Mostrando postagens com marcador Invasão de Privacidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Invasão de Privacidade. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A Nestlé e um "James Bond brasileiro"


Num caso de espionagem que está sendo investigado pela Justiça suíça, a empresa de segurança Securitas teria repassado à Nestlé informações sobre a Attac e o ativista brasileiro Franklin Frederick.

A Nestlé também é alvo de críticas porque seu diretor-geral na Suíça, Roland Decorvet, integra o conselho de uma fundação da Igreja Protestante contrária à privatização da água. A empresa rebate as acusações e nega a existência de um conflito de interesses.

O assunto não é novo, mas voltou a ser destaque na semana passada nos jornais Tagesanzeiger e 20min.ch, ambos do grupo Tamedia, segundo maior grupo de mídia da Suíça, com manchetes como "A espionagem da Nestlé na luta pela água".

Um dos personagens envolvidos é o ativista Franklin Frederick, que o Tagesanzeiger caracteriza como "uma espécie de James Bond brasileiro. Há anos ele se engaja contra a privatização da água, especialmente contra a multinacional suíça Nestlé, que explorou fontes minerais em São Lourenço (MG) e vendeu a água sob o rótulo Pure Life".

A comparação um tanto exagerada com James Bond se deve ao fato de que no novo filme de 007, Quantum of Solace, o superespião britânico luta contra um vilão que tenta controlar e privatizar importantes fontes de água na Bolívia.

Segundo o diário de Zurique, Frederick, um dos líderes do Movimento de Amigos do Circuito das Águas Mineiro (Macam), foi "uma das vítimas mais eminentes do ataque de espionagem à organização antiglobalização Attac".

Nos anos de 2003 e 2004, uma funcionária da Securitas (empresa responsável pela segurança da Nestlé) com o codinome "Sarah Meylan" teria sido infiltrada na Attac do cantão de Vaud, estado em que fica a sede da multinacional. Na época, um grupo de autores da ONG escrevia o livro Attac contra o Império Nestlé, publicado em 2005.

Segundo a acusação da Attac, Sarah produziu dezenas de perfis de militantes, com nome, altura, cor de cabelo e pele, idéias, idade, perfil político e até mesmo hobbies. Ela também teria repassado informações sobre pessoas que atuavam contra a empresa em outros países. "Não sabemos o que foi feito com as informações quando elas chegaram à empresa", disse o advogado dos ativistas, Rodolf Petit.

O nome de Franklin Frederick aparece várias vezes no protocolo de espionagem de 77 páginas entregue pela Nestlé à Justiça Civil de Vaud. O ativista brasileiro havia obtido apoio da Attac, do Greenpeace, da Declaração de Berna, da Igreja Reformada de Berna e de outras organizações suíças à sua campanha contra a Nestlé em São Lourenço e fornecera informações aos autores do livro.

O "império" contra Attac

Numa audiência em 23 de julho passado perante o juiz Jean Luc Genillard, no Palácio da Justiça de Lausanne, os advogados da multinacional e da Securitas disseram que os relatórios de Sarah eram "banais" e que as fotos que faziam parte das fichas sobre cada ativista foram "tiradas em locais públicos".

Em um comunicado, a Nestlé admitiu ter pedido a ajuda à Securitas "para antecipar possíveis ataques" e lembrou as circunstâncias daqueles anos, "quando havia uma atmosfera tensa em torno da cúpula do G8 em Evian (na vizinha França, em 2003) e a Attac atacou a sede da Nestlé em Vevey, causando danos materiais significativos".

Frederick, que atualmente se encontra na Suíça, lembra-se de Sarah Meylan. "Ela freqüentou o grupo Attac de setembro de 2003 até junho de 2004. Este foi não só o período de elaboração do livro, mas também o período em que o caso de São Lourenco teve a maior repercussão na Suíça."

O ativista brasileiro teve contato pessoal com a "espiã". "Nós nos encontramos várias vezes e chegamos mesmo a trocar alguns e-mails." Agora Frederick quer saber se seu correio eletrônico também foi espionado ou eventualmente ainda continua sob observação.

Ele compara o caso de espionagem da Nestlé com métodos usados pelos governos ditatoriais da América Latina nos anos de 1960 e 1970 e acredita que não só a Attac tenha sido infiltrada. "Claro que dentro de nosso movimento também havia infiltrados", diz.

Questionado pela swissinfo, se a Nestlé realmente mandou espionar Frederick, o diretor de relações com a mídia da empresa, Robin Tickle, respondeu: "O pedido de infiltração de ONGs não faz parte da política da Nestlé. A Attac deu queixa contra a Nestlé, e assim atualmente estão em andamento vários processos judiciais. Não podemos falar sobre isso em detalhes. As sentenças são esperadas para um futuro próximo e as esperamos com tranqüilidade. O senhor Frederick nos é conhecido há muitos anos como crítico da Nestlé. É evidente que ele se movimenta no ambiente da Attac."

Para Frederick, no entanto, "não há dúvida de que essa operação foi encomendada pela Nestlé, como mostra o protocolo que a empresa entregou à Justiça. O processo agora tenta esclarecer se houve violação à privacidade das pessoas espionadas."

