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sábado, 30 de abril de 2022

A GAROTA DA TUBA



Sempre fui um leitor eclético, mas nos últimos anos tenho lido preferencialmente livros sobre a evolução da espécie humana.

Charles Darwin, Richard Dawkins, Richard Wrangham, Jared Diamond, Norbert Elias, Yuval Hariri, etc. Se alguém quiser alguma indicação ou opinião, fique à vontade.

Estou tentando entender como aquelas criaturas começaram a pulsar, saíram da lama, subiram em árvores, aprenderam a cozinhar, e atualmente estão destruindo as florestas e a natureza em geral, numa espécie de suicídio coletivo.

Acho interessante, de certa forma tragicômico, que aqui no RS, e talvez em todo o Brasil, pessoas que apoiam a destruição das matas têm como moda utilizar roupas com estampas que seriam muito úteis para camuflagem em florestas. E, no entanto, vivem em verdadeiras selvas de pedra, cidades com cada vez menos árvores.

Mas o objetivo desse pequeno texto é outro.

Entre um livro do tipo descrito acima e outro, sempre peço para meu amigo Paulo Müzell me trazer leituras mais leves, que ele tenha lido e aprovado. Paulo é um grande leitor, assim como seu filho Rodrigo.

Um dos livros que ele gentilmente me emprestou e que acabo de ler é o intitulado “A GAROTA DO TROMBONE”, de Antonio Skármeta. É o primeiro livro de Skármeta que leio.

Antes de iniciar a leitura achei intrigante a capa do livro, que mostra uma menina, a garota, olhando para dentro de uma TUBA e não de um TROMBONE.

Mas, ao iniciar a leitura, percebi que o livro é eivado de passagens poéticas e impressões abstratas, o que poderia torná-lo chato mas, no caso do Skármeta essas passagens ficam muito adequadas, até instigantes. Então a capa “tá valendo”.

Como escreveu o crítico do El País sobre o livro: “Uma história linda. Skármeta é um sedutor”.

Recomendo a leitura.



Omar, em abril de 2022.

domingo, 6 de janeiro de 2013

CIA teria plano para ‘desestabilizar e matar’ presidente equatoriano Rafael Correa

Fonte desta imagem AQUI.

De acordo com o alerta feito pelo jornalista chileno Patricio Mery às autoridades equatorianas, nesta sexta-feira (4), pode haver um suposto plano da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) para assassinar o presidente Rafael Correa. A medida seria em retaliação ao fechamento de uma base dos EUA naquele país, que existiu até 2009, e por dar asilo ao jornalista australiano Julian Assange, diretor do sítio WikiLeaks, na internet.

O repórter apresentou suas pesquisas ao ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, e promoveu uma conferência com jornalistas nesta capital. À agência latino-americana de notícias Andes, Mery revelou detalhes do trabalho de apuração realizado ao longo dos últimos cinco anos.

A pesquisa abre várias frentes de investigação e detalha as relações de autoridades chilenas com a CIA. Ele organizou um roteiro que se repete em vários países da região. A agência norte-americana, com o apoio de autoridades do governo chileno, promove a entrada de drogas produzidas no Equador, cerca de 200 quilos de cocaína por mês, a fim de gerar dinheiro sujo: chega no Chile segue para a Europa e os Estados Unidos. Do dinheiro gerado, uma parte permanece no Chile “e me disseram as fontes que este dinheiro é destinado a desestabilizar o governo do presidente Correa”, afirma o jornalista.

Mery comprova as informações passadas ao governo equatoriano com uma denúncia, feita no Chile, pelo inspetor Fernando Ulloa, após reunião com ministro do Interior da época, Rodrigo Hinzpeter, ao qual apresentou um dossiê com todos os fatos e nomes dos líderes do PDIs (Polícia de Investigações, na sigla em espanhol) envolvidos com o tráfico de drogas, incluindo Luis Carreno, “que aponto como um agente da CIA e que agora trabalha como inspetor área de Arica e integra o alto comando do PDI”. Após a denúncia, a única medida tomada foi afastar o denunciante, Fernando Ulloa, de suas funções.

A apuração do jornalista começou quando ele suspeitou da corrupção nos meandros policiais de seu país e um agente da Agência Nacional de Inteligência (ANI) confirmou-lhe que a droga serviria para abastecer financeiramente um plano de desestabilização do presidente Correa, por dois motivos: o líder equatoriano havia fechado a base de Manta e concedido asilo a Julian Assange, que pode ser condenado à morte se for extraditado de Londres, onde se encontra, para os EUA, por vazar informações de segurança nacional sobre os norte-americanos.

A partir dessa perspectiva Correa tornou-se também um alvo da CIA. A agência, com base em Langley, no Estado da Virgínia, atua em paralelo ao governo dos EUA e aplica suas próprias regras nas ações daquele país em território estrangeiro.

Presidente do STF chileno teria participado da ditadura de Pinochet

Um outro escândalo denunciado pelo jornalista ao ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Portiño mostra que Rubén Ballesteros, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o juiz que participou dos conselhos de guerra da ditadura de Augusto Pinochet e ordenou o fuzilamento de prisioneiros.“Ele é acusado de violação dos Direitos Humanos e mantém ligações estreitas com a direita dos EUA”, acusa o jornalista.

Ainda segundo o relatório de Mary, Sabas Chahuán, procurador-geral da República (PGR), quem deve investigar os crimes no país, “tem uma relação estreita com o FBI através de um acordo firmado com os EUA, depois da prisão de Saif Khan”. De acordo com documentos apresentados pelo jornalista, com base na prisão arbitrária foi criado um programa chamado LEO, o qual permite que os norte-americanos obtenham qualquer informação acerca dos cidadãos chilenos.

Sul21

Com informações da Rede Brasil Atual

domingo, 4 de setembro de 2011

CAMILA VALLEJO

Clique na imagem para ampliar.

