Mostrando postagens com marcador Osama Bin Laden. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Osama Bin Laden. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de agosto de 2021

O CEMITÉRIO DE IMPÉRIOS

 

 

Afeganistão, cemitério de impérios

 

Por Pedro Doria, para Canal Meio (canalmeio.com.br)

No ano de 1901, explodiu como best-seller nas livrarias londrinas Kim, um pequeno romance adolescente de Rudyard Kipling. A rainha Vitória havia morrido fazia meses, o Império Britânico estava próximo do fim, mas isso ainda não era óbvio. Como Mowgli, o menino lobo, seu personagem anterior de sucesso equivalente, Kipling fez de Kim um rapaz esperto e atento, capaz de livrar-se de toda sorte de desventuras, mas fundamentalmente preso entre dois mundos. Não era, porém, entre o mundo animal e o humano. Desta vez, era entre Oriente e Ocidente. Menino órfão e muito pobre zanzando pelas ruas de Lahore, no atual Paquistão, Kim era filho de pai irlandês e mãe inglesa, mas tão queimado de Sol e falava a língua local com tanta fluência que ninguém o percebia como branco. Parecia mais um dos patanes, uma das etnias comuns à região, e esta sua ambiguidade étnica logo se mostraria útil à espionagem do Império. Pois Kim, o romance, também popularizou entre os britânicos uma nova expressão para aquilo que o Império jogava naquele canto do mundo. O Great Game, o Grande Jogo. A disputa militar e diplomática entre os dois impérios, russo e britânico, por terras e espaço de atuação. Um choque que se dava numa terra tão pobre quanto Kim, tão ambígua quanto o personagem. A história se passa uns vinte anos antes da publicação, logo após o fim da Segunda Guerra Afegã — uma guerra vencida pelos ingleses, que puseram no Afeganistão um governo que lhe era fiel para criar um colchão entre o território russo e a Índia britânica. O Império onde o Sol nunca se põe, com domínios que iam do Canadá à China, ainda parecia que duraria para sempre. Mas o Grande Jogo não havia terminado — ninguém nunca conquista realmente o Afeganistão. Na Terceira Guerra Afegã, que começou em 1919, os ingleses terminariam humilhados. O Grande Jogo terminou com o Império derrotado não pela Rússia, que vivia uma revolução comunista, e sim pelos afegãos.

Sempre foi assim. Como aprenderam os americanos esses dias, em sua terra os patanes sempre vencem. Desde Alexandre, o Grande, incontáveis impérios aprenderam a mesma lição. É sempre fácil derrota-los em batalha aberta. E é sempre impossível derrota-los em definitivo. Nunca morrem, estão sempre lá, nunca desistem. E sempre voltam.

Dois mundos

O hábito de estudar história com a Europa no centro dos acontecimentos às vezes nos atrapalha a compreensão do mundo. Fica parecendo que o Ocidente tem início onde a Europa começa. Chamamos, assim, a terra ocupada por árabes, judeus e persas de Oriente Médio. Mas, culturalmente, a divisão não é esta. Há, sim, uma profunda divisão na maneira de compreender a existência entre Ocidente e Oriente ¬— mas a transição se dá na Índia.

Se fosse possível simplificar — e há exceções em ambos os lados —, a divisão cultural se dá assim. Em sua maioria, as religiões ocidentais são teístas. Têm um ou mais deuses que estão acima de nós humanos. A escrita das línguas ocidentais é fonética — representamos os sons das palavras quando as escrevemos. E, principalmente, compreendemos o tempo como linear, uma contínua e lenta evolução, um caminhar para a frente. A Índia, o Paquistão, o Afeganistão, estão no meio entre estes dois mundos. A humanidade naquele canto da Terra tem características de ambos. Mas, quando chegamos ao Oriente, as religiões em geral não têm deuses, se concentram na compreensão da existência em conjunto com o Universo. A escrita em geral representa as ideias por trás das palavras, e não os sons. E o tempo, como a história, são compreendidos como circulares. Ciclos que se abrem e se completam para novamente se abrir.

Há diferenças nítidas e, no entanto, tanto Oriente quanto Ocidente sempre buscaram comércio entre si. Para que este comércio se desse, foi sempre preciso passar pela terra dos patanes. É um canto do mundo onde jamais nasceu uma grande civilização — não no sentido que costumamos dar à palavra. Não há uma Mesopotâmia, uma Pérsia, uma China, uma Roma, uma Índia, uma Grécia, um Egito. Mesmo as duas maiores cidades afegãs, Kabul e Kandahar, só começaram a parecer mesmo cidades, da maneira como compreendemos o que uma cidade é, com prédios de vários andares e ruas que se cruzam, divididas em bairros, a partir do século 20. Antes, como a maioria das cidades afegãs, pareciam essencialmente grandes fortalezas perdidas num canto ermo e particularmente perigoso do mundo. Por isso mesmo, para garantir a segurança das caravanas de comércio que trafegavam com grandes valores, impérios cientes de seu grande poderio militar sempre acharam conveniente conquistar o que hoje chamamos Afeganistão. Se eram capazes de enfrentar outros impérios, não seria ali que perderiam algo. Sempre perderam. Os persas perderam. Os mongóis perderam. Os soviéticos perderam.

Ou, talvez seja melhor dizer: pareceram dominar por um tempo, mas nunca controlaram de fato as tribos da região e, num ambiente de exaustão pelo conflito que nunca acabava, terminaram deixando exauridos a terra dos patanes. Exatamente como, agora, fazem os EUA.

