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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Israel expulsará 400 crianças filhas de imigrantes por não serem judias


O governo de Israel confirmou a expulsão de 400 crianças filhas de imigrantes que estão no país, informou uma reportagem do canal Telesur ontem (7). Como justificativa, o Estado judeu afirma que "essas crianças não são judias".

As expulsões devem começar assim que acabarem as festas em comemoração do ano novo judaico, que começam nesta quarta.

A decisão foi aprovada em agosto pelo gabinete do premiê Benjamin Netanyahu e em princípio envolvia 200 filhos de trabalhadores estrangeiros não judeus, procedentes em sua maioria das Filipinas, Tailândia e países da África, como Sudão ou Egito.

Depois de várias revisões e apelações, foi estabelecido que 400 crianças serão repatriadas aos países de origem de suas famílias, sem importar que elas tenham sido nascido em Israel, pois não são judias.

Correio do Estado

O ministro do Interior e líder do ultrarreligioso partido Shas, Eli Yishai, foi o principal promotor da medida ao considerar que a presença dessas crianças "ameaça a totalidade da empreitada sionista".

O Ministério do Interior deu um prazo de 30 dias para "dar tempo" para que os menores saiam do país e, uma vez acabado o período estimado, o governo recorrerá a métodos "mais drásticos", como a Unidade Oz, braço armado da Polícia de Imigração que tem ordens de usar a força para retirar as crianças do país.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em risco a liberdade de expressão em Israel


Ana Cárdenes (DEUTSCHE WELLE/EFE)

Jerusalém, 5 ago (EFE).- Com uma bateria de propostas legislativas, a maioria parlamentar de direita e religiosa de Israel coloca em perigo um dos pilares básicos da democracia: a liberdade de expressão.
A denúncia foi feita por organizações de direitos humanos israelenses, que alertam sobre a tendência de um Legislativo e de um Executivo conservadores de impedir atos de protestos e silenciar opiniões contrárias à oficial.
Nos últimos meses foram muitas as propostas apresentadas no Parlamento que reduzem as margens para a livre difusão de ideias.
Uma das iniciativas mais controversas é a "lei de proibição do boicote", que penaliza com multas de até 6 mil euros mais indenizações quem iniciar ou apoiar o isolamento acadêmico, cultural, econômico e político de Israel.
A lei se dirige, fundamentalmente, aos impulsores de uma campanha internacional que promove o "boicote, o 'desinvestimento' e sanções" a Israel, até que o Estado judeu coloque fim à ocupação dos territórios palestinos.
A legislação, que passou pelo primeiro trâmite parlamentar no mês passado, contempla proibir a entrada ao país de estrangeiros que apoiem o boicote.
O analista político David Landau denunciou nas páginas do jornal "Ha'aretz" a "onda de fascismo que engoliu o projeto sionista" e chamou os Parlamentos de todo o mundo a "boicotar a Knesset (Parlamento)" até que desista das propostas.
A Câmara israelense também aprovou em primeira leitura uma norma que condiciona o financiamento público ao cinema a que o diretor, atores e demais participantes do filme assinem uma declaração de lealdade a Israel, como "Estado democrático e judeu".
Em um país onde 20% da população é árabe, não são poucos os que rejeitam esta definição.
Outra iniciativa parlamentar pretende tornar obrigatória a aceitação deste conceito, ao propor que a rejeição da definição de Israel como Estado judeu seja considerada ilegal e uma incitação à violência.
Diante destas e de outras propostas legislativas, a Associação para os Direitos Civis em Israel (ACRI) enviou em julho uma carta ao primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, alertando-o sobre "a utilização dos processos democráticos para danificar a liberdade de expressão, enfraquecer o equilíbrio (entre os poderes) e violar os direitos dos grupos minoritários".
"Uma das bases da democracia é poder escutar as vozes da minoria", disse à Agência Efe a porta-voz da organização, Melanie Takefman, que afirmou que a tendência a "deslegitimar elementos da sociedade civil considerados desleais e condicionar os direitos com base na ideologia" aumentou no atual panorama político.
Muitas das iniciativas legislativas que cortam direitos estão, segundo a ACRI, "especialmente dirigidas a limitar o campo de atuação das ONG que criticam o Governo".
Entre elas, destaca a proposta de reduzir o financiamento que organizações sociais recebem do estrangeiro ou a que pretende fechar as que iniciarem ou colaborarem com processos legais no exterior contra membros do Governo ou do Exército por crimes de guerra.
Já a ONG Paz Agora, por meio de seu diretor, Yariv Oppenheimer, denunciou "as ameaças de prisão contra ativistas políticos" e afirmou que as propostas legislativas mencionadas "ameaçam fazer colapsar a democracia israelense" e têm "cheiro de fascismo".
Além das ONGs e do mundo do cinema, outro dos grupos na mira das leis que pretendem restringir a liberdade de opinião são os professores universitários.
O ministro da Educação de Israel, Gideon Sa'ar, prometeu atuar contra os acadêmicos que promoverem o boicote a Israel e seu antecessor no cargo, Amnon Rubistein, chegou a sugerir a criação de tribunais disciplinares para sancionar ou demitir professores que fizerem comentários incômodos em suas aulas.
O mal-estar é patente na esfera acadêmica, como mostra uma carta assinada por 500 professores que adverte que a educação sentirá "se os políticos ditarem o que se pode ou não dizer".
Por enquanto, as restrições à liberdade de expressão colocadas perseguem fundamentalmente o pensamento de esquerda, mas defensores dos direitos humanos alertam sobre o risco que representam para o caráter democrático de Israel.

