Mostrando postagens com marcador soja transgênica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador soja transgênica. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PREOCUPAÇÕES EUROPEIAS COM TRANSGÊNICOS


A decisão de cultivar organismos geneticamente modificados deve ser feita por cada estado-membro. A proposta teve, esta terça-feira, o apoio de uma larga maioria dos eurodeputados. Para proibir ou limitar o cultivo de OGM, devem ser apresentados motivos ambientais locais e impactos socioeconómicos. 

É o que explica a eurodeputada francesa, Corinne Lepage. “Na diretiva inicial, estava previsto estudar o que chamamos de meios recetores, onde se vai plantar. Estes estudos nunca foram feitos. Os meios recetores na Europa são muito diferentes. Quando se vai a Itália ou à Suécia, não se encontram os mesmos meios, nem as mesmas plantas, nem as mesmas condições locais. Por isso, a minha proposta tem em conta este tipo de considerações que não podem ser avaliadas em toda a Europa”.

Será que a proibição a nível nacional é a solução?

Este tema também divide a Bélgica, onde a Valónia é contra os OGM e a Flandres é mais favorável.

Seguimos os passos de um investigador junto do único campo de batatas transgénicas do país, situado em Wetteren, na Flandres. Há cerca de um mês, os ambientalistas invadiram o local. Para Marc De Loose, o risco de contaminação à agricultura tradicional ou biológica não faz sentido.

“Para este campo experimental, tomámos todas as precauções necessárias para prevenir a contaminação. Sei que os ativistas dizem que há contaminação. Perguntaram-nos sobre as abelhas. Mas as abelhas não voam em cima das batatas”, conclui o investigador.

O cultivo de milho transgénico também não apresenta risco, acrescenta. “No ano passado fizemos uma experiência e demonstrámos que uma distância de 50 metros entre um campo de milho transgénico e outro sem OGM é suficiente.”

Mas na Valónia, a zona de segurança é de 600 metros, ou seja, 12 vezes maior.

Num país onde a batata frita é o prato do dia, na hora de questionar os turistas sobre se preferem batatas com ou sem OGM, a resposta é imediata: “Com certeza sem!”

Copyright © 2011 euronews

Nota do Blog: Aqui no Brasil não se tem tempo para essas preocupações sutis. Por aqui pode tudo. Os transgênicos estão misturados com as culturas não modificadas geneticamente sem que os produtores e governos, alguns também geneticamente modificados, percam uma boa noite de sono.

sábado, 2 de julho de 2011

OS MAIORES PRODUTORES DE SOJA DO BRASIL SÃO ARGENTINOS

Grupo argentino El Tejar lidera em produção de soja no Brasil

 

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Com somente oito anos no Brasil, o grupo argentino El Tejar superou na safra 2010/11 tradicionais produtores de soja do país, utilizando uma agressiva estratégia de arrendamentos que tem seduzido os donos de terras e oferecido forte concorrência a brasileiros.

O El Tejar, com empresa constituída no Brasil denominada O Telhar, concentra suas operações no país em Mato Grosso, onde avalia-se que o grupo argentino tenha plantado até 300 mil hectares de soja, segundo levantamento junto ao setor produtivo e a consultores.

O grupo argentino, com atuação agrícola também na Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai, não divulga a área plantada no Brasil, mas uma porta-voz da empresa no país afirmou que O Telhar conta com 21 unidades produtoras em Mato Grosso, que integram os mais de 700 mil hectares de cultivos da companhia em toda a América do Sul.

A empresa com sede na Argentina, que nasceu da associação de um grupo de produtores em 1987, inicialmente com foco na pecuária, hoje também conta com investidores de fora do país.

Isso permite ao El Tejar atuar com uma estratégia de arrendamentos arrojada para ganhar área plantada, considerada até hostil por alguns agricultores em Mato Grosso, que antes arrendavam terras e as perderam para o grupo argentino, não vendo chances de concorrência.

"Os maiores produtores de soja do Brasil já não são mais brasileiros, parece até piada", comentou Carlos Fávaro, vice-presidente da Aprosoja, entidade dos produtores do Estado de Mato Grosso, em entrevista à Reuters.

Ele estima que o El Tejar plantou entre 250 mil e 300 mil hectares na última safra em Mato Grosso, superando grupos como os mato-grossenses Bom Futuro, com 180 mil hectares de soja, dos irmãos Maggi Scheffer, e mesmo empresas como a do ex-governador e atual senador Blairo Maggi, com plantio na safra 2009/10 de 135 mil hectares --Blairo é primo dos Scheffer.

"Agora eles são os maiores do mundo", disse Fávaro, referindo-se ao El Tejar, que em área contínua na América do Sul planta o equivalente a mais de quatro vezes o território do município de São Paulo.

Os grupos agrícolas com atuação em Mato Grosso, o maior produtor brasileiro de soja, ainda costumam plantar milho na segunda safra, além de algodão. Questionado sobre o tamanho da produção de grãos no Brasil, o El Tejar afirmou produzir mais de 600 mil toneladas no Estado, mas não detalhou volumes por produto.

"PEÃO" DE ARGENTINO

Além de pagar pelo arrendamento um volume xis de sacas por hectare, O Telhar ainda contrata todos os serviços do próprio dono da terra, como se ele fosse um funcionário, segundo um consultor que preferiu não ser identificado.

"Não é um arrendamento convencional, é de porteira fechada... Acaba sendo melhor (para o dono da terra), já que o cara não tem risco nenhum e ainda pode otimizar toda a estrutura dele", disse o analista.

