quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A GEOPOLÍTICA EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO


 

Hoje, 22 de fevereiro de 2024, li duas notícias que considerei portadoras de informações relevantes a respeito da geopolítica mundial.

Algumas pessoas poderão achar engraçado – eu achei – porém sem dúvida é um assunto sério.

Aí vai:

“No sábado, faz dois anos que a Rússia invadiu a Ucrânia. Serão também dois anos de um vexame de previsões erradas sobre a economia russa.

O PIB do país de Vladimir Putin cresceu 3,6% em 2023. Na zona do euro, o crescimento deve ter sido 0,6%. No Brasil, de 3%. Nos EUA, foi de 2,5%, ... .

O resumo prévio da ópera é que Putin driblou sanções, no curto ou no médio prazo pode sustentar a guerra e consegue tocar um plano de descolamento do Ocidente.”

Esses três parágrafos acima foram copiados deste artigo da Folha de São Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2024/02/economia-russa-cresce-e-pode-sustentar-a-guerra-de-putin-por-muito-tempo.shtml

Outra ocorrência interessante:

“Componentes produzidos por empresas sediadas nos Estados Unidos e na Europa foram encontrados em um míssil norte-coreano lançado pela Rússia que caiu na Ucrânia, revela um relatório da organização Conflict Armament Research (CAR),com sede em Londres.

O míssil balístico de procedência da Coreia do Norte caiu na cidade ucraniana de Kharkiv no início de janeiro e continha 290 peças eletrônicas que não provinham do país do leste asiático, mas de 26 empresas de oito nações, a maioria delas ocidentais, como Estados Unidos e Alemanha.

Além disso, metade dos componentes documentados continham códigos de datas, sendo que em 75% deles foi possível identificar produção entre 2021 e 2023. Segundo o CAR, a partir desses dados, é possível concluir que, provavelmente, a arma não tenha sido montada antes de março de 2023. Ou seja: ela teria sido enviada à Rússia após o início da guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.”

Esses últimos três parágrafos foram copiados do seguinte artigo da Deutsche Welle: https://www.dw.com/pt-br/componentes-ocidentais-s%C3%A3o-encontrados-em-m%C3%ADssil-da-coreia-do-norte/a-68332122

Como todo mundo sabe, a Coreia do Norte é um dos países mais boicotados pelo Ocidente.

Aparentemente os boicotes e sanções dos outrora mais poderosos países ocidentais e mundiais, atualmente são um grande fiasco.

Omar 


Fonte da Imagem: Internet

domingo, 28 de janeiro de 2024

Úrtimo! Empresta uma e banca pela?

 

Arremesso de bolita estilo "cú de galinha".

 Era assim que Dunga normalmente chegava na roda de amigos, cuja idade variava entre 10 e 12 anos, mais ou menos.

Se alguém não entendeu, não se preocupe. Vou explicar.

Basicamente, naquela fase, existiam dois jogos de bolita principais: o triângulo e o boco. O triângulo era mais popular, por ser mais emocionante.

O triângulo consistia basicamente no seguinte: era riscado, desenhado, um triângulo na terra e depois outro risco, afastado do triângulo. A distância entre o triângulo e o risco era variável, negociada a cada início de uma série de disputas. Quanto mais longe o risco do triângulo, teoricamente melhor a qualidade dos competidores.

Cada participante do jogo coloca uma ou mais bolitas dentro do triângulo e fica com a “joga” na mão. A joga era a bolita da sorte, normalmente escolhida entre aquelas maiores e mais pesadas.

Posicionando-se perto do triângulo, cada participante arremessa uma bolita procurando fazer com que ela pare o mais próximo da linha riscada no chão. O nível de proximidade da bola define a ordem dos jogadores. Se algum jogador se antecipar e falar “último”, será o último a jogar a bolita, podendo observar o desempenho dos demais.

O jogo começa com o primeiro participante arremessando a joga para tentar acertar alguma das bolinhas posicionadas no triângulo. Se conseguir, fica com a bola atingida e continua jogando até errar, quando dará a vez ao segundo e assim por diante. Se a bola parar dentro do triângulo, o jogador fica “preso” e só poderá participar da próxima rodada. Os participantes vão se revezando e tentando “matar” as bolitas dos adversários, utilizando os dedos polegar e indicador para empurrar a bola de gude na terra, com o objetivo de atingir o maior número de bolas dos outros participantes. Ganha o jogo quem conseguir ficar com mais bolas. As bolitas conseguidas passam a ser propriedade de quem ficou com elas, quando a partida é “às ganhas”.

