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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O “republicanismo”, o punitivismo rastaquera e as derrotas ideológicas

Fonte desta imagem AQUI.


Artigo de Márcio Medeiros Félix


1. O STF e os ecos do “mensalão”



A derrota sofrida pela maioria dos réus da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal traz para o debate uma série de avaliações (nem sempre apropriadas) sobre as razões para o resultado, quase sempre fantasiosas.

O que se percebe em parte do discurso do petismo é uma natural e legítima inconformidade com o resultado. No entanto, em geral elaborando um discurso que não aponta a verdadeira gravidade dos fatos ocorridos, ficando na periferia do problema. De outro lado, o discurso que ecoa na imprensa empresarial é de uma exaltação idealizada ao punitivismo, que transforma Joaquim Barbosa num Herói da Pátria, enquanto rotula Lewandowsky como leniente com a corrupção, num execramento gravíssimo de um Ministro da Suprema Corte que, daqui a dois anos, será chefe de um dos poderes da República.

Do ponto de vista do PT, a crítica me parece legítima, mas insuficiente. Centra fogo na condenação sem provas de alguns dos réus e na alteração da orientação jurisprudencial como um sinal de que se trataria de um “julgamento de exceção”. Nesse ponto, a maioria de ministros do STF estaria participando de um movimento para derrotar o PT. E só isso. Ao final, em geral essa crítica cobra o mesmo rigor para casos futuros e uma certa promessa de que estarão de olho quando tucanos forem réus.

Do ponto de vista da oposição, um discurso articulado a partir da imprensa exalta a punição dos “corruptos” como “um novo momento”, uma verdadeira redenção nacional. Os ministros do STF são elevados a heróis nacionais, em especial Joaquim Barbosa. As análises desse ponto de vista, no entanto, além de permeadas por um ufanismo um tanto boboca, são permeadas por uma raiva incontida: o objetivo maior não é exatamente o combate à corrupção, mas desmoralizar o “petismo”, propriamente dito. Em nome disso, nenhuma vírgula de crítica às opções do STF podem ser apontadas.

Tais análises, no entanto, empobrecem o debate. O PT, especialmente, precisaria refletir melhor diante desse processo político e do processo judicial para amadurecer um projeto de relação com as instituições do país.

Considerando que tem a Presidência da República há dez anos e, ao que tudo indica, a terá no mínimo pelos próximos seis – e que mesmo o dia em que deixar a Presidência, será a alternativa imediata a qualquer governo – falta ao PT, incrivelmente, reflexão mais clara sobre alguns aspectos da disputa política e a intervenção mais efetiva no jogo democrático.

A crítica que o discurso médio petista faz aos ministros do Supremo, por exemplo, é risível, em especial quando tenta ignorar que, da composição atual da Corte, apenas três ministros são remanescentes dos governos anteriores: Celso de Melo (Sarney), Marco Aurélio (Collor) e Gilmar Mendes (FHC).



2 – As indicações de Lula para o STF



Lula foi o presidente sob o qual recaiu mais vezes a prerrogativa de indicar ministros da Suprema Corte em toda a história. Nem sempre acertou. Se por um lado, acertou quando indicou Ayres Brito (cuja passagem pelo STF não pode ser julgada apenas pelo “mensalão” que presidiu, o que seria um erro), Carmen Lúcia ou Lewandowski, ministros de posições corretas, progressistas e de esquerda, errou feio ao indicar César Peluso (que dentre outras marcas, foi pupilo de Alfredo Buzaid, Ministro da Justiça de Médici e “racionalidade jurídica” do arbítrio) e Menezes Direito (ligado à direita católica), dois dos mais conservadores ministros da história recente da casa.

O caso de Joaquim Barbosa merece nota à parte. Joaquim tem uma trajetória pessoal exemplar. Homem estudioso, passou em concursos, estudou em algumas das instituições de ensino mais importantes do país e do exterior. Antes do Supremo, tinha uma produção consistente em temas constitucionais, em especial na questão das políticas afirmativas. Traz, em sua trajetória, uma rejeição em sua tentativa de virar diplomata apenas na fase da entrevista (quando a subjetividade entra em jogo e determina tudo), o que se pode concluir ter sido forte a incidência do racismo a lhe derrotar. Num momento em que Lula indicaria diversos ministros, Joaquim representava um enorme gesto, por ser negro e por elaborar justamente na área de políticas afirmativas. As críticas que tenho lido de algumas pessoas de que seria de direita são totalmente equivocadas e se amparam numa divisão esquerda-direita que não respeita um critério sério. Na realidade, Joaquim é de esquerda, acredita sinceramente numa sociedade mais justa, mas traz consigo posições “justiceiras” na área penal, em especial na questão do combate à corrupção, além de demonstrar uma visão distorcida de democracia. Como alguém com trajetória no Ministério Público, Barbosa reproduz aquilo que a própria instituição da qual é egresso prega: endurecimento do sistema penal, punição a qualquer preço, relativização do direito de defesa, com especial requintes de desprezo pelos advogados, dos quais Barbosa não esconde o tom de deboche. Assim como boa parte dos membros do Ministério Público, Joaquim se acredita “o verdadeiro representante dos anseios da sociedade”, o que lhe permite atropelar direitos individuais em nome dessa verdadeira “missão”. Sempre repito que Barbosa se parece muito com a ex-senadora Heloísa Helena, embora ocupe um espaço mais privilegiado, use um linguajar mais empolado e vista uma toga que lhe deu poder para atacar os “corruptos poderosos” com muito maior efetividade que a verborragia da hoje vereadora de Maceió, cujos minutos de relevância duraram dois ou três anos.

