Mostrando postagens com marcador Sociedade de Consumo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sociedade de Consumo. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 5 de maio de 2017

ESTÉTICA (a moda não incomoda...)



 
Copyright © Leszek Bujnowski.

Estava na Couto de Magalhães, em Porto Alegre, esperando transporte.

Trânsito pesado.

De repente o trânsito para, aguardando a sinaleira abrir.

Se aproxima e se posiciona justamente na minha frente um automóvel produzindo som bastante potente, onde se podia escutar perfeitamente a música, com forte destaque para os graves.

(Veja bem, não estou reclamando, pois gosto muito de música e escuto, às vezes, com volume bem alto, além de ter um filho que toca guitarra elétrica.)

O automóvel, que não era muito grande, estava bem cuidado, com suspensão rebaixada e vidros escuros.

Os vidros da frente estavam abertos.

O condutor estava sozinho e tinha o cabelo raspado nos lados, com um considerável topete em cima. Corte irado.

Camiseta estilo baby look (para quem não sabe a tradução, seria algo como “olhar de bebê”, literalmente), aparentemente uns dois números menores do que seria o tamanho recomendado pelas lojas do ramo. Braços do rapaz bastante musculosos, com tatuagem de caveira assustadora e outras tatuagens que não deu para ver claramente o que era.

Piercing na orelha.

Barba de dois ou três dias, o que criava um clima um pouco ameaçador.

Mas o que realmente me chamou a atenção foi o refrão da música. Fui até pesquisar depois:

“Eu não quero casar, eu não quero casar
Eu não quero casar, eu não quero casar
Eu vou pro bar, bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar
Eu vou pro bar, bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar”.

Descobri que era uma música famosa de Thiago Matheus, jovem cantor sertanejo estilo universitário.

Quando o trânsito ficou liberado estava iniciando outra música com a letra mais ou menos assim:

“Gravera doida na rua curtido um som no talo
Vizinho se encomodo, vai pra casa do caralho
6000 k e o chenon, tomando um kit do boom
Altas vagaba na roda, muleque eu tenho o don!”

Essa não quis saber de quem era...

Fiquei impressionado.

domingo, 2 de outubro de 2016

DIETAS






A HUMANIDADE EM BUSCA DA MELHOR DIETA

Ultimamente tenho percebido uma crescente preocupação relacionada com a cota habitual de alimentos sólidos e líquidos que as pessoas ingerem.

Esse tema, de fato, está sendo objeto de interesse de um número considerável de pessoas, tanto que os sagazes operadores do “mercado” já perceberam e estão ofertando programas de televisão, livros, vídeos na internet, etc, tratando do assunto, com isso certamente ganhando um bom dinheiro.

Dentro desse tema, uma discussão está fervilhando, dividindo opiniões, causando uma verdadeira cisão: quantas vezes por dia as pessoas devem se alimentar e de quanto em quanto tempo.

Sem dúvida é uma preocupação que vem ocupando cada vez mais os corações e mentes.
Nessa discussão, duas principais correntes de pensamento se chocam:

·         Uma corrente prega que as pessoas devem se alimentar, enquanto estiverem acordadas, de 3 em 3 horas.

·         A outra corrente assegura que o ideal é que as pessoas fiquem 16 horas em jejum, abrindo uma “janela” de 8 horas para se alimentar.


As defensoras e defensores dessas correntes contam com argumentos irrefutáveis de que uma é melhor que a outra e chegam a se digladiar publicamente na defesa de seus pontos de vista.

Sem dúvida, apesar de parecer banal à primeira vista, é um assunto que se destaca por ocupar um patamar extremamente refinado no processo civilizatório da humanidade (quem quiser se aprofundar sobre esse assunto sugiro ler, de Norbert Elias, O Processo Civilizador – Uma História dos Costumes, Volume I).

Mais como descarga de consciência pessoal, correndo risco de ser considerado pedante, tomo a liberdade de tecer alguns comentários sobre essa situação.


UMA PREOCUPAÇÃO ANTERIOR

Nosso combalido planeta possui atualmente uma população aproximada de 7 bilhões de seres humanos.

De acordo com a ONU, em torno de 1 bilhão de pessoas não tem acesso a alimentação suficiente, ou seja, passam fome.

Isso significa que, em grandes números, quase 5 populações totais do Brasil não têm acesso a alimentação adequada.

Então, antes de mais nada, convém destacar que para essas pessoas nossa brilhante argumentação carece de sentido.

É importante essa informação, pois definitivamente são números relevantes.