Há razões para isso — razões que começam pela inexistência de cidades. Na Ásia Central, ao invés de cidades existem estruturas que eles chamam de kuhandiz mas que o resto do mundo costuma se referir pelo nome árabe. Qal’ah, muitas vezes transcrito como qalat. São cidadelas, cidades muradas. Grandes paredões erguidos alto, não raro com torres espaçadas. As casas, também construídas de forma sólida, grandes paralepípedos, ficam tradicionalmente no interior dos muros. Há casas também no lado de fora, mas a organização de cada vila como fortaleza já mostra que se trata de uma cultura voltada para a guerra. A invasão de uma qalat é sempre muito difícil.

Uma das bases utilizadas pelos americanos no Afeganistão, nesses últimos vinte anos, foi Ball Haizer. Seu apelido é Castelo de Alexandre, por ter sido erguido quando o conquistador grego fazia seu caminho em direção à Índia. Dois mil anos atrás. Uma qalat que, não à toa, fica na cidade batizada há muito de Qalat. A preponderância da estrutura fez do termo genérico um nome próprio.

Mas não é apenas que as pessoas se distribuíram por fortalezas no Afeganistão. A geografia faz do lugar uma fortaleza natural, com imensas cordilheiras formadas por montanhas particularmente escarpadas. Dois terços é cortado pelo Hindu Kush. É um relevo difícil para qualquer estrangeiro, mesmo com toda tecnologia. Um relevo amplamente dominado por quem nasceu e sempre viveu ali, mas que também dificulta a formação de grandes aglomerações humanas. Este é um dos motivos de cidades terem demorado tanto a ganhar forma. A geografia incentivou a tribalização do país. E, até hoje, a principal fidelidade das pessoas é à sua tribo. Incontáveis afegãos, desde sempre, passam a vida inteira sem nunca deixar a aldeia em que nasceram. E, como qualquer terra cuja história é uma sequência milenar de invasões estrangeiras, todos por natureza desconfiam das intenções de quem vem de fora.

Mas uma lição a história deixou e o povo patane aprendeu. Eles vão continuar ali. O estrangeiro uma hora não aguenta os constantes ataques que vêm do nada, de pessoas protegidas e escondidas pelas escarpas do Hindu Kush. E vai embora. O budismo já foi proeminente, faz alguns séculos que sua religião é Ocidental. O Islã. Mas entendem o tempo à Oriental — como ciclos. As invasões vêm, e sempre vão. Basta esperar. E manter os ataques. Os americanos não demoraram dez anos para encontrar Osama bin-Laden à toa. É possível desaparecer por muito tempo nas montanhas afegãs. Bin-Laden foi encontrado ao se mudar para o Paquistão.

A tragédia afegã

A resiliência afegã representa força mas disfarça uma tragédia humana. A história de invasões deixou marcas e cicatrizes de toda sorte. Além dos patanes, que formam a maioria étnica, no país ainda convivem outras três etnias. Tadjiques, uzbeques e hazaras. Este último povo descende dos invasores mongóis, tem os olhos puxados e é uma constante lembrança de que o país faz fronteira tanto com o Irã, a Oeste, quanto com a China, ao Leste. Literalmente no meio do caminho entre dois mundos. Mesmo. Outra marca é a língua mais falada — pashto, próxima do persa e particularmente próxima do persa antigo, dos homens que escreveram os textos zoroastristas.

Já as cicatrizes, principalmente as deixadas nos últimos 40 anos, são duras. Na década de 1970, Kabul era uma cidade popular para estudantes mochileiros europeus atraídos por um certo exotismo oriental. Tinha um bom haxixe, se dizia. A universidade da capital recebia tanto alunos homens quanto mulheres e minissaias não eram raras. Embora algumas escolhessem usar burqas, que eram mais comuns no interior, havia também mulheres que sequer usavam véus.

Isto mudou com a invasão soviética, em 1979. A URSS estava incomodada com a crescente influência americana no Paquistão e, como segue o ciclo histórico, achou por bem invadir a terra dos patanes. Como de hábito, a conquista se consolidou após alguns meses. Quando os russos deixaram o Afeganistão, dez anos depois, exasperados, não haviam conseguido consolidar o poder no país. Mas o deixaram destruído.

Durante aquela década de 1980, os Estados Unidos viam com preocupação dois avanços naquele canto do mundo. O do Irã após a Revolução Islâmica xiita do aiatolá Ruhollah Khomeini e o da URSS sobre o vizinho Afeganistão. Então recorreram a parceiros tradicionais — paquistaneses e árabes sauditas. No jogo da geopolítica, consideraram que era boa estratégia financiar e armar os mujahedins, guerrilheiros patanes, para que lutassem contra o adversário comunista. Foi o tempo em que chegaram as escolas religiosas wahabitas, a versão radicalizada do Islã sunita que a Arábia Saudita espalha pelo mundo muçulmano.

A palavra talib, em pashto, quer dizer estudante. Era a palavra usada para designar os guerrilheiros que estudavam nas escolas patrocinadas pelos sauditas. No plural, Taliban.

O país que passou o século 20 se sofisticando foi fisicamente destruído pelos soviéticos, mas ainda não havia sido condenado a uma religião única e opressora. A saída do último invasor deu espaço a uma guerra civil entre os diversos grupos étnicos só encerrada em 1996. Com a vitória do Talibã. Que acolheu o grupo saudita que já fazia mais de década o auxiliava — um grupo que atendia pelo nome al-Qaeda.

Tendo enfim erguido o primeiro país que considerava genuinamente muçulmano no planeta, que seguia a única forma realmente pura do Islã, seu líder, o saudita Osama bin-Laden, pôs os olhos no resto do mundo. Entendeu que para expandir a religião que dividia com o Talibã, precisava antes derrubar o governo que via como corrupto em seu próprio país. Um governo cuja corrupção, a seu modo de ver, tinha por origem as relações com os Estados Unidos da América.

