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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

MONSANTO E OS AGROTÓXICOS



A Monsanto sofreu um duro golpe na última sexta-feira: foi condenada nos EUA por não advertir que seu agrotóxico podia ser cancerígeno. Deverá pagar quase US$ 290 milhões a Dewayne Johnson, vítima de um linfoma incurável causado pelo produto. Johnson, de 46 anos, atribui o câncer ao fato de ter aplicado herbicidas baseados em glifosato nos terrenos da escola onde trabalhou entre 2012 e 2014. A Monsanto, que enfrenta milhares de processos semelhantes, afirmou que vai recorrer e que décadas de estudos comprovam que o pesticida é seguro.

Enquanto isso... O Brasil é o campeão mundial de uso de agrotóxicos. Dados preliminares do Censo Agropecuário mostram que a quantidade de propriedades rurais que usam essas substâncias aumentou: comparada com a edição anterior da pesquisa, de 2006, a cifra cresceu em 20,4% no levantamento realizado ao longo de 2017.

Fonte: www.canalmeio.com.br

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POR UM BRASIL ECOLÓGICO, LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS

Fonte da imagem AQUI.

Novo relatório argentino confirma incidência maior de câncer e bebês malformados em regiões de produção de soja transgênica


Por quase 10 anos, os moradores de áreas rurais e periurbanas da Argentina onde a agricultura industrial vem se expandido têm recorrido a autoridades políticas e aos tribunais de justiça, bem como protestado diante do público, por causa dos problemas de saúde que suas comunidades vêm sofrendo em função da pulverização de agrotóxicos usados nas diferentes culturas agrícolas.

Nesses locais, chama a atenção o aumento do número de casos de câncer, de nascimento de bebês com malformações e de problemas reprodutivos e hormonais desde que a pulverização sistemática de agrotóxicos se generalizou. As reclamações das cidades-pulverizadas têm sido confirmadas por equipes médicas que atuam nessas regiões, mas as respostas do sistema público de saúde e o envolvimento das universidades públicas com o problema têm sido escassos e limitados.

Buscando promover um espaço para a análise acadêmica e a reflexão científica sobre o estado da saúde em cidades-pulverizadas, bem como ouvir e apoiar os profissionais de saúde que vêm denunciando estes problemas, a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Córdoba promoveu em agosto deste ano o Primeiro Encontro Nacional de Médicos em Cidades-Pulverizadas. Médicos, outras equipes de saúde e pesquisadores de diferentes disciplinas atuando no país foram chamados a apresentar suas experiências, dados, propostas e trabalhos científicos. O evento reuniu mais de 160 participantes de dez estados e de seis universidades federais.

O relatório do encontro, apresentando os principais resultados dessas pesquisas, acaba de ser publicado.

Os relatórios e testemunhos apresentados pelos médicos presentes confirmam as observações clínicas, atestando uma série de doenças e problemas de saúde em pessoas expostas à pulverização. Embora as manifestações de intoxicação aguda (aquela que se manifesta poucas horas após uma exposição elevada a produtos muito tóxicos) representem a maior parte das queixas dos pacientes, o que mais alarma os médicos na maioria das cidades-pulverizadas são duas constatações: primeiro, o número de abortos espontâneos e de nascimento de bebês malformados é significativamente maior nas cidades-pulverizadas do que na média da população. Segundo, nota-se também um aumento na incidência de câncer em crianças e adultos, além de outras doenças sérias como a Púrpura de Henoch-Schönlein (inflamação dos vasos sanguíneos), doenças hepáticas e neurológicas. Os médicos chamaram a atenção para o fato de que, em geral, vêm trabalhando nas mesmas comunidades por mais de 25 anos, e que as doenças observadas nos últimos anos são incomuns e estritamente relacionadas à aplicação sistemática de agrotóxicos.

Um exemplo contundente são os dados apresentados pela Dra. Ana Lía Otaño, representante do Ministério da Saúde no estado do Chaco. O relatório trazido por ela realça claramente o aumento dos casos de bebês malformados no nível estadual, de acordo com os números da principal unidade de saúde pública do estado, a Unidade Neonatal do Hospital J.C. Perrando, na cidade de Resistencia (capital do estado), que passaram de 46 em 1997 para 186 em 2008 (um aumento de 19,1/10 mil nascidos vivos para 85,3/10 mil nascidos vivos).

Os números do Hospital de Resistencia convergem com os dados apresentados pelo Dr. Horacio Lucero, diretor do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Regional de Medicina da Universidade Nacional do Nordeste, que há mais de dez anos vem estudando e registrando a relação dos problemas de saúde acima descritos com a exposição residencial (por vizinhança) aos agrotóxicos no estado do Chaco. O Dr. Lucero acrescenta que, nos últimos anos, o plantio de soja por grandes conglomerados agrícolas veio substituindo outras atividades agrícolas tradicionais na economia regional. Ele apresenta gráficos cruzando o aumento do plantio de soja no estado com o aumento no número de bebês nascidos com malformações. A relação é ainda mais fortalecida quando é apresentado um mapa mostrando que o número de mortes de bebês causadas por deformações, anomalias cromossômicas e outros defeitos no nascimento é significativamente maior nas áreas de produção de soja e na cidade La Leonesa, que estão sujeitas a altos níveis de pulverização de glifosato e outros agrotóxicos.

