15 – 7h45 – Igreja Mundial do Poder de Deus
7h45 – 8h – Tempo de Avivamento
8h – 8h15 – Apeoesp – São Paulo
8h15 – 8h45 – Igreja Presbiteriana Verdade e Vida
8h45 – 10h30 – Vitória em Cristo
10h30 – 11h – Igreja Pentecostal
11h – 11h15 – Vitória em Cristo 2
12h – 12h30 – Assembléia de Deus do Brasileiro
12h30 – 13h30 – Programa Ultrafama
2h – 2h30 – Programa Igreja Bola de Neve
3h – Igreja da Graça no Seu Lar

TV GAZETA: 37 horas e 5 minutos por semana


2ª a 6ª-feiras
6h – 8h – Igreja Universal do Reino de Deus
20h – 22h – Igreja Universal do Reino de Deus
1h – 2h – Polishop


Sábado
6h – 8h – Igreja Universal do Reino de Deus
20h – 22h – Igreja Universal do Reino de Deus
23h – 2h – Polishop


Domingo
6h – 8h – Igreja Universal do Reino de Deus
8h – 8h30 – Encontro com Cristo
14h – 20h – Polishop
0h – 2h – Polishop

A lição a se tirar dessa triste realidade é bem clara: os meios de comunicação social, neste país, permanecem alheios aos princípios e regras constitucionais.

Para a correção desse insuportável desvio, é indispensável e urgente tomar três providências básicas.

Em primeiro lugar, impõe-se, na renovação das concessões ou permissões do serviço de radiodifusão sonora, ou de sons e imagens, cumprir o dispositivo de ordem pública do art. 175 da Constituição Federal, que exige a licitação pública.

Em segundo lugar, é preciso pôr cobro à escandalosa prática de arrendamento de concessões de rádio e televisão.

Em terceiro lugar, como foi argüido nas ações de inconstitucionalidade por omissão, acima mencionadas, é urgente fazer com que o Congresso Nacional rompa a sua prolongada mora em cumprir o dever constitucional de dar efetividade aos vários dispositivos da Constituição Federal carentes de regulamentação legislativa, a saber:

1) O art. 5º, inciso V, sobre o direito de resposta;

2) O art. 220, § 3º, inciso II, quanto aos “meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente;

3) O art. 220, § 5º, que proíbe sejam os meios de comunicação social, direta ou indiretamente, objeto de monopólio ou oligopólio;

4) O art. 221 submete a produção e programação das emissoras de rádio e televisão aos princípios de: “I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”.

É o mínimo que se espera nessa matéria dos nossos Poderes Públicos, como demonstração de respeito à dignidade do povo brasileiro.

Fabio Konder Comparato é advogado, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), doutor em Direito, Prêmio Louis Milliot pela sua tese de doutoramento em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Paris, entre outros; e escritor, autor de A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos (COMPARATO, Fábio Konder) – 4ª edição. São Paulo: Saraiva Editores S.A., 2005. 577 p., além de extensa obra intelectual.

CdB

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vinte anos nas capas da 'Veja'

Fonte da imagem: AQUI.
Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar e não está para brincadeiras. O ex-metalúrgico, por sua vez, brinca com a bola e é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante.

A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

A visão de Veja é a visão da extrema direita brasileira. Tem uma tiragem de um milhão de exemplares e é lida por muita gente. Entre seus apreciadores está, surpreendentemente, o governo brasileiro. Este não se cansa de pagar caríssimas páginas de publicidade para uma publicação que o achincalha com um preconceito de classe raras vezes visto na imprensa.

Freud deve explicar. Clique no link abaixo para ver a sequência. Vale a pena.

As capas de Veja

P.S. Alertado pelos leitores, corrijo um engano meu no slide 3. Falei que Veja errou ao considerar que uma inflação mensal de 42,9% daria uma taxa anualizada de 5500%. A conta deles está correta. Desculpem

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

¿De dónde salieron?

Sabemos que el sesgo homogeneizador y estilizante de las configuraciones televisivas prefiere los estereotipos: endilga a los jóvenes, de modo preponderante, la apatía, el desinterés, el consumo de drogas y alcohol, cuando no la condición de violentos y delincuentes; visibiliza a la comunidad Lgttbi desde el exotismo y los cánones heteronormativos, y construye a los sujetos como promiscuos, fiesteros y anormales; destina a los jubilados a una marginalidad basada tanto en la escasez de recursos materiales como en la no participación del sistema productivo; y también vincula a los migrantes de los países limítrofes con el crimen y la ilegalidad; por citar sólo algunos ejemplos.

