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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Acampados dos Quartéis sofrem de Alucinações Coletivas? Leia o Artigo.

Bolsonaristas em Porto Alegre pedem ajuda fazendo sinais de luz com celular na cabeça.


Alucinações são mais comuns do que se imagina

Fred Schwaller, para Deutsche Welle

Todo mundo tem alucinações. Elas são parte da percepção sensorial normal, e não apenas o resultado de transtornos mentais ou drogas, apontam teorias científicas atuais.

Felix Yarwood, um designer de produto de 32 anos do Reino Unido, tem alucinações. Ele não vê pessoas imaginárias, nem ouve vozes que lhe dizem o que fazer. Mas às vezes sente coceiras inexistentes e ouve sons que podem ou não estar em sua cabeça – ele nunca tem certeza. De acordo com teorias atuais, as experiências de Yarwood são perfeitamente normais.

"Todo mundo tem alucinações", afirma Anil Seth, neurocientista da Universidade de Sussex, no Reino Unido.

"É importante reconhecer que alucinações podem ir e vir durante nossas vidas, em momentos de estresse ou cansaço", aponta. "Há um pouco de estigma em torno de alucinações, associadas a doenças mentais e com as pessoas sendo chamadas de loucas."

Na realidade, trata-se de algo muito comum e que acontece até mesmo diariamente. A experiência de Yarwood com coceiras imaginárias, por exemplo, é particularmente comum, especialmente depois de beber álcool.

"Também é comum que pessoas com capacidade de audição ou visão reduzida tenham alucinações naquele ouvido ou olho", afirma Rick Adams, psiquiatra da University College London. "Trata-se de alucinações não clínicas, pois não são associadas a um diagnóstico psiquiátrico."

 

Percepção é alucinação controlada

Para entender o que realmente acontece quando se tem alucinações, é preciso observar como o cérebro cria percepções sensoriais.

Intuitivamente, podemos pensar que a percepção é o resultado da leitura de informações externas que chegam ao cérebro. Algo que Seth contesta.

"Na verdade, é o contrário: a percepção é o cérebro gerando representações do mundo a partir de dentro. A informação vinda dos sentidos calibra as percepções", explica.

Ou seja, o cérebro é um órgão preditivo que tenta antecipar ou entender o que está acontecendo com base no que aconteceu antes, aponta o especialista.

Na visão, por exemplo, o cérebro cria hipóteses sobre as informações sensoriais vindas do olho. Ele faz previsões rápidas sobre o que um objeto pode ser com base no que você viu no passado. Outras informações sensoriais dos olhos ou de outros sentidos ajustam e corrigem essa previsão para torná-la mais precisa. 

"Isso significa que a percepção cotidiana é uma espécie de alucinação controlada ou sonho acordado. É gerada de dentro, mas controlada pelo mundo por meio de sinais sensoriais", conclui Seth.

 

Pareidolia e ilusões 

Pode parecer estranho pensar que o olho desempenha um papel secundário na percepção visual, mas há situações em que você pode perceber isso acontecendo. 

A primeira é a pareidolia – a tendência de ver padrões nas coisas quando não há nenhum, como ver um rosto na Lua. Aqui, o cérebro está gerando a percepção de um rosto, apesar de informações sensoriais dizerem que é impossível a Lua ter uma face. Desse modo, podemos saber que a Lua não tem rosto, mas ainda assim o vemos. 

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Em segundo lugar estão as ilusões visuais, como a ilusão do caçador lilás. Se você olhar para a cruz no centro da imagem por 30 segundos, poderá ver os discos lilás desaparecendo e um disco verde correndo ao redor do círculo no lugar da lacuna.

https://youtu.be/RKm_bmHoTFs

Mas é claro que não há disco verde. De acordo com Seth, o cérebro gerou a percepção do disco verde para preencher a lacuna de cor. 

 

Quando alucinações se tornam um problema? 

Embora todos nós tenhamos alucinações "simples" em alguma medida, as alucinações "complexas" são muito mais comuns em pessoas diagnosticadas com condições psiquiátricas: 89% das pessoas com esquizofrenia e 40% das pessoas com doença de Parkinson experimentam alucinações. 

De acordo com Adams, alucinações simples do dia a dia se tornam preocupantes quando começam a atrapalhar a vida normal.

"Não se trata de com que frequência você tem alucinações ou de que tipo elas são, mas de se elas têm algum tipo de efeito danoso sobre a própria pessoa. Elas também invadem a vida e não podem ser controladas", explicou. 