“A classe dominante não tem interesse em mudar a educação” 

 

O peso de seus argumentos em programas de televisão, a clareza de suas intervenções diante das autoridades que dobram sua idade e a capacidade inata de aglutinar as massas, converteram-a na líder mais visível deste movimento que já derrubou um ministro e jogou o governo de Sebastián Piñera nas cordas. Usando um jeans surrado, um lenço artesanal no pescoço, um piercing no nariz e esse olhar que esconde uma das mentes políticas mais brilhantes que apareceram no Chile nos últimos anos, Camila Vallejo concedeu uma entrevista exclusiva a Christian Palma, correspondente da Carta Maior em Santiago do Chile.

 

Há três meses, Camila Vallejo, a carismática presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), podia tomar um metrô tranquilamente e caminhar sem chamar a atenção mais do que qualquer outra mulher bonita chilena. Nesse tempo, os estudantes universitários e secundaristas iniciavam um movimento sem precedentes que inclui até hoje ocupações e greves nas escolas do país e diversas marchas pelas principais cidades chilenas pedindo fundamentalmente o fim do lucro no sistema educacional, mais qualidade nos conteúdos ministrados nas salas de aula e gratuidade completa na educação pública.

Ela, com paciência, visitava os colégios explicando ponto por ponto as razões das reivindicações estudantis e parava para conversar com os jornalistas com calma. Foi em um desses eventos que a conheci. Usando um jeans surrado, um lenço artesanal no pescoço, um piercing no nariz e esse olhar que esconde uma das mentes políticas mais brilhantes que apareceram no Chile nos últimos anos, trocamos algumas palavras.

A revolução estudantil se incendiou, os argumentos dos estudantes foram entendidos e valorizados pela cidadania e Camila Vallejo demonstrou que é muito mais do que um rosto bonito. O peso de seus argumentos em programas de televisão, a clareza de suas intervenções diante das autoridades que dobram e triplicam a idade e a capacidade inata de aglutinar as massas, converteram-a na líder mais visível deste movimento que já derrubou um ministro e obrigou o governo de direita de Sebastián Piñera a oferecer três alternativas para destravar o conflito. Mas nenhuma delas satisfez os estudantes.

Tamanha foi a pressão sobre o governo, que o próprio Piñera chamou os jovens para uma conversa neste sábado no palácio de La Moneda. Um dia antes deste convite que pode marcar o início do fim da crise, Camila Vallejo, achou um espaço em sua agenda e concedeu esta entrevista exclusiva à Carta Maior, recém chegada de Brasília, onde se reuniu com seus pares brasileiros. Ela reconhece que tem tempo apenas para comer.

Considerando as dezenas de pedidos de entrevistas solicitadas por meios de comunicação chilenos e estrangeiros, interessados nesta jovem mulher, alguns minutos com ela são um luxo.

Estrela das redes sociais – como boa parte de sua geração – convocou milhares por meio do Facebook e do Twitter, mas também foi ameaçada de morte ou insultada covardemente pela web. Tranquila, diz que está consciente dos riscos que isso significa, mas, mais importante ainda, sabe a tremenda responsabilidade que passa a ter com apenas 23 anos.

Senhoras e senhores, com vocês Camila Antonia Amaranta Vallejo Dowling, a menina que jogou o governo de direita de Sebastian Piñera nas cordas. Saiba por que.

- Você diz que as demandas estudantis não são um assunto de direita ou esquerda, mas sim de toda a sociedade chilena. Acredita que a cidadania entendeu isso?

Este movimento alcançou uma massividade e uma transversalidade que nunca tinham sido vistas desde o retorno à democracia (1990). Uma enorme parcela daqueles que, em um determinado momento, apoiaram Piñera, hoje se dá conta de que este não é um ataque direto à sua posição, mas sim a um modelo de educação que concebe a educação como um bem de mercado e não como um direito, e também a um sistema democrático que hoje, se reconhece , é muito estreito.

O questionamento à conduta do governo, inclusive de cidadãos que pertencem a setores que, em um determinado momento, apoiaram o atual presidente, deixa evidente que existe o entendimento de que a luta que hoje travamos é pelo direito à educação e por uma mudança de sistema que beneficie toda a sociedade e o desenvolvimento do Chile. Ela não se limita a buscar benefícios para um setor político particular.

O movimento se polarizou entre direita e esquerda. Isso é prejudicial?

Para entender esse conflito é preciso analisá-lo a partir de duas perspectivas. Por um lado, é preciso considerar que, junto à população, a problemática educacional se transversalizou de uma forma nunca vista, o que tem gerado um apoio massivo ao movimento vindo de diversos setores e atores ligados à educação. Por outro lado, temos um setor muito mais minoritário e ideológico representado pelas classes dominantes, que não estão interessadas em uma mudança na educação, tanto porque o atual sistema beneficia diretamente seus bolsos, como porque ele os mantêm em sua posição de privilegiados frente a uma população com fraca educação. A polarização de duas grandes alternativas educacionais é produto da postura intransigente desse setor. Ou seja, a polarização não se encontra no interior do movimento estudantil – que tem sabido priorizar a unidade atuando de forma conjunta -, mas sim representa uma enorme contradição entre as mudanças que a cidadania está exigindo hoje frente uma minoria conservadora cujos interesses são representados pelo Executivo.

Qual a consistência deste movimento para resistir às artimanhas urdidas no espectro político da direita e também do governo?

Hoje o movimento conta com uma série de fortalezas, tais como a amplitude que ultrapassa o meramente estudantil e o transforma em um movimento social; a unidade dos diferentes atores ligados ao mundo educacional, que após um longo processo conseguiram conjugar esforços em torno de pautas unificadas; a representatividade dos anseios da cidadania, na medida em que tem ocorrido processos democráticos por meio dos quais se definem as melhores estratégias a utilizar; e, finalmente, conta com a experiência histórica dos diferentes movimentos que nos precederam como o foi o movimento estudantil dos “pinguins” (estudantes secundaristas) de 2006.

O movimento se vale de todas essas ferramentas para fazer frente às diferentes artimanhas que podem surgir tanto da articulação da direita como do governo, as quais, até aqui, temos sabido enfrentar.