Por Lucrecia Gringauz, Sebastián Settanni y Mariana Alvarez Broz*


No resulta novedosa la alusión al poder que tienen los medios de comunicación para marcar agenda. Ya todos sabemos que, en buena medida, los medios masivos pautan las líneas directrices de nuestras conversaciones y conocimientos cotidianos (y también las de nuestros desconocimientos). Y ello va mucho más allá de la intencionalidad de los propietarios y hacedores de los medios. Se trata de la propia lógica de los dispositivos de comunicación de nuestras sociedades mediatizadas.


Entre las muchas cuestiones que la muerte de Néstor Kirchner trajo al centro de la escena, el omniabarcativo rol de los medios, en especial el de la televisión, parece cobrar una notoria espesura.

Durante horas –días en realidad– hemos visto desfilar, por la Plaza de Mayo y por las pantallas televisivas, a un sinnúmero de individuos, agrupados o sueltos, deseosos de expresar algo que, a grandísimos rasgos, pareciera resumirse en: “Gracias Néstor, Fuerza Cristina”.

Clave inaudita de la proyección televisiva, la abrumadora diversidad (etaria, de género, social, cultural, territorial y política) que encarnaban esos sujetos desbordó los moldes interpretativos con los que suele contarse “lo que pasa” y “quiénes son sus protagonistas”.

Las exequias de Kirchner se constituyeron en escenario y marco para un desfile desbordante: desborde respecto de la habitual representación mediática de sujetos y colectivos sociales; y también desborde –de visibilidad– respecto de aquellos que en general carecen de toda representación, especialmente política, en los medios audiovisuales predominantes.

Sabemos que el sesgo homogeneizador y estilizante de las configuraciones televisivas prefiere los estereotipos: endilga a los jóvenes, de modo preponderante, la apatía, el desinterés, el consumo de drogas y alcohol, cuando no la condición de violentos y delincuentes; visibiliza a la comunidad Lgttbi desde el exotismo y los cánones heteronormativos, y construye a los sujetos como promiscuos, fiesteros y anormales; destina a los jubilados a una marginalidad basada tanto en la escasez de recursos materiales como en la no participación del sistema productivo; y también vincula a los migrantes de los países limítrofes con el crimen y la ilegalidad; por citar sólo algunos ejemplos. Lo sabemos y, sin embargo, la masiva presencia de adolescentes y jóvenes, jubilados, migrantes, gays, lesbianas, travestis, trans, y un sinfín de “otros”, todos ellos reivindicando algún tipo de idilio con la política y con sus representantes, sacudió como un gesto discordante, profundamente rupturista.

La representación de esa heterogénea multitud conmovida y agradecida parecía incluso desafiar el rol que desde hace tiempo han asumido –y se ha otorgado a– las muchedumbres en las calles. Las masas enarbolan sus demandas, protestan. También festejan, es verdad (incluso se conduelen en algunas ocasiones). Pero eso, al menos en los relatos televisivos, muy rara vez sucede bajo el eje estructurante de la política, como en este caso. No sólo porque la autenticidad de las movilizaciones suele ligarse a una espontaneidad inequívocamente apolítica, sino también porque la acción política a la que alude la televisión queda habitualmente reservada a los debates –o las roscas– en el Congreso, a los intercambios y entrevistas pautados por la propia televisión o a la intervención masiva sólo circunscripta a la participación electoral.

Durante los últimos días, semejante desborde nos dejó ante un profundo extrañamiento. Incluso a nosotros, portadores –por vocación y formación profesional– de una mirada atenta y muchas veces crítica sobre lo que pasa en y por los medios.

Nos encontramos incrédulos ante lo que sucedía, conmovidos –aún frente a la tele– y desconfiados inclusive de nuestra propia mirada analítica. Nos preguntamos de dónde habían salido tantos “otros”, tan alevosamente dispuestos a desafiar los regímenes de (in)visibilidad con los que convencionalmente la televisión da cuerpo –y voz– a la ciudadanía. Nos preguntamos de dónde había salido y hacia dónde iría esa ciudadanía desbordante. Y si bien celebramos este desborde, nos resulta difícil predecir cómo lidiarán con él los medios masivos. Sobre todo, nos preocupa saber qué mecanismos pondrán a funcionar para dar cuenta de ese populoso y diverso mundo que escapa a sus estereotipos y que generalmente queda fuera de su representación de la ciudadanía.

