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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Brasil se firma no cenário global mesmo com sanções ao Irã

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Alessandra Corrêa*
Da BBC Brasil em Washington

Apesar de o Conselho de Segurança da ONU votar nesta quarta-feira uma resolução prevendo novas sanções contra o Irã, a iniciativa do Brasil em busca de uma solução diplomática para a questão nuclear iraniana marca o reconhecimento de uma maior relevância do país em grandes questões globais, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.

O Brasil – que no mês passado, ao lado da Turquia, havia obtido um acordo com o Irã, rejeitado pelos Estados Unidos – tentou, sem sucesso, evitar a votação e investir no caminho do diálogo entre os países envolvidos na questão.

“Mesmo que a posição do Brasil não prevaleça, o país vai obter o reconhecimento como um importante ator global, que vai ter influência nas grandes questões internacionais”, diz Michael Shifter, presidente do instituto de análise política Inter-American Dialogue, com sede em Washington.

Segundo Shifter, a atuação do Brasil na busca por um acordo com o Irã marca um ponto de virada.

“Mostra que o Brasil vai ter um papel influente na maioria das questões internacionais sensíveis. Até agora, o Brasil já tinha um papel em questões como G20, aquecimento global. Mas o Irã é uma questão mais sensível, que envolve segurança”, afirma Shifter.

“Há um reconhecimento generalizado, mesmo por parte daqueles que dizem que o Brasil pode ter sido ingênuo na negociação com o Irã, de que o Brasil vai estar envolvido (nas grandes questões).”

Para o jornalista e pesquisador Douglas Farah, do International Asessment and Strategy Center, a postura do Brasil ao negociar com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pode ter tido um impacto negativo em algumas partes do mundo.

“Há um amplo consenso de que o Irã não é um parceiro democrático, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou um entusiasmo excessivo (na visita a Teerã)”, diz.

“Dito isso, o Brasil provou que pode ser um ator importante no cenário global, que pode ser um interlocutor em situações em que outros fracassaram”, afirma Farah.

Votação

A votação no Conselho de Segurança está marcada para as 10h em Nova York (11h em Brasília), e a expectativa dos Estados Unidos, país que vem pressionando pela adoção de novas sanções, é de que a resolução seja aprovada com pelo menos 12 votos entre os 15 membros do conselho.

Todos os cinco membros permanentes, com direito a veto (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) já concordaram com a resolução.

Ainda não está claro como votarão Brasil, Turquia e Líbano, países que têm vagas rotativas, sem direito a veto, e se opõem às sanções. Esses países podem votar contra a resolução ou optar pela abstenção.

A falta de apoio desses países não é suficiente para impedir as sanções mas, segundo analistas, prejudica a imagem de união em torno do tema que os Estados Unidos gostariam de transmitir.

Sanções

Na terça-feira, em visita ao Equador, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que as novas sanções serão “as mais significativas que o Irã já enfrentou”.

As novas sanções endurecem as restrições financeiras e inspeções de cargas já em vigor, expandem o embargo de armas e incluem 40 empresas e um alto funcionário ligado ao programa nuclear a uma lista de pessoas e companhias sujeitas a congelamento de ativos e proibição de viagens.

As medidas buscam pressionar o Irã a interromper seu programa de enriquecimento de urânio, alvo de desconfiança dos Estados Unidos e de outros países. O temor é de que o Irã busque secretamente desenvolver armas nucleares, alegação negada por Teerã.

Apesar das três rodadas de sanções anteriores, o Irã continua se recusando a interromper seu processo de enriquecimento de urânio.

Acordo

No mês passado, durante visita do presidente Lula a Teerã, o Brasil e a Turquia fecharam um acordo pelo qual o Irã se comprometia a enviar urânio com baixo nível de enriquecimento ao território turco e receber em troca o material enriquecido a níveis suficientes para uso médico, mas não militar.

O acordo tinha como base uma proposta feita no ano passado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas recusada pelo Irã na época.

No entanto, apenas um dia após o anúncio do acordo, os Estados Unidos circularam a proposta de resolução contra o Irã no Conselho de Segurança, alegando que o pacto fechado em Teerã não era satisfatório, especialmente porque o governo iraniano não se comprometia a interromper seu processo de enriquecimento de urânio.

