Mostrando postagens com marcador Gripe A. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gripe A. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de julho de 2010

Aumentam críticas à OMS por gestão da gripe suína


Em 11 de junho de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS), sediada em Genebra, declarava a pandemia mundial de gripe A(H1N1), conhecida inicialmente como gripe suína.

"O mundo encontra-se diante do início de uma gripe pandêmica." Essas palavras, pronunciadas há um ano pela diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, eram alarmistas. Ao mesmo, o nível de alerta foi elevado ao máximo (6) pela OMS, pela primeira vez nos últimos 41 anos.

Um ano depois do que poderia ter sido, segundo alguns especialistas, uma gripe ainda mais mortal do que a gripe espanhola de 1918, que causou 18.156 mortes em todo o mundo. Para comparar, a gripe sazonal provoca, em média, 250 mil a 500 mil mortes por ano.

Nas últimas semanas, a atuação da OMS vem sendo muito criticada. Uma enquete publicada pelo British Medical Journal revelou as relações entre certos membros da comissão de especialistas da OMS e a indústria farmacêutica. A Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa publicou em junho um relatório, submetido ao plenário em 24 de junho, criticando a falta de transparência da OMS.

Na entrevista a seguir, a senadora suíça Liliane Maury Pasquier, membro da Comissão de Saúde do Conselho da Europa, fala sobre o assunto.

swissinfo.ch: Quando da apresentação se seu relatório, o relator Paul Flynn declarou que a pandemia "jamais ocorreu realmente." O que permitiu chegar a essa conclusão?

Liliane Maury Pasquier: Nós não afirmamos que a pandemia nunca existiu, mas que se a definição não tivesse sido modificada, não haveria declaração de pandemia. As definições precedentes incluíam sempre a noção de gravidade. Desde maio de 2009, depois do surgimento dos primeiros casos no México, a OMS modificou a definição, confundindo a noção de pandemia.

A OMS constesta e afirma que jamais modificou a definição de pandemia. Portanto, ao ler as respostas fornecidas, parece que não falamos a mesma língua. Tanto na definição de 1999 como na de 2005, essa noção de gravidade está presente.

Questionar as causas dessa mudança não é irrelevante, sabendo que é precisamente a elevação para o nível 6 que dispara o alerta pandêmico, ou seja, a mudança de prioridade na política de saúde pública da indústria farmacêutica para a produção de vacinas.

A dúvida também é alimentada pelo fato de que não se conhece a identidade dos membros do comitê de especialistas da OMS. Acrescenta-se ainda que a organização tinha conhecimento da gravidade relativa do vírus.

swissinfo.ch:
Poderíamos dizer que é precisamente graças às medidas preconizadas pela OMS e adotadas por muitos países que a pandemia pode ser evitada? E que um ano atrás havia dúvidas científicas?

L.M.P.: É evidente que os vírus gripais têm um forte potencial de mutação e devem ser alvo de muita vigilância. Mas também é evidente que as medidas tomadas pela OMS não tiveram papel nenhum nesse sentido.

Quando se examina as políticas adotadas por diversos governos, constata-se que alguns países fizeram uma campanha de vacinação em grande escala, enquanto outros tiveram uma taxa de vacinação muito baixa. No entanto, os resultados foram praticamente idênticos nos dois casos.

swissinfo.ch: A senhora acha necessário redefinir o princípio de precaução que justificou essas medidas excepcionais?

L.M.P.: Não se pode reagir da mesma maneira quando se trata de uma infecção grave ou não. Muitos especialistas defendem vacinar em grande escala e pronto. Mas muitos países não podem fazer isso, principalmente a logo prazo. Portanto, é preciso fixar prioridades.

Em termos de saúde pública, adotar esse tipo de estratégia significa investir somas importantes para lutar contra uma infecção precisa. Isso significa ainda que certos recursos não podem ser consagrados ao combate a outras doenças.

swissinfo.ch: Especialistas da OMS ligados à indústria farmacêutica, falta de transparência, medicamentos antivirais de origem duvidosa e efeitos secundários pouco conhecidos. Lendo o relatório do Conselho da Europa e a enquete do British Medical Jornal, têm-se a impressão que essa gripe foi sobretudo uma magnífica operação de marketing da indústria farmacêutica. Qual é a opinião da senhora?