Os dados apresentados pela Dra. Otaño também mostram que a incidência de câncer infantil é significativamente maior em cidades expostas aos agrotóxicos (como La Leonesa), quando comparada a cidades moderadamente expostas (como Las Palmas) e a cidades não expostas aos pesticidas (como Puerto Bermejo). 

A incidência de câncer infantil em La Leonesa é mais de três vezes superior que a de Puerto Bermejo.

Os médicos chamam a atenção para o fato de que o aumento do câncer e malformações congênitas nas áreas mencionadas acompanhou o aumento exponencial do uso de agrotóxicos desde a introdução das lavouras transgênicas.

Segundo o relatório, em 1990 foram usados 35 milhões de litros de agrotóxicos. Em 1996, a introdução das sementes transgênicas acelerou o uso de venenos, levando a um consumo de 98 milhões de litros. Em 2000 foram aplicados 145 milhões de litros. Em 2010 esse número já era de 292 milhões de litros, e espera-se para 2011 um consumo de mais de 300 milhões de litros de herbicidas, inseticidas, acaricidas, desfoliantes e outras substâncias tóxicas. O glifosato sozinho deverá representar 200 milhões de litros nesse conjunto.

O relatório também menciona que o aumento do uso de glifosato verificado a cada ano deve estar relacionado ao desenvolvimento de resistência ao veneno pelas plantas invasoras. Os números indicam que em 1996 eram aplicados menos de 2 litros de glifosato por hectare, enquanto hoje algumas áreas recebem 10 litros por hectare. Em alguns casos chegam a ser aplicados quase 20 litros por hectare. E esses agrotóxicos são aplicados extensivamente, sobre grandes áreas.

Segundo geógrafos da Universidade Nacional de Córdoba, pelo menos 12 milhões de pessoas vivem em cidades rodeadas por lavouras pulverizadas por venenos. Para os médicos, são 12 milhões de argentinos que estão sendo diretamente fumigados.

Entre as propostas apresentadas pelos médicos participantes do Encontro ao final do documento estão a proibição da pulverização aérea de agrotóxicos, cuja deriva espalha incontroladamente substâncias tóxicas pelo ar, e que as universidades públicas passem a desenvolver e promover opções agroecológicas de produção.

Leia na íntegra, em inglês, o Relatório do 1º. Encontro Nacional de Médicos em Cidades Afetadas pela Pulverização Agrícola

AS-PTA

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uso de agrotóxicos e impactos na qualidade da água

Fonte da imagem: AQUI.

Levantamento do uso de agrotóxicos sugere ampliação da análise da água no Rio Grande do Sul


A Secretaria Estadual da Saúde realizou um levantamento do uso de agrotóxicos e o seu impacto na qualidade da água dos mananciais gaúchos. O estudo apontou que muitos tipos de químicos não fazem parte da lista de produtos que têm limites aceitáveis normatizados pelo Ministério da Saúde. Apesar deles serem eliminados no tratamento antes do consumo humano, garantindo a sua potabilidade, o estudo propõe que esses outros pesticidas também passem a ter sua concentração na água verificada nas análises laboratoriais feitas rotineiramente.

O estudo - realizado entre 2009 e 2010 - foi coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e abrangeu as 24 bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Através da aplicação de questionários com agricultores de 72 cidades gaúchas (três por bacia hidrográfica), ele levantou dados sobre o tipo e volume dos agrotóxicos utilizados em 15 diferentes culturas. Também foram analisadas as características físicas-químicas dos agrotóxicos em uso. 

A região Noroeste do Estado foi a que apresentou os maiores volumes de agrotóxicos por área cultivada, chegando a 919 litros por quilômetro quadrado ao ano na Bacia do Alto Jacuí. A região é grande produtora de milho, soja e trigo. A estimativa do uso de agrotóxicos no RS para a safra 2009/2010 teve, de acordo com a análise, média de 320,2 L/Km2/ano. Com base nos cálculos, foram identificado os compostos mais utilizados no Estado, destacando-se o glifosato, amplamente utilizado em diferentes culturas por ser um herbicida sistêmico não seletivo. Entre os dez compostos mais usados, ele é o único que consta na atual norma nacional de controle. 

O estudo identificou os produtos mais usados para depois classificá-los por criticidade e bacia hidrográfica, possibilitando monitorar na água de consumo humano os princípios ativos dos agrotóxicos de acordo com a realidade local. 
No Brasil, a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. O texto deve ter uma atualização publicada ainda este ano, mas mesmo assim continuará sem incluir alguns dos produtos utilizados no RS. 
Munido do levantamento, o governo do Estado estudará junto às concessionárias de distribuição e aos laboratórios que prestam serviço à Secretaria Estadual da Saúde que incluam estes produtos na análise laboratorial. Dessa forma, certifica-se que a água consumida no RS continue livre desses químicos. 