Bin-Laden começou, então, a planejar.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Osama y Al Qaeda: el largo camino a Abbottabad

Obra de Vladimir Kush

Shaukat Qadir · · · · ·
Sin Permiso

   Al Qaeda tuvo su nacimiento a finales de 1982 (y no 1988/89, como se establece usualmente, dado que fue en 1989 cuando adquirió realmente los rasgos militantes por los cuales se hizo célebre) en Kuwait, lugar natal del padre de Osama Bin Laden (su fundador; OBL) aparentemente como organización caritativa para prestar ayuda a los musulmanes de todo el mundo. Sin embargo, muy pronto OBL se dio cuenta de que la forma de 'ayudar' a los musulmanes oprimidos consistía en armarlos para que se rebelaran contra el opresor. Puesto que 1979 fue testigo de la invasión de Afganistán y OBL se convirtió en una fuente que canalizaba armas destinadas a los luchadores por la libertad afganos, Al Qaeda comenzó de pronto a recibir una financiación masiva de todo el mundo árabe. OBL se adentró enseguida en el campo del tráfico ilegal de armas.    
 
  Muchos norteamericanos han acusado a la CIA de entrenar a Osama. En mi opinión, no puede darse crédito a esa acusación. No obstante, pocas dudas hay de que recibió aliento, apoyo, fondos e incluso armas para los luchadores afganos por la libertad y de que fue colaborador de la CIA durante varios años. 

  OBL también colaboró activamente proporcionando datos de inteligencia cruciales obtenidos de personal de Al Qaeda en Kuwait, durante la operación  'Tormenta del Desierto'. Sin embargo, la continuación de la presencia norteamericana en Arabia Saudí tras la 'Tormenta del Desierto', sumada a la arrogancia norteamericana que demostraba su ignorancia y despreocupación por las costumbres y sensibilidades locales, supuso el inicio del cambio que se operó en él. Empezó a encontrar ofensivos a los norteamericanos y el rey (Abdalá) pasó a ser visto como un lacayo estadounidense.      

  OBL comenzó a gravitar hacia el pequeño grupo de disidentes que mantenían la opinión de que el rey era antiislámico y trataban de volver a la antigua democracia islámica, el Jilafat
[Califato]. Con el tiempo se fue volviendo cada vez más activo y cuando se le planteaba la cuestión, reconocía de buen grado sus actividades. Gracias a sus vinculaciones familiares, no se le encarceló pero sí se le revocó la ciudadanía saudí. 

  Durante este periodo en Sudán fue cuando comenzó a centrarse en los EE. UU. como objeto de su animosidad. Si bien había constancia de sus actividades antinorteamericanas, hay que hacer notar significativamente que se produjo un aumento considerable de las aportaciones a Al Qaeda, entre las que se contaban las de los miembros de la familia real de los Saud.  

Fue también en este periodo cuando OBL comenzó a desarrollar una 'visión del mundo' estratégica. Consideraba a todos los países de mayoría islámica como lacayos norteamericanos y se refería a ellos como kafirs (infieles). Empezó a considerarse un hombre con una misión: el traería la revolución a todos los países musulmanes para devolverlos a un solo califato unido, poniendo simultáneamente de rodillas a ese gigante de todo Mal, los EE. UU.    

  Es importante señalar que para que esa visión estratégica funcionara era esencial poseer un control indiscutido sobre un territorio, preferiblemente un país. Una nación Estado gobernada por la estricta y 'verdadera' ley islámica, que sentara ejemplo para el resto, una infraestructura de mando, control y comunicación a la que pudieran afluir los fondos, en el que el se pudiese proporcionar entrenamiento a los guerreros que fuesen a realizar incursiones e instigar revoluciones en otros países de mayoría musulmana. Iba a convertirse en el Che Guevara musulmán. Pero, ¿cómo?  

  Mientras andaba decidiendo qué país escoger, el destino dio un vuelco y sin más detalles que no son pertinentes para este relato, se encontró en Afganistán: para él, la Tierra Prometida.  
 
 ¿Cómo trabajaba Al Qaeda?
 
  En 1980 OBL se ofreció a sumarse a la lucha por la libertad de Afganistán, pero se trataba de un estadio en el que la lucha afgana todavía era 'pura', sin adulterar por parte de combatientes no afganos, salvo los pastunes de Pakistán. Las aportaciones de Osama en armas y apoyo financiero fueron bienvenidas; él, en cambio, no. Pronto comenzó a darse cuenta de que su persona era demasiado valiosa para desperdiciarla. En algún momento dado, Abu Ayub Al-Iraquí se unió a Al Qaeda. Quedó tan relegado en un segundo plano que pocos conocen su nombre y son conscientes de su aportación, pero fue él quien le dio forma práctica al papel de Al Qaeda en la Visión del Mundo de Osama. 

  La función de Al Qaeda se ha descrito como "decisión centralizada y ejecución descentralizada"; yo lo veo como una multinacional que ha exportado desestabilización con el fin de crear califatos en países de mayoría musulmana por medio de 'franquicias'. Al Qaeda ha reclutado musulmanes de cualquier parte del mundo y envía pequeños grupos de asesores, que pueden variar entre tres personas y una docena, más o menos. Mientras que Osama conservó el título de emir, dirigente, y fue asesorado por un consejo, denominado shuura, el poder de verdad lo ostentaba la dirección del segundo escalón, responsable de la planificación y puesta en práctica. Este segundo escalón ha sido tradicionalmente árabe, compuesto en su mayoría de egipcios, con una excepción conocida, el paquistaní Jalid Sheij Mojamed, al que se atribuyen los atentados del 11-S, pero ¿puede haberlos planeado él solo?  

 El 11-S como ejemplo
 
  Muchos periodistas han escrito acerca de las complicaciones que rodearon estos atentados. Refresquemos un poco la memoria. Diecinueve individuos de diversos países árabes entraron en los EE. UU. en cuatro grupos diferentes. Ninguno de estos grupos era consciente de los demás o de su papel, salvo el coordinador, que también dirigía uno de los grupos, Mojamed Atta. 