Muitas pessoas com esquizofrenia, por exemplo, tendem a ouvir vozes ou ver coisas que são desagradáveis ​​e perturbadoras, como vozes que as fazem lembrar de seus medos mais sombrios ou as dizem para machucar a si mesmas. Seth descreve esse tipo de alucinações como uma percepção descontrolada. 

Cientistas realmente não sabem por que alucinações perceptivas normais, como as que Yarwood experimenta, tornam-se fortes e complexas em condições como a esquizofrenia. Adams acredita que uma chave para o quebra-cabeça possa ser o fato de que as vozes parecem vir do mundo exterior, apesar de serem geradas dentro do cérebro.

"Achamos que existe um módulo envolvido na percepção no cérebro que de alguma forma ganha autonomia. Esse espaço do cérebro começa a jorrar previsões perceptivas que não têm base em informações sensoriais. O resto do cérebro recebe essas previsões e naturalmente assume que elas vieram de fora", diz o psiquiatra. 

A ideia é que o módulo autônomo de geração de percepção perdeu o feedback das informações sensoriais do olho ou dos ouvidos, que normalmente corrigiriam a percepção. Portanto, a alucinação parece estar desassociada do seu corpo. 

 

Diversidade nas percepções 

Mas quão comum são alucinações? Cientistas não sabem exatamente. Ainda não foram realizados estudos rigorosos sobre a frequência com que as pessoas têm alucinações de qualquer tipo. Até agora, o foco tem sido apenas as alucinações associadas a estados mentais alterados pelo uso de drogas ou distúrbios mentais.

Seth tem como objetivo entender melhor alucinações em nível populacional. Ele acha que os mundos perceptivos individuais das pessoas diferem uns dos outros mais do que pensamos.

"Chamamos isso de diversidade perceptiva. Essas diferenças são subjetivas e particulares, ao contrário da nossa pele ou cor de cabelo, mas moldam nossas vidas", diz. 

O neurocientista lidera atualmente um estudo em andamento medindo variações entre os mundos perceptivos individuais, com o objetivo de entender os tipos de alucinações ou estranhezas perceptivas que experimentamos todos os dias.

Contudo, esse estudo, denominado Censo de Percepção, vai além da simples percepção. Seth acredita que a pesquisa ainda nos ajudará a entender como percebemos o mundo ao nosso redor – quais partes compartilhamos e quais são únicas, e como isso nos torna quem somos.

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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Música, sexo e drogas ativam mesmas substâncias no cérebro


Fonte da Imagem: https://www.theodysseyonline.com/why-music-is-essential

Estudo afirma que sistema químico-cerebral ligado à percepção do prazer é ativado quando se ouve música. Descoberta é essencial para a neurociência, dizem cientistas.

O mesmo sistema químico-cerebral que proporciona as sensações de prazer geradas pelo sexo, as drogas e a comida é essencial para experimentar o prazer gerado pela música, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (08/02) na revista científica Nature.

"Esta é a primeira prova de que os opioides próprios do cérebro estão diretamente envolvidos no prazer musical", destaca Daniel Levitin, um dos autores do estudo, desenvolvido na Universidade McGill de Montreal, no Canadá.

Trabalhos anteriores do especialista e sua equipe chegaram a produzir mapas das áreas do cérebro ativados pela música, mas só havia sido possível levantar a suspeita de que o sistema opioide era responsável pelo prazer.

"Impressões fascinantes"

Para a mais recente experiência, os cientistas bloquearam de maneira seletiva e temporária os opioides do cérebro com a naltrexona, remédio usado habitualmente em tratamentos para a dependência de drogas opiáceas e álcool.

Em seguida, eles mediram as reações dos 17 participantes do estudo aos estímulos musicais e constataram que até mesmo as músicas favoritas deixavam de gerar sensações prazerosas. "As impressões que os participantes compartilharam conosco depois do experimento foram fascinantes", diz Levitin.

Um deles disse que sabia que a canção que acabara de escutar era uma de suas preferidas, mas que não tinha sentido as mesmas sensações de audições anteriores. Outro comentou: "Soa bem, mas não me diz nada."

Os pesquisadores consideram que os avanços no estudo da origem neuroquímica do prazer são fundamentais para a neurociência, já que muitas atividades prazerosas, como beber álcool e ter relações sexuais, podem causar dependência.

LPF/efe/lusa/ots



Fonte: http://www.dw.com/pt-br/m%C3%BAsica-sexo-e-drogas-ativam-mesmas-subst%C3%A2ncias-no-c%C3%A9rebro/a-37462495?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-newsletter

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

HOMÚNCULO

O HOMÚNCULO DE PENFIELD


Aluno de Charles Sherrington (1857-1952), considerado por muitos o pai da neurociência de sistemas, o neurocirurgião Wilder Penfield (1891-1976) foi o responsável pelo início da revolução na compreensão do cérebro.