O levantamento foi apresentado durante o 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que ocorreu em Porto Alegre entre o último domingo (25) e esta quinta-feira (29). Na oportunidade, a representante do Ministério da Saúde, Mariely Daniel, apresentou a proposta nacional para a revisão nova portaria de potabilidade da água de consumo humano. Após a mostra do estudo, a presidente do congresso da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), Ellen Pritsch, falou do impacto econômico de ampliar as análises de controle d`água.


Autor: Assessoria de Comunicação Social
Fonte: Secretaria da Saúde - RS

terça-feira, 23 de agosto de 2011

GLIFOSATO: Produtores e meio ambiente estão expostos diretamente, mas indiretamente ele chega aos consumidores

Por AS-PTA - EcoAgência
 
Relatório recente do Greenpeace traz em detalhes evidências que demonstram que os produtos à base de glifosato podem ter efeitos adversos sobre a saúde humana e animal, e que sua reavaliação toxicológica deve ser realizada com urgência. No Brasil, o produto está entre os 14 ingredientes ativos ora revisados pela Anvisa, apesar dos percalços perpetrados por ruralistas e seus apoiadores no Congresso e no governo.

Produtores e meio ambiente estão expostos diretamente ao veneno, mas indiretamente ele chega aos consumidores via alimentos contaminados. O relatório aponta que os limites máximos permitidos de resíduos foram definidos pelo Codex Alimentarius da FAO e OMS, mas questiona o fato de eles terem sido calculados mais com base em certas práticas agrícolas do que em valores que assegurem a saúde humana. É o que se vê aqui. O limite de resíduos permitido na soja foi multiplicado por 50 e o do milho por 10, pelo governo brasileiro, quando essas plantas transgênicas foram liberadas. Sem qualquer justificativa técnica.


Três principais problemas de saúde

O nascimento de bebês defeituosos na província do Chaco, na Argentina, quase quadruplicou entre 2000 e 2009. A região é grande produtora de soja. Efeito semelhante foi observado em paraguaias expostas ao herbicida durante a gestação.

Estudos publicados demonstram vários efeitos endócrinos em animais e células humanas associados ao glifosato, fazendo com que ele seja visto como potencial disruptor endócrino.

Outras pesquisas vinculam a exposição ao glifosato com o surgimento linfoma não-Hodgkin, espécie de câncer no sangue. Ademais, existem evidências de que o produto pode afetar o sistema nervoso e, assim, estar implicado com o mal de Parkinson.

Do ponto de vista ambiental, pesquisadores independentes vêm demonstrando que a dupla soja transgênica mais herbicida Roundup reduz a absorção de micronutrientes, essenciais para o crescimento das plantas, reduz a fixação biológica de nitrogênio do ar, que dispensaria nitrogênio químico, e aumenta a susceptibilidade das plantas a doenças.

O desenvolvimento acelerado de mato resistente ao glifosato é um dos efeitos mais documentados nesses 15 anos de cultivos transgênicos e um dos fatores que mais atormentam os agricultores, que, segundo as empresas, seriam os maiores beneficiados pela tecnologia. São mais de 20 espécies de plantas, distribuídas em mais de 100 biotipos, que não são mais controladas pelo agrotóxico, principalmente na América.

Além dos efeitos decorrentes de sua introdução no meio ambiente e uso em escala, o estudo ainda lembra um problema inerente aos organismos transgênicos, que é a imprecisão do método de transferência de genes e a possibilidade de que se produzam efeitos indesejados ou não-intencionais. Esses são descartados pelos órgãos reguladores pois seriam muito custosos ou difíceis de testar ou prever... Aí prevalecem os interesses de mercado.

Por fim,o Greenpeace chama atenção para o fato de que os transgênicos estão intrinsecamente ligados a práticas agrícolas insustentáveis que prejudicam os recursos naturais, sobre os quais se assenta a própria produção agrícola. Por esse motivos, e pelos demais impactos descritos no estudo, a organização defende que o cultivo das plantas transgênicas deveria ser proibido.

Disponível em espanhol na página do Greenpeace ; o original em inglês pode ser obtido em: http://www.greenpeace.org/argentina/es/informes/Herbicide-tolerance-and-GM-crops-/
AS-PTA - EcoAgência

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SOJA SIM OU SOJA NÃO


Carta abierta a Grobocopatel: soja sí o soja no

Por Mempo Giardinelli, para Página/12

Estimado Gustavo,
Ante todo, gracias por enviarme la nota que publicaste en Clarín el 5 de agosto; no la había leído porque soy lector habitual de La Nación y Página/12. Otra aclaración: no integro el colectivo Carta Abierta y el título de esta nota responde a un estilo de artículos que escribo desde hace años.

Lo hago ahora porque siento respeto por tu inteligencia y guardo hacia vos una simpatía personal basada en el hecho de que hace años cantábamos con la misma, querida maestra, y en el común origen de nuestras familias, pues mi madre era de Carlos Casares, donde yo pasé muchos veranos en mi infancia. Siento, por ello, una cercanía de la que hablamos la última, en el Ministerio de Educación, y que ahora me autoriza, dado tu envío, a discutir algunos conceptos de tu nota.