No arrendamento tradicional no Estado, no qual o arrendatário cuida de todos os aspectos da produção, o dono da terra recebe somente pelo arrendamento.

Seduzidos pelos valores dos argentinos, muitos proprietários de terra trocaram de arrendatário para O Telhar, o que também gerou uma inflação de preços de arrendamento.

"Eu mesmo perdi área plantada, eles pagam bem acima da média, o preço do arrendamento quase dobrou, e pra quem vive em um mundo normal é impossível concorrer", afirmou um produtor do sul de Mato Grosso que prefere não se identificar.

Segundo o diretor da Aprosoja, o El Tejar consegue oferecer mais vantagens aos donos das terras porque conta com financiamentos a custos mais baixos no exterior, em torno de 3 por cento ao ano, e também porque trabalha com custos mais reduzidos, ao comprar insumos em grande escala.

"O produtor de Mato Grosso, com limites para se financiar com o crédito oficial, tem que recorrer a tradings e paga um juro de 15 por cento ao ano", declarou Fávaro. "Aí ele (O Telhar) chega e coloca o produtor brasileiro de peão, pra trabalhar pra ele", completou, defendendo políticas públicas para haver um "equilíbrio de oportunidades".

OUTRO ARGENTINO

O crescimento da presença de grupos argentinos no Brasil, como o El Tejar e também o Los Grobo, que também trabalha com arrendamentos, coincide com um período em que a Argentina impôs taxas sobre as exportações de grãos, o que tornou a atividade menos rentável num dos maiores produtores globais.

Por outro lado, a maior presença de estrangeiros no Brasil, por meio de arrendamentos, foi considerada positiva em recente entrevista do ministro da Agricultura, Wagner Rossi , num momento em que o governo tenta limitar a compra de terras por empresas do exterior, visando entre outras coisas restringir especulação no campo.

Se o arrendamento pode ser uma alternativa, há quem pense diferente em Mato Grosso. O setor produtivo teme que, numa eventual derrocada nos preços internacionais das commodities, grupos como El Tejar não renovem seu arrendamentos, afetando a produção nacional.

Mas a porta-voz de O Telhar rebateu essa preocupação, afirmando que "ao ingressar em um país e realizar investimentos" a ideia do grupo é ficar por muitos anos, "garantindo a estabilidade de todos os envolvidos".

O total semeado por El Tejar, a propósito, também supera de longe o plantio do Los Grobo, que recentemente anunciou intenção de abrir o capital na Bovespa e que plantou na última safra, no Mercosul, 247 mil hectares de grãos e oleaginosas, sendo um terço do total no Brasil.

Uma vez com ações na Bovespa, a unidade do Los Grobo no Brasil --que além de trabalhar com plantio também negocia grãos, como o El Tejar-- fará frente a outra companhia listada do país, a SLC Agrícola, com cerca de 230 mil hectares plantados de soja, milho e algodão na última safra.

Questionada sobre intenção de eventual IPO no Brasil, a porta-voz de O Telhar não respondeu.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOJA LOUCA (A NATUREZA SE VINGA)

Anomalia em lavouras de soja no cerrado preocupa especialistas


Por Fabíola Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas acompanham com cautela a ocorrência de uma anomalia chamada Soja Louca II, que vem provocando perdas em algumas lavouras brasileiras nas áreas mais quentes de cerrado.

"Ainda não sabemos a causa desta doença ou distúrbio observado nas plantas de soja. Montamos o grupo de trabalho e estamos analisando amostras desta safra", disse Maurício Meyer, pesquisador da Embrapa que coordena o trabalho do grupo.

A anomalia impede a maturação das plantas e provoca o abortamento das flores e vagens. O problema é detectado, em média, de 50 a 55 dias após o período do plantio. E mesmo quando consegue atingir o estágio final, a planta produz um grão de menor qualidade, esverdeado ou apodrecido.

O grupo de trabalho criado para pesquisar a doença reúne pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representantes da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e as fundações de pesquisa estaduais. Através desta parceria, os pesquisadores estão montando unidades experimentais de observação para avaliar a anomalia nas propriedades.

Os pesquisadores estão analisando três amostras de lavouras de Mato Grosso, uma de Tocantins e uma do Maranhão. Segundo Meyer, esta avaliação servirá de base para verificar o efeito do manejo de lavouras e se existe alguma relação com a palhada, cobertura do solo nos sistemas de plantio direto.

O grupo também pretende conduzir um estudo genético para detectar se ocorrem alterações nos genes, mas trata-se de um processo mais caro e que dependeria de mais recursos.

Meyer conta que observou o problema pela primeira vez durante viagem ao Maranhão no ciclo 1996/97. "Mas era um problema esporádico e localizado sem perdas significativas", disse.

"O problema aumentou e começou a provocar mais perdas nas áreas mais quentes do cerrado, no Maranhão, Tocantins, Pará e norte de Mato Grosso a partir de 2005/06", afirma Meyer. Mas ele conta que existem relatos sobre a anomalia, mas com menos perdas, no norte de Mato Grosso do Sul e do Paraná e parte de Goiás.

A análise das amostras destes três Estados deve sair em 20 dias, mas resultados mais conclusivos sobre a extensão das áreas afetadas e o impacto da doença só devem sair na fase final da safra entre março e abril, calcula o professor.