sábado, 5 de junho de 2010

Israel, um país sozinho


A situação em que vivem os palestinos é insustentável. O mundo todo, inclusive os Estados Unidos, sabe disso há muito tempo. Há pouco a acrescentar sobre sua penosa rotina, de falta de água, falta de comida, destruição de casas ou bombas sobre suas cabeças. Até mesmo Israel está ciente, melhor do que ninguém, das consequências danosas da sua ocupação das terras palestinas, que já dura 43 anos. Portanto não é o estado atual dos palestinos que pode definir o futuro do Oriente Médio. A chave de um futuro de paz para a região é o estado em que se encontra Israel. O que pode colocar um fim nesse conflito é Israel se convencer que sua situação atual é, assim como a dos palestinos, insustentável.

A desastrosa operação contra a frota de embarcações carregando ativistas em direção a Gaza, em que as forças de Israel mataram nove dos passageiros, isolou ainda mais o Estado judeu. Israel praticamente acabou com a amizade de décadas que desfrutava com a Turquia, uma democracia muçulmana integrante da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Os efeitos do abalo dessa relação, que já vinha se deteriorando, ficaram claros um dia após o ataque à frota. Israel mantinha as centenas de ativistas detidos, ameaçando inclusive indiciar boa parte deles criminalmente, quando o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, exigiu a libertação de todos. Dentro da aliança militar ocidental, um ataque a um de seus membros é visto como um ataque a todo o bloco. A Turquia, de onde vieram todos os nove mortos, declarou a ação israelense como criminosa e pediu uma atitude da Otan. Israel não teve escolha: em poucas horas, acatou o pedido de Rasmussen e libertou os detidos.

Os danos à imagem de Israel não pararam por aí. A União Europeia condenou o ataque, e a Grã-Bretanha, que nos tempos de Tony Blair portava-se quase como um aliado incondicional de Israel, não mediu suas palavras. O ministro do Exterior, o conservador William Hague, exigiu uma investigação sobre o incidente e disse que o episódio mostrava que o bloqueio da Faixa de Gaza deveria acabar. Segundo Hague, a medida, imposta em 2007, depois que o grupo Hamas tomou o controle do território, tem efeito "sobre uma geração de jovens palestinos". Em outras palavras, Israel pode estar gerando novos militantes prontos para atacar o Estado judeu no futuro. Além de injusto com a população civil, o bloqueio estaria sendo, na visão britânica, prejudicial à própria segurança de Israel. O país parece também ter perdido parte de sua amizade com o Egito. O vizinho, primeiro país árabe com quem Israel assinou um acordo de paz, decidiu abrir indefinidamente o posto de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, como protesto contra o ataque em águas internacionais do Mediterrâneo. Com a medida, o bloqueio a Gaza passa a ser apenas israelense, e não uma ação conjunta com o governo egípcio. Para completar, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, também exigiu a suspensão do bloqueio a Gaza, alertando que o sofrimento dos seus 1,5 milhão de habitantes não pode continuar.

Mas Israel sempre pareceu ignorar a falta de aliados, desde que os Estados Unidos continuem do seu lado. Tal relação, entretanto, vem sendo abalada há meses, primeiro pela recusa israelense em atender o pedido do presidente Barack Obama para que interrompesse a construção de casas em territórios palestinos (Jerusalém Oriental inclusive). Washington estendeu a mão a Israel após o ataque no Mediterrâneo, garantindo que o pronunciamento do Conselho de Segurança da ONU fosse mais brando do que queriam outros membros. Mas a secretária de Estado Hillary Clinton foi clara ao falar da Faixa de Gaza: "A situação em Gaza é insustentável e inaceitável", disse Clinton, que nos últimos meses já vinha pressionando Israel a voltar à mesa de negociações com a Autoridade Palestina. Os Estados Unidos continarão sendo o melhor amigo de Israel no mundo, mas tal amizade não é mais incondicional, como nos tempos de George W. Bush. Além disso, o poder da maior potência do planeta é hoje relativamente menor, portanto Washington sabe que não pode manter o status quo no Oriente Médio por muito mais tempo.

Após transformar a aliada Turquia em um quase inimigo, perder a parceria do Egito no bloqueio a Gaza, provocar uma resposta indignada da Grã-Bretanha, testar a paciência dos Estados Unidos e causar um estado geral de ira no mundo, será que Israel ainda acredita ser possível viver sozinho, sem amigos? É verdade que, como bem lembrou a revista The Economist, o premiê conservador Stephen Harper fez do Canadá o mais novo e entusiasmado amigo de Israel. Mas o Canadá não tem influência nem relevância suficientes para melhorar a difícil situação do Estado judeu. Alguns países no mundo optaram pelo isolamento político e econômico, como Coréia do Norte e Eritreia. Israel sempre se orgulhou de ser uma democracia moderna, com fronteiras e economia abertas para o mundo, mas parece não ter percebido que sua situação atual é cada vez mais insustentável. Sem fronteiras oficialmente definidas, com um provável arsenal nuclear escondido da comunidade internacional, sem aliados entre seus vizinhos, cada vez mais distante de seus antigos amigos e com uma imagem negativa ao redor do mundo, Israel segue o caminho do isolamento. A paz, como todos sabem, fica na direção oposta.