No soy experto en soja, ni en agro ni en nada. Declaro mi ignorancia de antemano, y acepto que vos sí sos un experto. Pero también un dirigente con fuertes intereses, que te hacen mirar las cosas desde un ángulo que también respeto, pero al que cuestiono por todo lo que, sin ser experto, puedo ver con mis ojos y con el corazón.

Las oportunidades económicas que mencionás en tu artículo podrían ser incluso compartibles, pero si muchos decimos que la soja es mala para la Argentina es porque vemos los daños que ha producido y produce: bosques arrasados; fauna y flora originarias destruidas; quemazones irresponsables de maderas preciosas; plantaciones desarrolladas a fuerza de glifosatos, round-up y otras marcas que parecen de Coca-Cola pero venenosa. Yo recorro el Chaco permanentemente y viajo por los caminos de las provincias del NEA y el NOA: Santiago del Estero, Santa Fe, Corrientes, Formosa, Misiones, Salta, Jujuy, y veo los “daños colaterales”, digamos, que produce la soja: agricultura sin campesinos; cada vez menos vacas en los campos; una industrialización completamente desalmada (eso digo: sin alma) y el incesante, inocultable daño a nuestras aguas.

Esto no es una denuncia más, Gustavo, y no es infundada: la modesta fundación que presido ayuda a algunas escuelitas del Impenetrable y en una de ellas hice tomar muestras del agua de pozo que bebe una treintena de chicos. El análisis, realizado por trabajadores de la empresa provincial del agua, mostró que el arsénico es 70 veces superior a lo humanamente admisible. Siete y cero, Gustavo, 70 veces. Lo traen las napas subterráneas de los campos sojeros de alrededor. Hace veinte años esa agua era pura.

Como no sé quién es el exacto responsable de este horror, entonces digo que es la soja. Porque en los viejos campos de algodón, tabaco, girasol o trigo que había en el Chaco trabajaban familias enteras para cultivar cada hectárea. Pero ahora un solo tractorista puede con 300 o 400 hectáreas de campo sojero y eso se traduce en la desocupación a mansalva y el amontonamiento de nuevos indigentes en las periferias de las ciudades de provincia. A esto lo ve cualquiera en las afueras de Resistencia, Santa Fe, Rosario y muchas ciudades más.

Aun admitiendo por un momento que quizás no sea la soja específicamente la responsable, hay una agricultura industrial –tu artículo elogia su presente y sus posibilidades– que es la que está cometiendo otros crímenes ambientales. Ahí está, como ejemplo, la represa que intereses arroceros –al parecer dirigidos por un tal Sr. Aranda, del Grupo Clarín– están haciendo o queriendo hacer en el Arroyo Ayuí, en Corrientes. Esa represa va a cubrir unas 14.000 hectáreas de bosques naturales, va a tapar uno de los ríos más hermosos del país con un ecosistema hasta ahora virgen, y, lo peor, va a contaminar todo el acuífero de los Esteros del Iberá con pesticidas y químicos para producir arroz, soja o lo que China necesite.

¿Se entiende este punto de vista, Gustavo? Yo entiendo el tuyo y comparto que nuestro país “necesita una estrategia de desarrollo con una visión de largo plazo” dado que estamos frente a una extraordinaria oportunidad. De acuerdo en eso. Pero no a cualquier precio. No si nos va a dejar un país ambientalmente arrasado. Nos vamos a quedar sin pampa, sin sabanas donde pacer el ganado, sin el agua potable que es el tesoro mayor que tiene el subsuelo argentino y que ya, también, destruye una minería descontrolada.

Tu nota subraya “la oportunidad que tenemos”, pero ¿qué desarrollo y qué sustentabilidad tendrán las futuras generaciones de argentinos sobre un territorio desertificado en enormes extensiones, un subsuelo glifosatizado y con las aguas contaminadas con cianuro, arsénico y una larga lista de químicos letales que ya es pública y –sobre todo– notoria?

Tampoco es cierto que “los beneficios están presentes en el conjunto de la sociedad”, porque si así fuera y con las gigantescas facturaciones sojeras no tendríamos las desigualdades que tenemos. Que no son sola culpa del Gobierno, la corrupción o los políticos. Son el resultado de una voracidad rural que a estas alturas está siendo, por lo menos, obscena.

Como bien decís, el desacuerdo no puede reducirse a soja sí o soja no. Eso sería, en efecto, “empequeñecer el horizonte”. Pero entonces gente sensible como vos –y me consta tu sensibilidad y creo que no pertenecés a la clase de neoempresarios argentinos que no ven más allá de su cuenta bancaria y son incapaces de tener más ideas que las que les dictan los economistas que les sacan la plata– gente como vos, digo, debería hacer docencia para que tengamos, si ello es posible, grandes producciones de soja pero no a cualquier precio.

Soja sí, entonces, pero no si se descuidan el medio ambiente y el agua. No sin desarrollar alternativas verdaderas para los miles de campesinos que han sido y están siendo expulsados de sus tierras de modos brutales o sutiles. No si los sojeros siguen eludiendo impuestos y negreando a sus empleados. No si las grandes empresas semilleras o herbicidas siguen comprando medios y periodistas para que mientan a cambio de publicidad.