Nesta terça-feira, Ahmadinejad afirmou que, caso as novas sanções sejam aprovadas, seu país vai desistir de manter negociações sobre o programa nuclear.

Ainda na terça-feira, a embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiz Ribeiro Viotti, voltou a defender, em um debate no Conselho de Segurança, o acordo firmado em maio e uma solução diplomática para a questão.

Viotti disse que o Brasil “não acredita que este seja o momento de adotar novas sanções contra o Irã”.

Divergência

A decisão dos Estados Unidos de ir adiante com as sanções, apesar do acordo, foi mal recebida pelo governo brasileiro, e nos últimos dias declarações de ambos os lados indicam um aumento da tensão nas relações bilaterais. Clinton chegou a dizer que os Estados Unidos tinham “divergências muito sérias” com o Brasil sobre a questão.

“O governo Obama ignorou a iniciativa do Brasil e da Turquia. A iniciativa deveria ao menos ter sido explorada”, diz o professor Zachary Lockman, chefe do departamento de estudos islâmicos e de Oriente Médio da New York University (NYU). “Obviamente o Brasil e a Turquia não estão felizes com isso”, afirma Lockman.

Segundo Farah, há “um grande problema de comunicação entre o governo Obama e o governo Lula”.

“O Brasil pensava que a negociação com o Irã iria ajudar, representar um avanço no processo. O governo Obama surpreendeu o Brasil ao não aceitar o acordo”, diz Farah. “Acho que vai acrescentar uma significativa dose de tensão nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil.”

No entanto, segundo Michael Shifter, as divergências observadas na questão iraniana são um sinal de uma mudança nas relações bilaterais, que vai exigir um ajuste de ambos os lados.

“O Brasil está se afirmando no cenário global, e os Estados Unidos terão de aceitar essa realidade”, afirma Shifter.

“Isso não significa que os dois países não poderão cooperar em outras questões. Mas obriga a uma abordagem diferente da tradicional, na qual os Estados Unidos definiam a agenda e o Brasil seguia”, diz o presidente do Inter-American Dialogue.

*Colaborou Camila Viegas Lee, de Nova York

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Reality show turco tentará converter ateus


Um reality show da Turquia mostrará sacerdotes de quatro religiões tentando converter ateus convictos e premiará aqueles que passarem a ter uma religião com uma viagem de peregrinação.

O novo programa, chamado Tövbekarlar Yarisiyor (algo como "Penitentes Competem", em tradução livre) coloca juntos um imã, um rabino, um monge budista e um sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega que tentarão converter dez competidores.

Os dez competidores ateus foram avaliados cuidadosamente por uma equipe de teólogos para garantir que não tenham nenhuma fé.

A cada episódio, o imã, o rabino, o sacerdote e o monge tentarão convencer os competidores ateus a respeito dos méritos de suas religiões.

De acordo com o jornal turco Hurriyet, os produtores do programa reconhecem que há uma grande chance de que nenhum dos ateus seja convertido.

Mas, se alguém for verdadeiramente convertido a uma religião, será enviado a uma peregrinação. Para os convertidos ao islamismo, a viagem será para Meca, budistas irão para o Tibete e os convertidos ao Judaísmo ou ao Cristianismo, para Jerusalém.

As câmeras do canal de televisão seguirão os competidores vencedores nestas peregrinações.

"Eles não podem encarar isso como uma simples viagem, mas como uma experiência religiosa", afirmou ao jornal Hurriyet Ahmet Ozdemir, vice-diretor do Kanal T, canal de televisão que produz o programa.

Propaganda e ''serenidade''

As propagandas para o programa prometem que será dado ao convertido "o maior prêmio de todos; nós representamos a crença em Deus. Acredite, arrependa-se, Deus irá perdoar".

Mas os produtores afirmam que o programa também ajudará os competidores a "encontrar a serenidade", além de aumentar o conhecimento sobre as religiões.

O programa já gerou várias reações na Turquia, um país de maioria muçulmana. Alguns afirmam que será bom para as relações entre as religiões e outros disseram que este tipo de discussão "não é apropriado" para a televisão.

