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sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Há um trem cruzando o céu do Brasil, tudo bem?
Saul Leblon
Se faltava a cena final do filme a ser feito sobre o duplo desastre do colapso neoliberal, tratado com doses adicionais do próprio veneno, a Real Academia Sueca de Ciências cuidou de providenciá-lo.
Cinco anos após a explosão da bolha imobiliária nos EUA , ela concedeu o Nobel de economia a pesquisas que afrontam as evidências da desordem em curso.
Com graus variados de ênfase, os três economistas laureados –os americanos Eugene Fama e Lars Peter Hansen e Robert J.Shiller—filiam-se à escola dos mercados racionais.
Intrinsecamente racionais. E esse advérbio de modo tem consequências políticas.
Se há serenidade na loucura, como preconiza o trio, dispensa-se o manicômio das cautelas externas correspondentes.
Sobretudo, aquelas expressas em protocolos de regulação das finanças pelo Estado, em defesa do interesse público. E do desenvolvimento.
Há um trem cruzando o céu do mundo nesse momento.
Chegará a bom termo, asseguram os arautos das expectativas racionais.
Os passageiros tem todas as informações disponíveis; saberão fazer as melhores escolhas de pouso e decolagem.
Dispensa-se o anacrônico trilho estatal.
O comboio poderá rugir e urrar em alguns momentos, mas no longo prazo a lógica racional se impõe.
Cabe a ela ordenar com eficiência os preços dos ‘ativos’( ações, títulos, imóveis ou outros valores), fatiados e pasteurizados para a precificação diante de seu denominador comum: o juro.
A Real Academia bem que tentou se precaver das críticas temperando o prêmio com uma pitada de alerta para o perigo das ‘bolhas’.
Prevê-las é uma especialidade do laureado Robert Shiller, cujos modelos anteciparam o estouro da roleta imobiliária nos EUA.
O ponto, porém, é que o trio, com nuances de tonalidades, endossa a existência de uma dinâmica intrinsecamente racional que ordena os mercados financeiros. E deles se irradia para o restante da economia e da sociedade.
O 15 de setembro de 2008, com o colapso do Lehman Brothers; as falências em cadeia nos EUA e alhures; os US$ 3,8 trilhões em resgates públicos; os US$ 25 trilhões de perdas para os detentores de ações; os pilantras dos grandes bancos vendendo títulos podres aos próprios clientes, ademais do preço social cobrado, na forma de 30 milhões de desempregados na Europa, o ressurgimento da xenofobia e do fascismo, enfim, tudo isso e muito mais, fica debitado a fatores externos à roleta.
São pequenas refregas na sólida arbitragem diuturna da riqueza fictícia.
Nada que possa macular um organismo devidamente regenerado pela ‘purga’ de suas excrescências.
Caso dos viciados em jogatina, por exemplo. Como Bernard Madoff.
Ou os hipotecólatras.
Devidamente punidos com a perda da casa e, frequentemente, do emprego também.
Ademais das nações indolentes. Que se empanturraram do crédito incompatível com os seus fundamentos
Restituído agora em espécie, com o escalpo da velhice, a fuga dos jovens e o sacrifício do futuro de suas crianças.
É forçoso observar: se os mercados não fossem ‘racionais’, como asseguram os laureados pela academia sueca, como exercer a ferro e fogo a ‘purga’ em curso?
Como o Tea Party republicano poderia evocar ‘equilíbrio’ orçamentário, depois de uma dívida de US$ 18,6 trilhões, robustecida justamente no resgate dos ditos mercados... racionais?
Como Marina Silva pontificaria sua adesão religiosa ao ‘tripé’ e ao Banco Central ‘independente’?
O espinho na garganta da teoria é a danada da realidade.
Por exemplo. Entre 1959 e 2003, segundo o FMI, a solidez ‘racional’ dos mercados financeiros foi abalada por nada menos que 52 episódios de desmoronamentos prolongados de preços de ações.
Debacles recorrentes, extremas e espalhadas por duas dezenas de economias.
Como corroborar a ideia de uma racionalidade imanente a ordenar os preços de uma derrocada regular?