Atuação do governo

Para entender um pouco mais o sistema educacional chileno e por que a direita não quer transformá-lo é preciso ter em mente que há três tipos de escolas de educação superior herdados da ditadura de Pinochet. Há os centros de formação técnica, os institutos profissionais e as universidades que se dividem em tradicionais, com aportes do Estado, e privadas. O ingresso nelas passa por uma prova de conhecimentos e, para os que não têm dinheiro, há um sistema de créditos outorgados pelo setor privado quase sem nenhuma regulação e com juros altíssimos. Em 2006, a presidenta Michelle Bachelet se complicou com a “Revolução dos Pinguins” que mobilizou só os estudantes secundaristas. Eles receberam promessas que não foram cumpridas e agora, com 80% da cidadania aprovando as mobilizações, o governo de Piñera recebeu os protestos na sua porta.

Qual sua avaliação sobre a atuação do governo no tema? Não deu resposta às suas demandas, faz declarações infelizes saindo da boca do próprio presidente (“não há nada grátis na vida”, “as pedras nos levaram à ruptura da democracia”) e tenta dar um perfil violento às marchas (com infiltração de policiais).

O governo não está escutando a cidadania, o que mostra que está disposto a seguir defendendo intransigentemente seu modelo educativo, inclusive assumindo o custo de omitir o que o povo tem demandado massivamente durante mais de três meses.

Não contente com isso, tem explorado ao máximo as ferramentas com as quais conta o governo e a direita chilena – meios de comunicação, força policial e militar, respaldo dos grandes grupos econômicos – para deslegitimar o movimento, baseando-se na mentira por trás de estratégias populistas.

A pressão social que este movimento conseguiu acumular obrigou Piñera a mostrar do que é feito este governo, quais são os limites democráticos que ele está disposto a cruzar e quem representa realmente, o que constitui um enorme desprestígio e desaprovação de sua gestão, o que já foi expresso nas últimas pesquisas que, historicamente, eles mesmos têm validado.

O questionamento à incapacidade de manejar a demanda social por uma educação pública gratuita e de qualidade para todos alcança novos níveis na medida em que o grau de repressão ultrapassou qualquer limite de tolerância de um Estado de Direito. Durante esses meses de protesto, temos sido testemunhas de aberrantes abusos por parte do corpo policial, sob ordens do Executivo, através do Ministro do Interior e Segurança Pública, Rodrigo Hinzpeter, o que atingiu seu ápice com a morte de um estudante na semana passada.

Qual sua opinião sobre o papel da Concertação (oposição) em tudo isso?

A Concertação desemprenhou um papel bastante oportunista tentando
obter ganhos políticos com o que ocorre hoje no país. Neste sentido vemos hoje representantes dessa coletividade criticando o modelo educacional, como, por exemplo, o ex-presidente Ricardo Lagos que diz “que o modelo não já não aguenta mais”, esquecendo-se que foram eles mesmos que administraram e aprofundaram a mercantilização da educação e que, por outro lado, um importante setor dessa organização é formado por proprietários de colégios, por investidores no negócio da educação superior.

Apesar disso, dado o nível de participação que a Concertação tem no Parlamento, corresponde a eles agora responder a altura de suas declarações em favor do movimento. Ou seja, devem assegurar que os projetos de lei que surgiram dessas mobilizações representem integralmente o que as demandas sociais estabeleceram e, por motivo nenhum, devem voltar a negociar pelas costas do movimento, como terminou ocorrendo com o processo da Revolução dos Pinguins de 2006.

Com a foice e o martelo no coração

Camila Vallejo é filha de ex-militantes allendistas e referência das Juventudes Comunistas. Na atualidade, foi obrigada a congelar a tese para se formar em geografia. Ela não reconhece abertamente, mas tampouco descarta seguir uma carreira política.

Já pensou em seguir sendo dirigente no futuro, ainda mais em um país carente de líderes jovens?

Sobre o meu futuro, tenho dito que tenho um projeto pessoal de caráter acadêmico, ou seja, gostaria de terminar meu curso e seguir neste caminho. No entanto, concebo os cargos de representação como uma responsabilidade e de modo algum como um privilégio, pelo que, a priori, não posso dizer que não continuarei tendo cargos de representação popular.

Alguns dirigentes estudantis internacionais olham com especial atenção para o Chile, depositam esperança neste movimento e estão atentos para que as conquistas não sejam perdidas. Como avalia essa tremenda responsabilidade?

Creio que a esperança de que as conquistas desse movimento não sejam perdidas, assim como a responsabilidade por elas é compartilhada pela totalidade dos envolvidos. Se é verdade que, às vezes, minha pessoa é transformada em ícone do movimento, temos claro que a sua construção é uma conquista que pertence a todos. Confio que temos feito as coisas corretamente, o que é demonstrado pelo incrível apoio cidadão que nos acompanha três meses depois de iniciada essa mobilização. Sob estas condições, se o governo não tiver suas demandas satisfeitas, isso será responsabilidade da intransigência do governo e da traição da cidadania por parte da direita chilena, o que não estamos dispostos a tolerar.

O que te parece o modelo educacional de Lula (ProUni) que estabelece um mecanismo de bolsas de estudo para estudantes de universidades privadas com finalidade lucrativa, mas que está dirigido especialmente para estudantes de baixa renda e é financiado com isenções fiscais para esses estabelecimentos?

Para além do detalhe técnico das propostas, o que hoje estamos defendendo no Chile são ideias políticas muito concretas. E o fim do lucro na educação é uma das consignas que teve maior adesão da cidadania. A própria lei chilena de Educação criada na ditadura proíbe o fim do lucro em todas as universidades. O cumprimento dessa lei é um dever que esse governo descumpriu grosseiramente e que, após essa mobilização, não nos contentaremos com a continuidade dessa situação. É preciso avançar na direção da proibição do lucro em todo o sistema educacional, desde o pré-escolar a todos os setores de educação superior, assegurando sanções para aqueles que descumprirem esta lei e para aqueles que fizeram isso durante os últimos 30 anos.

Qual sua impressão sobre o apoio dos trabalhadores às mobilizações estudantis e sobre a convocação de outra mobilização massiva para 8 de setembro?