No todo es soja sí o soja no, de acuerdo. Pero tampoco la declaración de idealismo e inocencia que se lee en tu artículo.

Si querés lo seguimos discutiendo. Vos sos un experto. Yo apenas un intelectual. Capaz que enhebramos buenas ideas para el país que amamos.

Un cordial saludo.

NOTA DO BLOG: Caso o leitor se interesse por pesquisar mais sobre esse assunto, que tem tudo a ver com o Brasil, sugiro visitar AQUI e AQUI.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

El glifosato, con más polémica


Por Darío Aranda, para Página/12

“Evaluación de la información científica vinculada al glifosato en su incidencia sobre la salud y el ambiente” es el título del informe firmado por el Consejo Científico Interdisciplinario del Conicet y la Comisión Nacional de Investigaciones sobre Agroquímicos. Seis capítulos y 130 carillas que recopila estudios y donde es recurrente una conclusión: la necesidad de investigaciones sobre los efectos del glifosato. No se define si es inocuo o perjudicial. Investigadores y científicos que estudian el tema se mostraron sorprendidos por el documento y señalaron críticas. “El objetivo del informe implica una visión reduccionista y fragmentaria que pretende simplificar una situación compleja, excluyendo al sujeto y parcializando la construcción del conocimiento. El informe es una simple enumeración de bibliografía, con muy poco análisis crítico, reflexivo y comparativo de sus resultados”, aseguró la doctora en Ciencias Naturales Norma Sánchez, profesora titular de Ecología de Plagas de la Universidad Nacional de La Plata e investigadora independiente del Conicet.

El glifosato es el agroquímico base de la industria sojera y está cuestionado desde hace una década por sus efectos adversos en la salud y el ambiente. La presidenta Cristina Fernández creó en enero pasado la Comisión Nacional de Investigación para que estudie la problemática.

El informe analiza temas puntuales y contrapone bibliografías. Lo central: relativiza la absorción dérmica del glifosato, la toxicidad aguda y los posibles efectos cancerígenos. Reconoce que los estudios que señalan al glifosato y sus componentes como dañinos para mamíferos son abundantes y confiables, y admite que las únicas dudas provienen de científicos de Monsanto, la principal empresa involucrada. Los datos sobre abortos espontáneos, fertilidad reducida y malformaciones son aceptados, pero advierte que hay insuficiente información.

También aborda la “experimentación en mamíferos no humanos”, pero pide estudios nuevos. Considera que “la toxicidad sobre organismos terrestres es leve o moderada”. Deja claro que existen residuos del agroquímico en suelos y aguas, pero no define si son tóxicos o inocuos. Observa el mayor riesgo ambiental de la soja transgénica por sobre la convencional y, por la resistencia de malezas, se confirma la creciente necesidad de cada vez mayor cantidad de glifosato y agroquímicos cada vez más potentes.

Las críticas al informe apuntan a que utiliza bibliografía sesgada, recorta la problemática y equipara estudios de Monsanto con trabajos de científicos independientes. El principal cuestionamiento apuntó a la ausencia en el informe del principio precautorio, la exigencia legal, ante incertidumbre, de prevenir posibles consecuencias en la salud y el ambiente. “Esto quiere decir que debe suspenderse la aplicación del producto en cuestión hasta tanto se realizan los estudios pertinentes que demuestran su inocuidad. No es ético ni razonable investigar una vez que el daño ya está hecho y es irreversible”, sostuvo el bioquímico y jefe del Laboratorio de Biología Molecular de la Universidad Nacional del Nordeste, Raúl Horacio Lucero.

El informe del Conicet cita reiteradamente un trabajo de Gary Williams, Robert Kroes y de Ian Munro de 2000. Lo referencia en 32 oportunidades y lo utiliza como escudo ante los estudios críticos sobre glifosato. “La recopilación de Williams fue patrocinada por la empresa Monsanto. El mundo académico lo sabe. Aun así, en el informe muchas investigaciones independientes resultaron invalidadas por las observaciones realizadas por Williams para Monsanto”, lamentó Fernando Mañas, becario del Conicet, especializado en daño genético producido por glifosato, citado en el informe y con tres publicaciones internacionales en la temática.

La página 67 del informe reconoce que, “utilizando la misma información que acepta y difunde Monsanto”, la EPA (Agencia de Protección Ambiental de Estados Unidos) clasificó al glifosato como perteneciente al “Grupo E” (sin evidencia de efecto carcinogénico en humanos). El investigador Fernando Mañas explicó que “las investigaciones como la de Williams, a pedido de Monsanto, sirvieron para que la gran mayoría de las agencias regulatorias clasifiquen el herbicida como de baja toxicidad. Así actuó también el Senasa”.

Con trabajos publicados sobre el tema, Sánchez introduce otros dos elementos. “El informe presenta una visión netamente productivista cuando habla del uso del glifosato en el sistema productivo. Subestima aspectos ecológicos, sociales y económicos fundamentales y estrechamente ligados a la sustentabilidad agrícola. No se mencionan libros, informes y artículos publicados que fundamentan estos aspectos”, denuncia. “No sólo no completa el análisis de la profusa bibliografía con referato disponible, sino que menciona literatura gris muy sesgada”, advirtió el profesor titular de Biología Evolutiva en la Universidad Nacional de Córdoba y Premio Nobel Alternativo 2004, Raúl Montenegro.