No entanto, todos esses apontamentos em relação aos ministros indicados por Lula trazem um grave problema: Lula e sua equipe erraram tanto por qual razão? Bem sabemos que a estrutura da Casa Civil tem plenas condições de apresentar ao Presidente um perfil completo e detalhado de qualquer cidadão, em especial alguém pleiteando uma nomeação de tal monta. Todas essas pequenas observações que fiz não eram dados estranhos ao Presidente quando, ainda assim, optou por tais indicações. Se eram, temos um grave problema operacional. Se não eram, realmente, temos um grave problema político, em especial nas nomeações dos perfis claramente conservadores, como Peluso e Menezes Direito. No caso de Barbosa, poderia se alegar que depois de nomeado, o “Batman” surpreendeu a todos e enveredou para caminhos não imaginados. Ainda assim, tal “ingenuidade” não chega a ser aceitável, já que não estamos falando da indicação de um membro de um conselho universitário, exatamente.

Claramente faltou um critério a Lula para as indicações ao Supremo. Ao nomear perfis tão díspares, alguns deles claramente “do outro lado”, do ponto de vista ideológico, possivelmente tenha optado por utilizar tais indicações para “pagar contas” com aliados ou simplesmente “fazer gestos”. Nenhuma das hipóteses é aceitável em se tratando da composição da Suprema Corte, onde algumas das decisões mais centrais da democracia ocorrerão e onde um ministro será, por décadas, as vezes, uma das pessoas mais poderosas da disputa política do país.



3 – As indicações de Dilma



Já Dilma teve, até aqui, a iniciativa de indicar três nomes ao STF (estando já aberta a possibilidade de um quarto, com a aposentadoria de Ayres Brito). Ao contrário de Lula, ela até agora se utilizou, aparentemente, de um critério comum nas nomeações de Rosa Weber, Luiz Fux e Teori Zavaschi, já que os três compunham tribunais superiores (a primeira o TST, os outros dois o STJ). Assim, haveria no critério de Dilma a opção por nomear ministros de perfil supostamente mais técnico, evitando a controvérsia gerada, por exemplo, pela nomeação claramente mais “política” de Toffoli, último da era Lula.

Nessa toada, Dilma aponta para uma tentativa de nomear “profissionais”, figuras menos identificadas com qualquer posição política prévia. Embora mais coerente, não deixa de estar equivocada. Primeiro, porque o Supremo não deve ser considerado o “último degrau da magistratura”, onde chegariam aqueles ministros dos Tribunais superiores mais capacitados ou mais “articulados”, como Fux tem procurado demonstrar que foi em sua corrida para chegar ao Supremo. A Suprema Corte deve expressar a diversidade das trajetórias no mundo do Direito, alternando magistrados de carreira com egressos dos MP e da advocacia. Qualquer critério que restrinja a apenas um setor das carreiras jurídicas a composição do STF lhe tornará uma corte homogênea demais, perdendo seu sentido.

Mas o maior dos equívocos de Dilma repete o de Lula.



4 – O erro comum nas indicações ao STF: o burocratismo sob o nome de “republicanismo”



Um dos debates mais distorcidos que sempre se repete a cada novo ministro do Supremo a ser sabatinado pelo Congresso é aquele que tenta criticar a nomeação quando ela é de alguém muito identificado com o Presidente da República, pessoal ou ideologicamente.

Evidente que a Suprema Corte de um país não deve ser apenas o espaço para acomodar seus operadores jurídicos mais brilhantes, como já fizeram Collor com Francisco Rezek, FHC com Gilmar Mendes e Lula com Dias Toffoli (embora, nos três casos, se deva reconhecer a grande capacidade intelectual). Ainda assim, não há qualquer crime em um Presidente da República indicar alguém que lá defenda ideias próximas às suas. Ele deve buscar exatamente isso, a ideia é essa! Nos Estados Unidos, o sistema é exatamente igual ao nosso, sendo que lá os juízes membros são claramente identificados como liberais ou conservadores: isso faz parte do jogo democrático estadunidense, sem qualquer hipocrisia. Aqui parece que estamos sempre permeados por essa acusação de “partidarização”. Infelizmente, Lula e Dilma parecem, muitas vezes, ficarem reféns desse discurso, ecoado especialmente pela “grande” imprensa. Parecem preocupados, a cada nomeação (exceto na de Toffoli, claramente) provar que não estão nomeando um “companheiro”, mas um jurista “isento”, como se isso pudesse existir.

A ideia de que um ministro do Supremo ideal seria algo próximo do “burocrata judicial eficiente” é não apenas de uma ingenuidade grave, mas uma posição superada por séculos de debate (o juiz que deveria apenas ser “a boca da lei” é um tipo ideal criado por Montesquieu em 1748). Curioso, aliás, que alguns tentem justificar essa busca da isenção como sendo “republicanismo”, já que a ideia do juiz boca-da-lei é algo derrotado exatamente pelo debate político contemporâneo, pelas mais notórias repúblicas, como a dos EUA.