Através de suas observações, obtidas durante procedimentos neurocirúrgicos para remoção de focos epilépticos corticais durante 19 anos, em pacientes cuja epilepsia não podia ser contida com medicamentos, Penfield mapeou o tipo de sensações táteis geradas por estimulações elétricas de regiões corticais localizadas à frente e atrás do sulco central.

Gerou-se, assim, a imagem mítica do Homúnculo e foi dado um passo gigantesco na compreensão do funcionamento do cérebro por via de populações.

A neurociência pode ser dividida em duas linhas de pesquisa: populacionista e localizacionista.

A linha localizacionista  reduz o cérebro a neurônios que funcionariam de modo isolado dentro de um cérebro que é dividido com perfeição em determinadas funções. 

Por outro lado, a linha populacionista não concorda com a perfeição na divisão do cérebro em funções, e vê que um único neurônio não é capaz, por si só, de gerar nenhum comportamento ou pensamento. Assim, várias populações de neurônios agem em várias regiões do cérebro juntamente, como se fossem uma única coisa. Talvez seja este o motivo dos constantes comportamentos ambíguos do ser humano, que proporcionam, essencialmente, a nossa impressão de um "eu".

"Um único neurônio não é capaz, por si só, de gerar nenhum comportamento ou pensamento." Miguel Nicolelis

A visão reducionista, localizacionista, predominante na neurociência do século XX, dividia o cérebro em regiões individuais que continham uma alta densidade de neurônios. Essas regiões foram então batizadas de áreas ou núcleos neurais. 

De acordo com essa estratégia, a missão do neurocientista seria estudar individualmente os diferentes tipos de neurônios presentes em cada uma dessas estruturas, de maneira minuciosa. 

Esperava-se que com o estudo exaustivo de um grande número de neurônios presentes em suas conexões locais com outras estruturas, áreas e núcleos neurais, a informação acumulada permitisse compreender o funcionamento do cérebro como um todo. 

O dogma no reducionismo levou a grande maioria dos neurocientistas do século passado a dedicar suas carreiras à descrição detalhista das propriedades anatômicas, fisiológicas, bioquímicas, farmacológicas e moleculares de neurônios individuais e seus principais componentes estruturais. Como observam os neurocientistas populacionistas, aquele neurocientista reducionista do passado se assemelhava a um ecólogo tentando entender o ecossistema da floresta amazônica observando o funcionamento de uma única árvore de cada vez.

Já a neurociência populacionista estuda como os elementos cerebrais interagem entre si, tal como movimentos sociais, o mercado financeiro mundial, a internet ou uma colônia de formigas. 

O sistema complexo possui entidades cujas propriedades mais fundamentais tendem a emergir por meio da interação coletiva de seus múltiplos elementos individuais. São centenas de bilhões de neurônios e suas conexões, sinapses, que conjuntamente proporcionam mudanças fisiológicas de milissegundo a milissegundo - o cérebro humano representa um modelo ideal de um sistema complexo.

A contribuição de Penfield em meio a esta discussão foi indiscutivelmente preciosa.

Penfield coletou dados intraoperatórios obtidos durante mais de quatrocentas craniotomias em pacientes epilépticos.

Neste procedimento, realizado sob anestesia local, uma janela em forma de circulo é aberta no crânio através da remoção do osso, com conseqüente exposição do tecido cerebral, revestido e protegido por uma firme lâmina de fibras colágenas – as meninges. Após uma simples incisão das meninges, o córtex cerebral pode ser visualizado diretamente. Desprovido de qualquer fibra ou receptor neural capaz de sinalizar a presença de um estímulo de dor (nociceptivo), tanto a manipulação como a estimulação elétrica do tecido são indolores. 

Assim, Penfield pode estimular eletricamente regiões do córtex em busca da área que causava as crises epilépticas em seus pacientes. Acordados durante todo o procedimento, os pacientes eram questionados por Penfield durante cada período de estimulação elétrica sobre que tipo de sensações ou movimento corpóreo derivava de cada estímulo.

Ao longo dos anos, Penfield e seu grupo de colaboradores realizaram todo o mapeamento das regiões corticais localizadas à frente e atrás do sulco central.

O estudo observou que os sítios que geravam sensações táteis do córtex motor não eram um mero artefato produzido pela estimulação de fibras colaterais nervosas. Então surge uma conclusão clara:
 
Enquanto o córtex motor primário e o somestésico individualmente exibem um claro grau de especialização funcional, ambas as regiões, apesar de se situarem em dois lobos distintos, aparentemente compartilham suas funções na gênese de comportamentos sensório-motores”.