  Para que el o los ataques crearan la repercusión que se preveía, sin una reacción a tiempo, era necesario secuestrar cuatro aparatos que despegaran de distintos aeropuertos. Los aviones seleccionados tenían que levantar el vuelo en un intervalo de tiempo total que no superase los 45 minutos, del primero al último, para impedir una respuesta oportuna. Para lograr la destrucción del World Trade Center, el Pentágono, y (acaso) la Casa Blanca , tenían que llevar un cierto mínimo de carga explosiva de combustible, pues de otro modo la explosión habría resultado insuficiente.   

  Jalid, a quien se atribuye el atentado del 11-S, era un ingeniero mecánico con una maestría obtenida en Carolina del Norte. Pudo, desde luego, haber ayudado a que funcionasen los requisitos de la carga explosiva del combustible para los aviones que iban a convertirse en bombas aéreas, pero la dirección del vuelo, hasta dónde podían desviarse de su ruta aérea y durante cuánto tiempo antes de levantar sospechas, el grado de entrenamiento exigido para volar suficiente para los secuestradores, el tipo de armas que podían pasar por las detectores  de los aeropuerto, todo apunta a más de un 'experto'; cada uno con el conocimiento requerido de seguridad de aeropuertos, de programación de vuelos, rutas y patrones aéreos, del tiempo necesario para levantar sospechas o del retraso en despegar las aeronaves para responder a esta amenaza. 

  Había tantos factores que tener en cuenta para que estos atentados tuvieran éxito que es imposible que no lo haya planificado un grupo de al menos tres individuos, quizás más, cuya variedad de conocimientos especializados pudiera crear el plan (casi) perfecto. 

  No se trata sólo de una probabilidad sino de una certeza virtual el que nunca se reunieron ni  dieron la información sabiendo qué uso tendría. Probablemente se les pagó en metálico para que suministraran su parte y su poquito de aquello en lo que eran expertos. Y sí, con su ayuda, Jalid Sheij pudo haber pensado y organizado el plan, aunque mi intuición sigue siendo que ese cerebro tuvo que ser un especialista y una mercancía que pudiera comprarse. Pero Jalid reclama todo el mérito y por lo tanto nunca sabremos la verdad. 

  ¡Pero esto no es exactamente un ejemplo de franquiciado! Para eso tenemos que viajar a Afganistán y Pakistán. Se podrían tomar ejemplos de otros países de mayoría musulmana, pero me ceñiré al terreno que conozco. 

  Afganistán
 
  En 1996, cuando Osama aterrizó en Afganistán, los talibán estaban arruinados y necesitaban además armas. A principio de los años 90, Eric Margolis contaba que un kilo de pasta base [de droga] le reportaba a un agricultor afgano 1.000 dólares. En Karachi valía 50.000, antes de entrar en Nueva York llegaba a 250.000 y sería cortada y vuelta a cortar para venderse en Nueva York a un precio en la calle que oscilaba entre tres y cinco millones. Al Qaeda ya se dedicaba al tráfico ilegal de armas y pasar al contrabando de droga no supuso ningún problema.Pakistán era en aquel entonces un apoyo incondicional y la CIA también estaba dispuesta a cerrar los ojos. Los EE. UU. aún tenían esperanzas puestas en los talibán y UNOCAL [la petrolera tejana que confiaba en utilizar Afganistán como oleoducto], con George H. W. Bush en su junta directiva, seguía invirtiendo en los talibán con la esperanza del petróleo de Asia Central. 

  Y así, Osama ofreció a los talibán el 50 % de los beneficios del contrabando de drogas y armas casi a precio de coste. El Mulá Omar no podía mirarle el diente a un caballo regalado como ése. A cambio, Osama consiguió el país que había ansiado, una base incontestada para las operaciones de Al Qaeda y el país en que un se practicaría un Islam riguroso en letra y espíritu como brillante ejemplo para los países de mayoría musulmana.
  El 11-S lo cambió todo. Enseguida Pakistán dio su apoyo a los EE. UU., la invasión se hizo inminente y en cuanto se produjo los talibán, Osama y Al Qaeda se dieron a la fuga. 

  Podría ser interesante llamar la atención del lector sobre algunos datos menos conocidos. Tras el 11-S, los EE. UU. pidieron a tos talibán la entrega de Osama, y los talibán según se informa, se negaron, pues cuando pidieron a los EE. UU. pruebas concretas de la culpabilidad de Osama, los EE. UU. se las negaron. Los EE. UU. se las negaron porque no existen pruebas concretas de su culpabilidad y nunca existirán. Aunque Osama, en un video distribuido por la televisión de Al Yasira, admitía su responsabilidad en los atentados, pero eso era en un futuro, y el video tampoco fue autentificado jamás, así que nadie está seguro de su culpabilidad. 

  Esa clase de operaciones se ordenan a través de numerosos canales y vericuetos y, si alguno de los secuestradores hubiera sido capturado vivo, ciertamente no habría podido ir más allá del velo de Jalid Sheik, y Jalid nunca ha apuntado con el dedo a Osama. Él se atribuye la responsabilidad exclusiva. La mayoría de lo que saben el FBI y la CIA respecto al funcionamiento de Al Qaeda se conoce por cortesía de Yamal Al Fadl, un sudanés que desertó de Al Qaeda después de malversar 110.000 dólares, según confesó ante un tribunal en los EE. UU. Qué crédito merece su testimonio ha de juzgarlo el lector. 

