Schaffhausen:
Os altos custos do petróleo e o debate sobre o clima levam as cidades suíças a economizar energia e a reduzir as emissões: 161 já usam um selo de sustentabilidade.
Nessas 161 cidades vivem 2,6 milhões de pessoas, um terço dos habitantes do país. A meta do governo é atingir 200 cidades (75% da população suíça) até 2010, diz Kurt Egger, diretor do Programa de Energia para os Municípios Suíços.
As chamadas "cidades da energia" (Energiestädte) assumem o compromisso de economizar energia, fomentar energias renováveis e reduzir as emissões. Quanto maior a população maior é a pressão para combater os problemas do meio ambiente, constata Egger.
Zurique, Basiléia, Berna, Lausanne e St-Gallen já aderiram ao programa. Genebra também se prepara para obter o selo azul e branco. A primeira "cidade da energia" da Suíça é Schaffhausen, no leste do país, que tem o selo desde 1991.
Esse distintivo de qualidade também é cobiçado por municípios turísticos, como Davos e Saas-Fee. Já no Tecino, região italiana da Suíça, apenas Chiasso e Mendrisio são "cidades da energia". Nos estados de Appenzell Innerrhoden e Obwalden até agora nenhuma aderiu.
Com um total de 40 programas do EnergieSuisse, o programa de eficiência energética e energias renováveis da Suíça, as emissões de CO2 no país são reduzidas 6% ao ano. O programa "Energiestadt" contribui com cerca de um quinto dessa redução. Dessa forma, as "cidades da energia" – por si só – cumprem as metas do Protocolo de Kyoto.
Não basta
"Para cumprir a meta estabelecida pelo Conselho Federal (Executivo suíço), de reduzir em 20% as emissões de gases do efeito estufa até 2020, são necessárias novas regras jurídicas", diz Egger.
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) indiretamente confirma isso: Christian Zeyer, vice-diretor de política climática do WWF Suíça, classifica as "cidades da energia" como um "passo muito bom".
De acordo com os cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), no entanto, as emissões de CO2 dos países industrializados teriam de ser reduzidas em 80% a 90% até 2050. "O selo não resolve esse problema", afirma Zeyer.
Economizar energia
A Associação Cidade da Energia Suíça lista 87 medidas que podem ser adotadas para proteger o clima, por exemplo, através da construção, do planejamento urbano, do trânsito e do consumo de energia.
Muitas das 161 prefeituras oferecem um serviço de consultoria especial aos moradores locais. Mais de 30% delas têm programas de fomento. Sem modificações nas edificações, a cidade não recebe o selo.
As prefeituras podem, por exemplo, tornar obrigatório o uso de energias renováveis em novas áreas residenciais. Isso é mais fácil de implementar na construção de novas casas do que no saneamento de antigas.
A cidade que cumpriu pelo menos a metade das medidas de redução das emissões recomendadas recebe o selo, que é controlado a cada quatro anos.
Tendo aprovado ou cumprido mais de 75% das medidas possíveis, o município recebe como distinção máxima a medalha de ouro "European Energy Award GOLD". Dez localidades suíças já receberam essa distinção.
Mais incentivos
O diretor da Associação Suíca dos Proprietários de Imóveis, Ansgar Gmür, reinvindica mais estímulos financeiros para renovações, "para que os programas atraiam os proprietários".
Também Michael Töngi, da Associação dos Locatários da Suíça alemã, considera os incentivos financeiros importantes. Mas os governos federal e estaduais devem ser os principais fomentadores, depois as prefeituras. Os custos da renovação não devem ser repassados só aos locatários, diz.
swissinfo, Geraldo Hoffmann (com agências)
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