Rogério Simões, BBC

segunda-feira, 31 de maio de 2010

El asalto israelí a la 'Flota de la Libertad' amenaza con convertirse en una grave crisis internacional

Zdzislaw Beksinski:

El Consejo de Seguridad de la ONU se reunirá de urgencia para tratar el asalto | La UE y la Liga Árabe se movilizan mientras aumenta el número de países que llaman a consultas a los embajadores de Israel

La Vanguardia

La conmoción mundial ante el asalto hoy del Ejército de Israel a una flotilla de barcos con ayuda humanitaria para Gaza , que ha causado más de una decena de muertos, amenaza con convertirse en una crisis diplomática internacional. El Consejo de Seguridad de la ONU se reunirá hoy con carácter de urgencia para tratar la cuestión. La Unión Europea y la Liga Árabe, que han condenado duramente el ataque, se movilizan para mantener reuniones de urgencia tras el asalto a la "Flotilla de la Libertad" en la que viajaban tres activistas españoles que según el Gobierno español se encuantran "bien". La reacción más comedida, sin embargo, se ha producido en EE.UU. La Casa Blanca ha mostrado su preocupación pero ha evitado condenar el ataque.

Por su parte, el primer ministro israelí, Benjamin Netanyahu, ha cancelado la visita que tenía que hacer mañana a la Casa Blanca para entrevistarse con el presidente Barack Obama.

El Consejo de Seguridad de la ONU, máximo órgano de decisiones de Naciones Unidas, se reunirá a partir de las 17.00 GMT, a petición de Turquía y Libano, país que hasta hoy ejerce la presidencia temporal de ese órgano.

Mientras crece la lista de países que han convocado a los embajadores de Israel, aún no se conocen las cifras exactas de la "masacre", como la ha definido el presidente palestino, Mahmud Abás, mientras que para Hamas se trata de un "crimen contra la Humanidad".

El Ejército israelí ha reconocido la muerte de diez activistas, pero medios locales cifran las víctimas entre 14 y 20 muertos, así como entre 30 y 60 heridos, en el asalto, llevado a cabo por miembros de una unidad de elite en aguas internacionales, a unas veinte millas de la franja palestina.

Testimonios desde los barcos hablan de que los soldados israelíes descendieron sobre las cubiertas desde helicópteros abriendo fuego, mientras las imágenes de televisión mostraban la evacuación de algún cadáver, una camilla ensangrentada y restos de sangre en el suelo de la embarcación, así como los soldados israelíes que la abordaron.

La portavoz del Ejército israelí, la comandante Avital Leibowitz, aseguró que los tripulantes abrieron fuego, trataron de apuñalar y lanzaron piedras a los soldados. El asalto a la flotilla, cuya principal responsable es la ONG turca IHH, ha causado una oleada de ira en Turquía, donde unas 10.000 personas protestaron en el centro de Estambul.

El Gobierno del primer ministro Recep Tayyip Erdogan, que ha cancelado una gira en Latinoamérica por el incidente, ha avisado de que el ataque tendrá "consecuencias" y ha pedido una reunión urgente del Consejo de Seguridad de la ONU, como lo ha hecho el Líbano.

Han confirmado reuniones extraordinarias los ministros de Exteriores de la UE, esta tarde, y los países miembros de la Liga Árabe, mañana.

El Vaticano expresó "gran preocupación" y "dolor" por "la inútil pérdida de vidas humanas", según su portavoz, Federico Lombardi. Francia y Alemania han mostrado su "conmoción" y han "exigido", como España e Italia, una investigación exhaustiva de lo sucedido, que también ha solicitado la jefa de la diplomacia europea, Catherine Asthon, además de pedir que se depuren responsabilidades.

Algunos miembros del Parlamento Europeo han ido más allá en su condena y han unido sus voces a las de varios mandatarios árabes y asiáticos para el desbloqueo inmediato de los accesos a Gaza. Así lo han hecho el presidente de Irán, Mahmud Ahmadineyad, y el emir de Qatar, jeque Hamad bin Jalifa al Zani, para quien "todos los que hablan de libertad, justicia y democracia están llamados ahora a hacer algo para romper este bloqueo para que no se pierda la sangre de estos mártires".

La Liga Árabe ha convocado para mañana una reunión de urgencia de su comisión permanente en El Cairo, tras calificar lo sucedido de "crimen" y de "acción terrorista". Para su secretario general, Amro Musa, el asalto es una "clara señal de que Israel no está preparado para la paz". En ese sentido, ha sorprendido que Abás, que ha decretado tres días de luto en los territorios palestinos, no suspendiera, sin embargo, las negociaciones indirectas que mantiene con Israel.

Por su parte, el jefe de Gobierno en Gaza del movimiento islamista Hamas, Ismail Haniye, convocó de urgencia a sus ministros y calificó el ataque de "brutal", mientras que la secretaría del grupo en Damasco instó a la reacción a la comunidad internacional y consideró cómplices a quienes no se pronuncian sobre esta "agresión atroz".