* Investigadores UBA/ IdaesUnsam.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

EXEMPLO QUE VEM DA ARGENTINA


La Coalición por una Radiodifusión Democrática se concentró frente al Palacio de Tribunales, acompañada por organismos de derechos humanos, dirigentes políticos y sociales, para reclamar que la Corte no frene la aplicación de la nueva norma

Por Julián Bruschtein, para Página/12

Una multitud se concentró ayer frente a la sede de la Corte Suprema de Justicia para reclamar “la plena vigencia de la Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual”. “Tenemos que hablarle a los señores de la Justicia, que no están en otro planeta, que son parte de este pueblo, y no se debe tardar en resolver problemas”, dijo la presidenta de Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto. Sindicatos, organizaciones sociales, partidos políticos y agrupaciones de todo tipo se encolumnaron detrás de la convocatoria realizada por la Coalición para una Radiodifusión Democrática para reclamar al máximo tribunal que aplique el artículo 161 que emplaza a los multimedios a un año para desinvertir y adecuarse a la nueva norma y sobre el que pesa un recurso de amparo presentado por el Grupo Clarín. Puertas adentro del Palacio, los supremos deslizaron que ellos no son “ni oficialistas ni opositores” y que las marchas “tienen influencia cero” en sus decisiones.

Frente a las miles de personas que colmaron la Plaza Lavalle para reclamar ante la Corte la vigencia completa de la ley de medios, la presidenta de las Abuelas advirtió también que si los jueces “tuvieran conciencia la ley ya estaría plenamente en vigencia” y puso el ejemplo de ellas mismas cuando señaló que “hace 25 años que los distintos gobiernos constitucionales nos garantizan el nunca más”, pero sentenció que “la justicia tardía no es justicia”. “Que actúen, que se apuren a poner en órbita leyes como ésta que sirven para poder informar y no desinformar”, insistió Carlotto.

“Se debe acabar con la impunidad de los poderosos en este país. Se debe acabar con los grupos económicos concentrados que mediante trampas y argumentaciones leguleyas quieren violar la ley”, aseguró en el acto el presidente del Foro Argentino de Radios Comunitarias e integrante de la Coalición Néstor Busso. Busso fue el portavoz del agrupamiento que pugna desde hace años para “cambiar la matriz de la comunicación en el país” apuntando fundamentalmente a la ley de radiodifusión que se había dictado durante la dictadura y que perdió validez a principios de este mes cuando la ley de medios comenzó a regir. Desde el 2004 la Coalición había confeccionado un listado de 21 puntos básicos por el derecho a la comunicación que fueron la base de los foros que se realizaron en todo el país como parte del proceso de elaboración de la ley, que finalmente fue sancionada en octubre del año pasado por el Congreso.

“Los monopolios insisten en decirle no a un nuevo modelo cultural más inclusivo”, señaló a Página/12 el presidente del Sistema de Medios Públicos, Tristán Bauer, que remarcó además “el proceso continental que se está viviendo y es imparable: en Brasil, Ecuador, Venezuela existe un proceso parecido y el debate sobre los medios forma parte de la construcción cotidiana”.

En la antesala del escenario, en la parte de atrás, se montaron carpas en las que funcionó la radio que Farco montó para transmitir en directo el acto. Allí el titular de la Autoridad Federal del Servicio de Comunicación Audiovisual, Gabriel Mariotto, dijo a la prensa que “no se puede vivir en el pleno ejercicio de la libertad de expresión porque hay poderes establecidos en el país, grupos concentrados y monopólicos que encuentran en la justicia resortes de una industria de medidas cautelares que impiden la aplicación. Lo que tiene el pueblo como única herramienta es salir a expresar que la ley tiene que ser igual para todos”, sostuvo.