Lula teve a rara chance de terminar seus oito anos de governo nomeando a maioria dos ministros do STF. Como dito, abriu mão de conformar uma maioria claramente progressista, garantindo, inclusive, a manutenção de tal composição para além de sua passagem pela Presidência. Manter uma maioria progressista no STF mesmo por longos anos após uma eventual saída do PT do Governo é algo importantíssimo para a disputa de longo prazo na sociedade brasileira, uma oportunidade que não deveria ser desprezada.

Após a saída do PT (e um dia isso ocorrerá), boa parte de seu legado poderá ser mantido (ou não) a partir da maioria da Suprema Corte. Algumas votações importantes para a democracia brasileira ocorreram no STF nos últimos anos (Raposa do Sol, União Homoafetiva), assim como algumas derrotas, também (como a manutenção da impunidade prevista na Lei da Anistia). Logo, a “maioria progressista” ocorre apenas em alguns temas. Falta uma maioria clara no STF, comprometida com um projeto de esquerda numa perspectiva mais complexa e de longo prazo.

No entanto, o problema está longe de se resumir às condenações da referida ação penal 470. Elas se concentram, principalmente, na incapacidade de fazer um balanço consistente do que aconteceu até aqui e do que virá pela frente.



5 – Os outros erros do PT na forma de “jogar o jogo”


Um dos pontos já mencionados por algumas vozes importantes do debate próximo ao PT como sendo um grande equívoco das análises “oficiais” diante do julgamento do “mensalão” é a incapacidade de produzir uma autocrítica diante dos episódios, por mínima e simbólica que seja. Uma das defesas, aliás, é totalmente equivocada, a de que não teria ocorrido compra de votos de congressistas, mas “apenas caixa dois”, como se isso também não fosse uma prática a ser merecedora de punição.

Mas o problema segue: o petismo está contaminado, de uns anos para cá, por uma postura de total adesão ao que podemos chamar, grosso modo, por “punitivismo”. Isso se expressa nos discursos da maioria de seus dirigentes relevantes. Diferentemente de períodos mais longínquos, onde o PT tinha uma posição diferenciada nas temáticas de segurança pública e sistema penal, aos poucos as opções do PT foram sendo hegemonizadas pela mesma lógica da “lei e da ordem”, de um punitivismo rastaquera, que despreza e por vezes até ataca os direitos humanos. Tal deslocamento de posição foi ocorrendo em especial a partir dos anos 2000, quando o PT ganhou a eleição presidencial e quando passou a buscar vitórias eleitorais majoritárias a qualquer preço, em cada estado ou cidade.

Atualmente, qualquer candidato a Prefeito do PT defende que a segurança pública também é tema de responsabilidade do Prefeito. Boa parte defende guardas municipais armadas. A barbárie sofisticada das câmeras de vigilância espalhadas pela cidade (quem ainda não leu “1984”, o faça) é tema também superado dentro do PT, embora seja, a meu ver, uma das grandes derrotas da civilidade do século XXI. Muitos são os casos em que segurança pública é a prioridade de candidatos petistas a prefeito. Nada mais equivocado, diga-se.

Nas iniciativas legislativas, o PT parece também bastante entrosado com essa postura de endurecimento de penas, criação de novos tipos penais, mudanças no sistema processual para facilitar punições. Só nos últimos dias, vimos a iniciativa da “Nova Lei Seca”, que tenta, especificamente para a questão do álcool, rasgar a Constituição e o Código de Processo Penal.

A proposta de Osmar Terra (PMDB-RS), que pode voltar a endurecer a política de drogas, ameaça passar com apoio quase unânime do Congresso. Para cada problema difícil de resolver, nossos legisladores e Governo atacam com nova lei penal. Com o silêncio anuente ou mesmo a operação militante da bancada do PT no Congresso. Viramos punitivistas, possivelmente por medo de debater francamente com a opinião pública ou talvez porque tenhamos sido tomados pelo conservadorismo, simplesmente.

Tudo isso, no entanto, complica em muito a conjuntura atual. O PT não parece saber muito bem elaborar respostas ao que acontece no debate político do país. Parece não saber bem como se relaciona com alguns temas importantes da democracia brasileira. Como os critérios para indicação de um Ministro do Supremo, por exemplo. Afinal, estamos falando das “novas estrelas” do jogo político do país. Então, Dilma seguirá errando nos seus critérios?

O “novo punitivismo” vai no mesmo sentido. Um dos maiores problemas do julgamento do “mensalão” está justamente na condenação sem provas, na interpretação extensiva para condenar os réus, no cerceamento do direito de defesa, na aplicação de penas elevadas e desproporcionais, no encarceramento de réus por alguns crimes cuja prioridade não deveria ser essa, mas a restituição dos desvios aos cofres públicos. Nada disso, no entanto, é debatido em profundidade pelo discurso petista, que parece mais preocupado em denunciar um golpe de estado próximo ou um “Supremo a serviço da direita”. Nada mais frágil e nada mais improdutivo em relação ao futuro. Enquanto isso, o punitivismo parece tomar conta da Suprema Corte, controla as iniciativas do Legislativo e até mesmo do Ministério da Justiça, com sua “nova lei seca”, com uma Polícia Federal que adora espetacularizar suas investigações, sem se preocupar com as consequências na intimidade dos acusados.