Tanto el ministro israelí de Defensa, Ehud Barak, como el de Exteriores, Avigdor Lieberman, han convocado esta mañana reuniones de urgencia, mientras el número dos de la diplomacia israelí, Dani Ayalón, responsabilizó de las muertes a los miembros de la flotilla. Ayalón dijo que los activistas respondieron a los soldados con armas y llegó a relacionar a los organizadores de la flotilla humanitaria con Al Qaeda.

Merkel insta a evitar una ola de violencia

Tras la intensa jornada de tensión y protestas, la canciller alemana, Angela Merkel, instó a evitar una escalada de violencia en Oriente Medio. En una comparecencia ante la prensa, Merkel dijo que había hablado por teléfono con el primer ministro israelí, Benjamin Netnuahu, y el primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, y había expresado ante ambos su preocupación por la situación. "He reiterado mi convicción de que hay que buscar el camino del diálogo y evitar una escalada de violencia", dijo Merkel. "Urge que Hamas reconozca el derecho a la existencia del estado de Israel pero también que Israel admita que el bloqueo a la franja de Gaza no es beneficioso", dijo Merkel. La canciller alemana, además, instó a que se haga una investigación imparcial que aclaré lo que ocurrió. "Naturalmente, se plantea la pregunta de la proporcionalidad de la reacción israelí", dijo Merkel.

Más tarde, la jefa de la diplomacia de la UE, Catherine Ashton, exigió al ministro de Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, que realice "de inmediato" una investigación para aclarar el trasfondo del ataque.

"Es una provocación"

El Ejército israelí informó en un comunicado que ellos no "atacaron" la flotilla humanitaria que se dirigía a la Franja de Gaza con ayuda humanitaria, sino que se limitaron a hacer cumplir la orden del Ejecutivo de Tel Aviv de impedir cualquier entrada no autorizada al enclave palestino. "No atacamos ningún barco, nos limitamos a hacer cumplir la orden del Gobierno israelí de impedir una entrada no autorizada en la Franja de Gaza que no se había coordinado con las autoridades israelíes", afirma el comunicado.

"Esta flotilla es una provocación que busca deslegitimar a Israel. Querían entregar en Gaza una carga que podrían haber enviado a través de Israel, como se hace diariamente", añadía el comunicado, recogido por CNN.

Desde mediados de 2007, cuando el Movimiento de Resistencia Islámico Hamas, al que Tel Aviv considera terrorista, se hizo con el poder en la Franja de Gaza, Israel somete a este enclave a un duro bloqueo naval y terrestre. A finales de 2008, en la operación 'Plomo Fundido, el Ejército israelí asesinó en torno a 1.300 palestinos de este territorio y provocó cuantiosos daños en sus infraestructuras básicas.

Israel ataca frota de ajuda a Gaza e mata ao menos dez

Visite Latuff no DeviantArt:

A Marinha de Israel atacou nesta segunda-feira uma frota de embarcações com ativistas pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio à Faixa de Gaza e entregar suprimentos à região.

Segundo a TV israelense, pelo menos 10 pessoas teriam morrido. Em um comunicado, a Marinha de Israel disse ter respondido a disparos que partiram das embarcações durante a abordagem.

Em entrevista à rádio do Exército, o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse lamentar as mortes.

A exata localização das embarcações é incerta. Israel teria advertido as embarcações para que não invadissem suas águas territoriais.

Mas, segundo os ativistas, os barcos estavam em águas internacionais, a mais de 60 quilômetros da costa.

Suprimentos

Os barcos, organizados pela ONG Free Gaza, levavam 750 ativistas e cerca de 10 mil toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza.

Imagens da TV turca feitas a bordo do barco turco que liderava a frota mostram soldados israelenses lutando para controlar os passageiros.

As imagens mostram algumas pessoas, aparentemente feridas, deitadas no chão. O som de tiros pode ser ouvido.

A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense haviam disparado e abordado o barco, ferindo o capitão.

A transmissão das imagens pela Al-Jazeera foi encerrada com uma voz gritando em hebraico: “Todo mundo cale a boca!”.

Leia a íntegra na BBC.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Prohibido y ya


Por Juan Gelman, para Página/12

Dentro de Israel y fuera de Israel. Dentro: los artículos de un proyecto de ley presentado a fines de abril en la Knesset, o Parlamento israelí, establecen la clausura o la imposibilidad de registro de las ONG locales “sospechosas de proporcionar información o estar involucradas en procesos contra oficiales o comandantes por violaciones del derecho humanitario internacional o por crímenes de guerra” (www.jnews.org.uk, 29410). Es la segunda ley que, con esos fines, se discute en la Knesset. El grupo ultranacionalista Im Tirtzu –Segunda Revolución Sionista–, por su parte, ha desatado una campaña contra estas ONG porque pretenden que esos crímenes sean juzgados fuera de Israel, ya que sus tribunales no procesan a los culpables. Otra muestra de la democracia israelí.

Fuera de Israel: The New York Times informa que el primer ministro Benjamín Netanyahu calificó “la ilegitimación de Israel en el exterior” de “amenaza estratégica fundamental” (www.nytimes.com, 5-4-10). El artículo cita las expresiones de un asesor directo del premier sobre las organizaciones de derechos humanos internacionales que, como Human Rights Watch, critican las políticas de Tel Aviv: el gobierno israelí –dijo– “dedicará tiempo y personal a combatir a esos grupos”.