Mas voltemos ao Dunga, que era neto da Dona Gasparina, famosa benzedeira da região.

Dunga normalmente chegava na roda de amigos sem nenhuma bolita e bradava: “úrtimo!”. Aí se dirigia a algum dos presentes e solicitava: “me empresta uma e banca pela?”.

O úrtimo (último) era uma convocação para o jogo do triângulo. A solicitação de empréstimo era um desafio. Normalmente o solicitado, caso não emprestasse, ficava numa posição difícil, pois não aceitar o desafio implícito significava falta de autoconfiança.

Dunga normalmente começava assim as partidas e “rapava” todos os competidores, ou seja, ganhava todas as bolitas.

Existiam basicamente duas formas para o arremesso inicial da joga: a pinha e a bocha.

Na pinha, a joga era depositada entre o dedo indicador e o médio, sendo impulsionada pelo polegar. Caso o jogador não conseguisse impulsionar a joga de maneira correta, o que era denominado “cú de galinha”, optava pelo arremesso inicial tipo bocha, que consistia basicamente em utilizar o braço como pêndulo para atirar a joga.

Dunga era campeão da pinha. Raramente errava uma. Chegava a quebrar algumas bolitas, às vezes.

Se o jogo de bolita fosse modalidade olímpica, certamente Dunga seria medalhista.

Comentavam que Dunga vendia as bolitas que ganhava para ajudar no orçamento de sua casa, pois sua família era muito pobre, mas isso eu não sei se é verdade ou não.

 

 

 

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

As mulheres tendem a viver mais do que os homens em todo o mundo, mas a diferença de sexo na expectativa de vida não é uma constante.

As mulheres tendem a viver mais do que os homens. Em 2021, essa diferença representou uma diferença de 5 anos na expectativa de vida global: a expectativa de vida média era de 73,8 anos para as mulheres versus 68,4 anos para os homens.

O que causa essas diferenças? É porque as mulheres sobrevivem aos homens em idade de velhice? Ou porque os homens jovens são mais propensos a sofrer acidentes e mortes violentas?

Neste artigo, analisaremos a diferença de sexo na expectativa de vida: como ela surge, como ela varia em todo o mundo e como ela mudou ao longo de gerações.

 

A diferença entre os sexos na expectativa de vida não é uma constante

As mulheres tendem a viver mais do que os homens em todo o mundo.

Você pode ver a diferença do gráfico abaixo. Compara a expectativa de vida feminina e masculina entre os países. A expectativa de vida masculina é mostrada no eixo horizontal e na expectativa de vida feminina no eixo vertical.

Todos os países estão acima da linha diagonal, o que significa que a expectativa de vida feminina é maior.

Mas o gráfico também mostra que a diferença varia entre os países: alguns estão muito mais longe da linha do que outros.

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Veja os gráficos e leia a íntegra do artigo: https://ourworldindata.org/why-do-women-live-longer-than-men

 

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Conclusão

A diferença entre os sexos na expectativa de vida começa no nascimento: os meninos recém-nascidos têm taxas de mortalidade mais altas do que as meninas recém-nascidas, pois são mais vulneráveis a doenças e distúrbios genéticos.

Ele continua na juventude, quando os meninos têm uma taxa de mortalidade maior do que as meninas, normalmente devido à violência e acidentes.

É sustentado em idades mais avançadas, quando os homens têm taxas de mortalidade mais altas do que as mulheres de condições crônicas de saúde, que são em parte devido a taxas mais altas de tabagismo, álcool e uso de drogas.

Como há muitas razões para a diferença de sexo na expectativa de vida, seu tamanho varia entre os países e mudou ao longo do tempo.

No passado, as diferenças de gênero na mortalidade infantil eram a principal causa da diferença na expectativa de vida. Mas agora, as diferenças em idades mais avançadas são um contribuinte maior para a diferença na expectativa de vida.


 

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

EFEITO DUNNING-KRUGER

 


O que é o efeito Dunning-Kruger?

Fenômeno descrito e estudado em 1999 pelos psicólogos Justin Kruger e David Dunning da Cornell University, se refere a indivíduos que não têm competência em uma determinada área, mas acreditam verdadeiramente que sabem mais do que os mais preparados e versados no tema. Os especialistas investigaram o que levava essas pessoas a tomarem decisões ruins e alcançar resultados indevidos pela insistência em um conhecimento que não possuem. Dunning e Kruger concluíram que esses indivíduos sofrem com uma superioridade ilusória e que sua incompetência os impede de entender seus próprios erros. São pessoas que superestimam as suas habilidades no campo intelectual e/ou social. As duas principais dificuldades nesse caso são ter que administrar os resultados negativos obtidos de seus erros e a incapacidade cognitiva de perceber que não sabem o que acreditam saber.