Ozdemir, por sua vez, afirmou que quando as pessoas ouviram falar do programa pela primeira vez, "foi difícil para elas compreenderem sobre o que era", mas muitos agora estão "esperando impacientemente" pelo lançamento do programa.

bbc
"As pessoas são livres para acreditarem do que quiserem. Nosso programa não vai decidir", acrescentou.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Erdogan recebido como herói na Turquia após atrito com presidente de Israel

DAVOS:

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi recebido como um herói ao voltar para Istambul depois de abandonar um debate a respeito da Faixa de Gaza no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Durante o debate, o premiê turco não teve permissão para rebater afirmações do presidente de Israel, Shimon Peres, que defendeu a ofensiva israelense no território palestino.

Ao ser interrompido, Erdogan se levantou e abandonou o debate e o fórum.

Shimon Peres disse esperar que as relações entr Israel e a Turquia não seja abaladas pela troca acalorada de opiniões entre ele e Erdogan em Davos.

Indignação

Segundo a correspondente da BBC em Istambul Sarah Rainsford milhares de pessoas tomaram a rua em frente ao aeroporto da cidade turca para dar as boas vindas a Erdogan.

Ao chegar, Erdogan falou à multidão que o aguardava sobre a linguagem e o tom usados por Peres durante o debate.

"Apenas sei que tenho que proteger a honra e o povo turco", disse o premiê em sua chegada ao país. "Não sou um chefe de uma tribo. Sou o primeiro-ministro da Turquia. Tenho que fazer o que tem que ser feito."

De acordo com Rainsford, a operação militar israelense na Faixa de Gaza gerou grande indignação na Turquia e a população parece dar muito apoio à atitude de Erdogan em Davos.

Mais de 1,3 mil palestinos e 14 israelenses morreram durante as três semanas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, um conflito que começou no dia 27 de dezembro.

Bandeiras

Na manifestação da manhã desta sexta-feira perto do aeroporto a multidão levava bandeiras turcas e palestinas e cartazes elogiando Erdogan como um novo líder mundial.

Correspondentes afirmam que as multidões gritavam "A Turquia está com você".

"Esta noite fiquei muito orgulhoso, muito feliz", disse Mustafa Sahin, que também participou da manifestação.

'Culpa'

Durante o debate na quinta-feira em Davos, Erdogan entrou em confronto com Shimon Peres, que levantou a voz para fazer uma defesa veemente das ações de Israel na Faixa de Gaza.

Erdogan, por sua vez, afirmou que Peres estava falando alto para esconder a própria "culpa".

O premiê turco acrescentou que muitas pessoas morreram na Faixa de Gaza e que seria triste para ele que Peres tenha recebido aplausos depois de defender a ofensiva de Israel. Em seguida, Erdogan acusou o mediador do debate de não permitir que ele falasse a disse que nunca voltaria a Davos.

Mais tarde Erdogan destacou que abandonou o debate não por discordar de Peres, mas por ter tido bem menos tempo do que o líder israelense.

O premiê turco afirmou que respeita Peres, mas "o que ele diz não é verdade".

A Turquia é um dos poucos países muçulmanos a ter acordo com Israel, mas as relações estão abaladas desde que o partido com raízes islâmicas AK foi eleito para o governo do país em 2002.

Erdogan disse à multidão nesta sexta-feira em Istambul que "nossas palavras duras não são contra o povo de Israel, não são contra os judeus, mas são totalmente dirigidas contra o governo de Israel".

domingo, 28 de dezembro de 2008

Selim Sesler - Kürdilihicazkar Longa

Essa é uma cena do filme Atravessando a Ponte - O Som de Istambul:

Crossing the Bridge: The Sound of Istanbul is a 2005 film/documentary directed by Fatih Akın.
Wikipedia:

The film is a journey through the music scene in modern Istanbul, Turkey as well as portraying its cultural life.

It features German musician Alexander Hacke (member of Einstürzende Neubauten) as the narrator. Hacke and Akın travelled around Istanbul with a mobile recording studio and a microphone, assembling an inspired portrait of Turkish music — from arabesque to indie rock and rap.