O fato de os trabalhadores apoiarem as mobilizações é algo fundamental para cada processo histórico revolucionário, pois como sujeito histórico o trabalhador que hoje se encontra diretamente explorado pelo processo produtivo sobre o qual se sustenta nossa sociedade capitalista neoliberal.

Se nós, jovens estudantes, somos chamados a gerar e fomentar as mudanças, temos que ter claro que estes devem se realizar junto aos trabalhadores, pois são eles, finalmente, o real motor da história.

Você sofreu críticas e ataques, sem sentido, maliciosos. Você disse que eles fazem parte do jogo, mas alguns ultrapassam todos os limites, como o de que é manipulada pelo Partido Comunista. O que diz sobre isso?

Efetivamente, eu sou militante das Juventudes Comunistas do Chile e isso é algo que nunca escondi, muito pelo contrário, é algo do que sinto muito orgulho, pois é uma grande escola que me permitiu crescer e desenvolver-me politicamente.

Além disso, é de se esperar que, na atual situação, aqueles que não estão à altura do conflito busquem argumentos como estes para atacar, não somente a mim, mas também ao resto dos dirigentes. Mas o certo é que hoje eu represento não só os estudantes da Universidade do Chile, cuja Federação presido, mas também me toca ser a voz de todos os estudantes do Chile, enquanto porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e a legitimidade que tanto os estudantes como a cidadania concederam a meu desempenho evidencia que essas acusações não passam de sujas estratégias desesperadas de quem, como disse anteriormente, não tem sido capaz de ganhar o debate.

Tradução: Katarina Peixoto

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chile: Masivo reclamo por un cambio de modelo

Por Christian Palma

Desde Santiago, para Página/12

“Soy jardinero y quiero un hijo ingeniero”, decía un cartel que lucía tranquilo un padre en la nueva marcha contra el sistema educativo chileno que ayer convocó a más de 100 mil personas en Santiago y a varios miles más en las principales ciudades del país. Los lienzos, pancartas y letreros se multiplicaron otra vez a pesar de ser un día laborable y de que la Intendencia Metropolitana había modificado el recorrido habitual de las concentraciones capitalinas. El sol ayudó además a que la manifestación se transformara en una fiesta, en la que los vecinos de pisos superiores lanzaban agua a la multitud que, disfrazada y tocando tambores, avanzaba pasito a pasito al Parque Almagro, el punto final acordado con la autoridad.

Pero esa agua que caía limpia desde las alturas, nada tuvo que ver con la que más tarde usó la policía para repeler a un grupo de encapuchados que originaron desmanes en el Paseo Bulnes, cerquita de La Moneda.

Ahí, como ha sido la tónica en las últimas manifestaciones masivas –salvo la familiar y también multitudinaria efectuada el domingo–, los excesos de unos pocos, junto a los carros hidrantes y los gases lacrimógenos empañaron una protesta que hasta el mediodía se desarrollaba de manera normal. El Ministerio del Interior informó que hubo 273 detenidos y que 16 civiles y 23 carabineros resultaron heridos.

Esto a pesar de que la presidenta de la Federación de Estudiantes de la Universidad de Chile, Camila Vallejo, llamaba a terminar la gran movilización en calma. A esa hora, las redes sociales denunciaban que diversos policías se habían infiltrado en la marcha para iniciar desórdenes y caldear los ánimos. “Calma, ya sabemos que los violentistas no somos nosotros”, insistía Vallejo por medio de Twitter.

Sin embargo, el desorden ganó terreno en medio de bombas molotov, piedrazos, palos y hasta un auto incendiado en la vía pública, que dio por finalizada la protesta. Rodolfo Pozo, dueño del auto, calificó de una “verdadera catástrofe” lo sucedido. Cerca de ahí, Sebastián, un “pingüino” (estudiante secundario) de 16 años, reclamaba a cara descubierta: “Sólo es noticia la violencia, pero no cuando 100 mil personas marchan en paz”.

En tanto, el ministro del Interior, Rodrigo Hinzpeter –criticado por la excesiva rudeza de carabineros en marchas anteriores–, buscaba sacarles rédito a los incidentes. “Los desórdenes son una prueba de que las marchas han escapado del control de los convocantes y se han vuelto dañinas”, declaró. Acto seguido, pidió a los estudiantes y al colegio de profesores “sentarse a trabajar” en los proyectos de ley sobre educación que prontamente el gobierno enviará el Congreso, trasladando la discusión a esa instancia. “Los estudiantes deberían adquirir conciencia de que su movimiento está empezando a ser utilizado por personas a las que les importa bastante poco la calidad de la educación”, remató.

Le respondió Camilo Ballestero, presidente de los alumnos de la Universidad de Santiago. “La violencia no sale de la nada y deberíamos trabajar en conjunto con el gobierno para ver cómo se termina. Estamos dispuestos a dialogar, pero fue el gobierno el que envío sus propuestas al Parlamento (sin consensuarlas con los estudfiantes)”, dijo el dirigente.

En una visita a los lugares afectados, el alcalde derechista de Santiago, Pablo Zalaquett, se quejó de los daños que dejó la protesta. “Son los más grandes jamás vistos. Voy a luchar porque esto termine de una vez por todas”, dramatizó. Sin embargo, algunos vecinos no estuvieron muy de acuerdo con la dennuncia del alcalde. “Los estudiantes estaban tranquilos, hasta que llegaron los delincuentes. Esa no es culpa de ellos”, dijo uno que no quiso identificarse, al ser entrevistado por la televisión.

Respecto de los supuestos infiltrados, los diputados del Partido Comunista Lautaro Carmona y Hugo Gutiérrez pidieron formalmente información sobre un funcionario de Carabineros de civil que fue protegido por sus colegas que custodian el Congreso nacional en la ciudad puerto de Valparaíso. El carabinero habría sido descubierto manifestándose encapuchado entre los estudiantes.