O que se percebe, portanto, é que o conservadorismo ataca por todos os lados, mesmo pelas frentes controladas pelo “petismo”. Aspectos importantes da disputa política de um país, que é a disputa cultural da sociedade, aquela que se dá no longo prazo, sobre o “legado” de um período, parece que não é compreendida por parte importante dos dirigentes do PT e do Governo Federal. Que daqui a alguns anos poderão deixar a Presidência da República com uma Suprema Corte controlada pelo conservadorismo, leis penais mais duras e um cenário asfaltado para um longo reinado conservador, legitimado por uma sociedade que não terá sido, ao longo dos anos de governo petista, disputada para um projeto humanista. Que os erros de análise sejam meus, assim espero.

sábado, 15 de dezembro de 2012

DILMA DÁ IBOPE


Dilma mantém Ibope 62%

Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira (14) demonstra que a popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff mantém-se em alta. De acordo com o levantamento, 62% dos entrevistados avaliaram como ótimo e bom a condução do governo, mesmo percentual da pesquisa anterior, realizada em setembro. É o mais alto índice de aprovação desde que assumiu a presidência, em janeiro do ano passado. Para 29%, ela faz uma gestão regular, e 7% consideram que a administração é ruim ou péssima - mesmos números do levantamento de setembro. Os números do Ibope apontam que Dilma tem uma popularidade maior que seus dois antecessores no primeiro ano do governo. O ex-presidente Lula (PT) foi avaliado positivamente por 41% dos entrevistados em seu segundo ano do primeiro mandato; Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi elogiado por 47% no mesmo período. Dilma também tem mais confiança da população do que Lula e FH: 73% disseram confiar nela. Lula teve a demonstração de confiança de 63% em seu segundo ano do primeiro mandato, e FH, 60%. Apesar da crise financeira mundial e do crescimento baixo do país neste ano, a população está otimista quanto ao restante do governo da petista. Segundo o Ibope, 62% acreditam que os dois últimos anos de administração de Dilma serão ótimos ou bom; 25% vêm um futuro regular com ela, e 7% acham que será ruim ou péssimo. Em comparação ao governo do ex-presidente Lula, os entrevistados acreditam que a administração de Dilma é igual à do seu padrinho político: 59% manifestaram essa impressão; para 19%, ela é melhor e 21% consideraram pior. O modo de Dilma governar também agrada à maioria - 78% aprovam o jeito como ela conduz o governo; no levantamento anterior, eram 77%. Somente 17% desaprovam. A confiança na presidente também permanece elevada. Dos entrevistados, 73% revelaram confiança nela, e 22% não confiam. Saúde, impostos e segurança pública têm desaprovação maior O principal ponto positivo deste jeito Dilma de atuar está no combate à fome e à pobreza. O Ibope aferiu que 62% aprovam as políticas adotadas pelo governo nesse sentido, e 36% desconsideram. A principal crítica, por outro lado, é na gestão da saúde - 74% desaprovam o governo nesse quesito e somente 25% aprovam. Os impostos também são lembrados como um dos itens que a população desaprova no governo Dilma. De acordo com a pesquisa, 65% criticaram os impostos, e 30% aprovaram. Segurança pública também foi outro item bastante criticado: 68% não estão satisfeitos com a política para o setor e somente 30% aprovam a segurança pública. Para o gerente executivo de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, a citação a itens como saúde, segurança pública e educação é um reflexo, em grande parte, das eleições municipais, que discutiu esses temas. - As eleições municipais, ao trazerem o discurso para mais perto da população, podem ter contribuído para as variáveis saúde, segurança e educação - destacou ele.Embora o julgamento do mensalão não atinja diretamente a gestão da presidente Dilma, 23% dos entrevistados citaram o escândalo como o fato mais lembrado no noticiário; 14% citaram o anúncio da redução do custo de energia elétrica e 10% a operação Porto Seguro. O percentual dos que consideram as notícias recentes mais favoráveis ao governo caiu de 29% para 24%. O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 142 municípios entre os dias 6 e 9 deste mês. A margem de erros é de dois pontos percentuais. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FRASE DE EFEITO


“O senhor é bom de festa! Tem futuro depois que sair da Prefeitura”.

Declaração de Milton Coleman, presidente da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), agradecendo ao Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o coquetel oferecido em evento realizado em 15 de outubro de 2012.

Nesse evento o Comitê Anfitrião da Assembleia Geral da SIP criticou ausência da Presidenta Dilma e a comparou ao ex-Presidente Collor. Na cerimônia de abertura a organização atacou os governos da Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A ILUSÃO DE UM ACORDO

Fonte desta imagem AQUI.

por Rodrigo Vianna

Já nos primeiros meses de governo, tudo estava claro. O governo Dilma significou um movimento rumo ao centro. Parecia uma estratégia inteligente, como escrevi na época aqui: Lula tinha já o apoio da “esquerda” tradicional – com sindicatos, movimentos sociais e também a massa de eleitores de baixa renda beneficiados pelos programas sociais. Dilma avançou para o centro, com acenos para a classe média que preferira Serra e Marina em 2010. A agenda “técnica” e a “faxina” são a face visível desse giro ao centro. Não é à toa que Dilma alcançou mais de 80% de aprovação.

Mas ela não fez só isso. Abriu mão de conquistas importantes dos anos Lula: houve retrocessos na Cultura e na área Ambiental, pouca disposição para dialogar com os movimentos sociais, nenhuma disposição para qualquer avanço na área de Comunicações. São apenas alguns exemplos.

