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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Freira de 82 anos invade arsenal nuclear

Arsenal de Oak Ridge (fonte AQUI)


As centrais nucleares norte-americanas são ultra seguras – as autoridades do país reiteraram isso várias vezes após o acidente de Fukushima, no Japão, no ano passado. Será?

Megan Rice, uma freira idosa que já foi presa mais de 40 vezes por atos de desobediência civil, invadiu o arsenal nuclear de Oak Ridge, no estado do Tennessee, no que foi classificado por especialistas citados pelo diário The New York Times como “a maior falha de segurança de uma central nuclear nos Estados Unidos”. O local abriga o maior estoque de urânio ultra-enriquecido do país, suficente para produzir mil bombas.

Megan e dois outros militantes da causa anti-nuclear passaram por uma série de barreiras supostamente intransponíveis, inclusive cercas de arame farpado, detectores de movimento e 12 agentes de segurança, na madrugada de 28 de julho. Eles tiveram tempo de colocar sangue e cartazes com palavras de ordem nas paredes da unidade – uma construção sem janelas, cercada por altas torres de fiscalização, construída a um custo de meio bilhão de dólares. “Transformem espadas em arados”, dizia um cartaz, numa citação do Livro de Isaias. Os ativistas deverão ser julgados no começo de outubro e podem pegar 16 anos de cadeia e multas de até US$ 600 mil. No passado, a freira passou seis meses na prisão por protesto semelhante.

O que chama a atenção nesse episódio é que o grupo (todos para lá da meia-idade), embora muito motivado, não é propriamente um esquadrão ninja treinado pela KGB. Megan, por exemplo, vem de uma família abastada de Nova York e passou quase 40 anos trabalhando como professora em zonas rurais da Nigéria e de Gana.

Toda a equipe de segurança da unidade foi demitida depois do vexame.

Página 22

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A INDÚSTRIA DA GUERRA E O FUTURO DA HUMANIDADE

Fonte da imagem AQUI.

Vida no capitalismo, uma ideia fora do lugar?

Gilson Caroni Filho, para CdoB

Karl Marx escreveu que “o consumo militar”, no sentido propriamente econômico, é o mesmo que se uma nação jogasse na água uma parte do seu capital. Isso beneficiaria, sem dúvida, toda a humanidade. Mas aqui é necessário se debruçar sobre uma questão: pode o capitalismo, em sua configuração atual, sobreviver sem a corrida armamentista? Passada a Rio+ 20, cabe indagar se já há condições políticas para que a acumulação privada possa ser feita sem a concomitante destruição das forças produtivas, sem a reprodução de uma lógica perversa? Sem aprofundar esse debate, a ecologia política deixa lugar à falação protelatória e vazia.

Se, como diria Clemenceau, a guerra é muito séria para ser assunto exclusivo de militares, a preservação de nossos recursos naturais e de nosso meio ambiente é assunto tão essencial para a nossa sobrevivência e para a sobrevivência das instituições democráticas que não pode ser deixada ao arbítrio das elites políticas, da tecnocracia ou até mesmo de um grupo de ambientalistas iluminados. Não existe maior desastre ecológico do que a exploração econômica e as condições subumanas a que é submetida grande parte da população mundial.

Em 1982 – e lá se vão 30 anos – Pierre Trudeau, então primeiro-ministro do Canadá, durante uma conferência de imprensa às vésperas de uma reunião dos sete principais capitalistas, declarou: “Com o que gastamos em cerca de duas semanas com armamentos, poderíamos garantir alimentação e moradias a todo o mundo, durante um ano, inclusive aos países subdesenvolvidos.”

Para suprir as necessidades militares, despendem-se todos os anos de 700 a 750 milhões de barris de petróleo, o que é duas vezes mais do que consomem anualmente todos os países da África. Nos anos 1970, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conseguiu liquidar a varíola no globo terrestre tendo gasto, em apenas uma década, US$ 83 milhões – importância que, à época dava pra comprar apenas um bombardeiro estratégico.

