Na reunião realizada ontem (18 abril de 2013) em Brasília, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) votou três itens de pauta motivados pela repercussão causada pelo primeiro estudo científico que avaliou no longo prazo o efeito de um milho transgênico sobre a saúde.
No primeiro se submeteu à plenária documento encomendado pelo presidente da CTNBio que refuta os resultados e conclusões a que chegou a equipe liderada pelo francês Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, na França. O documento é assinado por dois membros da comissão e dois pareceristas ad hoc e está disponível na internet em português e inglês. Mesmo com o argumento de que ciência não se faz pelo voto, o resultado foi assim obtido e o parecer, que antes era da presidência, passou a ser a posição da Comissão sobre o estudo. Quatro de seus integrantes votaram contra, registrando que, desde a escolha dos relatores, o documento deixou de contemplar as visões contraditórias existentes no órgão.
Na segunda discussão foi julgado requerimento apresentado pelo Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor, que, baseado nesse estudo que demonstrou forte incidência de tumores causados pelo consumo do milho NK 603, demandou da comissão a reavaliação da decisão que liberou o cultivo comercial dessa variedade no país e também a suspensão do plantio de todas as sementes contendo esse evento de modificação genética.
Também pelos votos de 14 contra 4 a Comissão rejeitou tanto a reavaliação, quanto a suspensão do cultivo comercial dessa variedade. Durante o debate, o presidente do CNPq, que ali representa o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou que está sendo preparado um edital para financiamento de pesquisas em biossegurança, destacando a importância de se realizar tais estudos, mas ele próprio votou contra o pedido do Fórum que pedia a revisão dos estudos que embasaram a liberação.
O terceiro debate sobre o tema tratou de documento apresentado por 14 integrantes e ex-integrantes da comissão compilando estudos em apoio aos dados dos franceses e contestando as críticas a ele apresentadas. Ali estão também pontuados níveis distintos de exigência que poderiam ser entendidos como um duplo padrão, já que boa parte das críticas apresentadas à pesquisa seriam cabíveis também aos dados apresentados à CTNBio pela Monsanto, empresa que desenvolveu o NK 603. Os pesquisadores que assinam o texto apontam que seria salutar se, aos processos que ali tramitam, fosse aplicado o mesmo rigor que mereceu o estudo que mostrou efeitos negativos de um transgênico à saúde. Também por 14 a 4 esse parecer foi negado.
O argumento da existência de um “histórico de uso seguro”, como sempre, foi evocado no debate como forma de demonstrar a segurança dos transgênicos que há mais de uma década estão no mercado. Mas como bem lembrou um dos integrantes da Comissão, se esse é um experimento, feito no mundo real e tendo a humanidade como cobaia, ele é um experimento sem hipótese, sem teste e sem controle.
A recusa a se repetir um estudo corrigindo suas falhas metodológicas indica a prevalência de um sentimento de crença que suplanta o próprio método científico, bem como um desejo de apoio à tecnologia que acaba por dispensar a oportunidade trazida pelos novos dados para se entender melhor o assunto. Ou, em outras palavras, diante da ignorância que ainda cerca a questão, prevaleceu a certeza.
Fonte da Matéria AQUI.
Fonte da imagem AQUI.
Mostrando postagens com marcador milho transgênico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador milho transgênico. Mostrar todas as postagens
domingo, 21 de abril de 2013
quarta-feira, 6 de julho de 2011
PREOCUPAÇÕES EUROPEIAS COM TRANSGÊNICOS
A decisão de cultivar organismos geneticamente modificados deve ser feita por cada estado-membro. A proposta teve, esta terça-feira, o apoio de uma larga maioria dos eurodeputados. Para proibir ou limitar o cultivo de OGM, devem ser apresentados motivos ambientais locais e impactos socioeconómicos.
É o que explica a eurodeputada francesa, Corinne Lepage. “Na diretiva inicial, estava previsto estudar o que chamamos de meios recetores, onde se vai plantar. Estes estudos nunca foram feitos. Os meios recetores na Europa são muito diferentes. Quando se vai a Itália ou à Suécia, não se encontram os mesmos meios, nem as mesmas plantas, nem as mesmas condições locais. Por isso, a minha proposta tem em conta este tipo de considerações que não podem ser avaliadas em toda a Europa”.
Será que a proibição a nível nacional é a solução?
Este tema também divide a Bélgica, onde a Valónia é contra os OGM e a Flandres é mais favorável.
Seguimos os passos de um investigador junto do único campo de batatas transgénicas do país, situado em Wetteren, na Flandres. Há cerca de um mês, os ambientalistas invadiram o local. Para Marc De Loose, o risco de contaminação à agricultura tradicional ou biológica não faz sentido.
“Para este campo experimental, tomámos todas as precauções necessárias para prevenir a contaminação. Sei que os ativistas dizem que há contaminação. Perguntaram-nos sobre as abelhas. Mas as abelhas não voam em cima das batatas”, conclui o investigador.
O cultivo de milho transgénico também não apresenta risco, acrescenta. “No ano passado fizemos uma experiência e demonstrámos que uma distância de 50 metros entre um campo de milho transgénico e outro sem OGM é suficiente.”
Mas na Valónia, a zona de segurança é de 600 metros, ou seja, 12 vezes maior.
Num país onde a batata frita é o prato do dia, na hora de questionar os turistas sobre se preferem batatas com ou sem OGM, a resposta é imediata: “Com certeza sem!”
Copyright © 2011 euronews
Nota do Blog: Aqui no Brasil não se tem tempo para essas preocupações sutis. Por aqui pode tudo. Os transgênicos estão misturados com as culturas não modificadas geneticamente sem que os produtores e governos, alguns também geneticamente modificados, percam uma boa noite de sono.
domingo, 30 de janeiro de 2011
El “regalo” de Monsanto a Haití. Una breve historia de violencia.
Ryan Stock , para Sin Permiso
Déjalo arder
"Un gran regalo de pascua" comentó Elizabeth Vancil, directora de Monsanto de iniciativas de desarrollo. Casi 60.000 sacos de semillas híbridas de maíz y otros vegetales fueron donados por Monsanto a Haití post-terremoto. En observancia del Día Mundial del Ambiente, 4 de Junio 2010, cerca de 10.000 granjeros rurales haitianos se congregaron en Papaye para marchar siete kilómetros hasta Hinche para celebrar este regalo. Al llegar, tomaron sus canastas de pascua con más de 400 toneladas de vegetales y las quemaron. [i] "¡Larga vida a la semilla nativa de maíz!" cantaron al unísono. "¡El OGM [organismo genéticamente modificado] de Monsanto viola la agricultura campesina!"
De acuerdo con Chavannes Jean-Baptiste, coordinador del Movimiento Campesino de Papay (MCP) "actualmente hay una escasez de semilla de maíz en Haití ya que muchas familias utilizaron las suyas para alimentar refugiados"[ii] Como cualquier corporación capitalista de desastres, Monsanto le tendió una mano en un momento de crisis al 65 por ciento de la población que sobrevive a base de agricultura de subsistencia. Pero no tendieron cualquier mano, más bien ofrecieron un puñado de semillas. Este puñado de semillas de maíz, el cultivo tradicional de Haití, estaba tratado con el fungicida Maxim XO. Con la misma benevolencia, no regalaron cualquier semilla de tomate, regalaron semillas tratadas con Thiram, un químico tan tóxico que la EPA (Environmental Protection Agency, Agencia de Protección Ambiental) ha decidido que es demasiado tóxico para uso casero y ordenado que cualquier trabajador agrícola que lo utilice debe usar ropa protectora. [iii] ¡Felices Pascuas! El sitio web oficial de Monsanto explica este donativo tóxico de la siguiente manera: "los tratamientos fungicidas para semillas se aplican con frecuencia a las semillas antes de ser sembradas para prevenir enfermedades relacionadas con hongos que surgen en el suelo y limitan la capacidad de la planta para germinar y crecer. El tratamiento también previene ciertas enfermedades que pueden ser contraídas en la transferencia entre países."[iv] Sin embargo, de acuerdo con la Hoja de Datos sobre Substancias Departamento de Salud y Servicios para la Tercera Edad de Nueva Jersey "la exposición repetida [al Thiram] puede afectar riñones, hígado y la tiroides. Exposición prolongada o en altas dosis puede dañar los nervios".[v] ¿Por qué Monsanto estaba tan ansiosa de donar semillas que podían comprometer la salud de tanta gente hambrienta? "El gobierno haitiano está utilizando el terremoto para venderle el país a las multinacionales" dijo Jean-Baptiste. Bienvenidos al nuevo terremoto.
"Es un fuerte ataque contra la pequeña agricultura, contra los campesinos, contra la bio-diversidad, contra las semillas criollas... Y lo que queda del ambiente en Haití."- Chavannes Jean-Baptiste, director ejecutivo del MCP.