Concentro-me nesse último ponto: o Brasil tem uma legislação retrógrada e um mercado de mídia dominado por meia dúzia de famílias. Não é só um problema de falta de concorrência, mas um problema político – na medida em que essas famílias impedem a diversidade de opinião e interditam o debate no país. No segundo mandato, Lula percebeu a necessidade de mexer nessa área; convocou a Confecom (Conferência Nacional de Comunicação) e encomendou a Franklin Martins um novo Marco Regulatório para o setor. Dilma preferiu o silêncio, mandou o ministro Paulo Bernardo guardar o projeto de Franklin numa gaveta profunda.

Dilma foi a festinhas em jornais e TVs, logo após a posse, e aceitou as pressões da velha mídia para barrar a investigação da “Veja” e de Policarpo na CPI do Cachoeira. O governo foge do confronto. Ao mesmo tempo, entope de anúncios – e de dinheiro – as empresas que são as primeiras a barrar qualquer tentativa de avanço no país – como escreveu Paulo Henrique Amorim.

A turma que cuida da Comunicação no governo Dilma parece dividir-se em duas: uma tem medo da Globo e da Abril, a outra quer garantir empregos na Globo e Abril quando terminar o mandato.

Dilma segue popular. Mas a base tradicional lulista está ressabiada.

A velha mídia e os tucanos perceberam a possibilidade de abrir uma cunha entre Dilma e o lulismo. A estratégia é simples: poupa-se Dilma agora, concentra-se todo o ódio no PT e em Lula. Com PT e Lula fracos, ficará mais fácil derrotar Dilma logo à frente.

A presidente, pessimamente aconselhada na área de Comunicações, parece acreditar na possibilidade de uma “bandeira branca” com a mídia. Não percebe que ali está o coração da oposição.

A velha mídia, derrotada por Lula em 2006 e 2010, mostra que segue fortíssima com esse episódio do ”Mensalão”. Colunistas de quinta categoria pautaram os ministros do STF, capas da “Veja” e manchetes do “JN” empurraram o julgamento para as vésperas da eleição municipal. O STF adota uma linha “nova” para o julgamento, que rompe com a jurisprudência adotada até aqui, e aceita indícios como elementos para a condenação.

Evidentemente que – nesse episódio do chamado “Mensalão” - dirigentes do PT erraram feio: está claro que a rede de promiscuidade e troca de favores entre agências de publicidade, bancos privados e entes públicos precisava ser investigada e punida. Não era “mensalão”, mas era ilícito.

O que chama atenção é o moralismo seletivo da Justiça e da velha mídia. Querer transformar o arranjo mambembe – e desastrado – feito pelo PT de Delúbio Soares no ”maior escândalo da história republicana” é quase uma piada.

O fato é que a velha mídia ganhou esse jogo até aqui. Outro fato: ninguém acredita que “indícios” serão suficientes para condenar mensalões tucanos, nem banqueiros ou publicitários que tenham se lambuzado em operações com outras forças políticas. Não. O roteiro está preparado para condenar o PT. E só isso. É parte da estratégia de retomar o Estado brasileiro.

No dia em que o julgamento começou, Dilma anunciou o tal “pacote de concessões” para a iniciativa privada, na área de infra-estrutura. Não foi à toa. Era como se a presidenta tentasse se desvincular: o “velho PT” vai pro banco dos réus; ela não, é “moderna” e confiável. Hum…

Imaginem Zé Dirceu condenado. Na manhã seguinte, o alvo será Lula. Consolidado o ataque a Lula, as baterias estarão voltadas contra Dilma. Rapidamente, a sucessora de Lula perceberá que a ilusão de um trato “republicano” com a velha mídia brasileira não era nada além disso: ilusão.

Será que Dilma deu-se conta do erro que é apostar na lua-de-mel com os conservadores? Afinal, bateu pesado em FHC, quando este último escreveu sobre a “herança” pesada que Lula teria deixado pra ela. Mas e a relação com a mídia? Preocupante saber que Dilma teria confirmado presença no Congresso da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). Trata-se de uma espécie de Instituto Millenium, maior e mais articulado em todas as Américas. FHC e Marina estarão lá na SIP. Se Dilma também for, o círculo estará fechado.

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terça-feira, 22 de maio de 2012

CÓDIGO FLORESTAL: VETO TOTAL

 Ex-ministros do meio ambiente querem veto total

"Pedimos à presidente Dilma o veto integral dos retrocessos contidos no projeto de lei aprovado pela Câmara, que reduz a proteção às florestas", escrevem os ex-ministros brasileiros do Meio Ambiente.

Nós, do Fórum dos Ex-Ministros do Meio Ambiente do Brasil, dirigimos um apelo público à presidente da República a respeito do projeto de lei 1976/99, aprovado pela Câmara dos Deputados com alterações ao Código Florestal.

Reconhecemos e destacamos o compromisso da presidente Dilma, assumido ainda quando ela era candidata e reafirmado reiteradas vezes nos últimos meses (inclusive durante uma audiência com os representantes do Fórum de Ex-Ministros do Meio Ambiente em maio de 2011), de vetar qualquer alteração na legislação brasileira que represente um aumento de desmatamento ou a anistia daqueles que desmataram ilegalmente.

Nós observamos também que esse compromisso, que é amplamente apoiado pela opinião pública brasileira, reflete os interesses maiores da nação, dos quais a presidente é a fiel depositária.