Estimativas da ONU, em 1982, calculavam que o desarmamento nuclear completo liberaria mais de 20 mil cientistas e técnicos nucleares no campo da energia atômica. Eles poderiam tomar parte dos programas nucleares pacíficos de países democráticos da periferia do Velho Mundo.

Segundo o investidor estadunidense R. Sayard, para liquidar o analfabetismo da população mundial, em 20 anos, seriam necessários apenas US$ 1,2 bilhões, soma inferior ao total das despesas militares em um só dia. Mas essa conta soa como sofisma a uma sociedade regida pela lei do valor.

Nos anos 1960, V. Leontiev, economista norte-americano, calculou que uma redução dos investimentos militares em US$ 8 bi liquidaria 254 mil postos de trabalho. Todavia, o investimento desse montante no setor civil criaria 542 mil novos empregos. Uma reorientação que reduzira em 288 mil o número de desempregados nos Estados Unidos. Que argumento sobra aos partidários da corrida armamentista, quando defendem o aumento de despesas em armas destrutivas como única alternativa para a solidez da economia?

É verdade que a militarização da economia da Alemanha Nazista acabou com o desemprego no país, mas será essa a única lição que a economia política estadunidense aprendeu? A morte, dependendo do valor agregado que ela contenha, é um grande negócio, um derivativo seguro e com rentabilidade assegurada?

Para aqueles que se situam no campo progressista do espaço político, a luta pela paz se integra organicamente na luta por um socialismo democrático. O momento é de resgatar a eco política das mãos da elite. Caso contrário, seremos obrigados a trocar o esperançoso “um outro mundo é possível” por um sombrio “nenhum mundo é viável”. Enquanto isso não cessa a produção de armas táticas e aumenta a produção de ogivas estratégicas. A ideia de um mundo desnuclearizado, proposta por Obama, continua, em tudo e por tudo,”uma ideia fora do lugar”.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Israel deveria abrir instalação nuclear para frear Irã, diz cientista israelense

Fonte desta imagem AQUI.

Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil

Israel deve contribuir com os esforços para impedir que o Irã obtenha armamentos atômicos abrindo a instalação nuclear de Dimona à inspeção internacional, disse à BBC Brasil o cientista Uzi Even, que participou da construção do reator nuclear de Dimona.

Na opinião do físico nuclear israelense, o relatório publicado pela Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA) na última terça feira demonstra que o Irã está prestes a produzir armamentos nucleares e a comunidade internacional não deveria poupar esforços para convencer o país a interromper seu avanço nessa direção.

Segundo o cientista, Israel deveria contribuir com esses esforços abandonando a politica de ambiguidade em relação a seu próprio programa nuclear.

O governo não confirma nem nega possuir armas atômicas. O país não tem um programa declarado de produção de energia nuclear e não comenta a existência do reator de Dimona, conhecido oficialmente como Centro de Pesquisas Nucleares.

Israel não é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, ratificado por 189 países (entre eles o Irã).

Os signatários do tratado se comprometem a não desenvolver ou comprar armas atômicas e a se submeterem a inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, caso tenham um programa nuclear para fins pacíficos.

 

'Saída honrosa'

"Israel deveria abrir a instalação nuclear de Dimona à inspeção internacional", disse Uzi Even à BBC Brasil.
Para Even, que nos anos 1960 trabalhou na construção do reator nuclear de Dimona, a abertura do local poderia oferecer uma "saída honrosa" para o Irã.

"O Irã poderia apresentar a abertura de Dimona como uma grande vitória e aproveitar essa oportunidade para abandonar seus planos de produzir armamentos nucleares", explicou.

Uzi Even, professor do departamento de Química da Universidade de Tel Aviv, vem alertando há mais de dez anos para o "estado precário e perigoso" da instalação nuclear de Israel na cidade de Dimona, no sul do país.