O FATOR SUBJETIVO

Estamos falando, então, de 6 bilhões de pessoas, o que é certamente um número impactante.
Sendo um número tão significativo, algumas pessoas razoavelmente esclarecidas poderiam ponderar que, em se tratando de seres humanos, generalizações podem ser incorretas.

Essa ponderação provavelmente levaria em consideração vários fatores, desde questões genéticas, tipo de alimentos acessíveis, tipo de trabalho exercido quando as pessoas são adultas, qualidade do habitat, etc.

De fato, fica difícil comparar a dieta adequada de uma pessoa que exerce atividades ao ar livre em ambientes livres de poluição para outra pessoa que trabalha, por exemplo, em um call center em uma cidade como São Paulo.

Além disso essas duas hipotéticas pessoas poderiam apresentar importantes características físicas e biológicas bastante diferentes entre si.

Assim por diante. Pegaram a ideia?


A QUALIDADE DOS ALIMENTOS

As duas correntes de pensamento acima citadas fazem referência, em maior ou menor grau, dependendo da defensora ou defensor, à composição da alimentação. 

Citam, às vezes, que a alimentação deve ser equilibrada, balanceada, ou seja, que deve conter alimentos de diversos tipos como: carne, verduras, legumes, arroz, macarrão, feijão, frutas, leite e derivados, e até mesmo gordura e açúcar. Algumas sugestões de dietas perfeitas suprimem elementos como carboidratos e/ou outros.

O problema hoje colocado, infelizmente, é que grande percentual dos produtos alimentícios disponíveis nos grandes (e pequenos) estabelecimentos comerciais são contaminados por diversos tipos de venenos utilizados no processo produtivo. Além disso, muitas vezes passam por modificações genéticas cujas consequências no corpo humano, no futuro, não são objeto de estudos conclusivos.

Ou seja, não importa o conteúdo da composição da comida. O veneno é genérico.


OS CLICHÊS

Observando-se as diversas fontes de opinião sobre dietas modernas, pode ser observado que a maioria das correntes tentam generalizar clichês que possam ser utilizados como solução mágica para todas as pessoas, sem levar em consideração suas peculiaridades.

Não levam em consideração, quase nunca, que cada indivíduo humano tem necessidades específicas que devem ser respeitadas para o estabelecimento de uma dieta adequada, quando necessário.

Clichês por clichês, ainda prefiro aqueles mais antigos. Por exemplo:

·         Um oriental, que diz que tem que ter no mínimo cinco cores no prato e que se deve comer no máximo 80% do que sente vontade.

·         Um ocidental, que diz que devemos tomar o desjejum como reis, almoçar como príncipes e jantar como mendigos.

Mas o mais importante, se alguém necessita introduzir uma nova forma de alimentação na sua vida, é consultar um profissional que estudou para isso e que pode dar orientação específica para seu caso particular.


domingo, 12 de julho de 2015

DINHEIRO DE PLÁSTICO





Cena que se repete inúmeras vezes.

Alguém faz uma compra e vai pagar com cartão.

Débito ou crédito?

Não importa.

A pessoa que vai cobrar começa a mexer em um teclado.

A pessoa que está comprando fixa os olhos na tela do aparelho receptor do cartão.

Momento de tensão.

Aparece a mensagem “COLOQUE O CARTÃO”.

A compradora tenta imediatamente colocar o cartão, mas a pessoa do caixa rapidamente ordena: “coloque o cartão!”.

Quem ganhou? Foi ao mesmo tempo? Empate?

A caixa começa a digitar novamente no teclado.

De repente para.

Ambas ficam em suspense olhando para suas telas, a caixa para a tela do computador, a compradora para a tela do receptor do cartão.

Aparece a mensagem “COLOQUE A SENHA”.

Imediatamente a compradora coloca a senha, mas ao mesmo tempo a caixa ordena: “coloque a senha! ”.

Quem venceu desta vez? Empate?

Pequeno momento de relaxamento.

A compradora lentamente coloca a senha e aperta o botão verde.

Ambas, compradora e caixa, ficam de olho nas respectivas telas.

Suspense quase insuportável!

Depois de um lapso de tempo aparece a mensagem: RETIRE O CARTÃO”.

A caixa imediatamente manda: “retire o cartão”, mas ao mesmo tempo a compradora já está retirando o cartão.

Quem venceu desta vez? Deu empate?

Uma dúvida atroz paira no ar.

Realmente, está cada vez mais que na hora de ser criada a profissão de JUIZ DE COMPRAS COM CARTÃO!