Uno de los primeros en tomar la palabra fue el secretario general de la UEJN, Julio Piumato. El sindicalista aseguró que “si se democratizan los medios, se acaba la impunidad, vamos a saber quién es quién” y acusó a la Justicia de “ser un poder dependiente de los poderes económicos que manejan los medios y que armaron los brazos genocidas de la dictadura”. El dirigente gremial denunció que “el fallo (del amparo) ni siquiera lo redactaron los jueces que los firmaron” y agregó que el Poder Judicial “nuevamente aparece funcional a estos poderes económicos, frenando una ley que significa más derechos para los argentinos”.

El discurso final lo dio la presidenta de la Asociación Madres de Plaza de Mayo, Hebe de Bonafini. La histórica dirigente de las Madres dijo que “a los turros de la Suprema Corte queremos decirles: alguna vez piensen en el pueblo que está en la calle” y les pidió a los manifestantes que “no dejemos la calle porque la calle es nuestra. Hagamos una marcha por mes y arranquémosle a la Corte la ley” y acusó también a los magistrados de recibir “sobres con plata”. Al finalizar Teresa Parodi entonó el Himno Nacional junto a los manifestantes.

El reclamo por la aplicación plena de la ley también se hizo escuchar en distintos lugares del país. En Córdoba agrupaciones políticas y sociales se concentraron en la Plaza Independencia para que la ley “sea efectivamente aplicada y cumplida por todos sin excepción”. También hubo una movilización en Rosario, donde diversas organizaciones marcharon hasta la Plaza Montenegro en respaldo del reclamo que se realizó en la capital.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A confissão da mídia


Juremir Machado da Silva, para Correio do Povo

Até os hidrantes da avenida Paulista sabem que a imprensa de São Paulo está em campanha contra Dilma Rousseff e em favor de José Serra. A revista Veja e os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo têm sido cabos eleitorais tão despudorados quanto o presidente da República na defesa da sua pupila Dilma. É pontapé nos países baixos contra soco no fígado. Até agora, contudo, a grande imprensa tentava fingir imparcialidade e vociferava contra as afirmações de Luiz Inácio de que haveria favorecimento aos seus opositores. Finalmente o velho e conservador "Estadão" resolveu abrir o jogo. Em editorial, proclamou seu apoio a José Serra. Os hidrantes da luxuosa Paulista sorriram. A necessidade, volta e meia, faz a "virtude". Mas é apenas mais um gesto desesperado para tentar uma virada improvável. É só. Yes.

O texto da adesão oficial é um primor de maniqueísmo, com algumas mentiras deslavadas e o tom de falsa sensatez que caracteriza o discurso extremista da direita: "Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do país ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o país".

Qual o mal que Serra poderá evitar? Qual o mal que Dilma poderá causar? O de permitir que o Brasil continue crescendo economicamente e salvando-se das crises internacionais como aconteceu durante o governo de Luiz Inácio? Se não fosse maniqueísta, o "Estadão" poderia ter dito que Serra faria mais bem ao Brasil. É uma sutileza, claro. Mas o jornal preferiu sugerir que Dilma representa o mal, um grande mal para o país. Certamente o mal de continuar incorporando jovens carentes ao mundo universitário, tirando milhões de pessoas da condição de miséria absoluta, conservando programas sociais existentes em qualquer país civilizado como França, Alemanha e Inglaterra, sem contar os países escandinavos, pois aí já seria apelação e complexidade demasiada para a mentalidade tacanha e linear dos redatores do "Estadão".

No passado, para evitar o "mal", o "Estadão", abriu voto para Collor, Veja e Folha de S. Paulo precisam seguir o mesmo caminho e confessar a preferência por Serra. Só há um pequeno problema: o que o "Estadão" considera um mal para o Brasil, a continuidade do atual governo, 80% da população acha um bem. É isso que dói no lombo da mídia tucana. Resta para essa gente uma pretensa explicação sofisticada: a ignorância da plebe supostamente comprada pelo Bolsa-Família. José Serra, o cavaleiro do bem, promete, se eleito, possibilidade tão grande quanto a do Barueri ser campeão brasileiro neste ano, ampliar o Bolsa-Família. Quer tomar para si a "máquina de comprar votos"? Sem dúvida, o Brasil pode muito mais. Pode viver sem serrar a opinião pública.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

domingo, 19 de setembro de 2010

Lula diz que imprensa se comporta como partido e tem candidato


Por Hugo Bachega

CAMPINAS, São Paulo (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava com "coceira na língua", nas palavras do próprio, e, após uma semana em que denúncias de tráfico de influência derrubaram uma ministra do governo, o foco de seu discurso neste sábado, durante comício em Campinas (SP), tinha endereço certo: a imprensa.