O Comitê Nacional em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e diferentes setores da academia, da sociedade civil e do setor produtivo têm demonstrado enorme preocupação com as consequências da sanção do projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados.

Todos pedem o veto integral dos retrocessos contidos no texto. Eles reduzem drasticamente o status de proteção das florestas no Brasil, bem como a governança socioambiental construída nas últimas décadas. Mais de 2 milhões de pessoas se manifestaram através de abaixo-assinado nesse sentido.

Em nome do fórum de ex-ministros, solicitamos que a presidente, em coerência com o seu compromisso e com os anseios da sociedade, vete integralmente toda e qualquer norma de caráter permanente ou transitório que:

- Sinalize ao país a possibilidade presente e futura de anistia;

- Permita a impunidade em relação ao desmatamento;
- Descaracterize a definição de florestas, que está consagrada na legislação vigente;
- Reduza direta ou indiretamente a proteção do capital natural associado às florestas;
- Fragilize os serviços prestados por elas;
- Dificulte, esvazie ou desestimule mecanismos para a restauração;
- Ou, ainda, fragilize a governança socioambiental.

Ao mesmo tempo, nós entendemos que continua necessário construir um quadro de referência normativo estratégico, alinhado com os desafios contemporâneos, de modo a valorizar o conjunto de nossas florestas.


Para tanto, a partir da experiência acumulada no serviço público ao longo de tantos anos, assim como da diversidade de seus membros, o fórum se coloca à disposição para apoiar, da forma que for julgada mais oportuna, a elaboração e tramitação no Legislativo de uma proposta que vise uma política florestal sustentável -e que, portanto, valorize as funções de conservação, de recuperação e de uso econômico do capital natural associado às nossas florestas.

Os autores são os membros do Fórum de Ex-Ministros de Meio Ambiente do Brasil:

CARLOS MINC, 60, ministro entre 2008 e 2010 (governo Lula)
MARINA SILVA, 54, ministra entre 2003 e 2008 (Lula)
JOSÉ CARLOS CARVALHO, 59, ministro em 2002 (FHC)
JOSÉ SARNEY FILHO, 54, ministro de 1999 a 2002 (FHC)
GUSTAVO KRAUSE, 65, ministro de 1995 a 1998 (FHC)
HENRIQUE BRANDÃO CAVALCANTI, 83, ministro em 1994 (governo Itamar Franco)
RUBENS RICUPERO, 75, ministro entre 1993 e 1994 (governo Itamar)
FERNANDO COUTINHO JORGE, 72, ministro entre 1992 e 1993 (governo Itamar)
JOSÉ GOLDEMBERG, 83, secretário do Meio Ambiente em 1992 (governo Collor)
PAULO NOGUEIRA NETO, 90, foi secretário especial do Meio Ambiente entre 1973 e 1985 (governos Médici, Geisel e Figueiredo)
 
 
 

domingo, 25 de setembro de 2011

Tucanos e sua pesquisa sobre Dilma

Olho arregalado de tucano.

Num cantinho do site de O Globo há a menção de uma pesquisa encomendada pelo alto tucanato. Se os candidatos de 2010 fossem os mesmos, um pleito presidencial hoje daria à presidenta Dilma Rousseff condições de ser eleita, com folga, já no primeiro turno. Veja também a menciona, mas omite os números.

Voltando a esses mesmos tucanos – divididos e confusos, procurando se apegar e adotar uma bandeira que não têm autoridade para empunhar… A própria pesquisa sobre as intenções de voto de eleições presidenciais, caso se dessem hoje, explica o estado catatônico do PSDB e de toda oposição: Dilma teria 59% dos votos, José Serra apenas 25%. Também perderia votos a candidatura de Marina Silva (ex-PV), de 19,3% para 15%.

Outro dado revelador da pesquisa que tem como objetivo orientar o tucanato: para os entrevistados, o governo FHC ganha o primeiro lugar em matéria de tolerância com a corrupção. Recentemente, em levantamento realizado para o mesmo PSDB, verificou-se nada menos do que 67% aprovam o programa Bolsa Família. Estudos encomendados pelo partido têm dito o que já sabemos há muito tempo: o distanciamento do discurso do partido das expectativas da população.

CB

sábado, 2 de julho de 2011

Sem FHC no Planalto, Nelson Jobim se vê cercado de “idiotas”

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e também das eras FHC e Lula, parece cada vez mais disposto a sabotar o governo da presidente Dilma Rousseff. Ao menos foi o que demonstrou em duas lamentáveis declarações públicas feitas nesta semana. Por André Cintra

Na segunda-feira (27), em breve entrevista a jornalistas, Jobim se posicionou como fiador das Forças Armadas, ao declarar que documentos oficiais do regime militar brasileiro (1964-1985) "desapareceram, já foram consumidos à época". Sem provas comprometedoras, o ministro concluiu que era chegada a hora de viabilizar uma Comissão da Verdade -como se o principal objetivo da comissão não fosse justamente apurar as violações de direitos humanos cometidos pelos militares no poder.


Três dias depois, ao participar nesta quinta-feira (30), em Brasília, da festa em homenagem aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Jobim voltou a se apresentar como um contraponto ao viés mais democrático e progressista do governo Dilma. Ele aproveitou seu discurso para mandar uma série de recados -ora devidamente cifrados, ora nem tanto.