Una breve historia de violencia
Monsanto también es responsable de otras invenciones alteradoras de vidas, como el favorito de todos, el agente naranja. El gobierno vietnamita dice que este agente mató o dejó con discapacidad a 400.000 vietnamitas y que 500.000 niños nacieron con defectos debido a la exposición a este químico.[vi] Hasta el 2000, Monsanto era el principal fabricante de aspartame, el cual, según concluyeron investigadores en Europa "podría tener efectos carcinogénicos." En una rara demostración de justicia social, en el 2005 Monsanto fue encontrada culpable por el gobierno de Estados Unidos de sobornar a altos mandos de Indonesia para legalizar el algodón genéticamente modificado. Un año antes en Brasil, Monsanto vendió una granja a un senador por un tercio de su valor a cambio de su trabajo por legalizar el glyphosate, el herbicida de mayor uso en el mundo.[vii] En Colombia, Monsanto recibió 25 millones de dólares del gobierno de Estados Unidos por proveer su herbicida de marca, Roundup Ultra, en la fumigación anti-drogas del Plan Colombia. Roundup Ultra es una forma altamente concentrada del glyphosate de Monsanto, con ingredientes adicionales para incrementar su potencia. Comunidades colombianas y organizaciones de derechos humanos acusan que el herbicida destruyó cosechas, fuentes de agua y áreas protegidas, y que ha llevado a un aumento en el número de defectos de nacimiento y cáncer.
Con más de 117 mil millones en ventas en el 2009 y más de 650 patentes de biotecnología -en su mayoría relacionadas con algodón, maíz y soja- Monsanto es un poder económico. Nueve de cada diez semillas de soja en Estados Unidos están relacionadas con Monsanto. Junto con Syngenta, Dupont y Bayer, Monsanto controla la mitad de las semillas del mundo con ningún tipo de regulación confiable. Monsanto, una de las compañías más poderosas del mundo, se unió a United Parcel Service para entregar los más de 60.000 sacos de semillas híbridas a sus destinos en la Pascua del 2010 en su movida para gotear un poco de beneficios a la persona común. Distribuir las semillas de Monsanto fue una operación de $127 millones financiado por la Agencia de Estados Unidos para el Desarrollo Internacional (USAID), llamado "Ganador", diseñado para promover "intensificación agrícola."[viii] De acuerdo con Monsanto, la decisión original para donar las semillas fue tomada en el World Economic Forum en Davos, Suiza,[ix] sin conocimiento por parte de Haití.
"Sin químicos, la vida misma sería imposible." Es el antiguo lema de Monsanto.
Las semillas modificadas genéticamente como aquellas que fueron donadas y posteriormente inmoladas no pueden ser guardadas entre años. Algunas semillas llamadas "semillas terminator" están modificadas para no producir semillas después de la cosecha y requieren que el granjero compre semillas de Monsanto el año siguiente, como parte de un acuerdo legal, en lugar de recolectar las semillas que naturalmente se habrían producido sin las modificaciones genéticas. Otras semillas modificadas que sí producen semillas no pueden ser sembradas de acuerdo a un contrato. Menos resultados, problemas de salud y prospectos debilitados para comprar las semillas de la próxima temporada en consecuencia de y combinada con el acuerdo legal con Monstanto han llevado a muchos granjeros campesinos a la pobreza y ha llevado a una racha subsecuente de suicidios de granjeros en la India. Desde 1997 más de 182,936 granjeros de la India se han suicidado, de acuerdo con un estudio reciente del National Crime Records Bureau.[x] "Conforme se previene el guardado de semillas por patentes y la creación de semillas no renovable, las semillas deben ser compradas por campesinos pobres para cada temporada. Un recurso que antes era gratuito se convierte en una comodidad que debe ser comprada cada año. Este aumento en la pobreza lleva a las deudas. Conforme las deudas aumentan y se tornan imposibles de pagar, los granjeros se ven hostigados a vender riñones o cometer suicidio" apuntó la Autora Hindú Vadana Shiva en su artículo del 2004 "The Suicide Economy Of Corporate Globalisation."[xi]
Los granjeros extranjeros no son los únicos afectados por estas características en los productos y las prácticas de negocios asociadas. Hasta el 2007, Monstanto había presentado 112 demandas contra granjeros estadounidenses por supuestas violaciones de tecnología de contrato en patentes de OGMs, involucrando a 372 granjeros y 49 pequeños negocios agrícolas en 27 estados. De ahí. Monsanto ganó más de $21,5 millones en juicios. En estimados basados en los propios documentos de Monsanto y en reportes de los medios, la corporación multinacional parece investigar a 500 granjeros al año.[xii] "Granjeros han sido demandados después de que su campo fue contaminado por polen o semillas de la cosecha genéticamente modificada de alguien más [o] cuando cuando semillas genéticamente modificadas de la cosecha anterior han germinado o "voluntariado" en campos donde se encontraban sembradas semillas no modificadas al año siguiente," dijeron Adrew Kimbrell y Joseph Mendelson del Center for Food Safety.[xiii] Una semilla de Monsanto frecuentemente aparece de manera mágica en un campo orgánico ordinario, dando a Monsanto pie para una costosa demanda que eventualmente llevará a la ocupación de la granja inocente.
Nada nuevo bajo el Sol del Caribe
Jean-Robert Estimé, quien fue Ministro de Asuntos Extranjeros durante la sangrientas dictaduras de Duvalier, es el representante de Monsanto en Haití,[xiv] y se reúsa a admitir su participación en empobrecer aún más a su gente. Sin embargo las intenciones "Destino Manifiesto" de Monsanto respecto a Haití no son nada nuevo. Muchos haitianos consideran los donativos de semillas de Monsanto parte de una estrategia económica e imperialista de Estados Unidos. El sector agrícola de Haití ya fue destruido una vez por la intervención de Estados Unidos. Jean Bertrande Aristide perdió el poder en un golpe de estado apoyado por el gobierno estadounidense en 1991. El banco mundial y el fondo monetario internacional decidieron que si regresase al poder, una condición a su llegada sería abrir el país al libre mercado. Poco después, los impuestos sobre el arroz cayó de 35% a 3%y el dinero reservado para desarrollo agrícola se destinó a pagar la deuda externa del país. Bajo la Casa Blanca de Clinton, el mercado Haitiano fue inundado por arroz subsidiado de Arkansas. Desde entonces, casi todo el arroz de Haití es importado y subsecuente, mucha de la experiencia local sobre como cultivar arroz se ha perdido.[xv]
Soberanía alimenticia, no esclavitud agrícola
Conforme el nuevo terremoto continua su movimiento, la aparentemente benévola donación de semillas vegetales cambiará por siempre el paradigma de la agricultura en Haití y llevará a una mayor dependencia de semillas que envenenan el suelo en el que crecen y los cuerpos que las consumen y que crean una dependencia financiera en la firma de biotecnología Monsanto. "Nuestra gente nunca será autónoma si Haití debe sufrir algo que se hace llamar generosidad pero que nos hace dependientes del control corporativo en la producción agrícola." dijo Catherin Thélémaque de Action SOS Haití en Montreal.[xvi] Los agroecologistas Ivette Perfecto y John Vandermeer, de la Universidad de Michigan, recientemente publicaron un estudio que muestra que la agricultura sustentable a pequeña escala es mejor que la agricultura industrial en preservar y aumentar la biodiversidad y los bosques.[xvii] Con menos del 1% de sus bosques originarios aún en pie, Haití no puede apostar con los desastrosos efectos ambientales de los monocultivos industriales para alimentar a su población hambrienta. "Si el gobierno estadounidense realmente quiere ayudar a Haití, debe ayudar a los Haitianos a crear una soberanía alimenticia y agricultura sustentable, basada en sus semillas nativas y con acceso a tierra y créditos. Esa es la forma de ayudad a Haití," dijo Dena Hoff, una granjera orgánica diversificada en Montana y miembro del Comité Internacional de Coordinación de Vía Campesina.
La tormenta que se avecina
En su historia de la colonización europea de 1780, Guillame Raynal apuntó que habían señales de "una tormenta venidera"[xviii] Esta tormenta explotó en forma de monzón el 22 de agosto de 1791, cuando Dutty Boukman hizo sonar la concha de mar y los esclavos de Saint Dominique se levantaron en revuelta contra los imperialistas franceses. Bajo el liderazgo de Touissant L'Overture y Jean-Jacques Dessalines, los esclavos rebeldes derrocaron a la ocupación imperialista de Napoleón Bonaparte y en 1804, Haití fue declarado como una república libre. Para no olvidar las lecciones de la historia, no podemos ignorar el poder de la unidad. Como Napoleón, una compañía tiránica como Monsanto exporta pobreza, mantendría a la gente como esclavos agrícolas y debe ser resistida. Es hora de que Boukman de nuevo haga sonar su concha: La liberté ou la mort!
Notas:
i. Bell, Beverly. "Haitian farmers commit to burning Monsanto hybrid seed." Huffington Post, 17 mayo, 2010.
ii. La Via Campesina, "Haitian peasants march against Monsanto Company for food and seed sovereignty," 16 de junio,2010.
iii. Extension Toxicology Network, Pesticide Information Project of the Cooperative Extension Offices of Cornell University, Michigan State University, Oregon State University and University of California at Davis.
iv. Veihman, Mica. "Five Answers on Monsanto's Haiti Seed Donation," Beyond the Rows, 20 de mayo, 2010.
v. New Jersey Department of Health and Senior Services. "Hazardous Substance Fact Sheet."
vi. MSNBC, "Study Finds Link Between Agent Orange, Cancer," 23 de enero, 2004, The Globe and Mail, "Last Ghost of the Vietnam War," 12 de junio, 2008.
vii. Kenfield, Isabella, "Monsanto's seed of corruption in Brazil." North American Congress on Latin America, 16 de octubre, 2010.
viii. PR Newswire. "Monsanto Company Donates Conventional Maizeand Vegetable Seed to Haitian Farmers to Help Address Food Security Needs," 13 Mayo, 2010.
ix. Monsanto Company, "Monsanto donates maizeand vegetable seed to Haiti." Monsanto Blog,13 mayo, 2010.
x. Shiva, Vandana, "The Suicide Economy Of Corporate Globalisation." ZNet, 19 de febrero, 2004.
xi. Chopra, Anuj, "Debt drives farmers to suicide." The National, 20 de enero, 2009.
xii. Center for Food Safety, "Monsanto vs. US Farmers," Noviembre. 2007.
xiii. Andrew Kimbrell and Joseph Mendelson, "Monsanto vs. US Farmers," Center for Food Safety, 2005.
xiv. Urfie, Fr. Jean-Yves, "A new earthquake hits Haiti: Monsanto's deadly gift of 475 tons of genetically-modified seed to Haitian farmers." Global Research. Canada. 11 de mayo, 2010.
xv. Holt-Gimenez, Eric. "Haiti: roots of liberty, roots of disaster." Huffington Post, 21 de enero 2010.
xvi. Organic Consumers Association. "Canadian Groups Support Haitian Rejection of Monsanto's Seed Donation," 3 de junio, 2010.
xvii. University of Michigan. "SNRE Professor Perfecto co-authors PNAS paper on family farms, biodiversity and food production." Ann Arbor, Michigan, 22 de febrero, 2010.
xviii. Center and Hunt, "Liberty, Equality and Fraternity," 119.
Déjalo arder
"Un gran regalo de pascua" comentó Elizabeth Vancil, directora de Monsanto de iniciativas de desarrollo. Casi 60.000 sacos de semillas híbridas de maíz y otros vegetales fueron donados por Monsanto a Haití post-terremoto. En observancia del Día Mundial del Ambiente, 4 de Junio 2010, cerca de 10.000 granjeros rurales haitianos se congregaron en Papaye para marchar siete kilómetros hasta Hinche para celebrar este regalo. Al llegar, tomaron sus canastas de pascua con más de 400 toneladas de vegetales y las quemaron. [i] "¡Larga vida a la semilla nativa de maíz!" cantaron al unísono. "¡El OGM [organismo genéticamente modificado] de Monsanto viola la agricultura campesina!"
De acuerdo con Chavannes Jean-Baptiste, coordinador del Movimiento Campesino de Papay (MCP) "actualmente hay una escasez de semilla de maíz en Haití ya que muchas familias utilizaron las suyas para alimentar refugiados"[ii] Como cualquier corporación capitalista de desastres, Monsanto le tendió una mano en un momento de crisis al 65 por ciento de la población que sobrevive a base de agricultura de subsistencia. Pero no tendieron cualquier mano, más bien ofrecieron un puñado de semillas. Este puñado de semillas de maíz, el cultivo tradicional de Haití, estaba tratado con el fungicida Maxim XO. Con la misma benevolencia, no regalaron cualquier semilla de tomate, regalaron semillas tratadas con Thiram, un químico tan tóxico que la EPA (Environmental Protection Agency, Agencia de Protección Ambiental) ha decidido que es demasiado tóxico para uso casero y ordenado que cualquier trabajador agrícola que lo utilice debe usar ropa protectora. [iii] ¡Felices Pascuas! El sitio web oficial de Monsanto explica este donativo tóxico de la siguiente manera: "los tratamientos fungicidas para semillas se aplican con frecuencia a las semillas antes de ser sembradas para prevenir enfermedades relacionadas con hongos que surgen en el suelo y limitan la capacidad de la planta para germinar y crecer. El tratamiento también previene ciertas enfermedades que pueden ser contraídas en la transferencia entre países."[iv] Sin embargo, de acuerdo con la Hoja de Datos sobre Substancias Departamento de Salud y Servicios para la Tercera Edad de Nueva Jersey "la exposición repetida [al Thiram] puede afectar riñones, hígado y la tiroides. Exposición prolongada o en altas dosis puede dañar los nervios".[v] ¿Por qué Monsanto estaba tan ansiosa de donar semillas que podían comprometer la salud de tanta gente hambrienta? "El gobierno haitiano está utilizando el terremoto para venderle el país a las multinacionales" dijo Jean-Baptiste. Bienvenidos al nuevo terremoto.
"Es un fuerte ataque contra la pequeña agricultura, contra los campesinos, contra la bio-diversidad, contra las semillas criollas... Y lo que queda del ambiente en Haití."- Chavannes Jean-Baptiste, director ejecutivo del MCP.
Una breve historia de violencia
Monsanto también es responsable de otras invenciones alteradoras de vidas, como el favorito de todos, el agente naranja. El gobierno vietnamita dice que este agente mató o dejó con discapacidad a 400.000 vietnamitas y que 500.000 niños nacieron con defectos debido a la exposición a este químico.[vi] Hasta el 2000, Monsanto era el principal fabricante de aspartame, el cual, según concluyeron investigadores en Europa "podría tener efectos carcinogénicos." En una rara demostración de justicia social, en el 2005 Monsanto fue encontrada culpable por el gobierno de Estados Unidos de sobornar a altos mandos de Indonesia para legalizar el algodón genéticamente modificado. Un año antes en Brasil, Monsanto vendió una granja a un senador por un tercio de su valor a cambio de su trabajo por legalizar el glyphosate, el herbicida de mayor uso en el mundo.[vii] En Colombia, Monsanto recibió 25 millones de dólares del gobierno de Estados Unidos por proveer su herbicida de marca, Roundup Ultra, en la fumigación anti-drogas del Plan Colombia. Roundup Ultra es una forma altamente concentrada del glyphosate de Monsanto, con ingredientes adicionales para incrementar su potencia. Comunidades colombianas y organizaciones de derechos humanos acusan que el herbicida destruyó cosechas, fuentes de agua y áreas protegidas, y que ha llevado a un aumento en el número de defectos de nacimiento y cáncer.
Con más de 117 mil millones en ventas en el 2009 y más de 650 patentes de biotecnología -en su mayoría relacionadas con algodón, maíz y soja- Monsanto es un poder económico. Nueve de cada diez semillas de soja en Estados Unidos están relacionadas con Monsanto. Junto con Syngenta, Dupont y Bayer, Monsanto controla la mitad de las semillas del mundo con ningún tipo de regulación confiable. Monsanto, una de las compañías más poderosas del mundo, se unió a United Parcel Service para entregar los más de 60.000 sacos de semillas híbridas a sus destinos en la Pascua del 2010 en su movida para gotear un poco de beneficios a la persona común. Distribuir las semillas de Monsanto fue una operación de $127 millones financiado por la Agencia de Estados Unidos para el Desarrollo Internacional (USAID), llamado "Ganador", diseñado para promover "intensificación agrícola."[viii] De acuerdo con Monsanto, la decisión original para donar las semillas fue tomada en el World Economic Forum en Davos, Suiza,[ix] sin conocimiento por parte de Haití.
"Sin químicos, la vida misma sería imposible." Es el antiguo lema de Monsanto.
Las semillas modificadas genéticamente como aquellas que fueron donadas y posteriormente inmoladas no pueden ser guardadas entre años. Algunas semillas llamadas "semillas terminator" están modificadas para no producir semillas después de la cosecha y requieren que el granjero compre semillas de Monsanto el año siguiente, como parte de un acuerdo legal, en lugar de recolectar las semillas que naturalmente se habrían producido sin las modificaciones genéticas. Otras semillas modificadas que sí producen semillas no pueden ser sembradas de acuerdo a un contrato. Menos resultados, problemas de salud y prospectos debilitados para comprar las semillas de la próxima temporada en consecuencia de y combinada con el acuerdo legal con Monstanto han llevado a muchos granjeros campesinos a la pobreza y ha llevado a una racha subsecuente de suicidios de granjeros en la India. Desde 1997 más de 182,936 granjeros de la India se han suicidado, de acuerdo con un estudio reciente del National Crime Records Bureau.[x] "Conforme se previene el guardado de semillas por patentes y la creación de semillas no renovable, las semillas deben ser compradas por campesinos pobres para cada temporada. Un recurso que antes era gratuito se convierte en una comodidad que debe ser comprada cada año. Este aumento en la pobreza lleva a las deudas. Conforme las deudas aumentan y se tornan imposibles de pagar, los granjeros se ven hostigados a vender riñones o cometer suicidio" apuntó la Autora Hindú Vadana Shiva en su artículo del 2004 "The Suicide Economy Of Corporate Globalisation."[xi]
Los granjeros extranjeros no son los únicos afectados por estas características en los productos y las prácticas de negocios asociadas. Hasta el 2007, Monstanto había presentado 112 demandas contra granjeros estadounidenses por supuestas violaciones de tecnología de contrato en patentes de OGMs, involucrando a 372 granjeros y 49 pequeños negocios agrícolas en 27 estados. De ahí. Monsanto ganó más de $21,5 millones en juicios. En estimados basados en los propios documentos de Monsanto y en reportes de los medios, la corporación multinacional parece investigar a 500 granjeros al año.[xii] "Granjeros han sido demandados después de que su campo fue contaminado por polen o semillas de la cosecha genéticamente modificada de alguien más [o] cuando cuando semillas genéticamente modificadas de la cosecha anterior han germinado o "voluntariado" en campos donde se encontraban sembradas semillas no modificadas al año siguiente," dijeron Adrew Kimbrell y Joseph Mendelson del Center for Food Safety.[xiii] Una semilla de Monsanto frecuentemente aparece de manera mágica en un campo orgánico ordinario, dando a Monsanto pie para una costosa demanda que eventualmente llevará a la ocupación de la granja inocente.
