Organizado em redes sociais, 'churrasco' atraiu centenas de pessoas.
Avenidas Higienópolis e Angélica enfrentaram bloqueios neste sábado.
Protesto em Higienópolis teve varal, churrasqueira e catraca (Foto: Roseane Aguirra/G1 Tiago Queiroz/AE)
Iniciada por volta das 14h na Avenida Higienópolis, a manifestação contra iniciativa de moradores que tentam vetar construção de estação do Metrô no bairro seguiu por volta das 16h30 deste sábado (14) até o cruzamento da Avenida Angélica com a Rua Sergipe, local onde o acesso à rede metroferroviária seria construído. No início da noite, manifestantes seguiam protestando numa das esquinas do bairro, onde um varal com roupas foi pendurado.
Organizada como "churrasco" por meio de redes sociais, a manifestação atraiu centenas de pessoas e bloqueou o tráfego de veículos por onde passou. A polícia acompanhou tudo à distância.
Manifestante se prepara para colocar fogo em catraca, em frente ao shopping Pátio Higienópolis
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
Manifestantes na Avenida Angélica (Foto: Roseane Aguirra/G1)
Júlia Portella e Natali Spogis com homenagem
a Adoniran Barbosa (Foto: Roseane Aguirra/G1)
a Adoniran Barbosa (Foto: Roseane Aguirra/G1)
Os manifestantes ocuparam por volta das 14h a Avenida Higienópolis e bloquearam uma das entradas do Shopping Pátio Higienópolis, na região central de São Paulo. Eles levaram para o local uma catraca de ônibus enrolada em jornal e gaze e atearam fogo ao material. A polícia acompanha a manifestação à distância.
A assistente de fotógrafo Andrea Oliveira e a esteticista Mislene Silva se prepararam para a manifestação levando uma bandeira do Brasil. "Nós somos brasileiras e a favor da democracia. Todos têm direito ao metrô, mesmo num bairro nobre".
A maioria dos manifestantes era formada por jovens. Eles tocaram buzinas e bateram em garrafas vazias de cerveja, pandeiros e tambores. A arquiteta Stella Rodrigues, moradora na República, levou um cartaz com a mensagem: "Só ando de Metrô em Nova York, Londres e Paris." Uma outra faixa, maior, exibe a mensagem "Chega de sufoco". Enquanto isso, a multidão gritava "quem é diferenciado faz barulho".
Manifestantes se concentraram em frente ao shopping Pátio Higienópolis (Foto: Roseane Aguirra/G1)
Apesar da expressão "gente diferenciada" ter sido usada durante todo o protesto pelos manifestantes, a psicóloga Guiomar Ferreira negou na quinta-feira (12) que tenha dito que a construção de uma estação de Metrô em Higienópolis, na Zona Oeste de São Paulo, atrairia "drogados, mendigos, uma gente diferenciada" para a área, um bairro nobre.
O Metrô de São Paulo negou na quarta-feira (11) que a pressão de moradores tenha motivado a mudança na localização da futura Estação Angélica da Linha 6-Laranja. “Essa reavaliação tem caráter exclusivamente técnico, em nada motivada por pressão dos moradores da região de Higienópolis, a favor ou contra a estação”, disse a companhia.
Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, ainda não há um endereço definido.
Manifestantes protestam com cartazes na Av. Angélica (Foto: Roseane Aguirra/G1)
Mateus Mendonça acompanhou de bicicleta
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
“A má distribuição geográfica é o nosso principal foco. Essa estação ficaria muito perto da Estação Higienópolis-Mackenzie e muito distante da Estação PUC-Cardoso de Almeida”, afirmou o presidente Associação Defenda Higienópolis, Pedro Ivanow.
Ele disse ainda que o movimento no local, com a implantação da estação, traria "inconvenientes" ao bairro. “O que vimos é que nas estações novas há o aumento de ocorrências de furtos e comércio ilegal, que são aspectos negativos para um bairro que tem sua própria cultura, além das obras, que podem trazer transtornos ao trânsito do local e desapropriação de alguns comércio importantes para o local”, disse.
Andrea Oliveira e Mislene Silva na praça Vilaboim
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
(Foto: Roseane Aguirra/G1)
O presidente da Defenda Higienópolis disse que, em setembro de 2010, se reuniu com secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, para informar o incômodo dos moradores com a implantação da estação. Segundo Ivanow, os moradores devem se encontrar na próxima semana com representantes do Metrô para discutir a situação. “Espero uma informação oficial do que vai ser feito”, disse.
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