  Hay algunas partes escogidas del testimonio de Al Fadl que yo creo que son falsas, destinadas a dar la imagen de que él ayudo a los norteamericanos a ensamblar todas las piezas. Creo que mintió en una serie de testimonios concretos relativos a una imagen unificada de lo que era esta organización. Convirtió a Al Qaeda en la nueva mafia o los nuevos comunistas. Les hacía identificables como grupo y por tanto volvía más fácil perseguir judicialmente a cualquier persona vinculada a Al Qaeda por cualquier acto o declaración de Bin Laden.
  De lo que no ha habido prácticamente información es del hecho de que, atendiendo la sugerencia de un funcionario paquistaní, los talibán se avinieron a entregar a Osama a Arabia Saudí, pero el rey se negó a aceptarlo. Los talibán podrían incluso haberse puesto de acuerdo para ponerlo en manos del Tribunal Penal Internacional, pero cuando se informó de dicha opción al insubstancial presidente Bush, el de los 'tiempo de guerra', simplemente dejó correr la acusación. 

  Durante los primeros años, Musharraf siguió jugando a dos barajas, pero los EE. UU. seguían presionando y algo tenía que darles. Periódicamente les lanzaba algún hueso para mantenerlos a raya durante algún tiempo. Uno de esos 'huesos' lanzados a los norteamericanos fue el asesinato de Nek Mojamed en 2004, miembro de la tribu wasir, veterano de la guerra contra los soviéticos, que cobró importancia como líder tribal entre los luchadores por la libertad afganos, combatiendo de nuevo para salvar a su país de otro ejército de ocupación, en este caso su antiguo aliado, los EE. UU. (los lectores interesados en lo que sucedió en Pakistán pueden echarle un vistazo a "Understanding the insurgency in FATA"  en el apartado 'selected articles' de www.shaukatqadir.info).
  Esto resultó ser un desastre y acabó instigando una revuelta en nuestras zonas tribales. Sin embargo, no fue hasta que Musharraf, acosado por otra de las crisis judiciales creadas por él al recusar al presidente del Tribunal Supremo, algo unánimemente rechazado por el Tribunal mismo, creó otra crisis para desviar la atención de la comunidad internacional, el episodio de la Mezquita Roja ('Lal Masjid') en Islamabad en 2007, cuando Osama anunció que "el enemigo número uno de Al Qaeda ya no [eran] los EE. UU., ahora era Pakistán". 

 En aquella época, los luchadores por la libertad afganos habían adoptado el nombre de talibán. Olvidando la opresión sufrida en los últimos años de los talibán, los talibán se convirtieron en el símbolo del David musulmán frente al Goliat norteamericano. Sin embargo, los talibán se habían dividido en numerosas facciones, todas vinculadas en general a Al Qaeda, pero no completamente al servicio de la llamada organización 'madre'. 

 Por consiguiente, sin entrar en detalles respecto a las causas, sólo dos facciones paquistaníes de los talibán, la de Maulana Faslulá en Suat y la de Baitulá Majsud en el sur de Wasiristán, respondieron al llamamiento de Osama, mientras que nadie entre los talibán afganos hizo caso.   

Puesto que Suat no compartía fronteras con Afganistán, el sur de Wasiristán se convirtió en base de las operaciones de Al Qaeda contra Pakistán, aunque Faslulá también recibiera un apoyo considerable, puesto que si la zona bajo control de Al Qaeda podía extenderse hasta los límites de Suat, Islamabad quedaría prácticamente a un tiro de piedra. 

 ¡Y aquí es donde empiezan los ejemplos de 'franquiciado'! 

 Anticipando que los talibán afganos podían no quedarse cruzados de brazos después de ser testigos de cómo sus hermanos afganos se volvían contra ellos por obedecer los mandatos islámicos de Osama, Osama buscaba un lugar en Pakistán desde el cual prepararse para apoderarse del único país musulmán con capacidad nuclear a su alcance, ¡vaya premio al que aspirar! 

 Con mucho cuidado, y bajo la habilidosa guía de Aymán Al Suajiri (con toda probabilidad, Ayub Al Iraquí sigue siendo el cerebro estratégico de la organización, mientras que Suajiri ha asumido el control operativo), se dividieron los papeles entre las dos facciones paquistaníes. A Faslulá, más cercana a Islamabad, le correspondió la tarea de la guerra de guerrillas. A este fin, se envió a Suat un equipo de diez personas, al mando de un jordano conocido sólo como Yabber, y más de mil veteranos tayikos y uzbekos les siguieron como refuerzos. 

 Baitulá formó el campamento base. Este funcionó como cuartel de operaciones, centro de mando, comunicación y control, refugio seguro a través del cual discurrían dineros, armas y explosivos, y zona de entrenamiento para actos terroristas. Se adoctrinaba y traía aquí para su entrenamiento a los voluntarios, habitualmente jóvenes estudiantes de Ias madrasas [escuelas islámicas], muchos de ellos de zonas tan distantes como el sur del Punyab. Se enviaron veinte asesores a Baitulá, pero el nombre del dirigente sigue siendo un misterio, aunque se le describe como un árabe alto y culto con una personalidad descollante.
 Pronto se descubrió que la representación de Al Qaeda en la región de Baitulá era exagerada. Baitulá era un líder astuto, pero le secundaban eficazmente tres secuaces muy capaces: Qari Raiis, Jakiimulá (que más tarde le sucedió), y Wajiid. Muy pronto estos tres se habían dividido la responsabilidad de tres campos de entrenamiento, así como la administración, el adoctrinamiento y también el reclutamiento. El líder de los consejeros de Al Qaeda se marchó unos seis meses después, y dejó tres representantes como asesores para operaciones de gran dificultad. 