Nada nuevo bajo el Sol del Caribe
Jean-Robert Estimé, quien fue Ministro de Asuntos Extranjeros durante la sangrientas dictaduras de Duvalier, es el representante de Monsanto en Haití,[xiv] y se reúsa a admitir su participación en empobrecer aún más a su gente. Sin embargo las intenciones "Destino Manifiesto" de Monsanto respecto a Haití no son nada nuevo. Muchos haitianos consideran los donativos de semillas de Monsanto parte de una estrategia económica e imperialista de Estados Unidos. El sector agrícola de Haití ya fue destruido una vez por la intervención de Estados Unidos. Jean Bertrande Aristide perdió el poder en un golpe de estado apoyado por el gobierno estadounidense en 1991. El banco mundial y el fondo monetario internacional decidieron que si regresase al poder, una condición a su llegada sería abrir el país al libre mercado. Poco después, los impuestos sobre el arroz cayó de 35% a 3%y el dinero reservado para desarrollo agrícola se destinó a pagar la deuda externa del país. Bajo la Casa Blanca de Clinton, el mercado Haitiano fue inundado por arroz subsidiado de Arkansas. Desde entonces, casi todo el arroz de Haití es importado y subsecuente, mucha de la experiencia local sobre como cultivar arroz se ha perdido.[xv]
Soberanía alimenticia, no esclavitud agrícola
Conforme el nuevo terremoto continua su movimiento, la aparentemente benévola donación de semillas vegetales cambiará por siempre el paradigma de la agricultura en Haití y llevará a una mayor dependencia de semillas que envenenan el suelo en el que crecen y los cuerpos que las consumen y que crean una dependencia financiera en la firma de biotecnología Monsanto. "Nuestra gente nunca será autónoma si Haití debe sufrir algo que se hace llamar generosidad pero que nos hace dependientes del control corporativo en la producción agrícola." dijo Catherin Thélémaque de Action SOS Haití en Montreal.[xvi] Los agroecologistas Ivette Perfecto y John Vandermeer, de la Universidad de Michigan, recientemente publicaron un estudio que muestra que la agricultura sustentable a pequeña escala es mejor que la agricultura industrial en preservar y aumentar la biodiversidad y los bosques.[xvii] Con menos del 1% de sus bosques originarios aún en pie, Haití no puede apostar con los desastrosos efectos ambientales de los monocultivos industriales para alimentar a su población hambrienta. "Si el gobierno estadounidense realmente quiere ayudar a Haití, debe ayudar a los Haitianos a crear una soberanía alimenticia y agricultura sustentable, basada en sus semillas nativas y con acceso a tierra y créditos. Esa es la forma de ayudad a Haití," dijo Dena Hoff, una granjera orgánica diversificada en Montana y miembro del Comité Internacional de Coordinación de Vía Campesina.
La tormenta que se avecina
En su historia de la colonización europea de 1780, Guillame Raynal apuntó que habían señales de "una tormenta venidera"[xviii] Esta tormenta explotó en forma de monzón el 22 de agosto de 1791, cuando Dutty Boukman hizo sonar la concha de mar y los esclavos de Saint Dominique se levantaron en revuelta contra los imperialistas franceses. Bajo el liderazgo de Touissant L'Overture y Jean-Jacques Dessalines, los esclavos rebeldes derrocaron a la ocupación imperialista de Napoleón Bonaparte y en 1804, Haití fue declarado como una república libre. Para no olvidar las lecciones de la historia, no podemos ignorar el poder de la unidad. Como Napoleón, una compañía tiránica como Monsanto exporta pobreza, mantendría a la gente como esclavos agrícolas y debe ser resistida. Es hora de que Boukman de nuevo haga sonar su concha: La liberté ou la mort!
Notas:
i. Bell, Beverly. "Haitian farmers commit to burning Monsanto hybrid seed." Huffington Post, 17 mayo, 2010.
ii. La Via Campesina, "Haitian peasants march against Monsanto Company for food and seed sovereignty," 16 de junio,2010.
iii. Extension Toxicology Network, Pesticide Information Project of the Cooperative Extension Offices of Cornell University, Michigan State University, Oregon State University and University of California at Davis.
iv. Veihman, Mica. "Five Answers on Monsanto's Haiti Seed Donation," Beyond the Rows, 20 de mayo, 2010.
v. New Jersey Department of Health and Senior Services. "Hazardous Substance Fact Sheet."
vi. MSNBC, "Study Finds Link Between Agent Orange, Cancer," 23 de enero, 2004, The Globe and Mail, "Last Ghost of the Vietnam War," 12 de junio, 2008.
vii. Kenfield, Isabella, "Monsanto's seed of corruption in Brazil." North American Congress on Latin America, 16 de octubre, 2010.
viii. PR Newswire. "Monsanto Company Donates Conventional Maizeand Vegetable Seed to Haitian Farmers to Help Address Food Security Needs," 13 Mayo, 2010.
ix. Monsanto Company, "Monsanto donates maizeand vegetable seed to Haiti." Monsanto Blog,13 mayo, 2010.
x. Shiva, Vandana, "The Suicide Economy Of Corporate Globalisation." ZNet, 19 de febrero, 2004.
xi. Chopra, Anuj, "Debt drives farmers to suicide." The National, 20 de enero, 2009.
xii. Center for Food Safety, "Monsanto vs. US Farmers," Noviembre. 2007.
xiii. Andrew Kimbrell and Joseph Mendelson, "Monsanto vs. US Farmers," Center for Food Safety, 2005.
xiv. Urfie, Fr. Jean-Yves, "A new earthquake hits Haiti: Monsanto's deadly gift of 475 tons of genetically-modified seed to Haitian farmers." Global Research. Canada. 11 de mayo, 2010.
xv. Holt-Gimenez, Eric. "Haiti: roots of liberty, roots of disaster." Huffington Post, 21 de enero 2010.
xvi. Organic Consumers Association. "Canadian Groups Support Haitian Rejection of Monsanto's Seed Donation," 3 de junio, 2010.
xvii. University of Michigan. "SNRE Professor Perfecto co-authors PNAS paper on family farms, biodiversity and food production." Ann Arbor, Michigan, 22 de febrero, 2010.
xviii. Center and Hunt, "Liberty, Equality and Fraternity," 119.
Ryan Stock escribe en Truth-out
Traducción parawww.sinpermiso.info: Pablo Yanes Thomas
sinpermisoelectrónico se ofrece semanalmente de forma gratuita. No recibe ningún tipo de subvención pública ni privada, y su existencia sólo es posible gracias al trabajo voluntario de sus colaboradores y a las donaciones altruistas de sus lectores. Si le ha interesado este artículo, considere la posibilidad de contribuir al desarrollo de este proyecto político-cultural realizando unaDONACIÓN o haciendo una SUSCRIPCIÓN a la REVISTA SEMESTRALimpresa.
sinpermisoelectrónico se ofrece semanalmente de forma gratuita. No recibe ningún tipo de subvención pública ni privada, y su existencia sólo es posible gracias al trabajo voluntario de sus colaboradores y a las donaciones altruistas de sus lectores. Si le ha interesado este artículo, considere la posibilidad de contribuir al desarrollo de este proyecto político-cultural realizando unaDONACIÓN o haciendo una SUSCRIPCIÓN a la REVISTA SEMESTRALimpresa.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Troca-Troca inclui transgênicos

Os agricultores gaúchos poderão adquirir sementes de milho transgênico pelo programa Troca-Troca para cultivar a próxima safra. A determinação foi dada ontem em reunião do Conselho de Administração do Feaper, que reuniu lideranças do setor na Secretaria da Agricultura (Seappa).
O secretário interino da Agricultura, Gilmar Tietböhl, destaca que a medida foi solicitada em 2009, mas o conselho havia decidido não incluir porque considerou a semente muito cara. "Incentivamos o produtor a usar cultivares certificadas e de qualidade, por isso, devemos dar possibilidade de escolha." No entanto, o subsídio oferecido terá o mesmo valor firmado para a semente convencional. Atualmente, a saca de semente do tipo híbrido está em torno de R$ 80,00 e o subsídio proporcionado pelo Estado é de R$ 17,50.
Correio do Povo
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Milho transgênico sem controle no Estado

por PATRICIA MEIRA | pmeira@correiodopovo.com.br
Terceiro maior produtor de milho do país, o Rio Grande do Sul não tem controle sobre o cumprimento das regras de plantio de milho transgênico, determinadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Na safra passada, o governo federal não fiscalizou a execução das normas, estabelecidas para evitar a contaminação de áreas convencionais. A comissão exige distância mínima de 100 metros entre a lavoura de milho geneticamente modificado e a comum, espaçamento que pode cair para 20 metros se houver um refúgio de 10 metros no entorno. De acordo com o responsável técnico pela fiscalização de sementes e transgênicos do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Mapa/RS), Francisco Gama, a inspeção não foi realizada por falta de pessoal e de kits de teste rápido. Para a safra 2009/2010, o Mapa pretende contornar as falhas colocando quatro técnicos a campo no Estado a partir de setembro. Pela escassez de pessoal, serão priorizadas áreas com variedades crioulas e cultivo orgânico. 'Será uma referência, senão seria como procurar agulha no palheiro.' Contudo, o superintendente do Mapa/RS, Francisco Signor, afirma que a fiscalização não é atribuição do ministério. 'O produtor é que tem que tomar conta. Se misturar, será problema', diz.