“Soy categórico, Carabineros no infiltra. Carabineros utiliza personal para obtener información”, explicó a los medios el coronel Guillermo Bezzenberger. Sin embargo, horas más tarde, La Moneda confirmó que pedirá informes a la institución para aclarar esta situación. “No parece prudente que exista un funcionario de Carabineros que actúe con el rostro cubierto”, sostuvo el vocero presidencial, Andrés Chadwick.

Así las cosas, hoy vence el plazo dado por los líderes estudiantiles al gobierno para aceptar sus demandas. Los estudiantes piden que el derecho a la educación de calidad tenga rango constitucional y reformular el sistema de becas y préstamos estudiantiles, bajando sus intereses, para garantizar igual acceso a la educación a todos los estratos sociales. El ministro de Educación, Felipe Bulnes, ya adelantó que no actuará bajo presión.

Desde el jueves pasado, en diversas zonas del país, incluso en la conservadora comuna de Providencia, miles de manifestantes hacen sonar ollas en una reminiscencia de las protestas contra Pinochet en los ochenta.
Al cierre de esta edición, el ruido de las cacerolas no cesaba. El sonido recorrió otra vez Chile, en una gran protesta contra un sistema heredado de la dictadura y que deja claro que el descontento hacia el gobierno –ligado, aunque no lo quieran, a la dictadura– no para. El “cacerolazo”, esta vez, no pudo ser reprimido por la policía.

@chripalma

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tormenta no vulcão Puyehue-Caulle

Espectacular campo magnético criado ao redor do Puyehue-Caulle, o vulcão que entrou em erupção e afeta populações do Chile e Argentina:




Mais AQUI.

domingo, 12 de setembro de 2010

Ayer mataron a Salvador Allende

Óculos de Allende, encontrados logo após sua execuçao:

Por José Pablo Feinmann, para Página/12

Sería ingenuo no creer que el 11 de septiembre que el mundo recordará será el de las Torres Gemelas antes que el de Chile. El de las Torres tuvo una audiencia en simultáneo, un público atónito que asistía, compartiéndolo, en vivo y en directo, a uno de los acontecimientos más poderosos de la historia humana. No menos poderoso fue el de Chile, pero nos tenía más acostumbrados. Sin embargo, no bien se desplegó el terror pinochetista supimos que eso era nuevo, no tenía antecedentes. Lo mismo sucedió con el terror de la Junta argentina.

Ignoro si se ha reflexionado sobre un punto (sin duda, sí; pero merece ser ofrecido otra vez al análisis): el acontecimiento de las Torres y el de Chile no sólo comparten la fecha, sino mucho más. El país de las Torres (el Imperio) fue el causante directo del septiembre chileno. Chile nada tuvo que ver con la caída de las Torres. Pero Estados Unidos hizo el golpe de Pinochet, lo inventó a Pinochet y lo asesinó a Allende. Era parte de la política que se había otorgado para manejar las cosas en eso que llaman su “patio trasero”.

Desde que llegó a la presidencia, Kennedy, que era un furioso anticomunista, advirtió que –durante el llamado período de la Guerra Fría– las acciones bélicas directas no tendrían lugar entre los dos bloques hegemónicos. Había, en ellos, un exceso de técnica bélica que lo impedía. El terror nuclear recomendaba una excesiva prudencia que los dos colosos ejercieron celosamente. Las luchas, entonces, se dieron en otras latitudes.

Demoraron en advertir que en América latina los comunistas se habían posesionado de Cuba, brillante tarea de esos barbudos que habían seducido y engañado a la CIA diciéndose democráticos, y que la CIA creyó que apenas venían a tirarles abajo a ese sargento Fulgencio Batista, un sanguinario impresentable, que había hecho de Cuba un prostíbulo y un garito para la mafia. Apoyaron a los muchachos de Fidel, que les dieron una enorme y pésima sorpresa: su líder se definió y definió a su movimiento como marxista-leninista. Decidieron aprender la lección: nunca más un Castro en América latina. Porque Estados Unidos decía no pretender apropiarse del mundo como los soviéticos, pero en verdad ya casi lo dominaba o ésa era su meta. Con justa razón, el profesor Chalmers Johnson consideró que había más simetría entre las políticas de la Unión Soviética y de los Estados Unidos de lo que los norteamericanos deseaban reconocer: “Si en el transcurso de la Guerra Fría la Unión Soviética intervino manu militari en Alemania Oriental (1953), Hungría (1957) y Checoslovaquia (1968), los Estados Unidos articularon el golpe en Irán (1953), la invasión de Guatemala (1954) y de Cuba (1961), ocuparon militarmente la República Dominicana (1965) e intervinieron en Corea (1950) y en Vietnam (donde sustentaron dictaduras y mataron a un número más grande de personas que la Unión Soviética en sus exitosas intervenciones)” (Chalmers Johnson citado por Luis Alberto Moniz Bandera en su notable ensayo: La formación del Imperio Americano). En una comparación inevitablemente odiosa y desagradable, posiblemente la CIA sea y haya sido una organización más cruel, más asesina y, sobre todo, más responsable de la llegada de regímenes genocidas al poder que la KGB soviética. Medio mundo o más no diría esto por la prepotencia, la supremacía que tienen los medios en la formación de la subjetividad de las personas. El cine, por ejemplo (gran herramienta de propaganda de EE.UU.), siempre ha mostrado a un agente de la KGB como alguien más siniestro que uno de la CIA, que, con frecuencia, es el héroe de la película. Jack Ryan, sin ir más lejos, tuvo la pinta y el carisma de Harrison Ford. ¿Quién, en la KGB, podía competirle? Pero un serio problema se le aparece a la Administración Nixon. En 1970, el socialista Salvador Allende, candidato de la Unidad Popular, gana de modo inobjetable las elecciones en Chile. Pese a que Allende propone una “vía pacífica” –o una “vía democrática”– al socialismo, Richard Nixon lo odia desde el primer día. Y desde ese día se propone echarlo del gobierno. Aquí debo mencionar dos documentales formidables con los que trabajo estas cuestiones y deben (creo) ser consultados: uno es casi una autobiografía de Robert McNamara y se titula La niebla de la guerra, el otro es una pequeña obra maestra de Chistopher Hitchens, Los juicios de Henry Kissinger. En éste, Hitchens nos muestra la pasión que pone Kissinger en dejar contento a su jefe, Nixon, y demostrarle que se puede hacer con un país lo que Estados Unidos desee. No aún con Chile, porque Allende acaba de ganar muy limpiamente “y nosotros respetamos la democracia”. Nixon acepta este dogma, pero tiene claro que –en caso de llegar a imponer una dictadura– siempre es mejor una dictadura no-comunista que una comunista (ver: Luis Alberto Moniz Bandeira, La formación del Imperio Americano, p. 278). Seguramente compartían este criterio las empresas que le hicieron saber acerca de la gravedad del asunto: la ITT, la Pepsi Cola y el Chase Manhattan Bank. Todas se comunicaron con el presidente de la CIA, Richard Helms. También lo hizo Nixon, en una reunión relámpago: se sentó, tomó un vaso de agua, dijo un par de cosas y se fue. Destinó 10 millones de dólares para la tarea de desestabilizar al “hijo de puta” –así le decía: SOB—, pidió acción inmediata, dejar de lado al embajador, poner los mejores hombres en la tarea y en 48 horas deteriorar la economía. A partir de ese punto empezaría el trabajo en serio.