 Baitulá era un individuo astuto con fama de ir siempre a lo seguro. Entre los majsud, su tribu, tenía la reputación de ser agente de la CIA. De ello ofrecen los siguientes datos como prueba: a) tenía bastante más efectivo en dólares que nadie, pero esto no resulta concluyente; b) disponía de un equipo de comunicación muy sofisticado (pongamos esto entre interrogaciones); c) durante muchos meses los aviones no tripulados golpeaban sólo a aquellos militantes majsud que operaban contra los EE. UU. en Afganistán y se oponían a la decisión de Baitulá de atacar Pakistán; y los atacados con aviones no tripulados habían recibido invariablemente la visita de Baitulá en misión pacificadora  (estos estúpidos hombres de las tribus no son tan estúpidos, saben hasta de dispositivos de búsqueda). Por último, los ISI [los servicios secretos paquistaníes] habían proporcionado a la CIA en numerosas ocasiones datos precisos de inteligencia utilizables sobre Baitulá, solicitando un ataque que nunca se materializo. Hasta que finalmente, sobrevivió a su utilidad y fue pulverizado, junto a su mujer, por un ingenio no tripulado.  

 Cuando el ejército paquistaní reconquistó Suat a Faslulá, encontraron los diarios de algunos dirigentes talibán, entre ellos un diario de Muslim Jan, portavoz de Faslulá, dirigente de los talibán en Suat. Tuve ocasión de echarle un vistazo a algunos de ellos, incluyendo el diario de alguien que se hacía llamar "Jalid Bin Al Walid", evidentemente un pseudónimo. Si bien la mayoría de los diarios se refieron, como es de esperar, a los sucesos del día a día, hay una parte de cada diario dedicada a manual de entrenamiento. Y esto es lo que los hacía tan interesantes. Los diarios contienen instrucciones detalladas sobre cómo llevar a cabo la guerra de guerrillas urbana y rural. Incluían instrucciones sobre cómo organizar una emboscada, cómo escapar de una en caso de ser posible y cómo combatir en ellas. Daban listas de combatientes para ciertas operaciones dentro de estructuras de mando flexibles. Los diarios incluían análisis de los éxitos y fracasos de operaciones, con notas sobre las bajas habidas e infligidas. Dan cuenta de por qué se cambia a los comandantes, ocasionalmente por su ineficiencia, pero con mayor frecuencia debido a que se ha encontrado al individuo más apropiado para cada tarea. 

Los detalles de cada una de las operaciones y las instrucciones sobre cómo reorganizarse tras un éxito o un fracaso proporcionan una perspectiva fascinante de su entrenamiento y la comprensión de las operaciones de guerrilla. Aparecen atisbos ocasionales de las enseñanzas de Sun Tzu y Che Guevara. Pero a lo que más se parecen los diarios es a los "manuales de entrenamiento" capturados a los rebeldes "contras" que presentó  Nicaragua ante el Tribunal Internacional de Justicia al formalizar su acusación contra los EE. UU. 

  Aunque fascinantes, los diarios no deben causar sorpresa, salvo para preguntarse cómo llegaron a recibir un entrenamiento tan detallado. Las instrucciones restantes contenidas en los diarios de los líderes así como de los "soldados" son desde luego motivo de preocupación. Estas instrucciones son intrincadas en sus detalles sobre cómo fabricar ingenios explosivos, muchos de ellos elaborados con los componentes más inocuos como azúcar, aceite de cocina, aluminio, vaselina, café, carboncillo, sal y hasta ajenuz. En cada uno de los casos, se incluyen otros componentes explosivos y todos los componentes se detallan en miligramos, frecuentemente con diagramas. Se adjuntan también instrucciones sobre el uso de TNT, RDX, y plástico con la proporción de cada componente. 

 Las instrucciones detallan asimismo cómo detonar ingenios explosivos improvisados (IEI, o improvised explosive devices, IED); los métodos van de  espoletas convencionales a otras improvisadas, de sogas empapadas en combustible a relojes de pulsera, despertadores y hasta teléfonos móviles. Las instrucciones incluyen también qué ingenios pueden utilizarse para según qué tipo de IED. En ellos se cuenta cómo se pueden configurar las cargas para maximizar el efecto en una determinada dirección e incluso  instrucciones sobre precauciones biológicas si se produce una exposición prolongada a ciertas substancias químicas, cuándo beber un vaso de leche o un litro de yogur. No hace falta decir que las instrucciones también incluyen detalles sobre la sensibilidad de cada tipo de IED, lo que puede detonarlo prematuramente y su periodo de vida útil. Cubren todo lo necesario con los detalles más minuciosos imaginables, muchos de los cuales me resultaban a mí desconocidos hasta que leí los diarios. 

  Si bien esta información se encuentra disponible en la Red, requiere de especialistas que la comprendan y la sinteticen. A menudo, los diarios precisan de conocimientos de química, física y biología, y una combinación de esos conocimientos se desarrollaría con propósitos específicos: entrenar a gente para que opere tras las líneas enemigas y se arregle con lo que tenga a mano. Esa información podía también haber sido recogida por algún científico a sueldo de una organización como Al Qaeda. Pero hasta un químico necesitaría que le orientasen en la dirección correcta para poder recoger la información pertinente sobre física y biología. Esta información tenía que proceder de una agencia de inteligencia. 

  Materiales semejantes se recuperaron en el sur de Wasiristán, si bien en cantidad bastante menor, puesto que los majsud lograron escapar por la Línea Durand en número bastante mayor. Todos los talibán capturados en ambas zonas cuentan la misma historia: "Los trajeron un puñado de personas de Afganistán (asesores de Al Qaeda), que los fotocopiaron y distribuyeron entre nosotros. Nuestra jornada empezaba con el recitado del Corán y seguía con una sesión de dos horas de entrenamiento en combate y armas. Durante el resto del día estudiábamos estos libros (los manuales de entrenamiento) y los poníamos también en práctica".  

