sexta-feira, 5 de maio de 2017

ESTÉTICA (a moda não incomoda...)



 
Copyright © Leszek Bujnowski.

Estava na Couto de Magalhães, em Porto Alegre, esperando transporte.

Trânsito pesado.

De repente o trânsito para, aguardando a sinaleira abrir.

Se aproxima e se posiciona justamente na minha frente um automóvel produzindo som bastante potente, onde se podia escutar perfeitamente a música, com forte destaque para os graves.

(Veja bem, não estou reclamando, pois gosto muito de música e escuto, às vezes, com volume bem alto, além de ter um filho que toca guitarra elétrica.)

O automóvel, que não era muito grande, estava bem cuidado, com suspensão rebaixada e vidros escuros.

Os vidros da frente estavam abertos.

O condutor estava sozinho e tinha o cabelo raspado nos lados, com um considerável topete em cima. Corte irado.

Camiseta estilo baby look (para quem não sabe a tradução, seria algo como “olhar de bebê”, literalmente), aparentemente uns dois números menores do que seria o tamanho recomendado pelas lojas do ramo. Braços do rapaz bastante musculosos, com tatuagem de caveira assustadora e outras tatuagens que não deu para ver claramente o que era.

Piercing na orelha.

Barba de dois ou três dias, o que criava um clima um pouco ameaçador.

Mas o que realmente me chamou a atenção foi o refrão da música. Fui até pesquisar depois:

“Eu não quero casar, eu não quero casar
Eu não quero casar, eu não quero casar
Eu vou pro bar, bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar
Eu vou pro bar, bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar bar”.

Descobri que era uma música famosa de Thiago Matheus, jovem cantor sertanejo estilo universitário.

Quando o trânsito ficou liberado estava iniciando outra música com a letra mais ou menos assim:

“Gravera doida na rua curtido um som no talo
Vizinho se encomodo, vai pra casa do caralho
6000 k e o chenon, tomando um kit do boom
Altas vagaba na roda, muleque eu tenho o don!”

Essa não quis saber de quem era...

Fiquei impressionado.

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