Ele assumiu o papel de rebatedor das denúncias publicadas pela mídia, que colocaram uma nuvem de tensão sobre a campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT), que está em primeiro lugar nas pesquisas e com chance de vencer no primeiro turno da eleição, daqui a 15 dias.

Ao lado de sua candidata, afirmou que iria se conter, mas não conseguiu. Comparou alguns veículos da imprensa a partidos políticos e considerou mentirosas as reportagens.

"Dilma, nós não vamos derrotar apenas os blocos adversários tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm coragem de dizer que são partido político e têm candidato", disse.

Referindo-se indiretamente à revista Veja, que publicou a primeira denúncia contra a Casa Civil na semana passada, Lula disse que a publicação destila ódio. "Eu estive lendo algumas revistas que vão sair essa semana, sobretudo uma que eu não sei o nome dela. Parece "Olha". Ela destila ódio e mentira. Ódio", discursou Lula durante o ato político.

Depois de explorar denúncia de tráfico de influência envolvendo a Casa Civil na semana anterior, neste fim de semana a revista Veja afirma que Vinícius de Castro, assessor da mesma pasta exonerado na segunda-feira, teria recebido 200 mil reais em seu gabinete, relacionados à compra de medicamento pelo governo.

A denúncia ocorre após outros casos divulgados pela mídia levarem à demissão de Erenice Guerra do comando da Casa Civil. A saída dela, braço-direito de Dilma enquanto a petista ainda era ministra, ocorreu após denúncia de Veja sobre um suposto lobby no ministério comandado por seu filho, Israel.

A existência do alegado esquema foi reforçado por reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada na quinta-feira, dia de sua saída do governo.

"Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha. Se o dono do jornal lesse o seu jornal e o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que estão escrevendo", disparou o presidente.

Em alguns momentos, Lula também partiu contra seus adversários. Novamente, assumiu a posição do "nós contra eles" e desafiou uma comparação entre o governo do "metalúrgico" e o dos "sociólogos e engenheiros", numa referência à administração Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"Não tem nada que faça um tucano mais sofrer do que a gente provar que eles têm um bico muito grande para falar e um bico pequeno para fazer", afirmou.

Dilma preferiu não comentar a nova denúncia durante o ato. Mais cedo, afirmou em entrevista que não havia lido a reportagem da revista mas defendeu rigor na apuração do caso. Em seu discurso no comício, falou sobre educação, mulheres e sobre a continuidade de políticas do governo de Lula caso eleita.

"Eu honrarei esse legado desse governo, que é garantir que esse país seja um país desenvolvido, sem miséria, sem discriminação e seja uma grande democracia, onde todos nós podemos viver em paz", disse a candidata.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Adotivos | 1 grande escândalo está por estourar no meio jornalístico argentino


A suspeita que está por ser confirmada ou nao é de que os dois filhos adotados de Ernestina Herrera de Noble, dona do Grupo Clarin, o maior conglomerado de mídia da Argentina, sao na verdade filhos de desaparecidos políticos, assassinados na ditadura militar da década de 70.

Ontem, depois de uma longa briga nos tribunais, a Justiça argentina determinou que o DNA dos dois jovens, Marcela e Felipe, sejam comparados com DNAs de familiares de desaparecidos, que estão armazenaos em um Banco de Dados Genéticos, mantido pelo governo.

As amostras de sangue dos filhos adotados de Noble estao desde dezembro em poder da Justiça, esperando a decisao final para a comparacao, que foi dada ontem.

Além de terminar com o mistério em relação à identidade dos jovens, a análise também é imprescindível para saber que responsabilidade, teve a poderosa Ernestina Herrera de Noble nas irregularidades dos expedientes de adoção de Marcela e Felipe em maio e julho de 1976.

Desde o fim da ditadura argentina, a organização Avós da Praça de Maio, empreende uma luta sem descanso para encontrar os mais de 400 bebês - hoje adultos - que foram roubados pelos militares quando nasceram nos centros clandestinos de detençao. 101 jovens já foram identificados até agora.

Em tempo - o jornal Clarin nao publica nenhuma notícia referente ao assunto.

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Venda avulsa de jornalões brasileiros cai a índices surpreendentes


Fala-se muito na crise das publicações impressas, como jornais e revistas, mas quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa.

Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares.

Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o vigésimo quarto jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19o lugar e O Globo, em 15o lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.

São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas.

Esta constatação não é nova, mas ela aponta um dilema crucial: as classes A e B são aquelas onde a penetração informativa da internet é mais intensa. Nesta conjuntura, o futuro de O Globo, Estado e Folha depende umbilicalmente das classes média e alta, o que levou a uma disputa acirrada para saber qual deles interpreta melhor a ideologia destes segmentos sociais.

O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional.

Nos últimos nove meses houve uma pequena recuperação nos índices de venda avulsa do Globo, Estado e Folha em 2009. O IVC registrou um crescimento de 5,5 % em relação aos quatro últimos meses do ano passado. É um aumento bem acima da média dos 97 jornais auditados pelo IVC, cuja venda avulsa diária total subiu insignificantes 0,27% no mesmo período. Mas a recuperação tem que ser vista num contexto de patamares muito baixos e que não garantem a rentabilidade futura dos jornais.

Em compensação os jornais locais e populares ocupam um espaço cada vez maior na mídia nacional. Dos dez jornais com maior venda avulsa, segundo dados do IVC, nove são claramente populares, voltados para as classes C e D. Destes, dois são de Minas Gerais, um do Rio Grande do Sul, cinco do Rio e dois de São Paulo. Somados eles chegam a uma venda avulsa diária média de 1.401.054 exemplares, ou seja 64,5% de todos os jornais auditados entre janeiro e setembro do ano passado.

O jornal Super Notícia, de Belo Horizonte, vende em bancas, em média, 290.047 exemplares (13,47% de todos os jornais auditados pelo IVC) - o que corresponde a cerca de 13,2 vezes a circulação avulsa da Folha de S.Paulo, em todo o país. Números que indicam uma clara tendência do mercado da venda avulsa de jornais no sentido das publicações populares, regionais, com apelo sensacionalista.

Isto também significa que os grandes jornais, tradicionais vitrines da agenda nacional, dependem, hoje, mais do prestígio herdado do passado do que do fluxo de caixa. A sua principal matéria prima, a notícia, perdeu valor de mercado em favor da opinião. Um prestígio que ainda alimenta uma receita publicitária compensadora, principalmente no setor imobiliário, de supermercados e revendas de automóveis, mas cujos dias também estão contados porque a migração destes segmentos para a internet é cada vez maior.

O conglomerado Globo aposta cada vez mais nos jornais populares regionais e segmentados - como o Extra, no Rio. Talvez busque inspiração no caso do Lance!, um jornal esportivo que vende, na média diária, 124 mil exemplares em bancas e jornaleiros. No sul, o grupo RBS aposta no Diário Gaúcho, o terceiro em vendas avulsas no ranking nacional do IVC e 8,4 vezes maior do que a do carro chefe do conglomerado, o jornal Zero Hora.

Observatório de Imprensa

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

TV e o terror da internet


Na avaliação do "New York Times" a cerimônia do Emmy americano, domingo pela CBS e, no Brasil, pelo Sony, evidenciou uma indústria aterrorizada com "os lobos à porta: a internet, a crise, o DVR".

Do apresentador Neil Patrick Harris aos vencedores, todos "imploravam ao telespectador: largue o controle, não vá ao banheiro e, pelo amor de Deus, não veja depois pelo TiVo, eliminando os comerciais".

...um dos quadros cômicos em que o Emmy "enfrentou diretamente o inimigo", a internet, apelando à série do próprio Harris no iTunes.

Leia a íntegra AQUI.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Los cambios que se convirtieron en votos


Por Miguel Jorquera

Fue el primer gran paso. El kirchnerismo, con el respaldo de los bloques de centroizquierda y el socialismo, dio media sanción a la ley de Servicios de Comunicación Audiovisual impulsada por el Gobierno en la Cámara de Diputados por 147 votos a favor con 3 abstenciones y 3 en contra. Algunos de los aliados más fieles, como los neuquinos del MPN, esta vez no acompañaron la iniciativa oficial. En tanto, el núcleo duro opositor –la UCR, la CC, PRO, el peronismo disidente y el cobismo– cuestionó la “legitimidad del procedimiento parlamentario” e impugnó la sesión especial antes de abandonar el recinto. Ahora, todos los esfuerzos se trasladarán al Senado.