  Estoy seguro de que la CIA ha sido culpable de muchas acciones turbias y yo mismo la he acusado con frecuencia de esas acciones. Sin embargo, en mi considerada opinión, la CIA no distribuiría en ninguna circunstancia esos documentos a una organización terrorista. Hay, sin embargo, mucho antiguo personal de las Black Ops [operaciones encubiertas] de la CIA que anda por ahí en paro dispuestos a dejarse comprar. Y también hay antiguos operativos de Black Ops de la CIA que trabajan para agencias de seguridad privada como Xe. Y Xe se vende al mejor postor. ¡Escojan lo que mejor les parezca! 

  ¿Qué relevancia tiene Al Qaeda hoy día y en el futuro?
 
  Parece, sin embargo, que los acontecimientos de los países árabes nos han superado. Se extiende el fuego, y aunque pueda suprimirse por la fuerza, deja sólo para un respiro. Tal parece que los pueblos árabes reclaman su libertad y su propia forma de gobierno representativo, que podría no ser la democracia anglosajona sino otra que se adapte a su psicología.   

  Con esta tormenta en el horizonte, parece existir una preocupación creciente en Occidente y sobre todo en los EE. UU respecto a que esto dé alas al extremismo islámico. Después de años de acusar a Pakistan de dar albergue a Al Qaeda (hace sólo unos meses, la señora Clinton lanzó otra acusación condenatoria estando de visita en Islamabad), escuchamos ahora que sigue vigente ¡para Yemen, Bahrein e Irak! Solamente en Irak, y esto es algo que debo apuntar, no hubo lugar mientras se mantuvo Sadam como despota suní a que Al Quaeda echara raíces bajo su dominación. No se dio desde luego más que tras la invasión norteamericana.  

  Hay muchos otros temores que se hacen explícitos en relación con la tormenta que se avecina entre las naciones árabes: podría dar pábulo a un conflicto sectario; podría dar nacimiento al extremismo islámico, y por encima de todo, ¿de dónde vendría nuestro petróleo? Todos estos temores tienen algún grado de posibilidad. Es enteramente posible que Irán, contemplando todo esto con ojos ansiosos pudiera aprovechar una oportunidad que desatara luchas sectarias por todo la turbulenta región árabe. Y cualquier turbulencia obstaculizaría el flujo de petróleo, aunque no por mucho tiempo. El petróleo es su única fuente de ingresos.  

 Sin embargo, en mi opinión, si hay miedo de verdad a un golpe islamista, éste queda limitado a Arabia Saudí, razón por la cual el rey Abdalá ha ordenado una intervención inmediata en Bahrein y ruega a Jordania que aplaque las exigencias de reforma de un reino democrático. ¡Arabia Saudí tiene hordas de OBL todavía ocultos!
  En este escenario que está surgiendo, ¿qué relevancia tiene Al Qaeda? Al fin y al cabo, su razón de ser se basaba en dos premisas: que los actuales gobiernos de todos los países islámicos, empezando por los árabes, son opresivos y nada islámicos, además de ser pronorteamericanos. Las revoluciones que barren Arabia y África se basan en las mismas razones, y sea la que fuere la forma de gobierno que surja, desde luego no le abrirá las puertas a Al Qaeda. 

  Nuestros talibán presentes en Pakistán nos harán sudar todavía algunos años y, si (más que cuando) las reformas se abren paso finalmente en la región, podría producirse una revolución reformista también en Pakistán. Me parece que ya aun antes de la eliminación de Osama, Al Qaeda estaba en las últimas debido a fuerzas que se hallaban más allá de su control. Razón de más para que los EE. UU. líen sus bártulos y abandone Afganistán. Su presunción básica de que un retorno de los talibán en Afganistán podría señalar el retorno de Al Qaeda parece haber desaparecido. Hoy se avizoran otros fantasmas y espectros en el horizonte norteamericano. ¡Es hora de salir a cazarlos! 

Shaukat Qadir, general de brigada retirado del ejército de Pakistán, fue presidente del Islamabad Policy Research Institute

Traducción para www.sinpermiso.info: Lucas Antón

sinpermiso electrónico se ofrece semanalmente de forma gratuita. No recibe ningún tipo de subvención pública ni privada, y su existencia sólo es posible gracias al trabajo voluntario de sus colaboradores y a las donaciones altruistas de sus lectores. Si le ha interesado este artículo, considere la posibilidad de contribuir al desarrollo de este proyecto político-cultural realizando una DONACIÓN o haciendo una SUSCRIPCIÓN a la REVISTA SEMESTRAL impresa.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ministro iraniano diz ter provas de que Bin Laden morreu por doença "há muito tempo"

Procurando o corpo de Osama?
O ministro iraniano de Inteligência, Heydar Moslehí, anunciou que seu país teria "informação fidedigna" de que o terrorista saudita Osama bin Laden teria morrido "há muito tempo por causa de uma doença". A reportagem é da Uol. Em declarações divulgadas nesta segunda-feira (9) pela imprensa estatal, o chefe dos serviços secretos do Irã afirmou duvidar da operação norte-americana que teria matado Bin Laden, segundo a versão oficial apresentada pelos Estados Unidos, e desafiou Washington a mostrar o corpo do saudita. A Casa Branca diz ter lançado o corpo de Bin Laden ao mar, após colher material para exame de DNA, e com direito às cerimônias religiosas correspondentes à tradição islâmica. O governo americano também diz ter fotos da operação, mas decidiu não tornar as imagens públicas. "Temos informação fidedigna de que Bin Ladem morreu há muito tempo por causa de uma doença", rebateu Moslehí em declarações à imprensa local, após a reunião dominical do Conselho de Ministro.