Os dados e a experiência vivida sugerem que se que se trata de um estelionato classificar as bolhas especulativas como aberrações externas às finanças desreguladas.
Elas são intrínsecas à volatilidade financeira e não há nisso juízo moral.
Trata-se de uma característica estrutural.
Estamos falando de um ambiente especulativo imantado de incerteza porque desprovido de qualquer fundamento real de valor que balize seus preços.
Exceto a luta de todos contra todos para maximizar resultados.
A lógica autopropelida gerou 1929. E explica 2008.
A prevalecer a teoria premiada pela academia sueca, não terá sido a última vez.
Os impulsos se mantém intactos.
Um ciclo de fastígio do crédito alavanca as compras de ativos. O valor da papelama traça espirais ascendentes.
Quando o alvoroço especulativo reduz a demanda por títulos abusivos e provoca o aumento do custo financeiro, quem precisar de crédito para continuar jogando sofre um cavalo de pau.
O resto é sabido.
Chega a hora da ‘purga’ , aquela que vai higienizar a ‘racionalidade’ de suas aberrações pontuais.
A economia mundial vive há cinco anos sob esse regime de lacto purga.
O processo denominado ‘deflação de ativos’ invade as economias em desenvolvimento pelo canal dos preços das commotidies. E ajusta seu torniquete elevando os custos de captação de recursos para financiar o crescimento.
É nesse quadro que a ex-senadora Marina Silva vem expor a sua adesão ao superávit fiscal ‘cheio’.
Lépida e indiferente à complexidade das obrigações de um Estado democrático, de resistir à internalização da ‘purga’ que excreta emprego , direitos sociais e ameaça a própria democracia.
Há aparência de loucura nisso?
Mas é pura luta de classes. Travada na esfera onde os detentores da riqueza cobram em juros seu avocado direito sobre um pedaço do Brasil real.
E o fazem sem trégua. Sobretudo vitaminados pelo ciclo eleitoral.
Diariamente a fatura é atualizada. E o valor de cada fatia é confrontado com o de outras possibilidades . Mais suculentas, materializáveis no presente ou no futuro; aqui ou alhures.
Volatilidade e turbulência são inescapáveis ao processo.
É nesses piquetes mutantes que as manadas cegas pela incerteza, o medo e a usura se escoiceiam a postular mais juros, superávit fiscal e ‘câmbio livre’ .
De um lado, querem garantia de ração gorda.
De outro, a porteira aberta para o cassino global e o caminho desimpedido à fuga, em caso de combustão do pasto nativo.
O Nobel laureou quem enxerga nessa maçaroca alvoroçada a manifestação superior de uma racionalidade autorregulável.
O figurino, visivelmente, não dá conta de vestir o mundo e a luta pelo desenvolvimento nos dias que correm.
Há um trem cruzando o céu do Brasil nesse momento... tudo bem?
‘Chegará a bom termo’, responde o econeoliberalismo. "Basta que respeitemos as suas asas".
Carta Maior
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Un Nobel de la paz para un disidente chino
Jean Bricmont, para Sin Permiso
Quienes han concedido el premio Nobel de la paz a un disidente chino nos explican que la paz y los derechos humanos son inseparables. Hay que preguntarse entonces cómo es posible que quien más se afana en proclamar su adhesión a los derechos humanos (Estados Unidos) sea también quien más soldados mantiene en el extranjero y quien más se libra a guerras e intervenciones de todo tipo.
Lo cierto es que los chinos ven la concesión de ese premio como una nueva ingerencia occidental en sus asuntos internos. Y en nombre de los derechos humanos podría tal vez defenderse esa ingerencia, si no tuvieran lugar las otras ingerencias, el despliegue de tropas o la agitación inducida de las minorías. Los sedicentes defensores de los derechos humanos tendrían que entender que, en la medida en que su política se vincula de facto a la voluntad hegemónica de Occidente, esa política, aun con las mejores intenciones del mundo, no hará sino contribuir al aumento de las tensiones internacionales, y por lo mismo, entorpecer los deseados progresos en materia de derechos humanos.
Si quienes conceden el premio Nobel buscaran de verdad mostrar su coraje, no les resultaría nada difícil elegir a uno de los miles de palestinos inocentes enjaulados en las cárceles israelitas. Sería harto divertido observar las reacciones.
No anda lejos el día en que los chinos serán más fuertes que nosotros, y es de temer que, llegado ese día, se “acordarán” de todas las humillaciones que les hemos infligido en el pasado, desde las guerras del opio y el saqueo del palacio de verano hasta los actuales coqueteos con el Dalai Lama y los disidentes. En lo que a mí hace, y si la venganza es un plato que se sirve frío, preferiría no formar parte de la merienda china.
Jean Bricmont es miembro del Consejo Editorial de SinPermiso.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Como un padre para cuatro millones de personas
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Daniel Paz & Rudy |
El reconocimiento le fue otorgado 32 años después del nacimiento del primer “bebé de probeta”. La fertilización in vitro, según el Comité Nobel, permitió el tratamiento de la infertilidad, “que afecta a una gran proporción de la humanidad”.
Por Pedro Lipcovich, para Página/12
Cuatro millones de personas lo veneran, o lo maldicen, ya que gracias a su invento llegaron a este mundo. Se trata de Robert Edwards, inglés, creador de la fertilización asistida, a quien ayer le fue otorgado el Premio Nobel de Medicina. En 1978, luego de veinte años de investigación, nació el primero de los entonces llamados “bebés de probeta”, una niña que hoy, a los 32 años, ya es a su vez madre (por fertilización natural) y felicitó por su parte al investigador. El principio básico de la técnica fue y es la posibilidad de extraer un óvulo del ovario y, en laboratorio, propiciar su unión con un espermatozoide; el embrión resultante se implanta en el útero. A lo largo de estas décadas, el procedimiento se enriqueció con diversas técnicas: hoy es posible hacer crecer el embrión durante varios días in vitro, es posible propiciar la “capacitación” de los espermatozoides o inyectarlos directamente en el óvulo. El procedimiento desarrollado por Edwards –junto con Patrick Steptoe, ya fallecido– suscitó en un principio muchas dudas y reparos, médicos y éticos, que fueron cediendo, pero aún se mantienen en algunos sectores; ayer, la Iglesia Católica se pronunció contra este otorgamiento del Nobel.
Robert G. Edwards, nacido en 1925 en Manchester, desarrolló su carrera en la Universidad de Cambridge. Desde mediados de la década de 1950 investigó las condiciones para la fertilización humana en laboratorio. En esa época, “nadie quería tomar riesgos éticos. Me dijeron que los niños no serían normales”, recordó hace unos años. El Estado británico rechazó financiar sus investigaciones, que debieron solventarse con fondos privados. Edwards, por su parte, inició acciones legales por injurias contra sus críticos más virulentos: “Gané, pero el esfuerzo y las preocupaciones restringieron mi dedicación al trabajo durante varios años”.
Edwards había formado equipo con el ginecólogo Patrick Steptoe, a su vez pionero de la cirugía laparoscópica, que utilizó para extraer los óvulos. Conseguida la fertilización in vitro, los primeros intentos de transferir al útero los embriones se efectuaron en 1972. Fueron necesarios más de 40 intentos antes de obtener el primer embarazo, que resultó ectópico (fuera del útero) y por lo tanto no viable. El segundo embarazo obtenido sí prosperó: el 25 de julio de 1978 nació Louise Joy Brown, y la noticia dio la vuelta al mundo.
En estos 32 años, desde luego, las técnicas avanzaron. Al principio, el embrión debía implantarse casi inmediatamente en el útero. Hoy “se puede mantener el embrión en cultivo durante unos cuatro días tras la fecundación, lo cual facilita tasas de éxito mucho más altas”, dijo a Página/12 la argentina Mónica Vázquez Levin –investigadora principal del Conicet en biología de la reproducción, que trabajó con Edwards–. Esto se hizo posible por el desarrollo de medios de cultivo cada vez más parecidos al interior del cuerpo femenino. El espermatozoide, en su larga marcha por la vagina, experimenta lo que los científicos llaman “capacitación espermática”, gracias a la cual “llega a desarrollar totalmente su capacidad fecundante”, explica Vázquez Levin. Esa capacitación puede obtenerse hoy, como si dijéramos, en forma extracurricular, en laboratorio.
Pero, “¿no tendré demasiado colesterol?”, podría preguntarle al doctor Edwards el angustiado espermatozoide que supo encarnar Woody Allen. Edwards le explicaría que no, como lo hace Vázquez Levin: “El alto contenido de colesterol en la membrana hace que el espermatozoide sea resistente en las primeras etapas de su recorrido”. Todo varón sabe que esas etapas pueden ser difíciles pero, después, “el espermatozoide pierde colesterol de sus membranas, que se vuelven más lábiles y fáciles de fusionarse con las del ovocito”. Hoy estas etapas pueden reproducirse en laboratorio, y desde 1992 se cuenta con el método ICSI, inyección intracitoplasmática de espermatozoide: éste es introducido directamente en el óvulo, sin obligarlo al trabajo de atravesar las envolturas de la célula sexual femenina, que para algunas células masculinas pueden resultar arduas.
Vázquez Levin destacó que “en charlas y encuentros, el doctor Edwards siempre nos trasmitió respeto y profesionalismo; a pesar del éxito y la fama, preservó la seriedad y responsabilidad. En un ámbito atravesado por fuertes intereses comerciales, supo preservar la integridad profesional”.
Unos cuatro millones de niños han nacido por fertilización asistida; hasta un tres por ciento de los nacimientos en los países desarrollados se obtienen por estos procedimientos. Louise Brown, la primera de la serie, con 32 años, declaró que “mi madre y yo estamos encantadas de que Bob reciba el reconocimiento que merece”. La madre de Louise, Leslie, fue la primera mujer en recibir un tratamiento de fertilización exitoso. Louise tiene a su vez una niña, que nació sin necesidad de fertilización asistida.
Edwards, de 85 años, “está demasiado débil para conceder entrevistas”, según una portavoz. Su socio Patrick Steptoe, quien seguramente habría compartido el Nobel con él, murió en 1988. Es inusual que el otorgamiento de un Nobel de Medicina tarde tanto como en este caso.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
“El uso de la fuerza está justificado”
A Face da Guerra, de Salvador Dali:

El mandatario norteamericano señaló su incómoda verdad: que “el derramamiento de sangre a veces se antepone a la paz”.
Por David Usborne *
Serio y humilde, el presidente Barack Obama aceptó el Premio Nobel de la Paz ayer en Oslo y le dijo a su audiencia en el rutilante salón del ayuntamiento una incómoda verdad para ese ambiente: las “imperfecciones del hombre y los límites de la razón” significan que el derramamiento de sangre a veces se antepone a la paz. “Entiendo que la guerra no es popular. Pero también sé esto: que el concepto de que la paz es deseable no es suficiente para lograrla –dijo–. La paz requiere sacrificios.” Continuó: “No erradicaremos el conflicto violento durante nuestras vidas. Habrá momentos en que las naciones –actuando individualmente o en conjunto– encontrarán que el uso de la fuerza no sólo es necesario sino está justificado moralmente”.
Durante la ceremonia, que contó con la presencia del rey Harald V y la reina Sonia, el invitado de honor, con traje oscuro y corbata gris, no pareció del todo cómodo y tampoco desplegó el atractivo de otras ocasiones. El discurso de 35 minutos fue pronunciado escasos 10 días después de que Obama hubiera anunciado que enviaría 30.000 efectivos más a Afganistán. Pero descartó las preocupaciones de las presiones de política interna para ofrecer una meditación sobre el concepto de “guerra justa”. El Comité Nobel le otorgó el premio este año a Obama por su comienzo como presidente de Estados Unidos, en el que no solamente prohibió la tortura y se comprometió a cerrar Guantánamo, sino que le dio nueva prioridad a unir y llegar a viejos enemigos. Los críticos han llamado a este enfoque ingenuo y se preguntaron dónde están los frutos de este política exterior. La caravana de limusinas del presidente, llevándolo a él y a la primera dama, Michelle, a los altos consejeros y amigos de la familia, fue saludada por una multitud que aplaudía, pero también por una gran bandera que decía: “Obama, lo ganaste. Ahora ganátelo”.
Pero en Oslo, parte de la política exterior idealista dio lugar a un realismo más sobrio. Aplaudió el pacifismo que predicaron algunos de los anteriores ganadores del premio –citó a Martin Luther King y a Gandhi– pero añadió que no siempre el pacifismo es suficiente. “Un movimiento no violento no podría haber detenido a los ejército de Hitler. Las negociaciones no convencen a los líderes de Al Qaida para que depongan sus armas. Decir que la fuerza puede ser necesaria a veces no es un llamado al cinismo. Es un reconocimiento de la historia, las imperfecciones del hombre y los límites de la razón.”
Obama dijo que las percepciones de Estados Unidos como un agresor no bienvenido estaban arraigadas en “una sospecha reflexiva de Estados Unidos, la única superpotencia militar en el mundo”. Pero la historia será más benévola, dijo: “Cualesquiera sean los errores que hayamos cometido, el simple hecho es éste: Estados Unidos ayudó a reescribir la seguridad global durante más de seis décadas con la sangre de nuestros ciudadanos y la fuerza de nuestras armas”.
“La paz es inestable cuando a los ciudadanos se les niega el derecho a hablar libremente o profesar la religión que quieran; elegir a sus propios líderes o reunirse sin temor. Una paz justa incluye no sólo los derechos civiles y políticos, debe estar acompañada por la seguridad económica y la oportunidad. Porque la verdadera paz no es sólo estar libre del temor sino tener libertad para querer.”
“Los ‘ingredientes vitales’ para alimentarla –continuó– son acuerdos entre las naciones, instituciones fuertes, apoyo a los derechos humanos, inversión en el desarrollo. Y, sin embargo, no creo que tengamos la voluntad o la permanencia en el poder, para completar este trabajo sin algo más. Y eso es la continua expansión de nuestra imaginación moral; una insistencia de que hay algo irreductible que todos compartimos”. Concluyó: “Tratemos de lograr un mundo como debiera ser, esa chispa divina que todavía está dentro de cada uno de nosotros”.
Obama mantuvo un tono que no se esperaba en absoluto de él, al menos en Oslo: el de un político pragmático, más que el de visionario soñador que actualmente se le reprocha en su país. El mandatario no se mostró ayer como un soñador, sino como un fiel ejecutor de “Realpolitik”. Y es posible que sus simpatizantes en todo el mundo lamenten ese inesperado giro.
* De The Independent de Gran Bretaña. Especial para Página/12
Traducción: Celita Doyhambéhère.

El mandatario norteamericano señaló su incómoda verdad: que “el derramamiento de sangre a veces se antepone a la paz”.
Por David Usborne *
Serio y humilde, el presidente Barack Obama aceptó el Premio Nobel de la Paz ayer en Oslo y le dijo a su audiencia en el rutilante salón del ayuntamiento una incómoda verdad para ese ambiente: las “imperfecciones del hombre y los límites de la razón” significan que el derramamiento de sangre a veces se antepone a la paz. “Entiendo que la guerra no es popular. Pero también sé esto: que el concepto de que la paz es deseable no es suficiente para lograrla –dijo–. La paz requiere sacrificios.” Continuó: “No erradicaremos el conflicto violento durante nuestras vidas. Habrá momentos en que las naciones –actuando individualmente o en conjunto– encontrarán que el uso de la fuerza no sólo es necesario sino está justificado moralmente”.
Durante la ceremonia, que contó con la presencia del rey Harald V y la reina Sonia, el invitado de honor, con traje oscuro y corbata gris, no pareció del todo cómodo y tampoco desplegó el atractivo de otras ocasiones. El discurso de 35 minutos fue pronunciado escasos 10 días después de que Obama hubiera anunciado que enviaría 30.000 efectivos más a Afganistán. Pero descartó las preocupaciones de las presiones de política interna para ofrecer una meditación sobre el concepto de “guerra justa”. El Comité Nobel le otorgó el premio este año a Obama por su comienzo como presidente de Estados Unidos, en el que no solamente prohibió la tortura y se comprometió a cerrar Guantánamo, sino que le dio nueva prioridad a unir y llegar a viejos enemigos. Los críticos han llamado a este enfoque ingenuo y se preguntaron dónde están los frutos de este política exterior. La caravana de limusinas del presidente, llevándolo a él y a la primera dama, Michelle, a los altos consejeros y amigos de la familia, fue saludada por una multitud que aplaudía, pero también por una gran bandera que decía: “Obama, lo ganaste. Ahora ganátelo”.
Pero en Oslo, parte de la política exterior idealista dio lugar a un realismo más sobrio. Aplaudió el pacifismo que predicaron algunos de los anteriores ganadores del premio –citó a Martin Luther King y a Gandhi– pero añadió que no siempre el pacifismo es suficiente. “Un movimiento no violento no podría haber detenido a los ejército de Hitler. Las negociaciones no convencen a los líderes de Al Qaida para que depongan sus armas. Decir que la fuerza puede ser necesaria a veces no es un llamado al cinismo. Es un reconocimiento de la historia, las imperfecciones del hombre y los límites de la razón.”
Obama dijo que las percepciones de Estados Unidos como un agresor no bienvenido estaban arraigadas en “una sospecha reflexiva de Estados Unidos, la única superpotencia militar en el mundo”. Pero la historia será más benévola, dijo: “Cualesquiera sean los errores que hayamos cometido, el simple hecho es éste: Estados Unidos ayudó a reescribir la seguridad global durante más de seis décadas con la sangre de nuestros ciudadanos y la fuerza de nuestras armas”.
“La paz es inestable cuando a los ciudadanos se les niega el derecho a hablar libremente o profesar la religión que quieran; elegir a sus propios líderes o reunirse sin temor. Una paz justa incluye no sólo los derechos civiles y políticos, debe estar acompañada por la seguridad económica y la oportunidad. Porque la verdadera paz no es sólo estar libre del temor sino tener libertad para querer.”
“Los ‘ingredientes vitales’ para alimentarla –continuó– son acuerdos entre las naciones, instituciones fuertes, apoyo a los derechos humanos, inversión en el desarrollo. Y, sin embargo, no creo que tengamos la voluntad o la permanencia en el poder, para completar este trabajo sin algo más. Y eso es la continua expansión de nuestra imaginación moral; una insistencia de que hay algo irreductible que todos compartimos”. Concluyó: “Tratemos de lograr un mundo como debiera ser, esa chispa divina que todavía está dentro de cada uno de nosotros”.
Obama mantuvo un tono que no se esperaba en absoluto de él, al menos en Oslo: el de un político pragmático, más que el de visionario soñador que actualmente se le reprocha en su país. El mandatario no se mostró ayer como un soñador, sino como un fiel ejecutor de “Realpolitik”. Y es posible que sus simpatizantes en todo el mundo lamenten ese inesperado giro.
* De The Independent de Gran Bretaña. Especial para Página/12
Traducción: Celita Doyhambéhère.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Los premios Nobel, bajo sospecha
Alfred Nobel:

'The Times' revela que uno de los miembros del jurado forma parte del consejo de dirección de una empresa farmacéutica beneficiada por el galardón
Londres. (EFE).- La integridad del jurado que concede los premios Nobel está en tela de juicio tras la revelación de que uno de sus miembros forma parte al mismo tiempo del consejo de dirección de una empresa farmacéutica beneficiada por el galardón.
La fiscalía sueca trata de determinar si el gigante farmacéutico británico AstraZeneca ejerció alguna una influencia en la concesión del último Nobel de Medicina a Harald Zur Hausen, informa hoy el diario "The Times".
El científico fue recompensado por sus trabajos sobre el virus del papiloma humano, que puede causar el cáncer cervical y contra el cual AstraZeneca ha desarrollado dos vacunas muy lucrativas. Dos personajes que ejercieron un papel en el proceso de elección de Zur Hausen tienen fuertes vínculos con esa compañía farmacéutica, que ha comenzado además a patrocinar el portal de internet del Nobel.
Ni la compañía, ni la fundación Nobel han revelado cuánto vale el contrato para ese patrocinio y el de la filial promocional del premio Nobel Media, aunque el periódico cree que serán cientos de miles de dólares.
Según la radio sueca, Bertil Fredholm, presidente del comité de cinco personas que estudia a los candidatos al premio, trabajó como asesor para AstraZeneca en el 2006. Bo Angelin, miembro del comité de 50 personas que vota al ganador, forma también parte del consejo de dirección de la farmacéutica.
El año pasado, AstraZeneca compró una compañía que había desarrollado un componente clave para la producción de dos vacunas contra el virus del papiloma humano.
El director de la división anticorrupción de la policía sueca, Christer van der Kwast, explicó a "The Times" que había encargado a la fiscalía averiguar si había motivos para lanzar una investigación.
El jueves, la fiscalía sueca abrió otra investigación preliminar sobre un supuesto caso de soborno a miembros de varios comités Nobel que aceptaron viajes con todos los gastos pagados por las autoridades chinas. Se trata de dos viajes realizados por cinco representantes de los comités, uno hace dos años y otro en enero pasado, a China, en los que el objetivo era informar de cómo se realiza el proceso para designar a los ganadores en las distintas categorías de los Nobel. El Gobierno chino se hizo cargo en ambos casos de los gastos de viaje, alojamiento y manutención.
La Vanguardia

'The Times' revela que uno de los miembros del jurado forma parte del consejo de dirección de una empresa farmacéutica beneficiada por el galardón
Londres. (EFE).- La integridad del jurado que concede los premios Nobel está en tela de juicio tras la revelación de que uno de sus miembros forma parte al mismo tiempo del consejo de dirección de una empresa farmacéutica beneficiada por el galardón.
La fiscalía sueca trata de determinar si el gigante farmacéutico británico AstraZeneca ejerció alguna una influencia en la concesión del último Nobel de Medicina a Harald Zur Hausen, informa hoy el diario "The Times".
El científico fue recompensado por sus trabajos sobre el virus del papiloma humano, que puede causar el cáncer cervical y contra el cual AstraZeneca ha desarrollado dos vacunas muy lucrativas. Dos personajes que ejercieron un papel en el proceso de elección de Zur Hausen tienen fuertes vínculos con esa compañía farmacéutica, que ha comenzado además a patrocinar el portal de internet del Nobel.
Ni la compañía, ni la fundación Nobel han revelado cuánto vale el contrato para ese patrocinio y el de la filial promocional del premio Nobel Media, aunque el periódico cree que serán cientos de miles de dólares.
Según la radio sueca, Bertil Fredholm, presidente del comité de cinco personas que estudia a los candidatos al premio, trabajó como asesor para AstraZeneca en el 2006. Bo Angelin, miembro del comité de 50 personas que vota al ganador, forma también parte del consejo de dirección de la farmacéutica.
El año pasado, AstraZeneca compró una compañía que había desarrollado un componente clave para la producción de dos vacunas contra el virus del papiloma humano.
El director de la división anticorrupción de la policía sueca, Christer van der Kwast, explicó a "The Times" que había encargado a la fiscalía averiguar si había motivos para lanzar una investigación.
El jueves, la fiscalía sueca abrió otra investigación preliminar sobre un supuesto caso de soborno a miembros de varios comités Nobel que aceptaron viajes con todos los gastos pagados por las autoridades chinas. Se trata de dos viajes realizados por cinco representantes de los comités, uno hace dos años y otro en enero pasado, a China, en los que el objetivo era informar de cómo se realiza el proceso para designar a los ganadores en las distintas categorías de los Nobel. El Gobierno chino se hizo cargo en ambos casos de los gastos de viaje, alojamiento y manutención.
La Vanguardia
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