O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, ressalta que a anomalia ataca em "manchas", ou seja parte dos talhões, cujo tamanho varia em cada propriedade. Nos casos registrados nos últimos quatro anos, a Soja Louca II chegou a provocar perda de 20 a 50 por cento na produtividade.
Questionado se o problema estaria ligado ao uso excessivo de defensivos, como o glifosato, o gerente técnico afirmou que esta possibilidade está sendo avaliada. Mas observa que a anomalia também foi detectada em plantas muito novas, antes mesmo das aplicações de defensivos.

"Não se descarta nada. Tudo está sendo pesquisado, como também os estudos sobre pragas sugadoras ou tipo da palhada", afirma Ribas.

A Aprosoja sugere que os produtores façam o monitoramento das lavouras, como já vem sendo feito para a ferrugem da soja. Se qualquer anomalia ou diferença na formação da planta for detectada a recomendação é comunicar a Aprosoja, para que o grupo de trabalho possa retirar amostras para fazer as análises.

A produtora rural Roseli Giachini, que cultiva 5,5 mil hectares com soja em Cláudia, município no norte de Mato Grosso, disse que detectou as primeiras ocorrências da Soja Louca II primeira vez em 2005, mas foi na última temporada que ela viu as maiores perdas.

Segundo ela, em 2009/10, em dois talhões de 140 hectares e 130 hectares as perdas superaram 30 por cento tanto em áreas de transgênicos como de sementes convencionais. "Minha média (de produtividade) foi de 59 sacas, mas nestes talhões ficou em 40 sacas em um e 46 sacas no outro", disse Roseli referindo-se ao volume produzido por hectare.

Como já conhece os pontos onde ocorre a anomalia, a produtora monitora as lavouras, retira as amostras e envia para a Embrapa.

Nesta temporada, ela já encontrou as chamadas "manchas" nas lavouras em algumas pontos. Segundo ela, em um dos talhões de cerca de 100 hectares a ocorrência supera 10 hectares. "Estamos retirando agora as amostras, mas pela minha experiência em campo, e também como agrônoma, já posso afirmar que é Soja Louca II", afirma.

Para Roseli, a anomalia pode ser até mais grave que a ferrugem porque anda não se conhecem as formas de controle. "O desafio da ciência é descobrir o agente causal para sabermos como controlar a Soja Louca II", acrescenta.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Começa perícia em soja transgênica

 

Aprosoja espera isenção de royalties sobre a comercialização dos grãos


Correio do Povo

O trabalho de análise das amostras da soja transgênica produzidas na safra 2009/2010 no Estado se inicia nesta semana. A ação é resultado do processo movido pela Aprosoja-RS e pela Fetag contra a cobrança de royalties sobre o grão geneticamente modificado Roundup Ready (RR) da Monsanto, e foi autorizada pelo juiz da 15 Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Giovanni Conti.

A averiguação deve durar 90 dias, prazo máximo para ser apresentado o laudo pelo perito. Somente a partir da conclusão deste trabalho é que as partes envolvidas poderão se manifestar. A previsão de Conti é de julgar a ação até o final deste ano.

A Aprosoja espera que o processo seja julgado em primeiro grau no início de 2011. O assessor jurídico da entidade, Néri Perin, acredita que, se a conclusão da perícia for favorável aos agricultores, não haverá a cobrança da taxa já na comercialização da safra 2011/12. A associação calcula que, na safra passada, o pagamento de royalties à Monsanto envolveu cerca de R$ 140 milhões, somente no RS, valor que, no país, pode chegar a R$ 1 bilhão. Em nota, a Monsanto afirmou que não comenta processos judiciais em andamento.

A proposta de abertura do processo foi levada à Justiça pelas entidades em abril de 2009 com a alegação de que a cobrança estaria ferindo a lei de cultivares. Desde então, liminares foram caçadas pelo Tribunal de Justiça e houve contestações da multinacional, até sair a autorização para realizar a perícia, deferida em junho deste ano. "Queremos desobrigar os produtores que reservam a própria semente de pagar royalties na comercialização dos grãos", disse Perin.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SOJA SIM OU SOJA NÃO


Carta abierta a Grobocopatel: soja sí o soja no

Por Mempo Giardinelli, para Página/12

Estimado Gustavo,
Ante todo, gracias por enviarme la nota que publicaste en Clarín el 5 de agosto; no la había leído porque soy lector habitual de La Nación y Página/12. Otra aclaración: no integro el colectivo Carta Abierta y el título de esta nota responde a un estilo de artículos que escribo desde hace años.

Lo hago ahora porque siento respeto por tu inteligencia y guardo hacia vos una simpatía personal basada en el hecho de que hace años cantábamos con la misma, querida maestra, y en el común origen de nuestras familias, pues mi madre era de Carlos Casares, donde yo pasé muchos veranos en mi infancia. Siento, por ello, una cercanía de la que hablamos la última, en el Ministerio de Educación, y que ahora me autoriza, dado tu envío, a discutir algunos conceptos de tu nota.

No soy experto en soja, ni en agro ni en nada. Declaro mi ignorancia de antemano, y acepto que vos sí sos un experto. Pero también un dirigente con fuertes intereses, que te hacen mirar las cosas desde un ángulo que también respeto, pero al que cuestiono por todo lo que, sin ser experto, puedo ver con mis ojos y con el corazón.

Las oportunidades económicas que mencionás en tu artículo podrían ser incluso compartibles, pero si muchos decimos que la soja es mala para la Argentina es porque vemos los daños que ha producido y produce: bosques arrasados; fauna y flora originarias destruidas; quemazones irresponsables de maderas preciosas; plantaciones desarrolladas a fuerza de glifosatos, round-up y otras marcas que parecen de Coca-Cola pero venenosa. Yo recorro el Chaco permanentemente y viajo por los caminos de las provincias del NEA y el NOA: Santiago del Estero, Santa Fe, Corrientes, Formosa, Misiones, Salta, Jujuy, y veo los “daños colaterales”, digamos, que produce la soja: agricultura sin campesinos; cada vez menos vacas en los campos; una industrialización completamente desalmada (eso digo: sin alma) y el incesante, inocultable daño a nuestras aguas.