Depois do vazamento radiativo dos reatores nucleares no Japão, em decorrência do terremoto ocorrido em março, Even advertiu que um acidente "semelhante ou pior" poderia ocorrer em Dimona.

"Dimona é um dos reatores nucleares mais velhos do mundo, tem mais de 50 anos, e por razões de segurança deve ser fechado", afirmou.

Para ele, a abertura de Dimona à inspeção internacional poderia causar o fechamento da instalação.

"Abrir Dimona seria uma contribuição por parte de Israel nos esforços para frear o Irã, sem perder seu poder de dissuasão", acrescentou.

 

Rumores

Em Israel vem se intensificando nas últimas semanas os rumores e especulações sobre um suposto plano do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, e do ministro da Defesa, Ehud Barak, para atacar o Irã, cujo governo ameaça destruir Israel.

Os rumores, divulgados pela mídia local, deram início a um debate público sobre um eventual ataque de Israel ao Irã para impedir que o país obtenha armamentos nucleares.

De acordo com uma pesquisa de opinião, 41% dos israelenses apoiam a ideia do ataque e 39% são contra.

Entre os analistas militares, alguns consideram a ideia uma "loucura" e outros a consideram "razoável".

Segundo Uzi Even, o relatório da AIEA demonstra que "já é tarde demais para uma operação militar".


"Os iranianos têm a intenção, o conhecimento e os materiais para produzir uma bomba nuclear, e nessas circunstâncias um ataque já não poderia impedi-los de produzi-la", disse.

Segundo a avaliação de Even, o Irã já teria investido pelo menos US$ 10 bilhões em seu programa nuclear e milhares de funcionários já estariam envolvidos no projeto.

Na opinião dele, para frear o projeto seria necessário "convencer os iranianos de que, se continuassem, teriam que pagar um preço alto demais", por meio de sanções econômicas.

No entanto, o especialista em Irã da rádio estatal israelense, Menashe Amir, afirmou que o regime atual do Irã "jamais abrirá mão de seu projeto nuclear" e que as sanções econômicas não levarão à interrupção do projeto.

Para Amir, a única maneira de interromper a corrida do Irã em direção às armas nucleares seria por uma mudança de regime no país.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

EUA devem ser punidos por ameaças nucleares

BAIRRO RESIDENCIAL DE HIROSHIMA, APÓS A BOMBA ATÔMICA NORTE-AMERICANA:

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu a punição dos países que ameaçam usar armas atômicas, numa referência clara à nova estratégia nuclear dos Estados Unidos divulgada no mês passado.

Falando nesta segunda-feira numa reunião dos 189 signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), ele exortou "considerar qualquer ameaça de se usar armas nucleares ou ataques contra instalações nucleares pacíficas como uma violação à paz e à segurança internacional."

Tais ameaças deveriam provocar "dura reação das Nações Unidas e o encerramento de toda cooperação de Estados-membros do TNP com o Estado agressor que ameaça", afirmou Ahmadinejad.

As delegações dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da França deixaram a sala da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) durante o discurso do presidente iraniano.

Entre as punições que deveriam ser impostas aos países que usam ou ameaçam usar armas atômicas contra outros países está a suspensão do conselho de governadores da agência de inspeção nuclear da ONU em Viena, disse Ahmadinejad.
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A chamada revisão na postura nuclear dos Estados Unidos reduz o papel das armas atômicas na política de defesa norte-americana, mas não descarta o uso de ogivas nucleares contra países como o Irã e a Coreia do Norte, que são considerados violadores do TNP.

Tanto os Estados Unidos como Israel sugeriram que poderiam usar a força militar contra instalações nucleares iranianas, que suspeitam que sejam parte de um programa secreto de armas atômicas.

O Irã nega que procure desenvolver armas atômicas e insiste que suas ambições nucleares são limitadas à geração pacífica de eletricidade.

(Reportagem de Louis Charbonneau)