Página/12 se comunicó con las distintas instituciones que conforman la Comisión Nacional. Desde la Secretaría de Medio Ambiente no hubo respuesta. La Gerencia de Comunicación del INTA explicó que opinará cuando la Comisión Nacional autorice. Desde el INTI aseguraron que “la institución cree haber realizado todos los aportes posibles a la Comisión desde su mirada de tecnología industrial y su participación dejó de ser operativa. No participa más de la Comisión y, por ende, no firmará ningún informe que fije políticas a futuro que no son de su competencia directa”.

“El informe debió ser sometido a referato”, advirtió Montenegro. “Las conclusiones son inconsistentes y confusas”, resumió Sánchez y lamentó que el informe “parece ignorar que la ciencia es una construcción social que debe cuestionar aspectos éticos y contribuir a alterar políticas de acción que no conduzcan al bien común”.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Alemanha veta milho MON810


CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2009

Assim como outros cinco países da UE, a Alemanha suspenderá o cultivo do milho geneticamente modificado da Monsanto MON810. A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, explicou que as autoridades seguiram a decisão pela possibilidade de que o cultivo traga riscos para o meio ambiente.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

El tóxico de los campos


El agrotóxico básico de la industria sojera produce malformaciones neuronales, intestinales y cardíacas, aun en dosis muy inferiores a las utilizadas en agricultura. El estudio, realizado en embriones, es el primero en su tipo y refuta la supuesta inocuidad del herbicida.

Por Darío Aranda, para Página/12

Las comunidades indígenas y los movimientos campesinos denuncian desde hace una década los efectos sanitarios de los agrotóxicos sojeros. Pero siempre chocaron con las desmentidas de tres actores de peso, productores (representados en gran parte por la Mesa de Enlace), las grandes empresas del sector y los ámbitos gubernamentales que impulsan el modelo agropecuario. El argumento recurrente es la ausencia de “estudios serios” que demuestren los efectos negativos del herbicida. A trece años de fiebre sojera, por primera vez una investigación científica de laboratorio confirma que el glifosato (químico fundamental de la industria sojera) es altamente tóxico y provoca efectos devastadores en embriones. Así lo determinó el Laboratorio de Embriología Molecular del Conicet-UBA (Facultad de Medicina) que, con dosis hasta 1500 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones sojeras, comprobó trastornos intestinales y cardíacos, malformaciones y alteraciones neuronales. “Concentraciones ínfimas de glifosato, respecto de las usadas en agricultura, son capaces de producir efectos negativos en la morfología del embrión, sugiriendo la posibilidad de que se estén interfiriendo mecanismos normales del desarrollo embrionario”, subraya el trabajo, que también hace hincapié en la urgente necesidad de limitar el uso del agrotóxico e investigar sus consecuencias en el largo plazo. El herbicida más utilizado a base de glifosato se comercializa bajo el nombre de Roundup, de la compañía Monsanto, líder mundial de los agronegocios.

El Laboratorio de Embriología Molecular cuenta con veinte años de trabajo en investigaciones académicas. Funciona en el ámbito de la Facultad de Medicina de la Universidad de Buenos Aires (UBA) y del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet). Es un espacio referente en el estudio científico, conformado por licenciados en bioquímica, genética y biología. Durante los últimos quince meses estudió el efecto del glifosato en embriones anfibios, desde la fecundación hasta que el organismo adquiere las características morfológicas de la especie.

“Se utilizaron embriones anfibios, un modelo tradicional de estudio, ideal para determinar concentraciones que pueden alterar mecanismos fisiológicos que produzcan perjuicio celular y/o trastornos durante el desarrollo. Y debido a la conservación de los mecanismos que regulan el desarrollo embrionario de los vertebrados, los resultados son totalmente comparables con lo que sucedería con el desarrollo del embrión humano”, explica Andrés Carrasco, profesor de embriología, investigador principal del Conicet y director del Laboratorio de Embriología.

El equipo de investigadores dice que las diluciones recomendadas para la fumigación por la industria agroquímica oscilan entre el uno y el dos por ciento de la solución comercial (cada un litro de agua, se recomienda 10/20 mililitros). Pero en el campo es sabido –incluso reconocido por los medios del sector– que las malezas a eliminar se han vuelto resistentes al agrotóxico, por lo cual los productores sojeros utilizan concentraciones mayores. El estudio afirma que en la práctica cotidiana las diluciones varían entre el diez y el treinta por ciento (100/300 mililitros por litro de agua).

Utilizando como parámetros de comparación los rangos teóricos (los recomendados por las compañías) y los reales (los usados por los sojeros), los resultados de laboratorio son igualmente alarmantes. “Los embriones fueron incubados por inmersión en diluciones con un mililitro de herbicida en 5000 de solución de cultivo embrionario, que representan cantidades de glifosato entre 50 y 1540 veces inferiores a las usadas en los campos con soja. Se produjo disminución de tamaño embrionario, serias alteraciones cefálicas con reducción de ojos y oído, alteraciones en la diferenciación neuronal temprana con pérdida de células neuronales primarias”, afirma el trabajo, que se dividió en dos tipos de experimentación: inmersión en solución salina y por inyección de glifosato en células embrionarias. En ambos casos, y en concentraciones variables, los resultados fueron rotundos.