Esto no es una denuncia más, Gustavo, y no es infundada: la modesta fundación que presido ayuda a algunas escuelitas del Impenetrable y en una de ellas hice tomar muestras del agua de pozo que bebe una treintena de chicos. El análisis, realizado por trabajadores de la empresa provincial del agua, mostró que el arsénico es 70 veces superior a lo humanamente admisible. Siete y cero, Gustavo, 70 veces. Lo traen las napas subterráneas de los campos sojeros de alrededor. Hace veinte años esa agua era pura.

Como no sé quién es el exacto responsable de este horror, entonces digo que es la soja. Porque en los viejos campos de algodón, tabaco, girasol o trigo que había en el Chaco trabajaban familias enteras para cultivar cada hectárea. Pero ahora un solo tractorista puede con 300 o 400 hectáreas de campo sojero y eso se traduce en la desocupación a mansalva y el amontonamiento de nuevos indigentes en las periferias de las ciudades de provincia. A esto lo ve cualquiera en las afueras de Resistencia, Santa Fe, Rosario y muchas ciudades más.

Aun admitiendo por un momento que quizás no sea la soja específicamente la responsable, hay una agricultura industrial –tu artículo elogia su presente y sus posibilidades– que es la que está cometiendo otros crímenes ambientales. Ahí está, como ejemplo, la represa que intereses arroceros –al parecer dirigidos por un tal Sr. Aranda, del Grupo Clarín– están haciendo o queriendo hacer en el Arroyo Ayuí, en Corrientes. Esa represa va a cubrir unas 14.000 hectáreas de bosques naturales, va a tapar uno de los ríos más hermosos del país con un ecosistema hasta ahora virgen, y, lo peor, va a contaminar todo el acuífero de los Esteros del Iberá con pesticidas y químicos para producir arroz, soja o lo que China necesite.

¿Se entiende este punto de vista, Gustavo? Yo entiendo el tuyo y comparto que nuestro país “necesita una estrategia de desarrollo con una visión de largo plazo” dado que estamos frente a una extraordinaria oportunidad. De acuerdo en eso. Pero no a cualquier precio. No si nos va a dejar un país ambientalmente arrasado. Nos vamos a quedar sin pampa, sin sabanas donde pacer el ganado, sin el agua potable que es el tesoro mayor que tiene el subsuelo argentino y que ya, también, destruye una minería descontrolada.

Tu nota subraya “la oportunidad que tenemos”, pero ¿qué desarrollo y qué sustentabilidad tendrán las futuras generaciones de argentinos sobre un territorio desertificado en enormes extensiones, un subsuelo glifosatizado y con las aguas contaminadas con cianuro, arsénico y una larga lista de químicos letales que ya es pública y –sobre todo– notoria?

Tampoco es cierto que “los beneficios están presentes en el conjunto de la sociedad”, porque si así fuera y con las gigantescas facturaciones sojeras no tendríamos las desigualdades que tenemos. Que no son sola culpa del Gobierno, la corrupción o los políticos. Son el resultado de una voracidad rural que a estas alturas está siendo, por lo menos, obscena.

Como bien decís, el desacuerdo no puede reducirse a soja sí o soja no. Eso sería, en efecto, “empequeñecer el horizonte”. Pero entonces gente sensible como vos –y me consta tu sensibilidad y creo que no pertenecés a la clase de neoempresarios argentinos que no ven más allá de su cuenta bancaria y son incapaces de tener más ideas que las que les dictan los economistas que les sacan la plata– gente como vos, digo, debería hacer docencia para que tengamos, si ello es posible, grandes producciones de soja pero no a cualquier precio.

Soja sí, entonces, pero no si se descuidan el medio ambiente y el agua. No sin desarrollar alternativas verdaderas para los miles de campesinos que han sido y están siendo expulsados de sus tierras de modos brutales o sutiles. No si los sojeros siguen eludiendo impuestos y negreando a sus empleados. No si las grandes empresas semilleras o herbicidas siguen comprando medios y periodistas para que mientan a cambio de publicidad.

No todo es soja sí o soja no, de acuerdo. Pero tampoco la declaración de idealismo e inocencia que se lee en tu artículo.

Si querés lo seguimos discutiendo. Vos sos un experto. Yo apenas un intelectual. Capaz que enhebramos buenas ideas para el país que amamos.

Un cordial saludo.

NOTA DO BLOG: Caso o leitor se interesse por pesquisar mais sobre esse assunto, que tem tudo a ver com o Brasil, sugiro visitar AQUI e AQUI.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Missão alemã negocia soja não transgênica no Brasil


Delegação da Alemanha está no Rio Grande do Sul para negociar a compra de soja não transgênica. Apesar de quase a totalidade da produção gaúcha do grão ser geneticamente modificada, os executivos foram recebidos ontem na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, em Porto Alegre. As negociações são encabeçadas pelo subsecretário de Agricultura da Baixa Saxônia, Friedrich-Otto Ripke. A proposta é estabelecer uma relação de troca entre tecnologia alemã e a produção gaúcha do grão não transgênico. "Podemos introduzir aqui tecnologia de ponta e profissionais para fazermos uma integração nesta área", afirmou. O intercâmbio, conforme o presidente da Ocergs, Vergílio Perius, contemplaria tratores e tecnologia de produção leiteira e energia.