Un atisbo de cómo se puede percibir en el documento titulado Building a Political Firewall Against Israeli Deslegitimization que el think tank israelí del Instituo Reit elaboró luego de un año de investigaciones con la participación de 100 expertos de Israel, EE.UU. y Gran Bretaña (www.reitinstitute.org, 27-4-10). En la web del organismo se definen sus propósitos: “Reut es un grupo político innovador que brinda apoyo estratégico a los líderes y decisores israelíes. No tiene fines de lucro, se radica en Tel Aviv, y son gratuitos los servicios que presta a personas con liderazgo, autoridad e influencia en los asuntos públicos de Israel”. Una síntesis del documento citado se presentó en una reunión del gabinete israelí con el título de “El desafío que la ilegitimación entraña para la seguridad nacional de Israel”.

Reut muestra preocupación por “la dura crítica global que ha padecido Israel” el año pasado en razón del informe Goldstone, preparado para las Naciones Unidas, que investigó la llamada “operación plomo fundido”, es decir, la acción armada israelí en buena parte realizada contra la población civil de Gaza y su infraestructura. No es que la critique, sólo comprueba, y señala que la crisis ilegitimadora “perjudica” la libertad de Israel para lanzar “duros” ataques militares de esa índole. Subraya la importancia crucial de que el gobierno israelí supere dicha crisis para recuperar su ilimitada facultad de actuar militarmente.

El documento divide en dos “las redes” que hostigan a Israel: la primera es la de la resistencia, que comprende a Irán, Hezbolá, Hamas, fracciones palestinas e islamitas, los terroristas, en suma. La segunda opera en la arena internacional “para negar a Israel el derecho a existir e incluye a individuos y organizaciones occidentales que la izquierda radical cataliza”.

Véase quiénes son estos ilegitimadores, según el Reut: los que censuran al gobierno israelí porque no cumple con el derecho internacional y evita que sus líderes políticos y militares sean sometidos a la justicia universal; los que califican de agresión, crímenes de guerra o crímenes contra la humanidad los ataques militares que Israel llevó a cabo contra los palestinos y países vecinos como el Líbano; los que tildan de “ilegales e inmorales” las asentamientos israelíes en los territorios palestinos ocupados; los que encuentran similitudes entre el sistema israelí y el régimen de apartheid; los que exigen que se ponga fin a la discriminación de los árabes israelíes; los que declaran que el bloqueo de Gaza es un castigo colectivo ilegal, y aun otros.

En el párrafo 108 del documento se afirma que toda retirada israelí de alguno de los territorios palestinos ocupados (desde hace 43 años) entregará una plataforma para actividades militares hostiles a Tel Aviv. Lo que llama la atención es que esta arremetida contra la presunta ilegitimidad de los otros no menciona las incontables resoluciones de la Asamblea General y del Consejo de Seguridad de las Naciones que establecen la ilegalidad y la ilegitimidad de la ocupación israelí de territorios palestinos y de Siria, resoluciones que Israel incumple sistemáticamente. Para no hablar de la cuarta Convención de Ginebra y de los tratados internacionales que prohíben la tortura y los tratos crueles y degradantes a la población civil.

En el párrafo 124 se recomienda “atacar”, “sabotear”, “hacer pagar un precio a los que atacan a Israel” en el exterior y montar “una contraofensiva” destinada a los ilegitimadores. Como defensa de la libertad de expresión es impecable. Y mejor abstenerse de criticar cualquier guerra, cualquier delito de lesa humanidad del gobierno de Tel Aviv. Quien lo haga busca “convertir a Israel en un estado paria socavando su legitimidad moral y aspira, en última instancia, a eliminar la ‘entidad sionista’”. Sic.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Única cervejaria da Cisjordânia enfrenta barreiras de Israel


Uma família dos EUA abriu a única cervejaria da Cisjordânia, mas as barreiras impostas por Israel dificultam o negócio da cerveja Taybeh. Por exemplo, uma viagem até Jerusalém leva 20 minutos, mas a série de barreiras obriga os entregadores a fazerem o trajeto em até um dia inteiro.

Veja mais AQUI.

"CERVEJEIROS DO MUNDO, UNI-VOS!"

sexta-feira, 19 de março de 2010

Quarteto exorta Israel a congelar assentamentos judaicos


O Quarteto para a Paz no Oriente Médio, formado por Estados Unidos, ONU, União Europeia (UE) e Rússia, exortou Israel a congelar a ampliação de assentamentos judaicos em território palestino e condenou o anúncio de planos para a construção de casas em Jerusalém Oriental.

Após o encontro do grupo em Moscou, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, leu uma declaração do quarteto que pede à comunidade internacional que ajude a promover negociações entre Israel e palestinos para que um acordo de paz possa ser produzido em até 24 meses.

"O quarteto exorta o governo de Israel a congelar qualquer atividade relacionada a assentamentos - incluindo expansão natural - a desmontar colônias erguidas desde março de 2001 fora de limites demarcardos, e a não demolir ou retirar pessoas de suas casas em Jerusalém Oriental", disse Ban, após o encontro com os chanceleres de EUA e Rússia, Hillary Clinton e Sergei Lavrov, e da nova chefe de Política Externa da UE, a baronesa Ashton.