Leia mais sobre este tema na Página/12.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Bofetada do atraso

Censores em ação: download interrompido na marra!:

por Leandro Fortes

Primeiro, a internet violentou o papel em sua essência física, palpável, dogmática. Roubou à História da escrita o movimento manual da pena e o batuque, ora mecânico, ora elétrico, das máquinas de escrever de outrora. Minou, por assim dizer, o essencial, a rotina, para então começar a dizimar os modelos. Em pouco mais de uma década, derreteu a credibilidade e expôs as intenções das ditas mais sérias empresas de comunicação do Brasil, apesar da permanente tensão provocada pela expectativa de cerceamento e censura. Aliás, uma tentação autoritária pela qual, ao que parece, o Senado da República ensaia se ajoelhar. São sinais dessa tormenta em que vive o jornalismo brasileiro, confinado num vazio que se estende no éter de um rápido processo de decadência moral, em parte resultante de maus hábitos de origem, como o arrivismo e a calúnia pura e simples, mas também porque sobre as redações paira um ar viciado e irrespirável cheio de maus agouros de mudança, ou melhor, de status.

São ventos recentes, os da internet, que nem marolas faziam nos primeiros anos de concentração de usuários e funcionamento da rede mundial de computadores. Como fenômeno de jornalismo, foi preciso esperar que o ambiente virtual deixasse de ser eminentemente transpositivo, na verdade, uma cópia digital dos jornais, para surgir um espaço editorial novo, essencialmente individual, mas nutrido pelas idéias do coletivo. Definidos de forma simplista, no nascimento, de diários eletrônicos, os blogs se fixaram como um instrumento de comunicação social poderoso, a ponto de se tornarem subversivos, no melhor sentido da palavra. Passaram a devorar velhos esquemas como uma nuvem de insetos, milhões deles, em crescimento exponencial. Tornaram-se, na singular definição do ministro-jornalista Franklin Martins, “grilos falantes” da mídia e inauguraram uma regulação ética nominal e permanente do noticiário. Dentro desse papel, os blogs independentes têm conseguido desmascarar, muitas vezes em tempo real, tradicionais espaços editorais voltados, historicamente, para a manipulação e distorção de matérias jornalísticas a soldo de interesses inconfessáveis. Tornaram-se, em pouco tempo, imprescindíveis.

Pensei nisso tudo por várias razões, mas principalmente porque tenho que falar, no final de outubro, com estudantes de jornalismo da Universidade de Maringá, no Paraná, sobre o fenômeno da blogosfera e discutir as razões desses maus tempos de jornalismo em que vivemos. Mas também porque a animosidade das velhas elites políticas brasileiras com a internet alcançou seu paroxismo nesse projeto inacreditável assinado pela dupla de senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), de restrição de liberdade na rede mundial de computadores. Onde estão os freios dessa gente? Ainda que não houvesse muitos motivos para repudiar uma intenção de censura no mais democrático ambiente de comunicação da cultura humana em todos os tempos, bastaria um – o da civilidade – para fazer calar esse clamor de alcova que nos envergonha.

Trata-se de uma tentativa primária, nos métodos e na intenção, de conter o poder iconoclasta e o viés crítico da internet, notadamente dos blogs. Pretende-se amordaçar uma rede formada, apenas no Brasil, por 64,8 milhões de pessoas, segundo pesquisa do Ibope publicada em agosto de 2009, ou seja, no mês passado. O instituto calcula que esse número cresça, na próxima década, cerca de 10% ao mês. Portanto, mais do que dobrando de tamanho em 10 anos, a depender da intensidade das diversas políticas de inclusão digital capitaneadas pelo governo do PT. Pensar em controlar o torvelinho de informação circulante, hoje, na internet, é um exercício absoluto de arrogância, quando não de ignorância. É um exagero surpreendente, até mesmo em se tratando de uma iniciativa dessa triste e reacionária elite política e econômica brasileira. De minha parte, não acredito que o Brasil vá aceitar, inerte, essa bofetada do atraso.

Eu não vou.