A preocupação cresce com o início do plantio da segunda safra comercial de milho transgênico, que aponta expansão do uso da tecnologia. Segundo o presidente da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), Narciso Barison Neto, a oferta de sementes transgênicas será suficiente para 35% da área contra 2% em 2008. Por isso, a Abrasem e indústrias, desenvolvem campanha nacional sobre as regras de coexistência das cultivares entre produtores e cooperativas. 'Evitar a contaminação é uma preocupação de todos, esse processo tem de ser levado a sério e eu não sei se estão levando.' Segundo o presidente da Fetag, Elton Weber, os produtores são informados sobre as regras de plantio na hora da compra da semente e os sindicatos rurais repassam dados sobre o regramento sempre que acionados.
Para o agrônomo Ventura Barbeiro, o descontrole da fiscalização derruba a tese que as regras, por si só, garantem a coexistência. Ele acrescenta que as distâncias determinadas pela CTNBio são insuficientes, uma vez que a planta do milho, por sua polinização aberta, pode ser fecundada pelo pólen de outra planta, transgênica ou não. Barbeiro indica o plantio fora de época como única forma 100% segura contra a contaminação. 'A não fiscalização demonstra o descontrole. O governo não sabe o que está acontecendo.'
Realidade no Sul
Paraná
Área: 2,783 milhões de hectares
Previsão de transgenia na
safra 2009/2010: 25%
Rio Grande do Sul
Área: 1,388 milhão de hectares
Previsão de transgenia na
safra 2009/2010: 35%
Fontes: Conab, Apassul e Secretaria
da Agricultura do Paraná
CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 23 DE AGOSTO DE 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Milho transgênico: 86 entidades pedem fim de plantio e comércio

Em carta enviada à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente do Conselho Nacional de Biossegurança, 86 entidades solicitaram suspensão do plantio e da comercialização de milho transgênico porque a coexistência não é possível.
De acordo com o documento assinado pelas entidades, o governo Lula prometeu espaço para todos os tipos de agricultura no país. Eles lembram que o compromisso público foi reiterado em 2006 perante a comunidade internacional na COP 8 em Curitiba e não vem sendo cumprido.
Segundo a carta, entidades já haviam alertado o governo anteriormente sobre o descontrole e as consequências da contaminação de transgênicos. As denúncias, afirma o documento, vêm se confirmando.
A contaminação não pode ser evitada porque, diz a carta, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), “liberou o milho transgênico sem antes definir normas de coexistência, entre outras.”
Com isso, o direito dos agricultores é desafiado e os consumidores também são desrespeitados porque é impossível rastrear a produção e cumprir a lei de rotulagem em vigor.
A carta acusa o Conselho Nacional de Biossegurança de estar inerte. O orgão presidido pela ministra Dilma é responsável por revisões nas decisões da CTNBio.
Os signatários pedem a suspensão do plantio e da comercialização do milho transgênico até que sejam tomadas medidas eficazes para evitar a contaminação das lavouras orgânicas e convencionais e se definam as condições de segregação na cadeia produtiva. Exigem ainda a rastreabilidade e rotulagem dos alimentos conforme decreto 4.680/03 e rigorosa fiscalização dos órgãos competentes.
Agência Pulsar/EcoAgência
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Alemanha veta milho MON810

CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009
Assim como outros cinco países da UE, a Alemanha suspenderá o cultivo do milho geneticamente modificado da Monsanto MON810. A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, explicou que as autoridades seguiram a decisão pela possibilidade de que o cultivo traga riscos para o meio ambiente.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
El tóxico de los campos

El agrotóxico básico de la industria sojera produce malformaciones neuronales, intestinales y cardíacas, aun en dosis muy inferiores a las utilizadas en agricultura. El estudio, realizado en embriones, es el primero en su tipo y refuta la supuesta inocuidad del herbicida.
Por Darío Aranda, para Página/12
Las comunidades indígenas y los movimientos campesinos denuncian desde hace una década los efectos sanitarios de los agrotóxicos sojeros. Pero siempre chocaron con las desmentidas de tres actores de peso, productores (representados en gran parte por la Mesa de Enlace), las grandes empresas del sector y los ámbitos gubernamentales que impulsan el modelo agropecuario. El argumento recurrente es la ausencia de “estudios serios” que demuestren los efectos negativos del herbicida. A trece años de fiebre sojera, por primera vez una investigación científica de laboratorio confirma que el glifosato (químico fundamental de la industria sojera) es altamente tóxico y provoca efectos devastadores en embriones. Así lo determinó el Laboratorio de Embriología Molecular del Conicet-UBA (Facultad de Medicina) que, con dosis hasta 1500 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones sojeras, comprobó trastornos intestinales y cardíacos, malformaciones y alteraciones neuronales. “Concentraciones ínfimas de glifosato, respecto de las usadas en agricultura, son capaces de producir efectos negativos en la morfología del embrión, sugiriendo la posibilidad de que se estén interfiriendo mecanismos normales del desarrollo embrionario”, subraya el trabajo, que también hace hincapié en la urgente necesidad de limitar el uso del agrotóxico e investigar sus consecuencias en el largo plazo. El herbicida más utilizado a base de glifosato se comercializa bajo el nombre de Roundup, de la compañía Monsanto, líder mundial de los agronegocios.
El Laboratorio de Embriología Molecular cuenta con veinte años de trabajo en investigaciones académicas. Funciona en el ámbito de la Facultad de Medicina de la Universidad de Buenos Aires (UBA) y del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet). Es un espacio referente en el estudio científico, conformado por licenciados en bioquímica, genética y biología. Durante los últimos quince meses estudió el efecto del glifosato en embriones anfibios, desde la fecundación hasta que el organismo adquiere las características morfológicas de la especie.
“Se utilizaron embriones anfibios, un modelo tradicional de estudio, ideal para determinar concentraciones que pueden alterar mecanismos fisiológicos que produzcan perjuicio celular y/o trastornos durante el desarrollo. Y debido a la conservación de los mecanismos que regulan el desarrollo embrionario de los vertebrados, los resultados son totalmente comparables con lo que sucedería con el desarrollo del embrión humano”, explica Andrés Carrasco, profesor de embriología, investigador principal del Conicet y director del Laboratorio de Embriología.
El equipo de investigadores dice que las diluciones recomendadas para la fumigación por la industria agroquímica oscilan entre el uno y el dos por ciento de la solución comercial (cada un litro de agua, se recomienda 10/20 mililitros). Pero en el campo es sabido –incluso reconocido por los medios del sector– que las malezas a eliminar se han vuelto resistentes al agrotóxico, por lo cual los productores sojeros utilizan concentraciones mayores. El estudio afirma que en la práctica cotidiana las diluciones varían entre el diez y el treinta por ciento (100/300 mililitros por litro de agua).
Utilizando como parámetros de comparación los rangos teóricos (los recomendados por las compañías) y los reales (los usados por los sojeros), los resultados de laboratorio son igualmente alarmantes. “Los embriones fueron incubados por inmersión en diluciones con un mililitro de herbicida en 5000 de solución de cultivo embrionario, que representan cantidades de glifosato entre 50 y 1540 veces inferiores a las usadas en los campos con soja. Se produjo disminución de tamaño embrionario, serias alteraciones cefálicas con reducción de ojos y oído, alteraciones en la diferenciación neuronal temprana con pérdida de células neuronales primarias”, afirma el trabajo, que se dividió en dos tipos de experimentación: inmersión en solución salina y por inyección de glifosato en células embrionarias. En ambos casos, y en concentraciones variables, los resultados fueron rotundos.
“Disminución del largo del embrión, alteraciones que sugieren defectos en la formación del eje embrionario. Alteración del tamaño de la cabeza con compromiso en la formación del cerebro y reducción de ojos y de la zona del sistema auditivo, que podrían indicar causas de malformaciones y deficiencias en la etapa adulta”, alerta la investigación, que también avanza sobre efectos neurológicos graves: “(Se comprobaron) Alteraciones en los mecanismos de formación de neuronas tempranas, por una disminución de neuronas primarias comprometiendo el correcto desarrollo del cerebro, compatibles con alteraciones con el cierre normal del tubo neural u otras deficiencias del sistema nervioso”.
Cuando los embriones fueron inyectados con dosis de glifosato muy diluido (hasta 300.000 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones), los resultados fueron igualmente devastadores. “Malformaciones intestinales y malformaciones cardíacas. Alteraciones en la formación y/o especificación de la cresta neural. Alteraciones en la formación de los cartílagos y huesos de cráneo y cara, compatible con un incremento de la muerte celular programada.” Estos resultados implican, traducido, que el glifosato afecta un conjunto de células que tienen como función la formación de los cartílagos y luego huesos de la cara.
“Cualquier alteración de forma por fallas de división celular o de muerte celular programada conduce a malformaciones faciales serias. En el caso de los embriones, comprobamos la existencia de menor cantidad de células en los cartílagos faciales embrionarios”, detalla Carrasco, que también destaca la existencia de “malformaciones intestinales, principalmente en el aparato digestivo, que muestra alteraciones en su rotación y tamaño”.
La soja sembrada en el país ocupa 17 millones de hectáreas de diez provincias y es comercializada por la empresa Monsanto, que vende las semillas y el agrotóxico Roundup (a base de glifosato), que tiene la propiedad de permanecer extensos períodos en el ambiente y viajar largas distancias arrastrados por el viento y el agua. Se aplica en forma líquida sobre la planta, que absorbe el veneno y muere en pocos días. Lo único que crece en la tierra rociada es soja transgénica, modificada en laboratorio. La publicidad de la empresa clasifica al glifosato como inofensivo para al hombre.