A Baixa Saxônia é o maior estado consumidor da oleaginosa na Alemanha, país que compra do exterior 38 milhões de toneladas por ano. No entanto, por conta de restrições aos transgênicos, o déficit na importação de soja chega a 20%.

Perius deve levar a proposta dos alemães à OCB. Segundo ele, para que a relação de troca seja efetivada, haverá necessidade de união com Mato Grosso e Goiás. "O RS não tem condições de atender à demanda sozinho", frisou. De acordo com a Ocergs, as cooperativas gaúchas forneceriam de 9 milhões a 10 milhões de toneladas de soja por ano. Alguns dos estabelecimentos produzem o grão não transgênico por meio de contratos pré-fixados com diferencial de 20% no preço.

Correio do Povo

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

El glifosato, con más polémica


Por Darío Aranda, para Página/12

“Evaluación de la información científica vinculada al glifosato en su incidencia sobre la salud y el ambiente” es el título del informe firmado por el Consejo Científico Interdisciplinario del Conicet y la Comisión Nacional de Investigaciones sobre Agroquímicos. Seis capítulos y 130 carillas que recopila estudios y donde es recurrente una conclusión: la necesidad de investigaciones sobre los efectos del glifosato. No se define si es inocuo o perjudicial. Investigadores y científicos que estudian el tema se mostraron sorprendidos por el documento y señalaron críticas. “El objetivo del informe implica una visión reduccionista y fragmentaria que pretende simplificar una situación compleja, excluyendo al sujeto y parcializando la construcción del conocimiento. El informe es una simple enumeración de bibliografía, con muy poco análisis crítico, reflexivo y comparativo de sus resultados”, aseguró la doctora en Ciencias Naturales Norma Sánchez, profesora titular de Ecología de Plagas de la Universidad Nacional de La Plata e investigadora independiente del Conicet.

El glifosato es el agroquímico base de la industria sojera y está cuestionado desde hace una década por sus efectos adversos en la salud y el ambiente. La presidenta Cristina Fernández creó en enero pasado la Comisión Nacional de Investigación para que estudie la problemática.

El informe analiza temas puntuales y contrapone bibliografías. Lo central: relativiza la absorción dérmica del glifosato, la toxicidad aguda y los posibles efectos cancerígenos. Reconoce que los estudios que señalan al glifosato y sus componentes como dañinos para mamíferos son abundantes y confiables, y admite que las únicas dudas provienen de científicos de Monsanto, la principal empresa involucrada. Los datos sobre abortos espontáneos, fertilidad reducida y malformaciones son aceptados, pero advierte que hay insuficiente información.

También aborda la “experimentación en mamíferos no humanos”, pero pide estudios nuevos. Considera que “la toxicidad sobre organismos terrestres es leve o moderada”. Deja claro que existen residuos del agroquímico en suelos y aguas, pero no define si son tóxicos o inocuos. Observa el mayor riesgo ambiental de la soja transgénica por sobre la convencional y, por la resistencia de malezas, se confirma la creciente necesidad de cada vez mayor cantidad de glifosato y agroquímicos cada vez más potentes.

Las críticas al informe apuntan a que utiliza bibliografía sesgada, recorta la problemática y equipara estudios de Monsanto con trabajos de científicos independientes. El principal cuestionamiento apuntó a la ausencia en el informe del principio precautorio, la exigencia legal, ante incertidumbre, de prevenir posibles consecuencias en la salud y el ambiente. “Esto quiere decir que debe suspenderse la aplicación del producto en cuestión hasta tanto se realizan los estudios pertinentes que demuestran su inocuidad. No es ético ni razonable investigar una vez que el daño ya está hecho y es irreversible”, sostuvo el bioquímico y jefe del Laboratorio de Biología Molecular de la Universidad Nacional del Nordeste, Raúl Horacio Lucero.

El informe del Conicet cita reiteradamente un trabajo de Gary Williams, Robert Kroes y de Ian Munro de 2000. Lo referencia en 32 oportunidades y lo utiliza como escudo ante los estudios críticos sobre glifosato. “La recopilación de Williams fue patrocinada por la empresa Monsanto. El mundo académico lo sabe. Aun así, en el informe muchas investigaciones independientes resultaron invalidadas por las observaciones realizadas por Williams para Monsanto”, lamentó Fernando Mañas, becario del Conicet, especializado en daño genético producido por glifosato, citado en el informe y con tres publicaciones internacionales en la temática.

La página 67 del informe reconoce que, “utilizando la misma información que acepta y difunde Monsanto”, la EPA (Agencia de Protección Ambiental de Estados Unidos) clasificó al glifosato como perteneciente al “Grupo E” (sin evidencia de efecto carcinogénico en humanos). El investigador Fernando Mañas explicó que “las investigaciones como la de Williams, a pedido de Monsanto, sirvieron para que la gran mayoría de las agencias regulatorias clasifiquen el herbicida como de baja toxicidad. Así actuó también el Senasa”.

Con trabajos publicados sobre el tema, Sánchez introduce otros dos elementos. “El informe presenta una visión netamente productivista cuando habla del uso del glifosato en el sistema productivo. Subestima aspectos ecológicos, sociales y económicos fundamentales y estrechamente ligados a la sustentabilidad agrícola. No se mencionan libros, informes y artículos publicados que fundamentan estos aspectos”, denuncia. “No sólo no completa el análisis de la profusa bibliografía con referato disponible, sino que menciona literatura gris muy sesgada”, advirtió el profesor titular de Biología Evolutiva en la Universidad Nacional de Córdoba y Premio Nobel Alternativo 2004, Raúl Montenegro.