Kissinger tenía un buen concepto de la habilidad política de Allende: por todos los medios exhibiría que no era un satélite soviético, a lo Castro, ni siquiera un gobierno abiertamente comunista. Pero no estaba dispuesto a mostrar que le creía. En suma, entre Nixon y Kissinger deciden hundir a Allende desde el primer día de su llegada al poder. Así se hace la historia. En tanto, en América latina se festejaba el gran paso de la llegada al gobierno por elecciones libres y democráticas de un gobierno socialista (aunque fuese con un margen leve: la Unidad Popular sólo alcanzó el 36,2%), en las oficinas de la CIA o en el despacho más privado de Nixon la tarea de destrucción ya estaba en camino. Precisamente en Los juicios de Kissinger, el halcón Alexander Haig (que anduvo por aquí tratando de arreglar la guerra de Malvinas) lanza una exclamación con la fuerza de un escupitajo iracundo: “¿Otro Castro en América latina? ¡Por favor!” O sea, ni locos. Allende debía caer.

Haig es un activo soldado de esa causa. En mi novela Carter en New York, Joe Carter le cuenta a un amigo moribundo el modo en que Haig (Alexander Higgins en la novela) se despide de Allende antes de subir al avión que lo llevará a los States, cumplida ya su tarea. Explica: “El problema –ahora– es el Islam. Pero a los 24 años conocí al senador republicano Alexander Higgins. El hombre era un genio. Uno de los grandes cerebros que –allá por 1973– liquidó al gobierno socialista de Salvador Allende. Y que –no hacía mucho, entre un trago y otro– le había confesado ciertas cosas. ‘Sabes, Carter, Allende tenía la beatitud de un arcángel. Mas, ¿qué podía hacer yo? Sólo reconocerlo, pero no evitar mi trabajo por sentimentalismos peligrosos, que te mienten o te ciegan. La última vez que estreché su mano, poco antes del golpe que acabó con su vida, abandonaba yo la República de Chile, todo estaba ya hecho. Acerqué mi cara a la suya y en voz muy baja pero audible para él y para mí, le dije: ‘Es usted un hombre puro. Comunista o no. Cuando le caiga encima el caos que le hemos preparado recuerde estas palabras de uno de sus enemigos. Es usted un hombre bueno, equivocado pero honesto y valiente. Estrecho su mano con orgullo, doctor Allende. Y es la última vez que lo hago’. Me miró a través de esos anteojos doctorales, de académico, de hombre culto. Dijo: ‘¿Por qué si tanto me respeta está al lado de quienes buscan mi destrucción?’ ‘Doctor, es muy simple: otra Cuba, en América latina, no. No podemos permitir eso.’ ‘¿Y quiénes son ustedes para permitir o no lo que un pueblo ha elegido democráticamente?’ ‘Los Estados Unidos de América. Y ustedes nuestro patio trasero. No queremos más problemas por aquí. Trate de salvarse. Huya.’ ‘Nunca. Usted no me respetaría si yo huyera. Me respeta porque sabe que lucharé hasta el fin.’ ‘Lo sé. Lo que nunca sabré es por qué luchará hasta morir por una causa tan infame.’ Allende me clavó sus ojos. Diablos, cuando miraba feo podías temblar si no eras duro, si te escaseaban los cojones. Dijo: ‘Lo que nunca sabré es cómo usted dice respetarme y es un mercenario al servicio de un imperio de asesinos’. ‘Doctor, no nacimos para entendernos. Estamos a punto de dejar de respetarnos. Y si me quedo uno o dos minutos más junto a usted acabaré por hacer el trabajo que en breve harán sus verdugos.’ ‘Parece conocerlos.’ ‘Los hemos entrenado nosotros, doctor.’ ‘¿Quién es el principal cabecilla?’ ‘¿No lo sabe? ¿Ni eso sabe?’ No dijo palabra. Todo estaba tan irrefutablemente tramado que no me importó darle el nombre del general que le habíamos destinado como verdugo. ‘Pinochet.’ ‘¿El general Pinochet?’, se asombró. Y, muy seguro, dijo: ‘El general Pinochet es mi amigo’. ‘Doctor Allende, parto de Chile con una duda: si es usted increíblemente bueno o increíblemente tonto.’ ‘Pues yo lo despido con una certeza: usted es un perro, una escoria humana que insulta la esencia del hombre.’ ‘Lamento desilusionarlo, doctor: pero a esa esencia, de nosotros dos, la encarno yo mejor que usted. Le dejo una enseñanza antes de irme: usted, como comunista, cree que esa esencia es buena y bastará que ella triunfe para que los hombres sean libres. Nosotros creemos que es mala. Que es egoísta y sólo el dinero le importa. Por eso los matamos y los seguiremos matando y les ganaremos todas las guerras. Piénselo.’” (Carter en New York, ed. cit. pp. 105/106/107).