 

Tópicos importantes do efeito Dunning-Kruger 
 
Os estudos de Dunning e Kruger permitiram tirar algumas conclusões bem interessantes a respeito de pessoas incompetentes, listei abaixo um pequeno resumo que permitirá entender melhor a questão. 
 
 – Os incompetentes não conseguem reconhecer a sua incompetência, podendo passar a acreditar que são injustiçados por não conseguirem os resultados esperados. Mesmo que estejam passando por problemas decorrentes de erros cometidos por não terem conhecimento, esses indivíduos pensam que sabem mais do que a maioria e que estão acima dos demais. 
 
 – Outro ponto curioso é que os incompetentes não são capazes de reconhecer a competência em outros indivíduos, pois tendem a acreditar que são os mais sabidos no grupo em que se encontram. Se alguém disser o contrário, é bem provável que eles identifiquem como inveja ou como o desejo de lhes roubar o seu status diferenciado.

– A incompetência rouba dos indivíduos a capacidade cognitiva de entender que não têm conhecimento numa área específica. Dunning comparou essa incapacidade a anosogosia, que é uma condição em que uma pessoa que possui alguma deficiência simplesmente a ignora, independente do grau de severidade. O incompetente não tem exatamente o que precisa para saber que nada sabe. 
 
– Os indivíduos que sofrem com o efeito Dunning-Kruger podem reconhecer e aceitar que eram incompetentes se passarem por um processo de qualificação e adquirirem conhecimentos. A melhor solução é sempre o aprendizado e, quando se percebe que boa parte da população está caminhando para um efeito Dunning-Kruger coletivo, é um sinal de alerta para pensar em políticas de educação para essas pessoas.
 
 

Ideias preconcebidas e crenças arraigadas 
 
Indivíduos que estão sob o efeito Dunning-Kruger não têm o conhecimento necessário para reconhecer a sua ignorância, mas, ao contrário do que se possa imaginar, não são espaços vazios. Esses indivíduos estão repletos de certezas e crenças preconcebidas que impedem que enxerguem seus erros.



LEIA O TEXTO COMPLETO:

https://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=17338




terça-feira, 1 de agosto de 2023

“O objetivo é ‘hackear’ o indivíduo com uma mistura de guerra psicológica e guerra de informação”.

Ignacio Ramonet (Pontevedra, 1943) é uma referência em comunicação para toda uma geração de jornalistas, analistas de informação e um grande número de cidadãos. Doutor em Semiologia e História da Cultura pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, de 1990 a 2008 dirigiu a edição francesa do Le Monde Diplomatique e, desde esse ano, a edição espanhola. É também cofundador da organização não governamental Media Watch Global (International Communications Media Observatory), fundador e presidente honorário da ATTAC e um dos promotores do Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Ramonet é autor ou coautor de vinte livros. Não há fenômeno novo na comunicação que ele não analisa rapidamente, enquanto todo o resto permanece perplexo.

Em seu novo livro "A era do conspiracionismo: Trump, o culto da mentira e o assalto ao Capitólio" (Chave Intelectual), Ramonet examina o fenômeno da pós-verdade, das fake news e sua exploração pela extrema-direita. Nesta entrevista vamos a fundo nisso, mas vamos além e dissecamos o papel das redes sociais e da comunicação na guerra da Ucrânia.

Capa do livro "A era do conspiracionismo: Trump, o culto da mentira e o assalto ao Capitólio" de Ignacio Ramonet. (Foto: Divulgação)

A entrevista é de Pascual Serrano, publicada por CTXT, 28-07-2023.

Leia a entrevista aqui:

https://www.ihu.unisinos.br/630983-o-objetivo-e-hackear-o-individuo-com-uma-mistura-de-guerra-psicologica-e-guerra-de-informacao-entrevista-com-ignacio-ramonet

 

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Quanto vale a vida de um ser humano?

 


O noticiário internacional dos últimos sete dias foi marcado por dois resgates em alto mar. O primeiro, o do submarino Titan, um pequeno batiscafo com cinco tripulantes que pagaram 230.000 euros para descer a 3.800 metros de profundidade para viver uma experiência única: ver com os próprios olhos os restos do mítico Titanic. O outro, o pesqueiro Adriana, que naufragou nas águas jônicas com 750 migrantes a bordo, dos quais apenas 104 foram resgatados com vida.