Página/12 se comunicó con las distintas instituciones que conforman la Comisión Nacional. Desde la Secretaría de Medio Ambiente no hubo respuesta. La Gerencia de Comunicación del INTA explicó que opinará cuando la Comisión Nacional autorice. Desde el INTI aseguraron que “la institución cree haber realizado todos los aportes posibles a la Comisión desde su mirada de tecnología industrial y su participación dejó de ser operativa. No participa más de la Comisión y, por ende, no firmará ningún informe que fije políticas a futuro que no son de su competencia directa”.

“El informe debió ser sometido a referato”, advirtió Montenegro. “Las conclusiones son inconsistentes y confusas”, resumió Sánchez y lamentó que el informe “parece ignorar que la ciencia es una construcción social que debe cuestionar aspectos éticos y contribuir a alterar políticas de acción que no conduzcan al bien común”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

El tóxico de los campos


El agrotóxico básico de la industria sojera produce malformaciones neuronales, intestinales y cardíacas, aun en dosis muy inferiores a las utilizadas en agricultura. El estudio, realizado en embriones, es el primero en su tipo y refuta la supuesta inocuidad del herbicida.

Por Darío Aranda, para Página/12

Las comunidades indígenas y los movimientos campesinos denuncian desde hace una década los efectos sanitarios de los agrotóxicos sojeros. Pero siempre chocaron con las desmentidas de tres actores de peso, productores (representados en gran parte por la Mesa de Enlace), las grandes empresas del sector y los ámbitos gubernamentales que impulsan el modelo agropecuario. El argumento recurrente es la ausencia de “estudios serios” que demuestren los efectos negativos del herbicida. A trece años de fiebre sojera, por primera vez una investigación científica de laboratorio confirma que el glifosato (químico fundamental de la industria sojera) es altamente tóxico y provoca efectos devastadores en embriones. Así lo determinó el Laboratorio de Embriología Molecular del Conicet-UBA (Facultad de Medicina) que, con dosis hasta 1500 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones sojeras, comprobó trastornos intestinales y cardíacos, malformaciones y alteraciones neuronales. “Concentraciones ínfimas de glifosato, respecto de las usadas en agricultura, son capaces de producir efectos negativos en la morfología del embrión, sugiriendo la posibilidad de que se estén interfiriendo mecanismos normales del desarrollo embrionario”, subraya el trabajo, que también hace hincapié en la urgente necesidad de limitar el uso del agrotóxico e investigar sus consecuencias en el largo plazo. El herbicida más utilizado a base de glifosato se comercializa bajo el nombre de Roundup, de la compañía Monsanto, líder mundial de los agronegocios.

El Laboratorio de Embriología Molecular cuenta con veinte años de trabajo en investigaciones académicas. Funciona en el ámbito de la Facultad de Medicina de la Universidad de Buenos Aires (UBA) y del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet). Es un espacio referente en el estudio científico, conformado por licenciados en bioquímica, genética y biología. Durante los últimos quince meses estudió el efecto del glifosato en embriones anfibios, desde la fecundación hasta que el organismo adquiere las características morfológicas de la especie.

“Se utilizaron embriones anfibios, un modelo tradicional de estudio, ideal para determinar concentraciones que pueden alterar mecanismos fisiológicos que produzcan perjuicio celular y/o trastornos durante el desarrollo. Y debido a la conservación de los mecanismos que regulan el desarrollo embrionario de los vertebrados, los resultados son totalmente comparables con lo que sucedería con el desarrollo del embrión humano”, explica Andrés Carrasco, profesor de embriología, investigador principal del Conicet y director del Laboratorio de Embriología.

El equipo de investigadores dice que las diluciones recomendadas para la fumigación por la industria agroquímica oscilan entre el uno y el dos por ciento de la solución comercial (cada un litro de agua, se recomienda 10/20 mililitros). Pero en el campo es sabido –incluso reconocido por los medios del sector– que las malezas a eliminar se han vuelto resistentes al agrotóxico, por lo cual los productores sojeros utilizan concentraciones mayores. El estudio afirma que en la práctica cotidiana las diluciones varían entre el diez y el treinta por ciento (100/300 mililitros por litro de agua).

Utilizando como parámetros de comparación los rangos teóricos (los recomendados por las compañías) y los reales (los usados por los sojeros), los resultados de laboratorio son igualmente alarmantes. “Los embriones fueron incubados por inmersión en diluciones con un mililitro de herbicida en 5000 de solución de cultivo embrionario, que representan cantidades de glifosato entre 50 y 1540 veces inferiores a las usadas en los campos con soja. Se produjo disminución de tamaño embrionario, serias alteraciones cefálicas con reducción de ojos y oído, alteraciones en la diferenciación neuronal temprana con pérdida de células neuronales primarias”, afirma el trabajo, que se dividió en dos tipos de experimentación: inmersión en solución salina y por inyección de glifosato en células embrionarias. En ambos casos, y en concentraciones variables, los resultados fueron rotundos.

“Disminución del largo del embrión, alteraciones que sugieren defectos en la formación del eje embrionario. Alteración del tamaño de la cabeza con compromiso en la formación del cerebro y reducción de ojos y de la zona del sistema auditivo, que podrían indicar causas de malformaciones y deficiencias en la etapa adulta”, alerta la investigación, que también avanza sobre efectos neurológicos graves: “(Se comprobaron) Alteraciones en los mecanismos de formación de neuronas tempranas, por una disminución de neuronas primarias comprometiendo el correcto desarrollo del cerebro, compatibles con alteraciones con el cierre normal del tubo neural u otras deficiencias del sistema nervioso”.