El otro decisivo factor que derrocó a Allende fue “el decano de la prensa chilena”, el centenario periódico El Mercurio. Agustín Edwards, su director, viajó hasta las oficinas de Nixon y volvió con dos millones de dólares para la tarea democrática a emprender. Desde sus páginas inflamadas de patriotismo anticomunista, El Mercurio llamó a la lucha a las conchetas chilenas, que son temibles. Inauguraron la moda de las cacerolas.

Todo está dicho. Allende se refugia en La Moneda y dice que no habrá de huir. Ahí se queda. Se hunde con su barco. Tiene puesto un casco de guerra y sostiene una metralleta. Da un último discurso: “Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor”. Don Agustín Edwards, director del “decano de la prensa chilena”, habrá brindado con buen champán. Las conchetas, felices. Los obreros, perseguidos y asesinados. Allá, en el Norte, la CIA, Nixon y Kissinger, satisfechos. Allende se suicidó o lo mataron. Pero estuvo en su puesto hasta último momento. El 11 de septiembre que América latina recuerda y llora es éste. El otro, el de las Torres, ni sabemos quién lo hizo. Y, emperradamente, como le habría gustado a don Salvador, seguiremos creyendo que alguna vez, más tarde o más temprano, se abrirán las grandes alamedas. Y el primero en pasar por ellas será don Salvador Allende. Una enorme pancarta con su cara de hombre bueno, que soñó un sueño tal vez imposible, pero que él sostuvo hasta el final. Así, pocos, Salud, héroe, mártir, ejemplo perenne. En usted se encarnó lo mejor de la condición humana.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Arquitetos propõem túnel para ligar Bolívia ao mar


Veronica Smink
Da BBC Mundo

Três arquitetos no Chile estão propondo a construção de um túnel que ligue o território boliviano ao Oceano Pacífico, como tentativa de atender uma reivindicação boliviana de 130 anos.

A Bolívia perdeu o acesso que tinha ao mar para o Chile na Guerra do Pacífico, em 1879. A reivindicação tem sido uma das principais campanhas diplomáticas do presidente boliviano, Evo Morales.

Nesta semana, o ministro das Relações Exteriores do Chile, Mariano Fernández, disse que "está aberto a todas as sugestões e a todas as ideias que representem um avanço na integração latino-americana".

A proposta dos arquitetos Humberto Eliash, Carlos Martner e Fernando Castillo Velasco prevê a construção de um túnel de 150 quilômetros, que nasceria da fronteira boliviana e desembocaria em uma ilha artificial, criada no Oceano Pacífico com os restos extraídos das obras.

"Os poetas dizem que é preciso construir uma ponte entre a Bolívia e o Pacífico que salte por cima do Chile. Nós pegamos esta ideia e resolvemos investigar se haveria uma possibilidade de torná-la real", disse Eliash à BBC.

O arquiteto disse que o projeto mostra que existem alternativas para a reivindicação boliviana.
Desenho da ilha artificial

Arquitetos construiriam ilha artificial com restos da obra do túnel

"Isso começa a eliminar as dúvidas de que o problema técnico tem solução. Eu acredito que o problema econômico também é contornável. Então, sobra apenas a incógnita política", disse.

Permissão do Peru

A questão política não é um ponto pequeno para o êxito da proposta. Segundo o projeto, o túnel passaria por baixo da Linha da Concórdia, a fronteira entre Chile e Peru.

A fronteira é alvo de disputa entre os dois países, que mantêm uma disputa na Corte Internacional de Justiça.

A permissão peruana seria necessária não só para a construção do túnel, mas para a criação da ilha artificial, que ficaria na porção do território marítimo disputado por Chile e Peru.

No entanto, é difícil saber se o Peru apoiaria o projeto, já que existe um desentendimento entre Morales e o presidente peruano, Alan García, sobre o asilo político dado pelo Peru a ex-ministros da oposição boliviana.

Até agora, o próprio governo boliviano ainda não se manifestou sobre o projeto.

A visão dos arquitetos também gera alguns desafios em termos de soberania.

Segundo Eliash, para que o projeto funcione, o Chile e o Peru deveriam dar à Bolívia o uso soberano do túnel e da ilha, o que cria algumas dúvidas a respeito de temas complicados, como segurança e imigração.

O arquiteto disse que já outros casos no mundo onde este tipo de solução foi pensado. Ele cita os projetos para construção de túneis entre China e Taiwan, Rússia e Estados Unidos, e Espanha e Marrocos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Documentário revela papel dos EUA na política latino-americana


Filme sobre Henry Kissinger, a "eterna eminência parda" da Casa Branca, desvenda papel ativo dos EUA no golpe de Estado que derrubou Allende no Chile. Também no Brasil os EUA teriam impedido "a ascensão dos comunistas".

Mesmo sem ter ocupado nenhum cargo público nos últimos 30 anos, o ex-conselheiro nacional de segurança e ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger continua sendo um homem muito próximo do poder. Hoje, aos 85 anos, é um dos principais conselheiros do presidente George W. Bush.

O canal de TV franco-alemão ARTE exibiu na última quarta-feira (15/10), dentro de uma série de documentários sobre os EUA em época de eleição, o longa-metragem Henry Kissinger – Segredos de uma Superpotência, do diretor alemão Stefan Lamby. Nos 90 minutos de filme, o "protagonista" Kissinger engasga duas vezes, tentando mudar de assunto.

Uma delas é quando o diretor fala de seus lendários casos com diversas mulheres. A outra é quando o assunto é o golpe militar no Chile e a participação dos EUA, ou melhor, a intervenção direta de Kissinger para que Salvador Allende fosse afastado do poder em 1973. "Se estivéssemos num estúdio de TV, Kissinger teria provavelmente levantado e ido embora, mas estávamos na casa dele em Nova York. Então ficou difícil", diz Lamby.

Silêncio que diz muito

Festejado por alguns como um verdadeiro popstar da política e acusado por outros de crimes de guerra, Kissinger evita, no filme, qualquer declaração comprometedora em relação à guerra do Vietnã ou à intervenção dos EUA no golpe militar no Chile.

