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sábado, 2 de julho de 2011

Sem FHC no Planalto, Nelson Jobim se vê cercado de “idiotas”

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e também das eras FHC e Lula, parece cada vez mais disposto a sabotar o governo da presidente Dilma Rousseff. Ao menos foi o que demonstrou em duas lamentáveis declarações públicas feitas nesta semana. Por André Cintra

Na segunda-feira (27), em breve entrevista a jornalistas, Jobim se posicionou como fiador das Forças Armadas, ao declarar que documentos oficiais do regime militar brasileiro (1964-1985) "desapareceram, já foram consumidos à época". Sem provas comprometedoras, o ministro concluiu que era chegada a hora de viabilizar uma Comissão da Verdade -como se o principal objetivo da comissão não fosse justamente apurar as violações de direitos humanos cometidos pelos militares no poder.


Três dias depois, ao participar nesta quinta-feira (30), em Brasília, da festa em homenagem aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Jobim voltou a se apresentar como um contraponto ao viés mais democrático e progressista do governo Dilma. Ele aproveitou seu discurso para mandar uma série de recados -ora devidamente cifrados, ora nem tanto.

Dirigindo-se a uma plateia majoritariamente tucana, o ministro reconheceu sentir-se mais à vontade ali, entre a cúpula do PSDB, do que no ministério de Dilma. Foram várias declarações nesse sentido, a começar pela confissão de que seu discurso -ou "monólogo" pró- FHC -teria "vazios" que o ex-presidente "compreenderia perfeitamente".

Ao fim e ao cabo, os "vazios" não foram necessários. Explícito em vários momentos, Jobim só faltou evocar a música de Chico Buarque para dizer que, no momento, seu coração "é um pote até aqui de mágoa". A tal ponto que, de forma absurda, atribuiu ao próprio FHC sua indicação e manutenção no Ministério da Defesa. "Se estou aqui, foi por tua causa", afirmou aberta e deselegantemente.

Para fazer coro às críticas da oposição e da grande mídia à rigidez de Dilma, Jobim a contrapôs, indiretamente, a Fernando Henrique. "Nunca o presidente levantou a voz para ninguém. Nunca criou tensionamento entre aqueles que te assessoravam".

Insatisfação

O ministro ultrapassou de vez todos os limites da arrogância ao insinuar que os governos Lula e Dilma demoliram um "processo político de tolerância, compreensão e criação" supostamente construído por FHC. "Precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram."

Com cada vez menos poderes e holofotes na vida pública, Jobim deu a entender que se considera uma espécie de ilha de brilhantismo cercada de "idiotas" por todos os lados no governo Dilma. Para chegar a tal ridículo, evocou o escritor Nelson Rodrigues.

"Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento", soltou o ministro imodesto no momento mais idiota de sua fala. Até FHC -que classificou o evento como uma "festa de amizade e de confraternização" -estranhou Jobim: "É, aquilo foi forte".

Segundo a Folha de S.Paulo, "aliados do ministro dizem que ele está, de fato, insatisfeito com Dilma. Recentemente se queixou a correligionários de que a presidente não o convoca para opinar sobre assuntos de política e direito, como Lula fazia. Ele também ficou incomodado com o corte do orçamento de sua pasta".

Nada disso, porém, confere a Nelson Jobim legitimidade para esculhambar o governo e a presidente que lhe confiaram um cargo tão estratégico. Às 11 horas desta sexta-feira (1º/7), o ministro tinha reunião marcada com Dilma. Será uma boa oportunidade para ele explicar, sem subterfúgios, quem são os "idiotas" que lhe exigem tamanhas "tolerância e compreensão".

Jus Brasil

Comentário do Blog: Está mais do que na hora da Presidenta fazer uma faxina no Governo Federal, começando por esse "ministro".

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CANALHA FASCISTA

 "Não considero o Jobim um fascista, um canalha, o considero defensor de uma posição equivocada".

Declaração de Paulo Vanucchi no lançamento do 4º Relatório Nacional sobre os Direitor Humanos no Brasil, ontem.

Leia MAIS.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tortura: OAB critica posição de Jobim


CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2009

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, rebateu ontem as declarações feitas pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a punição de militares que participaram de torturas no período da ditadura seria revanchismo. Britto afirmou que a legislação brasileira e tratados internacionais subscritos pelo Brasil não classificam a tortura como crime político. Na sua opinião, a Lei da Anistia perdoou apenas crimes políticos e conexos, o que não incluiria o de tortura.
O dirigente também comentou a afirmação de Jobim de que, caso a ação movida pela OAB junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o intuito de derrubar o perdão aos militares seja acatada, será preciso lidar com outra questão jurídica, a prescrição. 'O que se busca, com o seu enquadramento, é demonstrar que a ação abjeta que (os torturadores) exerceram não configura ato político, mas crime comum, hediondo, de lesa-humanidade e, portanto, imprescrítivel nos termos da lei', disse.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

E a Margareth?


Cristóvão Feil:

Ontem, o presidente Lula acordou bem indisposto. Pensou tratar-se dos distúrbios causados pelo fuso horário enfrentado na sua recente viagem ao Oriente. Mas não. Diagnosticou que era o conflito. Ele não pode com conflitos. Ainda com a escova na boca que pingava espuma dental comprada no Japão, o presidente Lula enxerga no fundo do espelho embaçado a Thatcher, que lhe diz de forma clara:

- Presidente, não existe essa coisa de sociedade! – o presidente Lula ainda tentou limpar o vapor do espelho com a manga do pijama de algodão egípcio, mas o que sumiu foi a imagem da dama de ferro.

Chegando ao Palácio do Planalto, o presidente Lula mandou que ligassem para o presidente do STJ, ministro Gilmar Mendes. Depois de conversar com Mendes, manda ligar para o ministro da Justiça, Tarso Genro. No telefone mesmo, determina a Tarso que demita toda a equipe do delegado Protógenes do caso Daniel Dantas:

- Não discuta ministro, é uma condição do Gilmar Mendes para começar a conversar conosco ainda hoje à tarde aqui no Planalto. Eu quero essas demissões sacramentadas ainda agora pela manhã. Passe bem.

À tarde, na vasta mesa de reuniões do gabinete da presidência estão reunidos quatro personagens dispostos ao congraçamento e à lhaneza de propósitos, no melhor espírito do “brasileiro cordial”: o presidente Lula, o presidente Gilmar Mendes, o ministro Nelson Jobim e o ainda atônito, ministro Tarso Genro.

A conversa foi rápida. O presidente Lula iniciou dizendo que os delegados já estavam fora do caso, conforme condição “que você impôs, Gilmar”. Tarso Genro sentia pregos na sua cadeira. Nelson Jobim anotava tudo para depois reproduzir a seus companheiros tucanos e peemedebistas. O presidente Gilmar Mendes, se sentindo agora, mais presidente, mais Gilmar, e mais Mendes, sugeriu que ele e o ministro Genro façam em conjunto uma declaração à imprensa, “assim que sairmos agora do Planalto”.

Os quatro personagens se levantam ao mesmo tempo, apertam-se as mãos e o presidente Lula ainda comenta algo sobre futebol, que ninguém entende. Ao chegar perto da porta de saída do gabinete presidencial, o ministro Gilmar Mendes, cada vez mais presidente, vira-se e pergunta mesmo de longe para o presidente Lula:

- E a Margareth, presidente Lula? – Lula ainda coça a barba do queixo e responde com boca de quem chupou limão.

- Que Margareth, meu presidente?