Cuando los embriones fueron inyectados con dosis de glifosato muy diluido (hasta 300.000 veces inferiores a las utilizadas en las fumigaciones), los resultados fueron igualmente devastadores. “Malformaciones intestinales y malformaciones cardíacas. Alteraciones en la formación y/o especificación de la cresta neural. Alteraciones en la formación de los cartílagos y huesos de cráneo y cara, compatible con un incremento de la muerte celular programada.” Estos resultados implican, traducido, que el glifosato afecta un conjunto de células que tienen como función la formación de los cartílagos y luego huesos de la cara.

“Cualquier alteración de forma por fallas de división celular o de muerte celular programada conduce a malformaciones faciales serias. En el caso de los embriones, comprobamos la existencia de menor cantidad de células en los cartílagos faciales embrionarios”, detalla Carrasco, que también destaca la existencia de “malformaciones intestinales, principalmente en el aparato digestivo, que muestra alteraciones en su rotación y tamaño”.

La soja sembrada en el país ocupa 17 millones de hectáreas de diez provincias y es comercializada por la empresa Monsanto, que vende las semillas y el agrotóxico Roundup (a base de glifosato), que tiene la propiedad de permanecer extensos períodos en el ambiente y viajar largas distancias arrastrados por el viento y el agua. Se aplica en forma líquida sobre la planta, que absorbe el veneno y muere en pocos días. Lo único que crece en la tierra rociada es soja transgénica, modificada en laboratorio. La publicidad de la empresa clasifica al glifosato como inofensivo para al hombre.

Como todo herbicida, está conformado a partir de un ingrediente “activo” (en este caso el glifosato) y otras sustancias (llamadas coadyuvantes o surfactantes, que por secreto comercial no se especifican en detalle), cuya función es mejorar su manejo y aumentar el poder destructivo del ingrediente activo. “El POEA (sustancia derivada de ácidos sintetizados de grasas animales) es uno de los aditivos más comunes y más tóxicos, se degrada lentamente y se acumula en las células”, acusa la investigación, que describe el POEA como un detergente que facilita la penetración del glifosato en las células vegetales y mejora su eficacia. Investigadores de diversos países han centrado sus estudios en los coadyuvantes (ver aparte) y confirmado sus consecuencias.

En el estudio experimental del Conicet-UBA (según sus autores, el primero en investigar los efectos del herbicida y el glifosato puro en el desarrollo embrionario de vertebrados), se focaliza en el elemento menos estudiado y denunciado del Roundup. “El glifosato puro introducido por inyección en embriones a dosis equivalentes de las usadas en el campo entre 10.000 y 300.000 veces menores, tiene una actividad específica para dañar las células. Es el responsable de anomalías durante el desarrollo del embrión y permite sostener que no sólo los aditivos son tóxicos y, por otro lado, permite afirmar que el glifosato es causante de malformaciones por interferir en mecanismos normales de desarrollo embrionario, interfiriendo los procesos biológicos normales.”

Carrasco rescata las decenas de denuncias –y cuadros clínicos agudos– de campesinos, indígenas y barrios fumigados. “Las anomalías mostradas por nuestra investigación sugieren la necesidad de asumir una relación causal directa con la enorme variedad de observaciones clínicas conocidas, tanto oncológicas como de malformaciones reportadas en la casuística popular o médica”, advierte el profesor de embriología.

La investigación recuerda que el uso de agrotóxicos sojeros obedeció a una decisión política que no fue basada en un estudio científico-sanitario (“es inevitable admitir la imperiosa necesidad de haber estudiado éstos, u otros, efectos antes de permitir su uso”), denuncia el papel complaciente del mundo científico (“la ciencia está urgida por los grandes intereses económicos, y no por la verdad y el bienestar de los pueblos”) y hace un llamado urgente a realizar “estudios responsables que provengan mayores daños colaterales del glifosato”.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Para que no se extienda la mancha venenosa


Por Martín Piqué y Darío Aranda, para Página/12

La reaparición de la Presidenta en la sala de Convenciones de Olivos tenía un tema de fondo: el anuncio de medidas para el sector rural afectado por la crisis económica y la sequía. Pero el discurso de la mandataria incluyó una sorpresa para un auditorio que no se caracterizaba por el espíritu crítico hacia el modelo de la soja transgénica. Ante los gobernadores Juan Schiaretti (Córdoba), Hermes Binner (Santa Fe), Daniel Scioli (Buenos Aires) y Gerardo Zamora (Santiago del Estero), la Presidenta informó que había instruido a la ministra de Salud, Graciela Ocaña, para que realice una investigación oficial sobre el impacto para la salud de los agroquímicos utilizados en la fumigación de campos. Se trata, particularmente, del glifosato producido por la empresa Monsanto y del endosulfán, que en el país es comercializado por la multinacional Dupont. “Son hechos muy importantes, hacen a la salud de todos los argentinos y ahí uno no puede entrar en cuestión de competencias y jurisdicciones”, aseguró CFK.