"Conflito de interesses"

Em nome do Conselho das Igrejas Cristãs (Conic) e da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Frederick atualmente coordena o projeto ecumênico "Água como direito humano e bem público". Ele também participou da elaboração de uma declaração assinada em 2005 pela CNBB, a Conferência dos Bispos da Suíça e a Federação das Igrejas Protestantes Suíças (SEK, na sigla em alemão) contra a privatização da água.

Integrantes da Igreja e de ONGs suíças pediram à SEK que "proteste publicamente na Nestlé contra a espionagem", que teve ramificação no Brasil. Um pedido delicado, porque a SEK, na sua assembléia de junho passado, elegeu o diretor-geral da Nestlé suíça, Roland Decorvet, para o Conselho da Fundação da Obra Filantrópica das Igrejas Protestantes da Suíça (Heks, na sigla em alemão).

A Heks apóia projetos de ajuda a países em desenvolvimento. Críticos da eleição de Decorvet dentro da própria Igreja temem que ela perca a sua credibilidade, uma vez que assinou a declaração pelo direito à água enquanto a Nestlé estaria interessada na privatização. Neste ponto, haveria um conflito de interesses entre Decorvet e a Heks.

Robin Tickle nega a existência desse conflito de interesses. "O senhor Decorvet se engaja como fiel protestante e foi eleito por representantes da Igreja para o Conselho da Heks. Ele exerce essa função como pessoa física e não como representante da Nestlé, embora a Nestlé desempenhe um papel importante em países em desenvolvimento e tenha acumulado experiências que se dispõe a partilhar com outras organizações", disse à swissinfo.

Direito humano à água

Perguntado se o interesse da Nestlé em privatizar a água não colidiria com o direito humano à água, o porta-voz da multinacional disse é preciso diferenciar entre a água potável para o abastecimento básico e aquela que é usada para a produção de outros produtos, por exemplo, na agricultura, responsável por 70% do consumo mundial de água.

"Existe um direito à água para satisfazer as necessidades básicas diárias do ser humano. Isso, segundo a ONU, são 25 litros por pessoa por dia. Mas não existe um direito humano à água que é usada para regar um campo de golfe ou lavar o carro. Esta água precisa ter um preço de mercado para que não seja desperdiçada", disse Tickle.

Segundo ele, nos últimos cinco anos, a Nestlé economizou mais água através da otimização de sua produção do que vendeu em garrafas. "Não se trata de uma privatização ou estatização geral da água – 97% do abastecimento mundial de água estão na mão do Estado, mas mesmo assim 1 bilhão de pessoas não têm acesso seguro à água potável. Trata-se de realmente implementar o direito humano à água e que o restante da água tenha um preço justo", afirmou.

swissinfo, Geraldo Hoffmann

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Los datos personales de seis millones de chilenos, expuestos en Internet


EL PAÍS:

Los datos personales de unos seis millones de chilenos fueron subidos este sábado a Internet por un pirata informático que sustrajo archivos de las páginas electrónicas de diversos servicios públicos, según han confirmado distintas fuentes policiales.

Nombres de personas con sus números de identidad, direcciones, teléfonos comerciales y particulares, correos electrónicos e información académica y social aparecieron en la red, precisaron las fuentes. La información fue obtenida por el pirata electrónico desde la

Dirección General de Movilización Nacional, el Servicio Electoral, el Ministerio de Educación, el sitio de la Prueba de Selección Universitaria (PSU) y registros telefónicos.

La documentación apareció primero en FayerWayer, un blog chileno dedicado a temas tecnológicos, que recibió los datos en uno de sus foros y cuyos responsables dieron cuenta de inmediato a la Policía de Investigaciones, cuya Brigada del Cibercrimen comenzó a efectuar las diligencias para esclarecer el caso."De ser cierto, se trataría de un hecho grave. Por ello, se investiga la veracidad de la información", asegura el comisario Jaime Jara al diario El Mercurio.

Más tarde, la información también fue publicada por la página elantro.cl, en la que un usuario dejó disponibles los links de la página donde están almacenados los archivos, y cuyos administradores también procedieron a borrar los datos.

Una demostración que deja al descubierto millones de datos

El aún desconocido pirata informático acompañó un archivo en el que explicó que su intención era demostrar "lo mal protegidos que están los datos en Chile" y afirmó que ya que nadie se esmera en proteger esta información, decidió hacerla pública para todo el mundo. La publicación incluye los registros de los pases escolares para la locomoción colectiva del Ministerio de Educación, los inscritos para la PSU y un listado de números telefónicos equivalente a la guía residencial y comercial de Santiago, según El Mercurio.

El pirata informático, incluso, sostuvo que con los datos se puede generar un mapa virtual con Google Earth o Google Maps, donde se pueda ver gráficamente dónde vive cada persona. Además asegura que con los folios del pase escolar, y según los datos de la tarjeta BIP (tarjeta de pago electrónico del transporte público) se puede acceder a los recorridos diarios de los estudiantes.