Como todo herbicida, está conformado a partir de un ingrediente “activo” (en este caso el glifosato) y otras sustancias (llamadas coadyuvantes o surfactantes, que por secreto comercial no se especifican en detalle), cuya función es mejorar su manejo y aumentar el poder destructivo del ingrediente activo. “El POEA (sustancia derivada de ácidos sintetizados de grasas animales) es uno de los aditivos más comunes y más tóxicos, se degrada lentamente y se acumula en las células”, acusa la investigación, que describe el POEA como un detergente que facilita la penetración del glifosato en las células vegetales y mejora su eficacia. Investigadores de diversos países han centrado sus estudios en los coadyuvantes (ver aparte) y confirmado sus consecuencias.
En el estudio experimental del Conicet-UBA (según sus autores, el primero en investigar los efectos del herbicida y el glifosato puro en el desarrollo embrionario de vertebrados), se focaliza en el elemento menos estudiado y denunciado del Roundup. “El glifosato puro introducido por inyección en embriones a dosis equivalentes de las usadas en el campo entre 10.000 y 300.000 veces menores, tiene una actividad específica para dañar las células. Es el responsable de anomalías durante el desarrollo del embrión y permite sostener que no sólo los aditivos son tóxicos y, por otro lado, permite afirmar que el glifosato es causante de malformaciones por interferir en mecanismos normales de desarrollo embrionario, interfiriendo los procesos biológicos normales.”
Carrasco rescata las decenas de denuncias –y cuadros clínicos agudos– de campesinos, indígenas y barrios fumigados. “Las anomalías mostradas por nuestra investigación sugieren la necesidad de asumir una relación causal directa con la enorme variedad de observaciones clínicas conocidas, tanto oncológicas como de malformaciones reportadas en la casuística popular o médica”, advierte el profesor de embriología.
La investigación recuerda que el uso de agrotóxicos sojeros obedeció a una decisión política que no fue basada en un estudio científico-sanitario (“es inevitable admitir la imperiosa necesidad de haber estudiado éstos, u otros, efectos antes de permitir su uso”), denuncia el papel complaciente del mundo científico (“la ciencia está urgida por los grandes intereses económicos, y no por la verdad y el bienestar de los pueblos”) y hace un llamado urgente a realizar “estudios responsables que provengan mayores daños colaterales del glifosato”.
quarta-feira, 18 de março de 2009
TRANSGÊNICOS NO RIO GRANDE DO SUL

CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2009
Área de milho transgênico em alta
A área plantada com milho transgênico deve aumentar 20% na safra 2009/2010. A previsão é do vice-presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto e foi feita ontem no 1º Fórum Nacional do Milho. O presidente da Abramilho, Odacir Klein, ressaltou que este é o primeiro ano de plantio legal e é preciso que os produtores atentem para o refúgio.
Embora a maioria dos produtores concorde que a transgenia agregue valor à agricultura, há preocupação com a segregação. Segundo o professor da Unicamp José Maria da Silveira, como alguns mercados exigem que o produto seja não-transgênico, a separação é feita para clientes específicos. 'Isso acaba elevando os custos de produção entre 8% e até 25% em alguns casos', destacou. Ele explica que a proposta é usar a sistemática do 'pode conter'.
A questão da coexistência foi abordada pelo pesquisador da Embrapa Antônio Purcino, que afirmou não existir dificuldade de convivência entre as lavouras. 'É uma questão de ter a informação, gerenciamento e responsabilidade.'
CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2009
Arrozeiros são contra transgênico
Os arrozeiros gaúchos prometem se posicionar contrariamente à liberação do arroz transgênico em audiência pública que será realizada hoje, em Brasília. O encontro faz parte dos trâmites da CTNBio para liberação de variedades geneticamente modificadas.
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, destacou que a entidade é a favor das pesquisas e dos avanços em tecnologia. No entanto, ele teme que o Rio Grande do Sul não consiga exportar o grão, já que grande parte dos importadores exige o certificado de não-transgenia. Pelo menos 20% da safra gaúcha é vendida para países europeus, que têm resistência aos organismos geneticamente modificados (OGMs).
O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz e da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, ainda comentou que a intenção é definir hoje, em audiência no Minstério da Fazenda, o valor dos contratos de opção. O governo federal anunciou, na Abertura Oficial da Colheita do Arroz, leilões para 1,3 milhão de toneladas.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Monsanto: verdades e mentiras sobre os transgênicos

Dois especialistas, Gabriel Fernandes e Antonio Andrioli, rebatem declarações do presidente da Monsanto, Jerry Steiner, ao jornal espanhol El País.
Por Desirèe Luís e Juliano Domingues - Radioagência NP (São Paulo)
EcoAgência
O uso de transgênicos pode ser a solução para acabar com a fome no Mundo. A idéia foi defendida pelo vice-presidente da Monsanto, Jerry Steiner, em entrevista recentemente cedida ao jornal espanhol El País. O empresário defende a imagem da empresa, afirmando que a Monsanto é uma entidade preocupada com o meio-ambiente, e ressalta que os agricultores de todo mundo utilizam as sementes transgênicas por opção e não porque são forçados a isso.
A Radioagência NP entrevistou dois especialistas no assunto, utilizando como base para as perguntas, as repostas dadas por Jerry Steiner. O assessor técnico da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (Aspta), Gabriel Fernandes, e o professor do instituto de sociologia da Universidade Johannes-Kepler de Linz (Áustria), Antonio Andrioli, tiveram a missão de rebater os argumentos dados pelo empresário.
RNP – Andrioli. O vice-presidente, Jerry Steiner, introduz a conversa falando dos transgênicos como solução para o combate a fome no mundo. O que você tem a dizer sobre isso?
Antonio Andrioli – Bom, esse argumento não é nada novo. Em primeiro lugar é preciso dizer que nunca esteve nos objetivos dessas empresas, como a Monsanto, o combate à fome. Nós temos, no debate sobre a fome, uma clara evidência de que não se trata de um problema técnico e sim distributivo. Ou seja, nós temos uma produção de alimentos no mundo superior às pessoas que comem, mesmo assim nós temos em torno de 900 milhões de pessoas passando fome porque o acesso a esses alimentos é dificultado pela lógica do mercado. Esse acesso tem sido dificultado inclusive pela introdução dos transgênicos, visto que com eles, a uma necessidade dos agricultores aumentarem sua área de cultivo para compensar os altos custos e a baixa produtividade destes cultivos. Então nesse sentido nós temos uma eliminação dos pequenos agricultores, responsáveis por 70% da produção mundial de alimentos [para consumo humano]. Então não é um problema de baixa produtividade, e mesmo que fosse esse o problema, todos os transgênicos que existem hoje no mundo não são mais produtivos que os cultivos convencionais.
RNP – Gabriel. Apesar de a semente transgênica ser mais cara para o agricultor, Steiner diz que compensa, já que, depois, o rendimento dessas sementes seria melhor. Você concorda?
Gabriel Fernandes - Não. Isso na verdade faz parte da propaganda das empresas. Nós que acompanhamos essa discussão há algum tempo, vemos que as principais promessas que a indústria da transgenia faz até hoje não foram verificadas a campo. Elas dizem que vão reduzir o uso de agrotóxicos e, na verdade, o que os dados comprovam é que aumenta o uso de veneno. Elas falam que a produção vai aumentar e os vários estudos, pesquisas, inclusive as evidências de campo, mostram que os transgênicos não produzem mais. Então, o que esse modelo de agricultura vai fazer na verdade é deixar os agricultores cada vez mais dependentes dessas poucas empresas, a Monsanto e mais umas três ou quatro. É um modelo que não vai resolver o problema da fome, pelo contrário, ele vai criar mais problema no campo por cada vez mais reduzir a autonomia dos agricultores. Se os agricultores dependem das sementes que essas empresas fornecem, eles acabam dependendo também do pacote tecnológico inteiro, ou seja, de todos os insumos, os agrotóxicos e os adubos, porque as sementes transgênicas são modificadas em laboratório exatamente para amarrar cada vez mais essa dependência entre as sementes e os insumos.
RNP – Andrioli. Jerry Steiner afirma que a Monsanto sempre trabalha de modo que os agricultores tenham a opção de escolha e utilizam a semente transgênica porque querem. O que você tem a dizer sobre isso?
Andrioli – Não é possível a coexistência de cultivos trangênicos com não-transgênicos. Isso é mais complicado ainda em plantas de polinização aberta, como é o caso do milho, e menos complicado no caso da soja. Mas nós tivemos, mesmo com a soja, a contaminação. Nós sabemos que ela existe, desde o transporte até o uso da mesma semeadeira, e também em função da estrutura agrária para os pequenos agricultores que têm uma área muito próxima um do outro [a plantação transgênica acaba contaminando a vizinha]. E o que nós vemos no mundo inteiro é que há um aumento dos cultivos transgênicos, em primeiro lugar por esse fator da contaminação. Nós temos o México onde isso é muito claro. Nós temos uma proibição do milho transgênico no país onde surgiu o milho. Então no mundo inteiro nos vemos que não é possível a coexistência e, sendo assim, os agricultores que cultivam de forma orgânica têm sido obrigados a migrar para o transgênico em função da contaminação que ocorreu.
RNP – Steiner também afirma que os transgênicos reduzem a necessidade de utilização de agrotóxicos.