FONTE: http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2009/09/14/bofetada-do-atraso/

Copiei do SÁTIRO.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Receita Federal argentina realiza megainspeção em empresas do grupo Clarín


Redação Portal IMPRENSA

Na tarde da última quinta-feira (10), inspetores da AFIP (a Receita Federal argentina) realizaram uma inspeção na sede do jornal Clarín. Segundo noticiou O Globo, enquanto 200 agentes vistoriavam o prédio central - localizado no bairro de Constitución - mais 50 inspetores se dirigiam a outras sete empresas do grupo de comunicação. A oposição classificou a atitude como atentado contra a liberdade de expressão.

A inspeção da AFIP aconteceu uma semana depois do início da polêmica levantada no Congresso sobre a aprovação da nova lei de serviços audiovisuais do país. Se aprovado, o texto assinado pela presidente Cristina Kirchner levará o governo a deter o controle sobre um maior número de empresas do setor, além de levar ao fechamento de mais de 236 licenças do grupo Clarín.
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

“Ahora es cuando.”


Presidente da Argentina envia reforma da mídia para Congresso

Por Helen Popper

BUENOS AIRES (Reuters) - A presidente da Argentina, Cristina Fernandez, enviou na quinta-feira ao Congresso um projeto de lei para reformar a imprensa, dizendo que a legislação fortalecerá a democracia reduzindo o poder das poucas empresas que dominam a radiodifusão.

Muitas pessoas do meio concordam com a necessidade de reformular as regulamentações do setor, estabelecidas durante a ditadura militar (1976-1983), para refletir as grandes mudanças tecnológicas. Mas a proposta do governo provocou polêmica.

A presidente --que brigou com o Grupo Clarín, o maior conglomerado de mídia do país, e que com freqüência critica a imprensa-- disse que a nova lei de radiodifusão desafia o domínio das empresas privadas sobre as transmissões de rádio e TV.

"A liberdade de expressão não pode se tornar liberdade de extorsão e a liberdade de imprensa não pode ser confundida com liberdade para os proprietários da imprensa," afirmou ela num discurso no palácio presidencial.

"Esse projeto é para todos nós que queremos viver numa Argentina mais democrática e plural," acrescentou ela.

O projeto de lei da reforma, que já foi modificado depois que Fernandez o lançou em março numa série de fóruns nacionais, destina um terço das frequências de radiodifusão para empresas privadas, um terço para transmissoras estatais e o restante para organizações sem fins lucrativos, como igrejas e universidades.

Leia mais na Página/12.

Comentário do Blog: Um exemplo a ser seguido no Brasil.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Reduziram na midia tradicional e aumentaram na midia digital


71% das verbas de marketing foram reduzidas em 2009, na comparaçao com o ano passado. A informaçao é de uma pesquisa da Forrester Research realizada com diretores de marketing em todo o mundo. 67% responderam que reduziram investimentos em TV, midia impressa, radio ou revistas. Por outro lado, algumas areas da mídia digital experimentaram crescimento. 40% dos pesquisados disseram que aumentaram seus investimentos em publicidade online e 47% informaram o mesmo em relaçao à midia social. Alem disso, 38% ampliaram suas verbas em email marketing.

blue bus

quarta-feira, 1 de julho de 2009

E o publico se sente excluido pelo jornalismo da midia tradicional, pesquisa


O publico se sente confuso e excluído por matérias jornalísticas na mídia tradicional que nao explicam o básico sobre as notícias, diz o relatorio 'Public Trust In The News', de pesquisadores das Universidades de Manchester e Leeds, na Inglaterra. O documento foi publicado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism. Segundo Scott Anthony, da Universidade de Manchester, a confiança do publico entra em crise quando as pessoas acreditam que os jornalistas estao falando de grupos sociais, áreas ou práticas que eles nao compreendem.

O estudo também indica que a mídia de massa deixa muitos se sentindo impotentes e inseguros em relaçao a em quem acreditar. Ao mesmo tempo, a internet ajuda essas pessoas a entender as notícias e dá a elas o sentimento de que podem participar do que está acontecendo - por dar acesso a relatos livres de interesses ou sem a preocupaçao de serem politicamente corretos; e também por permitir entrar em contato com as autoridades. Segundo os pesquisadores, eles ficaram surpresos com a confiança que as pessoas depositam na internet como um todo e no Google especificamente como a fonte mais segura para entender e analisar. Por outro lado, o relatório nao deixa de citar que a web deixa algumas pessoas mais confusas do que antes, por conta da quantidade de fontes. Noticia do Journalism.co.uk.

Blue Bus