O quarteto condenou o anúncio feito por Israel, semana passada, de que permitiria a construção de 1.600 casas em Jerusalém Oriental, região ocupada por Israel desde 1967. O anúncio da construção foi feito durante a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao país, o que foi interpretado pela Casa Branca como um "insulto" e um recuo em seu esforço de paz.

Ban também pediu às duas partes que tenham "calma" e que evitem "ações provocativas" aos vizinhos.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, deu uma resposta "útil e produtiva" aos seus questionamentos sobre as construções em Jerusalém Oriental, em uma conversa telefônica na quinta-feira. Segundo Hillary, Netanyahu propôs uma série de "medidas de construção de confiança". Nenhum dos países, entretanto, divulgou detalhes sobre as medidas propostas por Netanyahu.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, afirmou que o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, deve se encontrar com Netanyahu e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na região neste final de semana.

Reações

Os apelos do quarteto, no entanto, não foram bem recebidos pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, que afirmou que as declarações do grupo estão “equivocadas” e que a paz não pode ser imposta por meio de “prazos irrealistas”.

“O quarteto está ignorando os últimos 16 anos de tentativas israelenses e está dando aos palestinos a impressão de que eles podem alcançar suas demandas ao continuar se recusando a tomar parte em negociações diretas sob falsos pretextos”, disse Lieberman, de acordo com o jornal israelense Haaretz.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, por sua vez, elogiou as declarações do grupo, classificando-as como “muito importantes”.

“O comunicado do Quarteto é muito importante, mas o mais importante é que Israel deve cumprir com estas medidas para que o processo de paz seja retomado. Os assentamentos e Jerusalém (Oriental) são os maiores obstáculos”, disse Abbas.

Faixa de Gaza

Horas antes do encontro, a violência retornou à Faixa de Gaza

Horas antes da reunião do grupo, um caça israelense atacou ao menos seis alvos na Faixa de Gaza. Israel afirmou que o ataque foi uma resposta a um outro perpetrado pelo grupo extremista palestino Hamas, que teria lançado na quinta-feira um míssil contra Israel, matando um agricultor tailandês.

O quarteto pediu o "fim imediato da violência e do terror" na região.

BBC

terça-feira, 16 de março de 2010

Chanceler israelense foi 'descortês' com o Brasil


Guila Flint e Silvia Salek
Enviadas especiais da BBC Brasil a Jerusalém

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, classificou como uma "descortesia" o boicote do ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel.

A atitude do chanceler israelense seria uma reação ao fato de a comitiva brasileira ter recusado o convite para visitar o túmulo de Theodor Herzl, fundador do movimento sionista cujo aniversário de 150 anos está sendo comemorado pelo governo de Israel.

Garcia lembrou que quando o ministro israelense visitou o Brasil no ano passado, "o presidente Lula o recebeu com a maior cortesia, e chegou a abrir uma exceção, porque normalmente presidente recebe presidente e seria de praxe que o chanceler tivesse sido recebido pelo nosso chanceler".

"Portanto, podemos classificar a atitude de Lieberman como um ato de descortesia", disse Garcia em entrevista coletiva em Jerusalém.

BBC

quarta-feira, 3 de março de 2010

Polícia de Dubai quer prisão de premiê de Israel e chefe do Mossad


O chefe da polícia de Dubai, Dahi Khalfan Tamim, afirmou, nesta terça-feira, que pediu ao Ministério Público do país um mandado de prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e do chefe do serviço secreto Mossad, pela morte do líder do Hamas, Mahmud al-Mabhuh.

Um grupo de dez homens e uma mulher teria assassinado o líder do grupo islâmico em um quarto de hotel em Dubai em 20 de janeiro. A polícia de Dubai afirmou que eles teriam usado passaportes falsos e havia sugerido o envolvimento do Mossad no assassinato.

Segundo Tamim, ele agora estaria “completamente certo de que foi o Mossad" o responsável pelo crime e teria apresentado um pedido de prisão de Netanyahu e de Méir Dagan.

Leia mais na BBC.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mossad na berlinda

Uma Berlinda:

Terra/AFP

Suspeito de ter assassinado em janeiro em Dubai um líder do movimento islamita palestino Hamas e, pior, ter deixado pistas, o Mossad - o serviço secreto israelense, está na berlinda.

A imprensa israelense, assim como altos dirigentes do Mossad, se preocupa com o embaraço que a morte de Mahmoud al-Mabhouh, no dia 20 de janeiro, está causando, depois de estabelecido que sete supostos membros do comando de assassinos se serviram de nomes emprestados de israelenses, possuidores de dupla nacionalidade.

O jornal Haaretz pede a demissão do chefe do Mossad, Meir Dagan, partidário de ação direta e de "operações de liquidação".

O analista militar do jornal critica o premier Benjamin Netanyahu por "não ter ouvido os que o advertiram contra a prorrogação do mandato de Dagan", no cargo desde outubro de 2002.

"Uma operação de sucesso? Não certamente", diz a manchete do jornal de grande tiragem Yediot Aharonot, segundo o qual "mais e mais falhas são reveladas nesta operação que parecia, no início, coroada de grandes resultados".

Mabhouh, considerado por Israel um importante fornecedor de armas do Hamas, envolvido na morte de dois soldados israelenses, foi eliminado e o comando que o assassinou conseguiu fugir.

