A
HUMANIDADE EM BUSCA DA MELHOR DIETA
Ultimamente tenho percebido uma crescente preocupação
relacionada com a cota habitual de alimentos sólidos e líquidos que as pessoas
ingerem.
Esse tema, de fato, está sendo objeto de interesse de um
número considerável de pessoas, tanto que os sagazes operadores do “mercado” já
perceberam e estão ofertando programas de televisão, livros, vídeos na internet,
etc, tratando do assunto, com isso certamente ganhando um bom dinheiro.
Dentro desse tema, uma discussão está fervilhando,
dividindo opiniões, causando uma verdadeira cisão: quantas vezes por dia as
pessoas devem se alimentar e de quanto em quanto tempo.
Sem dúvida é uma preocupação que vem ocupando cada vez mais
os corações e mentes.
Nessa discussão, duas principais correntes de pensamento se
chocam:
·
Uma corrente prega que as pessoas devem se
alimentar, enquanto estiverem acordadas, de 3 em 3 horas.
·
A outra corrente assegura que o ideal é que as
pessoas fiquem 16 horas em jejum, abrindo uma “janela” de 8 horas para se
alimentar.
As defensoras e defensores dessas correntes contam com
argumentos irrefutáveis de que uma é melhor que a outra e chegam a se digladiar
publicamente na defesa de seus pontos de vista.
Sem dúvida, apesar de parecer banal à primeira vista, é um
assunto que se destaca por ocupar um patamar extremamente refinado no processo
civilizatório da humanidade (quem quiser se aprofundar sobre esse assunto sugiro
ler, de Norbert Elias, O Processo Civilizador – Uma História dos Costumes,
Volume I).
Mais como descarga de consciência pessoal, correndo risco
de ser considerado pedante, tomo a liberdade de tecer alguns comentários sobre
essa situação.
UMA
PREOCUPAÇÃO ANTERIOR
Nosso combalido planeta possui atualmente uma população
aproximada de 7 bilhões de seres humanos.
De acordo com a ONU, em torno de 1 bilhão de pessoas não
tem acesso a alimentação suficiente, ou seja, passam fome.
Isso significa que, em grandes números, quase 5 populações
totais do Brasil não têm acesso a alimentação adequada.
Então, antes de mais nada, convém destacar que para essas
pessoas nossa brilhante argumentação carece de sentido.
É importante essa informação, pois definitivamente são
números relevantes.
O
FATOR SUBJETIVO
Estamos falando, então, de 6 bilhões de pessoas, o que é
certamente um número impactante.
Sendo um número tão significativo, algumas pessoas razoavelmente
esclarecidas poderiam ponderar que, em se tratando de seres humanos,
generalizações podem ser incorretas.
Essa ponderação provavelmente levaria em consideração
vários fatores, desde questões genéticas, tipo de alimentos acessíveis, tipo de
trabalho exercido quando as pessoas são adultas, qualidade do habitat, etc.
De fato, fica difícil comparar a dieta adequada de uma
pessoa que exerce atividades ao ar livre em ambientes livres de poluição para
outra pessoa que trabalha, por exemplo, em um call center em uma cidade como
São Paulo.
Além disso essas duas hipotéticas pessoas poderiam apresentar
importantes características físicas e biológicas bastante diferentes entre si.
Assim por diante. Pegaram a ideia?
A
QUALIDADE DOS ALIMENTOS
As duas correntes de pensamento acima citadas fazem
referência, em maior ou menor grau, dependendo da defensora ou defensor, à
composição da alimentação.
Citam, às vezes, que a alimentação deve ser equilibrada, balanceada,
ou seja, que deve conter alimentos de diversos tipos como: carne, verduras,
legumes, arroz, macarrão, feijão, frutas, leite e derivados, e até mesmo
gordura e açúcar. Algumas sugestões de dietas perfeitas suprimem elementos como
carboidratos e/ou outros.
O problema hoje colocado, infelizmente, é que grande
percentual dos produtos alimentícios disponíveis nos grandes (e pequenos)
estabelecimentos comerciais são contaminados por diversos tipos de venenos
utilizados no processo produtivo. Além disso, muitas vezes passam por modificações
genéticas cujas consequências no corpo humano, no futuro, não são objeto de
estudos conclusivos.
Ou seja, não importa o conteúdo da composição da comida. O
veneno é genérico.
OS
CLICHÊS
Observando-se as diversas fontes de opinião sobre dietas
modernas, pode ser observado que a maioria das correntes tentam generalizar
clichês que possam ser utilizados como solução mágica para todas as pessoas,
sem levar em consideração suas peculiaridades.
Não levam em consideração, quase nunca, que cada indivíduo
humano tem necessidades específicas que devem ser respeitadas para o
estabelecimento de uma dieta adequada, quando necessário.
Clichês por clichês, ainda prefiro aqueles mais antigos. Por
exemplo:
·
Um oriental, que diz que tem que ter no mínimo
cinco cores no prato e que se deve comer no máximo 80% do que sente vontade.
·
Um ocidental, que diz que devemos tomar o
desjejum como reis, almoçar como príncipes e jantar como mendigos.
Mas o mais importante, se alguém necessita introduzir uma
nova forma de alimentação na sua vida, é consultar um profissional que estudou
para isso e que pode dar orientação específica para seu caso particular.
Observação: uma profissional, pesquisadora, me alertou que às vezes a consulta a profissionais também não oferece segurança. Assim como os médicos em relação aos grandes laboratórios, os profissionais dedicados à nutrição também sofrem muita influência dos grandes fornecedores de alimentos, chegando a indicar produtos geneticamente modificados para seus pacientes. Então...
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