L.M.P.: As respostas fornecidas pela OMS infelizmente não dissiparam essas dúvidas. Percebemos um reflexo de autoproteção e de medo de eventuais consequências ulteriores. Além disso, surgiram casos suspeitos de influência exercida dentro da OMS pela indústria farmacêutica já há vários anos.

swissinfo.ch: A senhora questiona o papel de certos especialistas "independentes" e sua influência sobre as decisões tomadas. Mas como melhorar essa situação sabendo que são os mesmos especialistas são contratados para desenvolver novos medicamentos?

L.M.P.: É evidente que se dispomos de competências, temos de utilizá-las. Mas é primordial conhecer a origem das opiniões emitidas. Se tal ou tal especialista está ligado à indústria farmacêutica, essa pessoa não pode ter qualquer poder de decisão. A transparência deve ser absoluta, o que não é o caso atualmente.

swissinfo.ch: Que margem de manobra os governos e as diferentes instituições sanitárias nacionais ainda têm nesse contexto?

L.M.P.: Certamente ainda têm. Aliás, todos os Estados não reagiram da mesma maneira. Veja o exemplo da Polônia. Ela se recusou a fechar contratos para a entrega da vacinas, alegando que os contratos estipulavam claramente que as vacinas seriam distribuídas sob a responsabilidade do governo e que, em caso de complicações, o governo deveria assumir as responsabilidades. Tratava-se, portanto, de um caso exemplar de privatização dos lucros enquanto os riscos incumbiam à coletividade.

swissinfo.ch: Agora é preciso restabelecer a confiança. Quais são as recomendações da comissão de saúde que a senhora preside?

L.M.P.: A OMS tem um papel importante. Para que essa instituição funcione melhor, é preciso que haja confiança. É por essa razão que considero necessário publicar a lista de membros dos grupos de especialistas, seus interesses e evitar que erros se repitam. Os Estados-membros também são responsáveis e podem certamente ditar condições, sem ameaçar um centavo de contribuição dada à organização, evidentemente.

Eu acho ainda que é necessário redefinir a noção de pandemia e prever planos de ação segundo a gravidade da situação. Ao nível dos Estados, é importante que o setor de pesquisa e de especialistas sejam realmente independentes. Mas, evidentemente, tudo isso tem um custo.

Daniele Mariani, swissinfo.ch
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

terça-feira, 30 de março de 2010

OMS exagerou em alerta sobre a gripe suína


Quase um ano após os primeiros sinais do vírus H1N1, o Conselho da Europa conclui que a Organização Mundial da Saúde (OMS) exagerou no alerta em relação à pandemia de gripe suína. Em Genebra, a agência de saúde da ONU anunciou que iniciará um processo de revisão de seus trabalhos, inclusive sobre o uso da palavra "pandemia" em futuras crises. Apesar da polêmica, a OMS insistiu que o Brasil mantenha seu programa de vacinação.

Deputados no Conselho da Europa chegaram à conclusão de que a OMS colocou em risco a credibilidade de entidades internacionais ao exagerar em seu alerta sobre a gripe suína. O relatório, elaborado após três meses de investigações, aponta que essa perda de credibilidade põe em risco milhares de vidas.

O documento foi redigido pelo deputado trabalhista britânico Paul Flynn, vice-presidente do comitê de saúde do conselho. "Quando a próxima pandemia aparecer, muitos não darão credibilidade às recomendações da OMS. Eles se recusarão a ser vacinados e colocarão suas vidas e de outros a risco", diz o texto.

O relatório lembra que a estimativa oficial era de até 65 mil mortes apenas na Grã-Bretanha. Um ano depois, foram apenas 360. No mundo, 17 mil morreram pela gripe em um ano.