Evitando incriminar diretamente o Mossad, o jornal diz, no entanto, que "os que montaram esta operação não levaram em consideração o professionalismo da polícia de Dubai" que conseguiu identificar os suspeitos nas imagens das câmeras de segurança.

"Grave embaraço", destaca o jornal Maariv. "Não sabemos quem realizou esta operação, mas ninguém duvida de que se a Grã-Bretanha ou os Estados Unidos estivessem envolvidos, alguém exigiria explicações ante o parlamento".

Já um ex-dirigente do Mossad, citado pela rádio militar, estima que o Mossad poderia ter cometido um erro grave se ficar claro que se serviu de passaportes de israelenses, sem seu consentimento.

Para Rafi Eytan, um "serviço de informação estrangeiro" poderia "querer incriminar Israel pelo uso de identidades roubadas".

A imprensa publicz nesta quarta-feira fotos de seis cidadãos com nacionalidades israelense e britânica e de um outro israelense-alemão que se queixaram da usurpação de suas identidades.

"Estou em estado de choque. Vou consultar o consulado britânico para saber o que aconteceu. É meu passaporte, mas eu não saí de Israel", afirmou à rádio um cidadão identificado como Paul Kelly.

Um outro, Stephen Daniel Hodes, afirmou à rádio pública que "temia por sua vida se fosse para o exterior" e que "contrataria um advogado" para processar os que usaram seu passaporte, sejam eles quem for.

O deputado Israël Hasson do Partido Kadima (oposição de centro), ex-funcionário do serviço de segurança interna (Shin Beth), anunciou que pediria à commissão de Relações Exteriores e a da Defesa, da qual é membro, "de investigar a questão das identidades" neste assunto.

Comandos israelenses utilizaram com frequência, no passado, falsos passaportes, principalmente em 1997, quando agentes do Mossad haviam tentado, em vão, assassinar Khaled Mechaal, um dirigente do Hamas na Jordânia, onde entraram com passaportes canadenses.

A polícia de Dubai anunciou terça-feira que dois suspeitos palestinos, que teriam ajudado o comando, haviam sido detidos e estavam sendo interrogados.

NOTA DO BLOG: O engraçado em tudo isso é que, para a mídia israelense, o grande pecado do Mossad foi ter deixado pistas. Caso contrário estaria tudo bem. Pergunta: quantos assassinados eles cometeram sem deixar pistas?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ativistas protestam contra as colônias judias em Jerusalém Oriental


Jerusalém, 1 jan (EFE).- Centenas de ativistas, a maioria israelenses, começaram o ano em Jerusalém com um protesto contra as colônias judias na parte oriental da cidade.

A passeata começou na primeira hora da tarde na praça Mashbir e seguiu até o bairro árabe de Sheikh Jarrah, onde nos últimos meses ocorreram diversos confrontos entre colonos judeus e a população local.

Os cerca de 250 manifestantes levavam cartazes que diziam "Sheikh Jarrah é Palestina", "Os Assentamentos são Apartheid" e "Fim ao Apartheid em Jerusalém", segundo contou à Agência Efe a ativista israelense Maya Wind.

Vários grupos da esquerda israelense, como "Rabinos pelos Direitos Humanos", "Comitê Israelense Contra a Demolição de Casas (ICAHD)" e "Anarquistas Contra o Muro (AATW, na sigla em inglês)", realizam semanalmente este protesto há dois meses.

Durante o protesto, os manifestantes ostentavam espelhos para que a Polícia e os colonos "possam ver quem realmente são", explicou Wind.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Israel prende coordenador da campanha "Stop the Wall"



Jamal Juma foi preso por soldados israelenses, dia 16 de dezembro, em sua casa. Os soldados disseram a esposa de Juma que ela só voltaria a ver o marido quando houvesse uma troca de prisioneiros. Desde então, ele permanece preso e proibido de falar com um advogado ou com a família, sem nenhuma explicação oficial para a sua prisão, denuncia a Stop the Wall. Jamal, de 47 anos, dedica a vida à defesa dos direitos dos palestinos. Ele esteve este ano no Brasil, participando do Fórum Social Mundial, em Belém.

Carta Maior


O governo de Israel prendeu, dia 16 de dezembro, Jamal Juma, coordenador da Campanha Stop the Wall, que luta pela derrubada do muro construído no meio do território palestino. Segundo informações do site da campanha, militares israelenses convocaram Juma para um interrogatório à meia-noite do dia 15 de dezembro. Horas depois, levaram-no de volta para sua casa. Juma foi mantido algemado, sob os olhos da esposa dos três filhos pequenos, enquanto soldados revistaram sua casa durante duas horas. Na saída, os soldados disseram a esposa de Juma que ela só voltaria a ver o marido quando houvesse uma troca de prisioneiros. Desde então, Juma permanece preso e proibido de falar com um advogado ou com a família, sem nenhuma explicação oficial para a sua prisão, denuncia a Stop the Wall.