À emissora Deutschlandradio, o diretor Lamby diz que o silêncio de Kissinger diz mais que qualquer coisa. Embora ele tenha cortado o assunto sobre o Chile, os signos "não-verbais" deixam entrever o que o ex-secretário de Estado omite. "Esses três ou quatro segundos depois do momento em que ele diz que não quer falar mais no assunto dizem muito mais sobre o que está por trás. A atmosfera, depois disso, ficou gélida", comenta Lamby.

"É claro que ele tinha, antes da entrevista, um plano claro sobre o que iria confessar e o que não", diz o diretor. A interrupção da conversa, no entanto, prova que ainda há muito a ser descoberto pelos historiadores do futuro.

"Allende a serviço da KGB"

Lamby, que já havia tentado desde 2000 rodar um documentário sobre Kissinger, só conseguiu em 2005 uma resposta positiva para agendar um encontro pessoal. Depois disso, ganhou a confiança da "eminência parda" dos bastidores políticos norte-americanos e recebeu o convite para passar dois dias na "casa de hóspedes" de Kissinger em Nova York.

Mesmo sem a confissão pessoal do ex-secretário de Estado, o diretor consegue, através de depoimentos de seus assessores de então, desvendar as interferências dos EUA na América Latina na década de 1970.

Alexander Haig, por exemplo, que foi chefe de gabinete do governo Richard Nixon (1969-1974) e mais tarde secretário-geral da Otan e secretário de Estado do governo Ronald Reagan (1981- 1989), afirma com veemência no documentário que "Allende trabalhava para a KGB [serviço de inteligência soviética] e estava sendo pago por eles".

"Impedindo a ascensão dos comunistas no Brasil"

Apoio dos EUA ao golpe foi essencialPara evitar a ascensão de Allende à presidência em 1970 e depois para desestabilizar seu governo, os EUA organizaram, lembra Haig, "uma série de ações encobertas através da CIA, semelhantes a outras anteriores na América Latina, que haviam levado a muito bons resultados, inclusive em administrações anteriores, evitando, por exemplo, a ascensão dos comunistas no Brasil e na Guatemala. Foi esse tipo de atividades que levou a CIA a se posicionar contra Allende", conta Haig no documentário.

Brent Sowcroft, outro assessor de Kissinger entre 1969 e 1975, confirma as ações de desestabilização. "Apoiamos com dinheiro as pessoas que protestavam, a fim de complicar a situação de Allende. As ações encobertas sempre foram parte da política dos EUA".

O próprio Kissinger, no documentário, quando aceita falar no assunto, dá respostas evasivas ao entrevistador, omitindo-se de qualquer responsabilidade no golpe militar. "Nixon dava ordens diretas aos serviços de inteligência e eu, obviamente, não me opunha", diz. Segundo ele, Nixon queria evitar que Allende "se transformasse num segundo Fidel Castro".

"Condições favoráveis"

Uma das provas da participação de Kissinger e Nixon na derrubada de Allende, levada à tela por Lamby, é a transcrição oficial de uma conversa telefônica entre Nixon e Kissinger cinco dias depois do golpe militar que levou o general Augusto Pinochet ao poder. Nesta conversa, Kissinger diz claramente que os EUA não "agiram diretamente, mas ajudaram a criar condições favoráveis" para o golpe.

"O que importa para Kissinger é apenas o resultado. Ele demonstra apenas um interesse mínimo por questões de direitos humanos. Isso fica claro no filme de Lamby", comenta o diário berlinense taz. Os 90 minutos porém, não são suficientes para desvendar a trajetória do ex-secretário de Estado. "Este homem, que em 1973 recebeu, numa das decisões mais errôneas possíveis, o Prêmio Nobel da Paz, ainda guarda muitos segredos", conclui o jornal alemão.

deutsche welle

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Los datos personales de seis millones de chilenos, expuestos en Internet


EL PAÍS:

Los datos personales de unos seis millones de chilenos fueron subidos este sábado a Internet por un pirata informático que sustrajo archivos de las páginas electrónicas de diversos servicios públicos, según han confirmado distintas fuentes policiales.

Nombres de personas con sus números de identidad, direcciones, teléfonos comerciales y particulares, correos electrónicos e información académica y social aparecieron en la red, precisaron las fuentes. La información fue obtenida por el pirata electrónico desde la

Dirección General de Movilización Nacional, el Servicio Electoral, el Ministerio de Educación, el sitio de la Prueba de Selección Universitaria (PSU) y registros telefónicos.

La documentación apareció primero en FayerWayer, un blog chileno dedicado a temas tecnológicos, que recibió los datos en uno de sus foros y cuyos responsables dieron cuenta de inmediato a la Policía de Investigaciones, cuya Brigada del Cibercrimen comenzó a efectuar las diligencias para esclarecer el caso."De ser cierto, se trataría de un hecho grave. Por ello, se investiga la veracidad de la información", asegura el comisario Jaime Jara al diario El Mercurio.

Más tarde, la información también fue publicada por la página elantro.cl, en la que un usuario dejó disponibles los links de la página donde están almacenados los archivos, y cuyos administradores también procedieron a borrar los datos.

Una demostración que deja al descubierto millones de datos

El aún desconocido pirata informático acompañó un archivo en el que explicó que su intención era demostrar "lo mal protegidos que están los datos en Chile" y afirmó que ya que nadie se esmera en proteger esta información, decidió hacerla pública para todo el mundo. La publicación incluye los registros de los pases escolares para la locomoción colectiva del Ministerio de Educación, los inscritos para la PSU y un listado de números telefónicos equivalente a la guía residencial y comercial de Santiago, según El Mercurio.

El pirata informático, incluso, sostuvo que con los datos se puede generar un mapa virtual con Google Earth o Google Maps, donde se pueda ver gráficamente dónde vive cada persona. Además asegura que con los folios del pase escolar, y según los datos de la tarjeta BIP (tarjeta de pago electrónico del transporte público) se puede acceder a los recorridos diarios de los estudiantes.