El párrafo que la Presidenta les dedicó a los agrotóxicos pareció contener un mensaje sutil a los gobernadores de provincias sojeras. “Si bien esto es competencia exclusiva de municipios y provincias, le he pedido a la ministra de Salud de la Nación que realice una investigación”, afirmó. Según pudo averiguar Página/12, la Presidenta avisó a Ocaña que iba a hacer una mención a la contaminación con agroquímicos el martes a la tarde. También le anticipó que iba a ordenarle públicamente que iniciara una investigación sobre las consecuencias para la salud del uso del glifosato. Tras escuchar a CFK, Ocaña solicitó a funcionarios de su cartera que se contactaran con especialistas de la Organización Panamericana de la Salud y de la Universidad de Córdoba. “Estamos trabajando desde el martes con este tema. Recién estamos empezando. Vamos a convocar a las universidades nacionales”, informaron a este diario desde el entorno de Ocaña.

Este lunes, Página/12 publicó en su tapa una investigación sobre todos los casos de contaminación con agrotóxicos que fueron denunciados en la Argentina. Según las denuncias de médicos, ONG y movimientos de campesinos, el glifosato comercializado por Monsanto (se lo vende con el nombre de Roundup) está produciendo malformaciones en los embarazos, problemas de fertilidad, enfermedades respiratorias, cáncer, problemas en la piel, vista y oído en localidades de Entre Ríos, Santiago del Estero, Córdoba, Chaco, Santa Fe y Formosa. En esas denuncias coincidieron el jefe de Biología Molecular del Instituto de Medicina Regional de Resistencia, Horacio Lucero, que depende de la Universidad del Nordeste, y un grupo de epidemiólogos y endocrinólogos del Hospital Italiano de Rosario.

Los efectos de los agrotóxicos también fueron denunciados por la Organización Panamericana de la Salud (OPS). Esa organización confirmó las denuncias de vecinos a partir de un caso particular: el del barrio Ituzaingó Anexo, ubicado a treinta minutos del centro de la capital de Córdoba, donde viven unas cinco mil personas. El barrio está literalmente rodeado por campos de soja. Los sembradíos se extienden hacia el sur, norte y este del ejido urbano. Apenas una calle los separa de las edificaciones. En Ituzaingó Anexo ya hay comprobados doscientos enfermos de cáncer. Es común observar por sus calles mujeres con pañuelos en la cabeza, por la quimioterapia, y niños con barbijo, afectados por leucemia. Enterado del caso, el fiscal de instrucción del Distrito III de Córdoba, Carlos Matheu, ordenó una medida cautelar que impide que se fumigue a menos de 500 metros de las zonas urbanas. También estableció una distancia mínima de 1500 metros para las fumigaciones aéreas.

El fiscal también ordenó estudios bioquímicos en los patios de las casas del barrio. Los resultados mostraron presencia de endosulfán y glifosato. El funcionario del ministerio público siguió con allanamientos a galpones de chacareros y procesamientos a varios productores sojeros, al propietario del avión fumigador y al piloto que lo solía volar sobre las viviendas de Ituzaingó Anexo. Los acusó de haber violado la Ley Provincial de Agroquímicos y de incurrir en la figura penal de “contaminación dolosa del medio ambiente de manera peligrosa para la salud”. El fallo sienta un precedente en todo el país, más allá de que la contaminación en muchos casos está reglamentada por leyes provinciales.

El tema tampoco es nuevo para el Ministerio de Salud. En 2002, esa cartera publicó un estudio realizado en la localidad santafesina de Bigand con el objetivo de “determinar factores de vulnerabilidad en poblaciones expuestas a los plaguicidas”. La investigación se hizo en conjunto con la cátedra de Toxicología y Química de la UBA. Las conclusiones fueron contundentes: “Más de la mitad de los encuestados y el ciento por ciento de los fumigadores refieren que ellos o conocidos estuvieron intoxicados alguna vez. En su inmensa mayoría, no tienen contrato de trabajo, ni cobertura médica, y cobran a destajo”. El trabajo confirma efectos agudos como alergias, dolor de cabeza, mareos e irritación respiratoria. “Son mencionados más de 40 pesticidas, predominando el uso de glifosato”, detallaba. A pesar de que la investigación se publicó hace seis años, el Ministerio de Salud no siguió con esos estudios ni volvió a ocuparse del asunto en los años siguientes.

Hasta que la Presidenta, sorpresivamente, lo mencionó en su discurso.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

SOJA TRANSGÊNICA

A idéia é bastante simples: um tipo de semente de soja foi modificada geneticamente por uma empresa (Monsanto) para resistir a um tipo específico de veneno (herbicida).

Na lavoura onde você planta a semente geneticamente modificada, ao ser aplicado esse tipo específico de herbicida (à base de glifosato) morrem todas as ervas daninhas, sobrevivendo apenas as plantas de soja (dá uma olhada no texto da Monsanto: http://www.monsanto.com.br/sementes/soja_rr/oque/oque.asp).

Com isso você teria mais produtividade e ganharia mais dinheiro.

Com base nessa promessa a maioria dos produtores de soja abandonou as sementes convencionais e passou a utilizar a semente da Monsanto.

Alguns anos após, a dura realidade: as ervas daninhas antes eliminadas pelo pesticida da Monsanto gradativamente se tornaram mais resistentes. Com isso as quantidades de pesticida tiveram que aumentar também gradativamente, eliminando a vantagem financeira inicial.

Além disso a Organização Mundial da Saúde, após várias análises, passou a considerar o tal pesticida altamente tóxico, prejudicial ao consumo humano e animal (dá uma olhada: http://blogoleone.blogspot.com/2008/02/
oms-considera-altamente-txico-herbicida
.html#links).

Conclusão: novamente a ganância por lucro fácil e rápido fala mais alto que a saúde da população.