"Se os aparelhos de segurança e de inteligência de fato prenderam ou mataram Bin Laden, porque não mostram o cadáver? Por que o jogariam ao mar?", questionou o iraniano. A resposta, segundo Moslehí, o interesse de Washington seria "obscurecer o despertar islâmico na região". Na minha opinião, há duas possibilidades diante destas declarações do iraniano. Ou ele está mesmo dizendo a verdade, ou é apenas uma declaração para que o governo americano divulgue logo a foto do Osama morto para que assim a guerra possa continuar a todo vapor. Ou então, tudo não passa de história para boi dormir do governo americano, o que parece ser no momento pouco provável, mas que não é de se duvidar. Mas uma pergunta podemos nos fazer diante dessas declarações: Se o ministro iraniano tem provas de que o Osama já teria morrido a muito tempo por doença, então porque até agora não mostrou para desmentir uma possível farça do governo americano? A resposta pode ser apenas uma, é que esse ministro está tão curioso para ver a foto do Osama morto ao ponto de fazer tais declarações.

Fonte: Connect Brasil, via Paperblog

terça-feira, 3 de maio de 2011

"O assassinato de Bin Laden representa o fracasso da estratégia dos EUA e dos seus aliados"


"A vida do Bin Laden já era irrelevante quando falámos este Verão. Os EUA deveriam ter optado pela captura", disparou Robert Fisk, em entrevista telefónica, na manhã em que o mundo acordou com a notícia do seu assassinato. Quando em Julho do ano passado o entrevistei para o i, o histórico correspondente do "Independent" já vaticinava a morte do projecto político da Al-Qaeda e dizia que, independentemente do que viesse a acontecer a Bin Laden, ele já tinha conseguido os seus objectivos: "Ele é um líder simbólico da Al-Qaeda, não cumpre qualquer papel na organização."

Para Robert Fisk o que se está a passar no Afeganistão é um levantamento popular contra as tropas da coligação internacional liderada pelos EUA sem qualquer relação com o saudita. Fisk, o último ocidental a entrevistar aquele que foi o principal inimigo dos EUA na última década, não tem dúvidas de que o assassinato de Ossama Bin Laden "é um enorme fracasso da autoproclamada guerra contra o terrorismo" e que "os EUA deveriam ter optado pela captura".

Como reagiu ao assassinato de Bin Laden?
Com indiferença. O seu significado político já era praticamente nulo e a sua ligação aos grupos que se reivindicam da Al-Qaeda é nulo. Não mantinha qualquer relação com o Magrebe, o Norte de África ou mesmo o Médio Oriente.

O que lhe parece que o assassinato do Bin Laden pode representar dez anos depois do início de uma guerra que foi justificada com a sua captura?
Em primeiro lugar importa lembrar que o objectivo dos EUA sempre foi a sua captura, a única maneira de garantir que seria julgado em território americano. Ao optarem pelo assassinato, os EUA repetem o desfecho da sua intervenção no Iraque, países cuja realidade são a resposta mais cabal à sua pergunta.

Como assim?
O que se está a passar em qualquer destes países, em especial no Afeganistão, não tem nada a ver com o Bin Laden ou com a Al-Qaeda. Trata-se de um levantamento popular contra as tropas ocidentais no território, resultado directo do fracasso da estratégia para todo o Médio Oriente. O acordar do Médio Oriente para a democracia secular derrota simultaneamente o projecto do Ocidente e dos defensores dos califados islâmicos. Foi isso que matou o Bin Laden, a Al-Qaeda, mas também a política do Bush e do Obama para o Afeganistão. A guerra que os EUA e os seus aliados enfrentam é insurreccional e nada tem a ver com a auto-proclamada guerra contra o terrorismo.

Mas ouvindo as declarações de Bush e de Obama, tal como a generalidade dos líderes mundiais, este assassinato é entendido como o coroar da estratégia que considera ter fracassado.
Naturalmente, eles continuam a não querer admitir. Acabei de ouvir agora o Benjamin Netanyahu afirmar que esta operação "é uma vitória retumbante da justiça" e eu gostaria de lhe perguntar o que seria um fracasso. Já deveriam ter aprendido com o passado e abandonado o triunfalismo. A propaganda de Obama vai fazer deste fracasso uma vitória, como fez com os levantamentos em curso em vários países do Médio Oriente, mas isso não muda a realidade. Os serviços secretos norte-americanos não foram capazes de prevenir os acontecimentos do 11 de Setembro e agora não foram capazes de capturar e julgar aquele que foi o seu responsável. Só seria um sucesso se fossem capazes de o levar à justiça.

O seu assassinato terá efeitos no aumento ou na diminuição do dito terrorismo islâmico?
Acho que nas próximas semanas até pode vir a aumentar, especialmente com bombistas suicidas no Afeganistão e no Paquistão, onde a situação é mais complicada para as tropas ocidentais. Acredito que acções como a que aconteceu esta semana em Marraquexe podem repetir-se, e que até haja quem as venha reivindicar em nome da Al-Qaeda. Agora o sucesso da luta pela democracia secular iniciado pela população da Tunísia e do Egipto é a chave para que essa via venha a perder terreno e base de apoio que a alimente.

Qual a memória que guarda das horas que passou a entrevistá-lo?
Várias, claro. Foram entrevistas importantes e vividas com grande intensidade. Por agora recordo as últimas palavras que ele me dirigiu: "Rezo a Deus para um dia vencer os EUA" e a forma cordial como me tratou, talvez acreditando que seria capaz de me recrutar.

i

quinta-feira, 6 de maio de 2010

ONDE ESTÁ OSAMA?

Clique na imagem para ver melhor:

''Bin Laden está nos EUA''

Teerã - O homem mais procurado do mundo, Osama bin Laden, vive em Washington, declarou ontem o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em entrevista ao canal norte-americano ABC. "Ele está lá porque era um antigo parceiro do sr. Bush. Eles eram colegas nos bons tempos. Estavam juntos no negócio do petróleo", afirmou o presidente iraniano. Ahmadinejad declarou que o líder terrorista da Al-Qaeda nunca cooperou com o seu país.

Correio do Povo