Dirigindo-se a uma plateia majoritariamente tucana, o ministro reconheceu sentir-se mais à vontade ali, entre a cúpula do PSDB, do que no ministério de Dilma. Foram várias declarações nesse sentido, a começar pela confissão de que seu discurso -ou "monólogo" pró- FHC -teria "vazios" que o ex-presidente "compreenderia perfeitamente".

Ao fim e ao cabo, os "vazios" não foram necessários. Explícito em vários momentos, Jobim só faltou evocar a música de Chico Buarque para dizer que, no momento, seu coração "é um pote até aqui de mágoa". A tal ponto que, de forma absurda, atribuiu ao próprio FHC sua indicação e manutenção no Ministério da Defesa. "Se estou aqui, foi por tua causa", afirmou aberta e deselegantemente.

Para fazer coro às críticas da oposição e da grande mídia à rigidez de Dilma, Jobim a contrapôs, indiretamente, a Fernando Henrique. "Nunca o presidente levantou a voz para ninguém. Nunca criou tensionamento entre aqueles que te assessoravam".

Insatisfação

O ministro ultrapassou de vez todos os limites da arrogância ao insinuar que os governos Lula e Dilma demoliram um "processo político de tolerância, compreensão e criação" supostamente construído por FHC. "Precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram."

Com cada vez menos poderes e holofotes na vida pública, Jobim deu a entender que se considera uma espécie de ilha de brilhantismo cercada de "idiotas" por todos os lados no governo Dilma. Para chegar a tal ridículo, evocou o escritor Nelson Rodrigues.

"Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento", soltou o ministro imodesto no momento mais idiota de sua fala. Até FHC -que classificou o evento como uma "festa de amizade e de confraternização" -estranhou Jobim: "É, aquilo foi forte".

Segundo a Folha de S.Paulo, "aliados do ministro dizem que ele está, de fato, insatisfeito com Dilma. Recentemente se queixou a correligionários de que a presidente não o convoca para opinar sobre assuntos de política e direito, como Lula fazia. Ele também ficou incomodado com o corte do orçamento de sua pasta".

Nada disso, porém, confere a Nelson Jobim legitimidade para esculhambar o governo e a presidente que lhe confiaram um cargo tão estratégico. Às 11 horas desta sexta-feira (1º/7), o ministro tinha reunião marcada com Dilma. Será uma boa oportunidade para ele explicar, sem subterfúgios, quem são os "idiotas" que lhe exigem tamanhas "tolerância e compreensão".

Jus Brasil

Comentário do Blog: Está mais do que na hora da Presidenta fazer uma faxina no Governo Federal, começando por esse "ministro".

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aprovação inicial do governo Dilma supera Lula e FHC

Desenho de Mauritis Cornelis Escher

Por Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) - O governo Dilma Rousseff registrou no início de sua gestão uma taxa de aprovação superior às obtidas pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso no começo de seus mandatos, mostrou pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

A sondagem realizada pelo Ibope por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou o governo Dilma com avaliação ótima ou boa para 56 por cento dos entrevistados em março. Já 27 por cento veem como regular o governo Dilma e outros 5 por cento o avaliam como ruim ou péssimo.

Em março de 2003, o governo Lula tinha 51 por cento de avaliação positiva e quatro anos depois essa aprovação era de 49 por cento. No caso de Fernando Henrique, no início de seu primeiro, em março de 1995, o Ibope verificou 41 por cento de avaliação ótima ou boa, proporção que caiu para 22 por cento quatro ano depois.

Para o gerente-executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, o desempenho da economia e a herança da popularidade do governo Lula ajudam na boa avaliação do governo Dilma.

"A boa avaliação do governo Lula acaba passando para o governo Dilma", disse.

A aprovação pessoal de Dilma chegou a 73 por cento, segundo o levantamento, contra 12 por cento dos entrevistados a desaprovam, enquanto 14 por cento disseram não saber ou não responderam.

O Ibope também pediu que os entrevistados comparassem o governo Dilma com o de seu antecessor e padrinho político. Para 64 por cento dos ouvidos pelo Ibope os dois governos são iguais, ao mesmo tempo que 13 por cento avaliam a administração da presidente como pior e 12 por cento a consideram melhor.

Pesquisa CNI/Ibope realizada em dezembro, antes de Dilma assumir, mostrou que 62 por cento dos entrevistados na ocasião tinham expectativa de que o governo da petista seria ótimo ou bom. Mostrou ainda aprovação de 80 por cento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O levantamento divulgado nesta sexta mostrou também que 44 por cento dos entrevistados afirmaram que o combate à inflação deve ter prioridade igual a outras políticas do governo, enquanto 40 por cento avaliaram que deve receber prioridade maior.

Segundo a pesquisa, 48 por cento aprovam as medidas do governo para combater a elevação dos preços, enquanto 42 por cento a desaprova. A política de juros do governo tem 43 por cento de aprovação e exatamente o mesmo percentual de desaprovação.

Levantamento do Datafolha divulgado no dia 20 de março apontou avaliação positiva do governo de 47 por cento.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 20 e 23 de março. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tras la visita de Obama, volvió Lula

Ponto de vista de partidos conservadores.

Mientras los partidos conservadores machacan en la tesis de que el ex mandatario se distanció de su sucesora en escarmiento por su aproximación a Washington, el ex presidente y la actual mandataria reafirman su cercanía.