“Disminución del largo del embrión, alteraciones que sugieren defectos en la formación del eje embrionario. Alteración del tamaño de la cabeza con compromiso en la formación del cerebro y reducción de ojos y de la zona del sistema auditivo, que podrían indicar causas de malformaciones y deficiencias en la etapa adulta”, alerta la investigación, que también avanza sobre efectos neurológicos graves: “(Se comprobaron) Alteraciones en los mecanismos de formación de neuronas tempranas, por una disminución de neuronas primarias comprometiendo el correcto desarrollo del cerebro, compatibles con alteraciones con el cierre normal del tubo neural u otras deficiencias del sistema nervioso”.

Cuando los embriones fueron inyectados con dosis de glifosato muy diluido (hasta 300.000 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones), los resultados fueron igualmente devastadores. “Malformaciones intestinales y malformaciones cardíacas. Alteraciones en la formación y/o especificación de la cresta neural. Alteraciones en la formación de los cartílagos y huesos de cráneo y cara, compatible con un incremento de la muerte celular programada.” Estos resultados implican, traducido, que el glifosato afecta un conjunto de células que tienen como función la formación de los cartílagos y luego huesos de la cara.

“Cualquier alteración de forma por fallas de división celular o de muerte celular programada conduce a malformaciones faciales serias. En el caso de los embriones, comprobamos la existencia de menor cantidad de células en los cartílagos faciales embrionarios”, detalla Carrasco, que también destaca la existencia de “malformaciones intestinales, principalmente en el aparato digestivo, que muestra alteraciones en su rotación y tamaño”.

La soja sembrada en el país ocupa 17 millones de hectáreas de diez provincias y es comercializada por la empresa Monsanto, que vende las semillas y el agrotóxico Roundup (a base de glifosato), que tiene la propiedad de permanecer extensos períodos en el ambiente y viajar largas distancias arrastrados por el viento y el agua. Se aplica en forma líquida sobre la planta, que absorbe el veneno y muere en pocos días. Lo único que crece en la tierra rociada es soja transgénica, modificada en laboratorio. La publicidad de la empresa clasifica al glifosato como inofensivo para al hombre.

Como todo herbicida, está conformado a partir de un ingrediente “activo” (en este caso el glifosato) y otras sustancias (llamadas coadyuvantes o surfactantes, que por secreto comercial no se especifican en detalle), cuya función es mejorar su manejo y aumentar el poder destructivo del ingrediente activo. “El POEA (sustancia derivada de ácidos sintetizados de grasas animales) es uno de los aditivos más comunes y más tóxicos, se degrada lentamente y se acumula en las células”, acusa la investigación, que describe el POEA como un detergente que facilita la penetración del glifosato en las células vegetales y mejora su eficacia. Investigadores de diversos países han centrado sus estudios en los coadyuvantes (ver aparte) y confirmado sus consecuencias.

En el estudio experimental del Conicet-UBA (según sus autores, el primero en investigar los efectos del herbicida y el glifosato puro en el desarrollo embrionario de vertebrados), se focaliza en el elemento menos estudiado y denunciado del Roundup. “El glifosato puro introducido por inyección en embriones a dosis equivalentes de las usadas en el campo entre 10.000 y 300.000 veces menores, tiene una actividad específica para dañar las células. Es el responsable de anomalías durante el desarrollo del embrión y permite sostener que no sólo los aditivos son tóxicos y, por otro lado, permite afirmar que el glifosato es causante de malformaciones por interferir en mecanismos normales de desarrollo embrionario, interfiriendo los procesos biológicos normales.”

Carrasco rescata las decenas de denuncias –y cuadros clínicos agudos– de campesinos, indígenas y barrios fumigados. “Las anomalías mostradas por nuestra investigación sugieren la necesidad de asumir una relación causal directa con la enorme variedad de observaciones clínicas conocidas, tanto oncológicas como de malformaciones reportadas en la casuística popular o médica”, advierte el profesor de embriología.

La investigación recuerda que el uso de agrotóxicos sojeros obedeció a una decisión política que no fue basada en un estudio científico-sanitario (“es inevitable admitir la imperiosa necesidad de haber estudiado éstos, u otros, efectos antes de permitir su uso”), denuncia el papel complaciente del mundo científico (“la ciencia está urgida por los grandes intereses económicos, y no por la verdad y el bienestar de los pueblos”) y hace un llamado urgente a realizar “estudios responsables que provengan mayores daños colaterales del glifosato”.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para que no se extienda la mancha venenosa


Por Martín Piqué y Darío Aranda, para Página/12

La reaparición de la Presidenta en la sala de Convenciones de Olivos tenía un tema de fondo: el anuncio de medidas para el sector rural afectado por la crisis económica y la sequía. Pero el discurso de la mandataria incluyó una sorpresa para un auditorio que no se caracterizaba por el espíritu crítico hacia el modelo de la soja transgénica. Ante los gobernadores Juan Schiaretti (Córdoba), Hermes Binner (Santa Fe), Daniel Scioli (Buenos Aires) y Gerardo Zamora (Santiago del Estero), la Presidenta informó que había instruido a la ministra de Salud, Graciela Ocaña, para que realice una investigación oficial sobre el impacto para la salud de los agroquímicos utilizados en la fumigación de campos. Se trata, particularmente, del glifosato producido por la empresa Monsanto y del endosulfán, que en el país es comercializado por la multinacional Dupont. “Son hechos muy importantes, hacen a la salud de todos los argentinos y ahí uno no puede entrar en cuestión de competencias y jurisdicciones”, aseguró CFK.