O documento também acusa a OMS de falta de transparência em relação à decisão de decretar a pandemia e alerta que os especialistas que tomaram a decisão poderiam estar sob influência das empresas de medicamentos.

DEFESA

Nesta segunda-feira (29), o chefe da divisão de influenza da OMS, Keiji Fukuda, voltou a defender a decisão da entidade de decretar a pandemia. Ele também anunciou que a revisão das regras para futuras declarações de pandemia começa a ser revista a partir da semana que vem.

Uma das possibilidade será a de incluir nos critérios novos itens, antes de decretar uma pandemia. Na OMS, o único critério é o de que um vírus tenha uma disseminação em mais de dois continentes de forma sustentável. Esse foi o caso do H1N1. O que ninguém previa é que o vírus não seria tão severo. O resultado foi centenas de milhares de doses de vacinas encalhadas.

Fukuda admite até mesmo rever o uso da palavra "pandemia" em próximos casos de vírus.

GAZ

Nota do Blog: A OMS se transformou na grande defensora dos lucros dos fabricantes de vacina. Por que será?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A MERCADORIA ENCALHOU


Europa tenta se livrar da vacina contra gripe A

Vários países europeus, entre eles a Suíça, tentam se livrar do excesso de vacinas contra a gripe A(H1N1), a chamada gripe suína, que não foi tão forte quanto previsto.


Berna comprou 13 milhões de doses. Agora uma parte deverá ser doada ou vendida ao exterior, a outra será mantida em estoque para uma eventual próxima pandemia.

Em meio a uma polêmica sobre sua cara campanha de vacinação contra a gripe suína, a França anunciou na última segunda-feira que cancelaria a compra de 50 milhões das 94 milhões de doses que havia encomendado.

Inicialmente, o país tinha previsto gastar 869 milhões de euros com 94 milhões de doses da vacina, estimando que cada cidadão receberia duas doses. Mas apenas 5 milhões dos 65 milhões de franceses se vacinaram, e as autoridades europeias de saúde disseram que uma dose é suficiente.

Paris seguiu decisões semelhantes tomadas no mês passado pela Suíça, Espanha, Alemanha e Holanda de reavaliar as encomendas de vacinas que haviam feito no início da pandemia.

A Suíça, que tem uma população de 7,7 milhões de habitantes, encomendou 13 milhões de doses de vacina da britânica GlaxoSmithKline (GSK) e da empresa nacional Novartis, no valor de 84 milhões de francos, sem contar os custos de estocagem.

Apenas 3 milhões de doses foram enviadas aos estados. A Secretaria Federal de Saúde (SFS) ainda não sabe quantas foram usadas. Algumas autoridades estaduais falam de índices de vacinação entre 15 e 30% da população (no cantão de Berna, por exemplo, 13 a 15%).

Em dezembro, o governo disse que planejava doar à Organização Mundial da Saúde (OMS) ou vender a outros países cerca de 4,5 milhões de doses excedentes da vacina contra a gripe suína, devido à pouca procura pela população.

"Estão em curso negociações com vistas à venda ou doação de nossos estoques", disse o porta-voz da SFS, Jean-Louis Zurcher, à swissinfo.ch.

Zurcher não revelou quais países estariam interessados e não confirmou se a Suíça, como a França e a Alemanha, negocia com empresas farmacêuticas o cancelamento de pedidos ou a devolução das vacinas excedentes.

"Muito dinheiro foi investido nas vacinas, mas a situação de pandemia poderia ter sido muito pior", acrescentou.

Cancelamentos

A Alemanha também está tentando se livrar dos excedentes e renegociar as encomendas feitas durante a fase inicial da onda de gripe A(H1N1). Na quinta-feira (7/1), Berlim começou a negociar com a GSK um corte de metade das 50 milhões de doses da vacina Pandemrix encomendadas.

A Holanda anunciou em novembro de 2009 que iria vender 19 milhões das 34 milhões de doses encomendadas.