Andrioli – Nós sabemos que nos primeiros anos de cultivo das plantas resistentes a herbicida, nós utilizamos apenas um princípio ativo, que no caso é o glifosato, cuja marca comercial se chama Roundup. É claro então que nos primeiros anos, nós utilizamos menos, mesmo porque trata-se de um produto que agora está sendo usado em substituição a outros produtos que já haviam gerado uma resistência em determinados índices. Só que o mesmo fenômeno que já tinha acontecido com as outras plantas invasoras, agora acontece com o glifosato e numa proporção muito maior e numa velocidade muito mais rápida, porque estamos utilizando apenas um princípio ativo. E nós sabemos, do ponto de vista da biologia, que se utilizarmos apenas um princípio ativo e nas doses em que se está utilizando, vai se gerar uma resistência, e isso fez com que no segundo e terceiro anos, os agricultores tiveram que utilizar maiores doses do herbicida e hoje nós temos no Rio Grande do Sul, por exemplo, segundo o Ibama, 85% a mais de aplicação de herbicidas do que anteriormente.
RNP – Nós sabemos que a ocupação de um território com o cultivo de apenas uma espécie de semente acaba com a diversidade e provoca o surgimento de novas pragas. Cite um exemplo de onde isso ocorreu.
Andrioli – Vou dar um exemplo claro de como se produz uma praga. Existe no Brasil um inseto chamado Lágria Villosa, popularmente conhecido como idi-amim. Esse inseto comia várias plantas, por exemplo, uma chamada caruru que os agricultores sabiam muito bem que não deveriam carpinar ela fora, ou na aplicação de herbicida, se deveria evitar que essa planta fosse destruída porque o idi-amim comia essa planta. Agora com o glifosato, nós estamos eliminando a maioria das plantas e deixando somente a soja. É claro que esse inseto vai começar a atacar a soja. É o que está acontecendo em função da uniformização, ao achar que numa plantação se deve ter apenas soja, nós estamos produzindo novas pragas.
RNP – Gabriel. O que é a semente terminator? Qual seria a vantagem de plantá-la?
Gabriel F.– Vantagem não tem nenhuma, pelo contrário. Apenas tem riscos e danos. Terminator é um tipo de semente transgênica que além de ter a característica da transgenia, como a resistência a herbicida ou resistência a algum inseto, ela também foi geneticamente modificada para não germinar. Então, esse seria o controle absoluto das empresas sobre as sementes. O agricultor compra a semente transgênica uma vez, planta e se ele colher para plantar de novo, essas mesmas sementes não vão germinar. Seria uma forma biológica de impedir o agricultor de fazer aquilo que os agricultores sempre fizeram que é plantar, colher, selecionar as melhores sementes e plantar no ano seguinte. Então, isso mostra qual é o grande objetivo das empresas, que é de conquistar essa dependência dos agricultores, fazer com que eles fiquem cada vez mais dependentes das sementes das empresas. Essas sementes terminators não estão liberadas em nenhum país do mundo. Elas não podem ser plantadas e a legislação no Brasil proíbe. Elas não foram testadas a campo. É um projeto que as empresas têm e segue engavetado, mas acreditamos que quando elas sentirem que o ambiente está favorável, vão tentar pedir a aprovação dessas sementes. Por enquanto isso não pode ser comercializado.
RNP – O representante da Monsanto fala também que os países subdesenvolvidos são cada vez mais usados para testar a plantação de cultivos transgênicos. Isso é verdade?
Gabriel F.– Tem alguns países que sim, por exemplo, na África. A África do Sul, por mais que não seja o país mais pobre do continente, serve como uma vitrine da transgenia para o resto do continente. As empresas têm na África do Sul uma série de plantios experimentais, parcerias com empresas e universidades, para mostrar ali, do ponto de vista deles, que a tecnologia é viável e usar isso como se fosse uma porta de entrada para o restante do continente. Na América Central, também tem alguns países que pelas características ambientais, de clima e tudo, recebem uma quantidade muito grande de experimentos. As empresas conseguem cultivar os transgênicos o ano inteiro, fazendo as experiências e depois exportam isso para outros países.
Fonte: Radioagência NP/EcoAgência
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Para que no se extienda la mancha venenosa

Por Martín Piqué y Darío Aranda, para Página/12
La reaparición de la Presidenta en la sala de Convenciones de Olivos tenía un tema de fondo: el anuncio de medidas para el sector rural afectado por la crisis económica y la sequía. Pero el discurso de la mandataria incluyó una sorpresa para un auditorio que no se caracterizaba por el espíritu crítico hacia el modelo de la soja transgénica. Ante los gobernadores Juan Schiaretti (Córdoba), Hermes Binner (Santa Fe), Daniel Scioli (Buenos Aires) y Gerardo Zamora (Santiago del Estero), la Presidenta informó que había instruido a la ministra de Salud, Graciela Ocaña, para que realice una investigación oficial sobre el impacto para la salud de los agroquímicos utilizados en la fumigación de campos. Se trata, particularmente, del glifosato producido por la empresa Monsanto y del endosulfán, que en el país es comercializado por la multinacional Dupont. “Son hechos muy importantes, hacen a la salud de todos los argentinos y ahí uno no puede entrar en cuestión de competencias y jurisdicciones”, aseguró CFK.
El párrafo que la Presidenta les dedicó a los agrotóxicos pareció contener un mensaje sutil a los gobernadores de provincias sojeras. “Si bien esto es competencia exclusiva de municipios y provincias, le he pedido a la ministra de Salud de la Nación que realice una investigación”, afirmó. Según pudo averiguar Página/12, la Presidenta avisó a Ocaña que iba a hacer una mención a la contaminación con agroquímicos el martes a la tarde. También le anticipó que iba a ordenarle públicamente que iniciara una investigación sobre las consecuencias para la salud del uso del glifosato. Tras escuchar a CFK, Ocaña solicitó a funcionarios de su cartera que se contactaran con especialistas de la Organización Panamericana de la Salud y de la Universidad de Córdoba. “Estamos trabajando desde el martes con este tema. Recién estamos empezando. Vamos a convocar a las universidades nacionales”, informaron a este diario desde el entorno de Ocaña.
Este lunes, Página/12 publicó en su tapa una investigación sobre todos los casos de contaminación con agrotóxicos que fueron denunciados en la Argentina. Según las denuncias de médicos, ONG y movimientos de campesinos, el glifosato comercializado por Monsanto (se lo vende con el nombre de Roundup) está produciendo malformaciones en los embarazos, problemas de fertilidad, enfermedades respiratorias, cáncer, problemas en la piel, vista y oído en localidades de Entre Ríos, Santiago del Estero, Córdoba, Chaco, Santa Fe y Formosa. En esas denuncias coincidieron el jefe de Biología Molecular del Instituto de Medicina Regional de Resistencia, Horacio Lucero, que depende de la Universidad del Nordeste, y un grupo de epidemiólogos y endocrinólogos del Hospital Italiano de Rosario.
Los efectos de los agrotóxicos también fueron denunciados por la Organización Panamericana de la Salud (OPS). Esa organización confirmó las denuncias de vecinos a partir de un caso particular: el del barrio Ituzaingó Anexo, ubicado a treinta minutos del centro de la capital de Córdoba, donde viven unas cinco mil personas. El barrio está literalmente rodeado por campos de soja. Los sembradíos se extienden hacia el sur, norte y este del ejido urbano. Apenas una calle los separa de las edificaciones. En Ituzaingó Anexo ya hay comprobados doscientos enfermos de cáncer. Es común observar por sus calles mujeres con pañuelos en la cabeza, por la quimioterapia, y niños con barbijo, afectados por leucemia. Enterado del caso, el fiscal de instrucción del Distrito III de Córdoba, Carlos Matheu, ordenó una medida cautelar que impide que se fumigue a menos de 500 metros de las zonas urbanas. También estableció una distancia mínima de 1500 metros para las fumigaciones aéreas.
El fiscal también ordenó estudios bioquímicos en los patios de las casas del barrio. Los resultados mostraron presencia de endosulfán y glifosato. El funcionario del ministerio público siguió con allanamientos a galpones de chacareros y procesamientos a varios productores sojeros, al propietario del avión fumigador y al piloto que lo solía volar sobre las viviendas de Ituzaingó Anexo. Los acusó de haber violado la Ley Provincial de Agroquímicos y de incurrir en la figura penal de “contaminación dolosa del medio ambiente de manera peligrosa para la salud”. El fallo sienta un precedente en todo el país, más allá de que la contaminación en muchos casos está reglamentada por leyes provinciales.
El tema tampoco es nuevo para el Ministerio de Salud. En 2002, esa cartera publicó un estudio realizado en la localidad santafesina de Bigand con el objetivo de “determinar factores de vulnerabilidad en poblaciones expuestas a los plaguicidas”. La investigación se hizo en conjunto con la cátedra de Toxicología y Química de la UBA. Las conclusiones fueron contundentes: “Más de la mitad de los encuestados y el ciento por ciento de los fumigadores refieren que ellos o conocidos estuvieron intoxicados alguna vez. En su inmensa mayoría, no tienen contrato de trabajo, ni cobertura médica, y cobran a destajo”. El trabajo confirma efectos agudos como alergias, dolor de cabeza, mareos e irritación respiratoria. “Son mencionados más de 40 pesticidas, predominando el uso de glifosato”, detallaba. A pesar de que la investigación se publicó hace seis años, el Ministerio de Salud no siguió con esos estudios ni volvió a ocuparse del asunto en los años siguientes.
Hasta que la Presidenta, sorpresivamente, lo mencionó en su discurso.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
SARKOZY E O MILHO TRANSGÊNICO
DW:
Um ano após assumir a presidência da França, Nicolas Sarkozy não tem muito o que comemorar. Suas bases se mostram enfraquecidas e os próprios correligionários do UMP não parecem satisfeitos com os rumos de sua política.