El párrafo que la Presidenta les dedicó a los agrotóxicos pareció contener un mensaje sutil a los gobernadores de provincias sojeras. “Si bien esto es competencia exclusiva de municipios y provincias, le he pedido a la ministra de Salud de la Nación que realice una investigación”, afirmó. Según pudo averiguar Página/12, la Presidenta avisó a Ocaña que iba a hacer una mención a la contaminación con agroquímicos el martes a la tarde. También le anticipó que iba a ordenarle públicamente que iniciara una investigación sobre las consecuencias para la salud del uso del glifosato. Tras escuchar a CFK, Ocaña solicitó a funcionarios de su cartera que se contactaran con especialistas de la Organización Panamericana de la Salud y de la Universidad de Córdoba. “Estamos trabajando desde el martes con este tema. Recién estamos empezando. Vamos a convocar a las universidades nacionales”, informaron a este diario desde el entorno de Ocaña.

Este lunes, Página/12 publicó en su tapa una investigación sobre todos los casos de contaminación con agrotóxicos que fueron denunciados en la Argentina. Según las denuncias de médicos, ONG y movimientos de campesinos, el glifosato comercializado por Monsanto (se lo vende con el nombre de Roundup) está produciendo malformaciones en los embarazos, problemas de fertilidad, enfermedades respiratorias, cáncer, problemas en la piel, vista y oído en localidades de Entre Ríos, Santiago del Estero, Córdoba, Chaco, Santa Fe y Formosa. En esas denuncias coincidieron el jefe de Biología Molecular del Instituto de Medicina Regional de Resistencia, Horacio Lucero, que depende de la Universidad del Nordeste, y un grupo de epidemiólogos y endocrinólogos del Hospital Italiano de Rosario.

Los efectos de los agrotóxicos también fueron denunciados por la Organización Panamericana de la Salud (OPS). Esa organización confirmó las denuncias de vecinos a partir de un caso particular: el del barrio Ituzaingó Anexo, ubicado a treinta minutos del centro de la capital de Córdoba, donde viven unas cinco mil personas. El barrio está literalmente rodeado por campos de soja. Los sembradíos se extienden hacia el sur, norte y este del ejido urbano. Apenas una calle los separa de las edificaciones. En Ituzaingó Anexo ya hay comprobados doscientos enfermos de cáncer. Es común observar por sus calles mujeres con pañuelos en la cabeza, por la quimioterapia, y niños con barbijo, afectados por leucemia. Enterado del caso, el fiscal de instrucción del Distrito III de Córdoba, Carlos Matheu, ordenó una medida cautelar que impide que se fumigue a menos de 500 metros de las zonas urbanas. También estableció una distancia mínima de 1500 metros para las fumigaciones aéreas.

El fiscal también ordenó estudios bioquímicos en los patios de las casas del barrio. Los resultados mostraron presencia de endosulfán y glifosato. El funcionario del ministerio público siguió con allanamientos a galpones de chacareros y procesamientos a varios productores sojeros, al propietario del avión fumigador y al piloto que lo solía volar sobre las viviendas de Ituzaingó Anexo. Los acusó de haber violado la Ley Provincial de Agroquímicos y de incurrir en la figura penal de “contaminación dolosa del medio ambiente de manera peligrosa para la salud”. El fallo sienta un precedente en todo el país, más allá de que la contaminación en muchos casos está reglamentada por leyes provinciales.

El tema tampoco es nuevo para el Ministerio de Salud. En 2002, esa cartera publicó un estudio realizado en la localidad santafesina de Bigand con el objetivo de “determinar factores de vulnerabilidad en poblaciones expuestas a los plaguicidas”. La investigación se hizo en conjunto con la cátedra de Toxicología y Química de la UBA. Las conclusiones fueron contundentes: “Más de la mitad de los encuestados y el ciento por ciento de los fumigadores refieren que ellos o conocidos estuvieron intoxicados alguna vez. En su inmensa mayoría, no tienen contrato de trabajo, ni cobertura médica, y cobran a destajo”. El trabajo confirma efectos agudos como alergias, dolor de cabeza, mareos e irritación respiratoria. “Son mencionados más de 40 pesticidas, predominando el uso de glifosato”, detallaba. A pesar de que la investigación se publicó hace seis años, el Ministerio de Salud no siguió con esos estudios ni volvió a ocuparse del asunto en los años siguientes.

Hasta que la Presidenta, sorpresivamente, lo mencionó en su discurso.