domingo, 3 de agosto de 2008
2039
Francisco acorda às 08:00 horas com o som de seu computador/despertador.
Bate palmas duas vezes e as luzes laterais de seu quarto são acionadas.
A tela do computador ocupa parte da parede em frente à cama e nela pode ser visualizada a apresentadora do programa de notícias oficiais, aprovadas pelo governo.
Enquanto se prepara para ir ao banheiro escuta a voz rouca e sensual da apresentadora.
Estão novamente falando a respeito da polêmica nova família de satélites que o governo norte-americano está planejando lançar.
Após aprovação pela Europa, as discussões agora estão se dando na ONU.
Trata-se, parece, de satélites dotados de ogivas nucleares e com capacidade de autopropulsão.
Eles ficarão girando em torno do planeta e, caso o governo norte-americano julgar necessário, serão comandados remotamente para descer até a superfície e detonar os explosivos nucleares.
As informações iniciais a respeito dessa nova safra de satélites não divulgavam essa capacidade bélica.
Eram, segundo informavam, satélites destinados a monitorar objetos estranhos que se aproximavam da Terra, função julgada necessária após a visualização (não confirmada oficialmente) de gigantescas naves espaciais na órbita do planeta Júpiter.
O porta-voz norte-americano justificou a não divulgação total das informações por questão de segurança nacional e tendo em vista que o objetivo principal dos dispositivos eram vigiar a possível tentativa de invasão do planeta por parte de seres de outras galáxias. A utilização das bombas nucleares no nosso planeta somente seria efetivada em último caso, para manter a segurança do planeta. Falou, também, que esses satélites são apenas um reforço às forças armadas. O efetivo militar se manterá intocado, uma vez que o complexo industrial que depende das atividades militares não poderia ser desativado, sob pena de agravamento da recessão econômica já em curso.
Os países africanos anunciaram que não concordam com essa posição, porém isso não traz maior preocupação aos americanos do hemisfério norte, já que a África não possui direito a voto na ONU desde a grande reforma de 2023.
Rússia e China declararam voto contrário.
Na América do Sul, Argentina e Chile também declararam voto contrário.
O Brasil informou oficialmente que se manterá neutro na discussão, tendo em vista sua posição de grande fornecedor de petróleo para o governo norte-americano.
Francisco neste momento entrou no banheiro, um pouco preocupado, para fazer sua higiene bucal.
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