Para o resgate do primeiro, ainda hoje em curso, foram arranjados todos os meios possíveis: aviões, navios e submarinos dos Estados Unidos, Canadá, França e Noruega. No caso do segundo, a falta de coordenação entre a agência europeia de fronteiras (Frontex) e a Guarda Costeira grega fizeram com que centenas de pessoas, incluindo várias crianças, tenham sido engolidas pelo mar.  

A vida de um turista milionário vale mais do que a de um refugiado afegão ou de um migrante sírio?

 

Fonte para o texto: https://elpais.com/america/

Fonte da imagem: https://www.istockphoto.com/br/foto/conceito-de-tristeza-e-solid%C3%A3o-ilustra%C3%A7%C3%A3o-3d-do-corpo-mulher-desesperado-estressado-gm852521022-140083873

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Duvidávamos dos oráculos e agora confiamos em máquinas.

 


Artigo de Derrick de Kerckhove

Estamos todos imersos em um turbilhão de palavras, mas não as habituais. Em casa, no trabalho, no lazer, pela rua e por meio da mídia, compartilhamos o oceano das palavras com um novo protagonista: a palavra gerada pela máquina.

O ChatGPT e as suas variantes cada vez mais numerosas estão nos inundando de invenções linguísticas oraculares. O problema é que onde se poderia duvidar dos oráculos, embora nem sempre impunemente, haverá cada vez menos motivos ou oportunidades para duvidar das máquinas. Elas demonstraram sua superioridade em relação ao conhecimento e ao julgamento humanos em um número suficiente de setores cruciais, como a educação, a saúde, as finanças, a política e, não nos esqueçamos, o setor militar.

O desenvolvimento mais recente da inteligência artificial está levando a competição homem-máquina a um novo nível. A linguagem humana é fagocitada pela transformação digital. O papel da linguagem está em questão agora que a inteligência artificial generativa pode produzi-la com um input mínimo por parte do ser humano.

Com poucas palavras como ponto de partida, a inteligência digital pode criar poesias “ao estilo de…”, redigir documentos científicos semelhantes, escrever memórias para os políticos, como ocorreu nos últimos dias, programar softwares funcionais, criar música ou imagens. São muitas as vantagens e os perigos novos.

Mecanizar a linguagem significa assumir o controle dela e, com esse controle, gerir os seres humanos como Stanley Kubrick havia previsto de alguma forma com o HAL, o sistema operacional da missão espacial no filme “2001”. O que muitos temem hoje é que a inteligência artificial se apodere do poder quase algorítmico da linguagem, colonizando os seres humanos para servir a interesses que têm pouco ou nada a ver com os objetivos humanos.

Nós, da Media Duemila, não compartilhamos esse temor, tendo observado e estudado diversos casos de mudanças sociais impulsionadas pela tecnologia e tendo concluído que, depois das previsíveis lutas e adversidades que toda transição acarreta, as sociedades humanas recuperaram, no fim, um equilíbrio, uma nova ecologia, que é a que exploramos. Parece mais plausível que a inteligência artificial esteja se tornando, ela mesma, uma chave de transição entre os sistemas de escrita e o sistema operacional digital. Sem dúvida, é preciso prestar atenção, ter cuidado e regulamentação na distribuição e no uso das novas tecnologias de referência da inteligência artificial, mas não devemos nos deixar guiar pelo medo.

Atualmente, o gato já pulou do saco, por assim dizer, centenas de milhões de pessoas provaram a nova fruta. Não é possível voltar atrás, mas olhemos para a frente e guiemos o planeta Terra em uma direção melhor. E, como disse Giovanni Giovannini em 1983, ano de nascimento da Media Duemilla: “Exaltar e demonizar a tecnologia são ambas atitudes bastante equivocadas, porque isso apenas enfatiza seu poder. Em vez disso, é correto colocar no centro de tudo isso a humanidade e as inúmeras escolhas que ela deve fazer quando se defrontar com as novas tecnologias”.

Fonte do texto: https://www.ihu.unisinos.br/629254-duvidavamos-dos-oraculos-e-agora-confiamos-em-maquinas-artigo-de-derrick-de-kerckhove

Fonte da imagem: https://www.apsf.org/pt-br/article/debate-de-pros-e-contras-pro-inteligencia-artificial-ia-na-area-da-saude/