A Espanha tenta devolver vacinas não utilizadas, argumentando que seus contratos com a Novartis (22 milhões de doses), a GSK (14,7 milhões) e a Sanofi-Aventis (400 mil) incluem cláusulas que permitem a devolução de excedentes.

Um porta-voz do Ministério da Saúde britânico disse à agência France Presse, no domingo, que seu país também considera a possibilidade de vender vacina não utilizada.

Mina de ouro

Diante disso, os analistas estão cada vez mais pessimistas quanto à receita dos fabricantes de vacinas e as perspectivas de lucros com a pandemia da gripe A(H1N1), que já era considerada uma mina de ouro do setor.

Analistas do Morgan Stanley disseram que os últimos cortes franceses sublinham a diminuição da demanda por vacinas contra o vírus A(H1N1) e representam um "modesto risco de curto prazo para os resultados" da GSK, Novartis e Sanofi.

"A longo prazo, o excesso de capacidade evidente da produção da vacina conta o H1N1 deve limitar o aumento da receita associada à gripe pandêmica", acrescentaram.

As vendas de vacinas contra o vírus H1N1 tem sido uma bênção para as empresas farmacêuticas. A GSK poderá ser a maior beneficiária, com vendas previstas no valor 3,7 bilhões de francos até o final do primeiro trimestre de 2010, segundo analistas. A Sanofi e a Novartis previram lucros estimados em 1,1 bilhão e 628 milhões de francos, respectivamente.

Os últimos cancelamentos de pedidos na Europa podem reduzir esses números. Mas um porta-voz da Sanofi disse que sua empresa deverá compensar a queda de vendas na França com encomendas de outras partes do mundo.

A Glaxo recusou-se a comentar o eventual impacto comercial das últimas decisões, mas um porta-voz disse que o grupo britânico estava discutindo as encomendas com os governos.

"A Novartis irá avaliar caso a caso os pedidos do governo, no âmbito dos acordos contratuais que consideramos vinculativos", disse Eric Althoff, diretor de relações com a mídia da gigante farmacêutica suíça.

"Fiasco extravagante"

A decisão do governo francês veio depois de fortes críticas de políticos e cientistas. O Partido Socialista, de oposição, descreveu a campanha nacional francesa como um fiasco "extravagante" e exigiu uma investigação parlamentar.

Países-membros do Conselho da Europa avaliam a possibilidade de criar uma comissão de inquérito para analisar a influência das empresas farmacêuticas sobre a campanha global da gripe suína.

A campanha da "falsa pandemia" da gripe, encenada pela Organização Mundial da Saúde e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, foi "um dos maiores escândalos da medicina no século", disse o médico alemão Wolfgang Wodarg, presidente da Comissão de Saúde Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que apresentou a proposta a ser debatida em 25 de janeiro.

Simon Bradley, swissinfo.ch e agências
(Adaptação: Geraldo Hoffmann)

NOTA DO BLOG: Provavelmente tentarão vender para os países do hemisfério sul no próximo inverno.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

RESOLVIDO O PROBLEMA DA GRIPE "SUÍNA"

SALARYMEN:

Empresa no Japão inventa terno anti-H1N1

Uma companhia japonesa garante que desenvolveu um terno que protege a pessoa do vírus da gripe suína

por Redação Made in Japan

Uma companhia japonesa garante que desenvolveu um terno que protege o usuário do vírus da gripe suína.

A empresa Haruyama Trading produziu 50 mil peças e as colocará à venda no Japão a partir desta quinta-feira 8, pelo equivalente a 1.143 reais.

Conforme explicou o porta-voz da empresa, Junko Hirohata, ao site Telegraph, o terno é revestido de dióxido de titânio, que mata o vírus. O composto é um ingrediente comum em cremes dentais e cosméticos.

Aparentemente, os ternos não apresentam diferença em relação aos usados pelos trabalhadores de escritório no Japão, conhecidos como “salarymen”. A roupa ainda está disponível nas cores cinza, carvão, azul-marinho e cinza risca-de-giz.