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Proposta dos EUA de incluir a participação de outros países no pacote de salvação do mercado financeiro norte-americano é revidada pelo governo alemão, bem como por outros países da UE.
De acordo com o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, a Alemanha não está sozinha ao dizer "não" à participação no pacote de medidas que deverá ajudar os bancos norte-americanos a saírem da crise. Com o objetivo de combater a atual crise dos mercados financeiros, o governo em Washington pretende incluir a participação de outros países em seu "pacote de 700 bilhões de dólares".
Segundo informações oficiais do governo nos EUA, alguns países já teriam demonstrado disponibilidade em participar do pacote, embora não tenham ainda assegurado sua inclusão no mesmo. O pacote prevê a criação de um fundo, que deverá comprar ações dos bancos norte-americanos privados que se encontram em crise. Este fundo deverá se manter também à disposição de bancos estrangeiros.
Responsabilidades
A decisão de Steinbrück foi tomada após conversas telefônicas com seus colegas de pasta de outros países da União Européia e com os presidentes dos bancos centrais dos países do G7. Estes, por sua vez, também não planejam participar do tal pacote de auxílio.
A Alemanha, de acordo com um porta-voz da chanceler federal Angela Merkel, saúda primariamente a postura do governo norte-americano por este ter "percebido sua responsabilidade" após a crise desencadeada pelos mercados imobiliários no país. Segundo o porta-voz em Berlim, as medidas irão contribuir consideravelmente para diminuir as tensões no mercado financeiro internacional.
Transparência
Também a Comissão Européia saudou o plano de salvação arquitetado por Washington a fim de estabilizar o sistema financeiro no país. Entretanto, segundo um porta-voz do bloco em Bruxelas, a UE não vai "tomar nenhuma posição em relação a detalhes do plano".
A premiê Merkel acentuou ainda sua defesa de uma maior transparência nos mercados financeiros, lembrando que a crise deverá ser um dos temas do próximo encontro de cúpula da UE. O mercado alemão, até agora, não foi muito afetado pelas turbulências nos EUA.
Maior controle
Tanto parlamentares dos partidos que formam a coalizão de governo na Alemanha (CDU/CSU e SPD) quanto os da oposição deram manifestações de apoio à posição de Berlim.
"Os norte-americanos provocaram a crise, seus negócios arriscados colocam o mundo todo em dificuldades. Por isso, acredito que principalmente os contribuintes norte-americanos é que deverão buscar uma solução para esse problema", afirmou Steffen Kampeter, porta-voz da União Democrata Cristã (CDU) para questões relacionadas a orçamento.
O líder da bancada social-democrata no Parlamento Europeu, Martin Schulz, defendeu em entrevista a uma cadeia de TV alemã um controle mais acirrado dos mercados financeiros. "Precisamos de regras capazes de acorrentar esse capitalismo financeiro desvairado que vivenciamos nos úlitmos naos." Segundo Schulz, a UE está disposta a estudar novas formas de estreitar a vigilância das instituições de crédito.
Guido Westerwelle, líder da bancada liberal no Parlamento alemão, não poupou palavras: Segundo o político, os norte-americanos teriam, nos últimos anos, "enchido os bolsos". Agora, segundo ele, os prejuízos não podem ser "jogados na Europa".
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