Esta não foi definitivamente a semana de Nicolas Sarkozy. Embora o presidente francês veja a si próprio como um vencedor absoluto, que conduz reformas estrondosas em seu país e, ainda de tabela, trata de implementar mudanças na União Européia, surge em seu próprio partido, o UMP (União por um Movimento Popular), uma resistência nada discreta a sua pessoa.
A primeira derrota de Sarkozy se deu na última terça-feira (13/05): a proposta do Partido Comunista de derrubar a chamada "lei do milho transgênico" foi supreendentemente acolhida pela Assembléia Nacional com uma maioria apertada. Isso num Parlamento no qual o Partido Conservador, de Sarkozy, dispõe de quase dois terços das cadeiras.
A segunda ducha de água fria para o presidente viria na quarta-feira (14/05): a Comissão Extraordinária, dominada pelo UMP, rejeitou a proposta de uma reforma constitucional. Nos dois casos, no entanto, as propostas ainda podem, com o auxílio de regras consideravelmente complicadas, ser aprovadas pelo Parlamento.
"Homem em dificuldades"
Dos quatro votos contra a reforma dentro da Comissão, três vieram de membros do partido de Sarkozy. "Os parlamentares não acreditam mais no funcionamento de suas reformas. Sua personalidade e seus métodos os deixam apreensivos", afirmou recentemente um deputado do UMP.
Segundo Wolfgang Neumann, do Instituto Franco-Alemão de Ludwigsburg, Sarkozy desprezou a Assembléia Nacional, ao considerar a mesma um mero órgão de despachos. Isso teria desencadeado a reação dos parlamentares, responsáveis pelos fracassos na aprovação de propostas do governo. Em meados de março último, o UMP já teve que amargar boas perdas nas eleições municipais.
Sarkozy é "um homem em dificuldades", explica Philippe Moreau Defarges, do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), sediado em Paris. "Ele tem, acima de tudo, um problema de comunicação", afirma o analista. Há meses que o clima se tornou péssimo nos bastidores do UMP: ministros e vice-ministros se opõem uns aos outros e as críticas ao estilo autoritário de Sarkozy ecoam cada vez mais alto.
Até a relação do presidente com o premiê François Fillon parece ter sofrido. Em parte porque o primeiro-ministro foi obrigado a assumir publicamente determinados erros, que, na verdade, teriam que ter sido atribuídos ao presidente. Por essas e por outras, a imagem de Sarkozy, segundo uma enquete feita no país, está arranhadíssima. Mais de 65% dos franceses não vêem sua presidência com bons olhos.
Promessas não cumpridas
Antes de assumir o cargo, Sarkozy havia prometido "não decepcionar" os franceses. Passado um ano, o poder aquisitivo da população diminuiu e a economia está crescendo muito mais lentamente que em outros países da UE.
O presidente não é, sozinho, o responsável pela miséria política, diz Moreau Defarges, uma vez que as dívidas públicas são uma herança do governo Chirac, a serem pagas sob um controle acirrado da UE, que ameaça com uma advertência ao país.
"Mas Sarkozy também está pagando pelos próprios erros", diz o especialista, que vê como fracassadas as tentantivas de polir a imagem do presidente, ao apresentá-lo na mídia como um homem próximo ao povo e um estadista. Acima de tudo, o propósito de expor sua vida privada prejudicou enormemente sua popularidade, acredita Moreau Defarges.
Mudanças mais que necessárias
Aos poucos, o presidente parece perceber que não se encontra no caminho certo. Em meados de abril último, ele já havia tentado, ao discursar frente às câmeras de TV, reaver a confiança da população. "Errei", assumiu o presidente publicamente.
Há poucos dias, uma equipe de consultores do governo reuniu-se com representantes do Parlamento, a fim de tentar sanar a série de desavenças e arestas surgidas nos últimos tempos. Desde então, diminuíram tanto seus escorregões verbais, quanto as aparições públicas ao lado da nova mulher, Carla Bruni, ou de posse de mais um novo relógio caríssimo no braço, à mostra.
Em termos de conteúdo, Sarkozy deveria continuar a dar curso às reformas anunciadas, defende Moreau Defarges. "Ele não tem escolha", diz o especialista. De inerte, porém, o presidente francês não pode ser acusado. Desde que assumiu o cargo, há um ano, reduziu os impostos a fim de aquecer a conjuntura, cortou os subsídios à família e impôs a extinção da aposentadoria precoce para funcionários públicos.
Neste pouco tempo de governo, o "onipresidente" Sarkozy levou à frente nada menos que 55 projetos de reformas. Projetos demais, apontam as vozes críticas. "Ele não tem uma linha definida e deveria se concentrar em áreas primordiais", diz Neumann.
Revolta de palácio ou revolução de verdade?
Entre os setores mais importantes que carecem de uma reforma está a previdência e o sistema de saúde, além da necessidade de redução de pessoal no serviço público, contra a qual houve na última quinta-feira manifestações no país.
Se Sarkozy, apesar de todas as resistências, conseguir levar adiante sua política de reformas, procurando o diálogo, é possível que ainda possa reaver a confiança da população, acreditam os analistas políticos. "Para ter sucesso, ele precisa mudar o conteúdo de suas propostas e seu estilo pessoal – a fim de evitar que de uma revolta de palácio dentro do próprio partido acabe surgindo uma revolução de verdade."
Torsten Schäfer (sv)
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Milho transgênico só interessa às multis
DIÁRIO GAUCHE:
Um dos principais dirigentes e pensadores do MST, João Pedro Stédile, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 21, ao abordar a questão dos transgênicos. "Já avisei ao Lula. Lula, cuidado com o milho transgênico. Só interessa à Monsanto e à Bayer. Lula, você vai entrar para a história como puxa-saco das multinacionais se aprovar os transgênicos", avisou. Stédile não poupou críticas ao presidente Lula, que o MST ajudou a eleger. Disse que a situação piorou no seu governo e que não houve avanços na reforma agrária nos últimos anos. As informações são das agências Estado e Reuters.
No último dia 12, o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) aprovou o plantio e a comercialização de duas variedades de milho transgênico no Brasil. As variedades aprovadas foram da Bayer CropScience e da Monsanto. O milho transgênico é o terceiro produto agrícola alterado geneticamente a receber autorização de plantio no Brasil, depois da soja e do algodão, ambos com patente da Monsanto.
Movimentos, como o MST e a Via Campesina, representados por Stédile, criticam a posição do governo sob o argumento de que não há estudos completos que garantam que as variedades de milho são seguras à saúde e ao meio ambiente.
"Faço parte da geração que se iludiu com o 'Lula lá'", disse Stédile. Ele disse ainda que "nos últimos seis anos, aumentou a concentração da propriedade da terra". E completou: "Está havendo no Brasil uma contra reforma agrária. Com um agravante, parte das grandes propriedades que estão se acumulando são do capital estrangeiro".
Ele afirmou ainda discordar dos que dizem que Lula "abriu as torneiras" para o movimento. Segundo ele, o dinheiro que os assentamentos recebem é usado na alfabetização de adultos no meio rural."Esse papel não é do MST. É do Estado. Mas como o Estado está debilitado e não chega às zonas mais pobres, faz convênio com o MST. Aí chega um deputado e diz que o MST recebe R$ 20 milhões, mas não diz que o movimento recebe para alfabetizar jovens e adultos", justifica. Ele negou que essa formação tenha viés ideológico.
Um dos principais dirigentes e pensadores do MST, João Pedro Stédile, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 21, ao abordar a questão dos transgênicos. "Já avisei ao Lula. Lula, cuidado com o milho transgênico. Só interessa à Monsanto e à Bayer. Lula, você vai entrar para a história como puxa-saco das multinacionais se aprovar os transgênicos", avisou. Stédile não poupou críticas ao presidente Lula, que o MST ajudou a eleger. Disse que a situação piorou no seu governo e que não houve avanços na reforma agrária nos últimos anos. As informações são das agências Estado e Reuters.
No último dia 12, o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) aprovou o plantio e a comercialização de duas variedades de milho transgênico no Brasil. As variedades aprovadas foram da Bayer CropScience e da Monsanto. O milho transgênico é o terceiro produto agrícola alterado geneticamente a receber autorização de plantio no Brasil, depois da soja e do algodão, ambos com patente da Monsanto.
Movimentos, como o MST e a Via Campesina, representados por Stédile, criticam a posição do governo sob o argumento de que não há estudos completos que garantam que as variedades de milho são seguras à saúde e ao meio ambiente.
"Faço parte da geração que se iludiu com o 'Lula lá'", disse Stédile. Ele disse ainda que "nos últimos seis anos, aumentou a concentração da propriedade da terra". E completou: "Está havendo no Brasil uma contra reforma agrária. Com um agravante, parte das grandes propriedades que estão se acumulando são do capital estrangeiro".
Ele afirmou ainda discordar dos que dizem que Lula "abriu as torneiras" para o movimento. Segundo ele, o dinheiro que os assentamentos recebem é usado na alfabetização de adultos no meio rural."Esse papel não é do MST. É do Estado. Mas como o Estado está debilitado e não chega às zonas mais pobres, faz convênio com o MST. Aí chega um deputado e diz que o MST recebe R$ 20 milhões, mas não diz que o movimento recebe para alfabetizar jovens e adultos", justifica. Ele negou que essa formação tenha viés ideológico.
Assinar:
Postagens (Atom)