segunda-feira, 15 de junho de 2009

Síria e Líbano chamam de "racista" discurso de Netanyahu

Netanyahu:

Síria e Líbano criticaram nesta segunda-feira o discurso feito neste domingo pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o qual qualificaram de "racista" e "perigoso", respectivamente.

Uma fonte oficial síria citada pela agência estatal Sana disse que a posição anunciada neste domingo por Netanyahu constitui "uma rejeição clara" às exigências que poderiam levar à paz no Oriente Médio, baseadas nas resoluções internacionais e na Conferência de Madri (1991).

Netanyahu, que se dirigiu à opinião pública a partir de uma tribuna em uma universidade de Tel Aviv, disse que Israel só aceitaria um Estado palestino "desmilitarizado" e que reconheça a natureza judaica de Israel e Jerusalém como capital indivisível desta entidade hebréia.

Além disso, destacou que o problema dos quatro milhões de refugiados palestinos "deve ser resolvido fora das fronteiras de Israel".

Segundo a fonte, as condições, impostas por Netanyahu, refletem "atitudes racistas", esvaziam a paz de conteúdo e privam os palestinos de direitos, como o de retorno dos refugiados.

Em consequência, a fonte ressaltou que a Síria acredita que Israel não está disposto a alcançar a paz e pede à comunidade internacional, principalmente aos Estados Unidos, que pressionem o Estado judeu para que coloque fim aos assentamentos, levante o bloqueio sobre Gaza, e aplique as resoluções internacionais.

Já o presidente do Líbano, Michel Suleiman, qualificou hoje as palavras de Netanyahu como muito perigosas e de tentativa de "destruir o processo de paz", informaram os meios de comunicação do Líbano.

Para Suleiman, os planos israelenses "afetarão, de modo negativo, os esforços para encontrar uma solução ao problema do Oriente Médio".

O chefe de Estado libanês pediu aos líderes da região para "se unir e proteger o povo (palestino) para que possa resistir" e reiterou que a iniciativa árabe de paz, lançada em 2002 em Beirute, constitui "uma oportunidade para garantir uma solução justa e duradoura" ao conflito.

A iniciativa propõe a paz em troca da devolução dos territórios ocupados por Israel em 1967, ou seja, Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas do Golã sírios, além do reconhecimento do direito de retorno dos refugiados palestinos, como estipula a resolução 194 do Conselho de Segurança da ONU.

EFE PARA TERRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário