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Europa avalia pedir ajuda a emergentes para combater a crise
Países emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul poderiam contribuir para um fundo especial, destinado a aumentar o impacto do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), informaram diplomatas na cúpula de países da zona do euro no domingo (23/10) em Bruxelas.Esse fundo especial alavancaria o valor dos 440 bilhões de euros previstos para o FEEF. Duas possibilidades foram discutidas em Bruxelas. Numa, os investidores seriam incentivados a comprar títulos de países da zona do euro, sendo que em caso de emergência o fundo assumiria uma parcela de eventuais perdas.
A segunda opção prevê um fundo especial ligado ao FEEF, com recursos vindos de países que não sejam da União Europeia (UE). Segundo os diplomatas, também é viável uma junção entre as duas propostas. Além disso, está sendo discutida uma cooperação mais estreita com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Cúpula do G20
Por esse motivo, já antes do encontro de cúpula de países do G20, que será nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, os países emergentes tentam aumentar os poderes do FMI, para que ele apoie os esforços da zona do euro no combate à crise. O plano prevê que o FMI compre títulos de países altamente endividados, transferindo-os para países emergentes. Assim, os emergentes poderiam ajudar a Europa, sem ter que comprar diretamente títulos da dívida soberana de Estados em dificuldades e sem correr riscos de prejuízos.
Heribert Dieter, especialista em questões financeiras do Instituto Alemão de Relações Internacionais e Segurança (SWP), não considera essa, todavia, uma sugestão plausível. "O FMI pode e deve disponibilizar liquidez. Mas endossar um corte da dívida da Grécia não encontrará anuência nos EUA e é uma manobra de certa forma transparente e pouco eficaz."
Manobra emergente
Através dessa manobra, os países emergentes pretendem, sobretudo, aumentar sua influência no FMI, diz Dieter. Até agora, entre os assim chamados países emergentes, principalmente a China se ofereceu para ajudar a combater a crise do euro. O país asiático possui enormes reservas de capital e está aparentemente disposto a gastar parte desse dinheiro na compra de títulos estatais, desde que esses estejam assegurados pelo FMI ou pelo Banco Central Europeu (BCE).
No entanto, tais injeções financeiras também implicam o perigo de que a Europa, da mesma forma que os EUA, se depare com uma forte dependência. "Os norte-americanos já praticam esse jogo há muitos anos, eles são dependentes do capital chinês. Eu duvido se é isso mesmo o que os europeus queiram", questiona Dieter.
Leia a íntegra na DW.
NOTA DO BLOG: "Pedir penico" é uma expressão popular que significa acovardar-se, amedrontar-se. Mostrar-se fraco, vencido. Tem gente que, na hora do perigo ou de ter que tomar grandes decisões, faz xixi na calça. Vem daí a expressão "pedir penico".
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