Jamal, de 47 anos, nasceu em Jerusalém e dedicou a sua vida à defesa dos direitos humanos dos palestinos. Ele esteve este ano no Brasil, participando do Fórum Social Mundial, em Belém. Na ocasião, defendeu o boicote econômico a Israel como uma das armas prioritárias para defender os direitos do povo palestino. O foco principal do trabalho de Jamal é a capacitação das comunidades locais para defenderem os seus direitos em face de violações provocadas pela ocupação israelense. Ele é membro fundador de várias ONGs palestinas e redes da sociedade civil. Também é coordenador da Palestina Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign desde 2002. É muito respeitado pelo seu trabalho e foi convidado para numerosas conferências de entidades e da ONU.

Ainda segundo a Stop the Waal, Jamal Juma é o preso de mais alto escalão no quadro de uma campanha de intensificação da repressão da mobilização popular contra o muro e os colônias israelenses em território palestino. “No início, foram presos ativistas locais das aldeias afetadas pelo muro. Agora, estão sendo presos defensores dos direitos humanos internacionalmente conhecidos, como Mohammad Othman e Abu Abdallah Rahmeh. Mohammad, um outro membro da campanha Stop the Wall, foi preso há quase três meses, no regresso de uma palestras na Noruega. Após dois meses de interrogatório, as autoridades israelenses não conseguiram encontrar provas para acusa-lo e, por isso, emitiram uma ordem de detenção administrativa. Abdallah Abu Rahma, uma figura importante na luta não violenta contra o muro em Bil’in, foi levado de sua casa por soldados encapuzados no meio da noite, uma semana antes de Jamal ter sido preso, denuncia ainda a organização.

Na avaliação dos ativistas companheiros de Jamal, com estas detenções, Israel pretende quebrar a sociedade civil palestina e sua influência na tomada de decisões políticas em nível nacional e internacional. Eles fazem uma convocação:

“Este processo claramente criminaliza o trabalho dos defensores dos direitos humanos palestinos e a desobediência civil palestina. É crucial que a sociedade civil internacional se oponha às tentativas israelenses de criminalizar defensores de direitos humanos que lutam contra o muro. A política de Israel de atacar os organizadores que apelam à responsabilização de Israel é um desafio direto às decisões dos governos e organismos mundiais como o Tribunal Internacional de Justiça para responsabilizar Israel pelas violações do direito internacional. Este desafio não deve ficar sem resposta”.

Fotos: Eduardo Seidl

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MANDADO DE PRISÃO CONTRA EX-MINISTRA DE ISRAEL


O Ministério das Relações Exteriores de Israel condenou o mandado de prisão emitido na segunda-feira por um tribunal britânico contra a ex-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni.

A ordem de prisão foi emitida por suspeitas de envolvimento em crimes de guerra durante a ofensiva israelense a Faixa de Gaza, há um ano.

Em nota oficial, publicada nesta terça-feira, o Ministério afirmou que "rejeita o procedimento judiciário cínico contra a líder da oposição, Tzipi Livni, por iniciativa de elementos radicais".

"Israel pede que a Grã-Bretanha finalmente cumpra suas promessas e impeça que elementos anti-israelenses façam mal uso do sistema judiciário britânico contra Israel e seus cidadãos", diz o comunicado.

O Ministério israelense também afirma que a Grã-Bretanha não poderá ter um papel ativo no processo de paz no Oriente Médio se os líderes israelenses não puderem visitar o país de maneira "apropriada e digna".

O governo britânico prometeu investigar as circunstâncias do incidente.

"A Grã-Bretanha está determinada a fazer todos os esforços para promover a paz no Oriente Médio e ser uma parceira estratégica de Israel", diz o comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores britânico.

"Para esse fim, é necessário que os líderes de Israel possam visitar a Grã-Bretanha para se reunir com o governo britânico", conclui o comunicado.

Primeiro mandado

Esta é a primeira vez que um tribunal europeu emite uma ordem de prisão contra um líder politico israelense, por envolvimento na chamada Operação Chumbo Fundido.

A ofensiva deixou cerca de 1.300 palestinos mortos, pelo menos dois terços deles civis. Do lado israelense o número de vítimas foi 13.

De acordo com a imprensa israelense, a ordem do tribunal foi emitida a pedido de uma organização pró-palestina em Londres, no dia de um evento organizado pela comunidade judaica britânica, no qual se esperava a participação de Tzipi Livni.

No entanto, Livni havia cancelado sua viagem e assim evitou uma possível detenção.

De acordo com a ex-chanceler, o cancelamento da viagem foi por razões técnicas e sem relação alguma com o mandado de prisão.

Livni declarou que "se orgulha de suas decisões durante a Operação Chumbo Fundido, a qual alcançou os objetivos de defender os cidadãos de Israel e restituir o poder de dissuasão de Israel".

Em Israel, o mandado contra Livni desperta preocupação com a possibilidade de que medidas semelhantes sejam adotadas contra outros líderes do país que viajarem a Grã-Bretanha, especialmente Ehud Olmert, que era o primeiro-ministro na época da ofensiva à Faixa de Gaza, Ehud Barak, o ministro da Defesa e o general Gabi Ashkenazi, chefe do Estado Maior do Exército.

Em 2005 um tribunal britânico emitiu uma ordem de prisão contra o general israelense Doron Almog, por suspeitas de violação da Convenção de Genebra e envolvimento na morte de civis palestinos na Faixa de Gaza.

Almog, que estava chegando em Londres, foi avisado a tempo pelas autoridades israelenses e não desceu do avião no aeroporto de Heathrow, evitando assim a detenção.

BBC