Por Darío Pignotti
Desde Brasilia, para Página/12
  Lula vuelve (o volvió). Desde su ausencia al almuerzo ofrecido por la presidenta brasileña Dilma Rousseff a Barack Obama, hace una semana, los partidos conservadores machacan en la tesis de que el ex mandatario se distanció de su sucesora en escarmiento por su aproximación a Washington.

“No apuesten en eso (ruptura con Lula), porque van a perder la apuesta. ¿Saben a dónde voy el 30 de marzo? Voy a Portugal con Lula”, comentó despreocupadamente la primera mandataria brasileña, ante un grupo de cineastas y periodistas en la residencia oficial, donde este mes, el de la mujer, fueron recibidas varias personalidades femeninas, publicó ayer Folha de Sao Paulo.

Dilma se refería al primer encuentro internacional, desde el inicio de su mandato en enero, que compartirá con su mentor político en la Universidad Coimbra, donde Lula recibirá un doctorado honoris causa.

Lula refrendó los dichos de su correligionaria. “No existe la hipótesis sobre divergencias entre Dilma y yo. Porque cuando las divergencias existan, ella tendrá la razón”, aseguró desde Portugal, mientras en Londres esta semana se anunciará el ganador del premio internacional otorgado por la Fundación Gorbachov, en el que el ex presidente es uno de los ternados.

Excitados por el impacto de la cumbre Dilma-Obama, del sábado 19 de marzo, algunos analistas de derechas incurrieron en tesis exorbitantes, como suponer que el nuevo gobierno arrasará con el legado diplomático de Lula y restablecerá, sin más, la primavera política entre Washington y Brasilia vivida bajo la presidencia de Fernando Henrique Cardoso, quien sí participó del banquete ofrecido al visitante norteamericano.

Y un grupo pequeño, los más alocados, entre los que se cuentan ciertos voceros del agronegocio, hasta habla de resucitar el ALCA, que en paz descansa desde 2005, cuando fue enterrado por Lula, Kirchner y Chávez.

Por tanto, asegurar que Rousseff acabará por completo con los postulados diplomáticos que rigieron entre 2003 y 2010 suena desproporcionado, pero hay que decir que es ciego no ver alguna señal de descontento en el plato que Lula dejó vacío durante el banquete ofrecido en el Palacio Itamaraty, sede de la Cancillería.

Más, este cronista percibió un sutil descontento hacia algunas iniciativas de política externa de Dilma un mes y medio atrás, en el Partido de los Trabajadores –en esos días avanzaban las negociaciones para la visita de Obama– durante el evento que marcó el regreso a la política local de Lula, 40 días después de haber concluido su presidencia.

El segundo retorno de Lula, ahora en el plano internacional y con la pompa propia de una universidad portuguesa de siete siglos, puede deparar efectos políticos colaterales, algo que también dejó la visita de Obama.

El más evidente de ellos fue observado cuatro días después de que Obama abandonó Río de Janeiro, cuando Brasil votó en la ONU junto a Estados Unidos, por la creación de un relator sobre derechos humanos en Irán, dando un giro respecto de los lineamientos que marcaron la relación Teherán-Brasilia hasta el año pasado.

Acto seguido el Parlamento iraní acusó a Estados Unidos de presionar al Palacio del Planalto a través de una declaración plena de ataques al gobierno de Obama y vacía de cuestionamientos a Rousseff.

Cabe imaginar que Teherán haga gambetas para evitar choques con Brasil buscando preservar el diálogo construido en los años de Lula, cuya influencia en el gobierno de Rousseff y el PT están fuera de duda. De allí que la vuelta al ruedo internacional de Lula sea un dato crucial de la política externa brasileña, al tiempo que se hicieron notorios los encontronazos entre el ex canciller Celso Amorim, calificado como “antinorteamericano” por auxiliares de Hillary Clinton (Wikipedia dixit), y el actual jefe de Itarmaraty, Antonio Patriota, visto amigablemente desde el Norte.

La agenda externa de Lula podrá ser equiparable a las gestiones internacionales que llevó adelante el ex presidente Kirchner, o las que sigue realizando Bill Clinton. A veces oficiosas, pero jamás en colisión con la Casa Rosada y Blanca.

Tampoco se descarta que desempeñe algún cargo formal, según un trascendido, el ex presidente podría ser nombrado embajador especial para Africa, y su nombre fue barajado como eventual negociador en Libia.

En las últimas semanas no dejó de tender puentes hacia el mundo árabe. Lula visitó Qatar, donde abogó por estrechar los lazos entre Medio Oriente y Brasil, tras lo cual ofreció una conferencia ante la populosa y poderosa comunidad árabe de San Pablo, que lo escuchó deplorar los ataques occidentales contra Libia e instar a una solución negociada.

Prueba de que su jubilación política está lejos, y su retorno fue más temprano de lo esperado, tampoco descuidó la agenda sudamericana: luego de visitar Paraguay el viernes pasado desembarcó en Uruguay donde despotricó contra el “imperialismo” y aseguró que Brasil no ambiciona ninguna hegemonía.

quarta-feira, 2 de março de 2011

FRASES


"Acho que ela vai fazer coisas muito boas. Ela é uma gracinha!".

Declaração de Hebe Camargo a respeito da Presidenta Dilma, em seu programa de estreia na Rede TV!. José Serra, que estava presente, irritado se retirou do recinto.


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