Esta conclusão sugere a hipótese de que áreas individuais do córtex, apesar de especializadas, podem contribuir para outras funções cerebrais envolvidas na criação de múltiplos comportamentos. Deste modo, existiria uma organização funcional diferente do que pensam os localizacionistas; o córtex motor primário, enquanto envolvido, sobretudo, na execução de comportamentos motores voluntários, também contribuiria, de forma secundária, na geração de nossas sensações táteis. 

Assim, em condições normais, o córtex somestésico primário teria uma probabilidade muito mais alta de estar envolvido na definição de nosso rico repertório de percepções táteis do que na geração de programas motores.

Penfield descobriu com a reconstrução da sequência espacial das sensações táteis relatadas por seus pacientes que, enquanto deslocava o local da estimulação cortical, a localização da sensação tátil relatada pelos pacientes progressivamente se movia também, começando nos artelhos, dorso do pé, depois a perna, quadril, tronco, pescoço, cabeça, ombro, braço, cotovelo, antebraço, pulso, mão, cada um dos dedos, face, lábios, cavidade intraoral, e finalmente, garganta e cavidade abdominal. 

Quando essa sequência espacial foi grafada, sobreposta a uma imagem de secção transversa do córtex, Penfield observou a emergência de um mapa topográfico completo do corpo humano, que ficou conhecido como “homúnculo” sensorial.

A ilustração que define de forma tão clara o mapa topográfico do corpo humano no córtex somestésico primário foi confeccionada pela sra. H. P. Cantlie – figura que acabou por se tornar uma das mais conhecidas da literatura médica de todos os tempos.

A figura confeccionada pela sra. Cantlie mostra um corpo humano grotescamente distorcido, mas, que nas palavras do médico e neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, na realidade:

“reproduz fidedignamente a escultura neural que emerge de um processo ontogenético conhecido como magnificação cortical, que determina que mapas neurais de nosso corpo sofram uma expansão desproporcional de certas regiões em detrimento de outras.”

Isso que dizer que as regiões expandidas do homúnculo – dedos, mãos, face, região perioral e língua - correspondem a estruturas revestidas por um epitélio rico em mecanorreceptores, uma classe de sensores neurais inervados e distribuídos por terminais axonais altamente especializados de nervos periféricos. 

Essas terminações nervosas especializadas dos mecanorreceptores são responsáveis por traduzir, o tempo todo, as mensagens contidas em estímulos táteis gerados pelo mundo exterior que nos  circunda como pelo universo corpóreo interior que foge do alcance de nosso olhar. De forma proporcional, outras partes do corpo do homúnculo recebem muito pouco estímulo sensorial – como as costas.

A explicação funcional para a ocorrência do fenômeno de magnificação cortical durante a configuração ontogenética dos mapas táteis do cérebro humano é relativamente simples:

"Como na nossa espécie a pele que reveste a ponta dos dedos, as mãos e a face contém a maior densidade de mecanorreceptores observada em todo o corpo, essas regiões definem os órgãos táteis mais eficientes e confiáveis, por meio dos quais podemos construir uma imagem tátil do mundo ao redor."

O fenômeno da magnificação cortical não é um privilégio da espécie humana. No geral, até onde foi estudado e documentado nos últimos 70 anos, os cérebros dos mamíferos apresentam esses mapas, somatotópicos, distorcidos.

Por exemplo, em guaxinins, a figura de um “guaxintúnculo” pode ser inferida pela presença de um mapa cortical que privilegia a expansão da representação do rabo e patas dianteiras. Assim, nos principais órgãos táteis desse mamífero, o fenômeno de magnificação cortical se manifesta pela representação desproporcional da pele dessas regiões dentro de seu cérebro.

No rato (rátunculo), por exemplo, as vibrissas faciais ("bigodes"), focinho e patas dianteiras são magnificados desproporcionalmente dentro dos mapas corpóreos que habitam o cérebro desse animal – em seu córtex somestésico.

O neurocientista brasileiro aponta que, apesar do grande destaque na literatura especializada ao estudo dos mapas somatotópicos no córtex, representações topográficas e altamente distorcidas do corpo também são encontradas em todas as estruturas subcorticais. 

Estas definem o circuito neural por onde trafegam os feixes ascendentes de nervos que carregam informação tátil da pele e órgãos internos, bem como o feedback de sinais originários dos músculos e tendões, para os confins do sistema nervoso central.

O que, de fato, não inferioriza a conclusão de Penfield, mas a complementa. Mais um passo no caminho a favor da neurociência de sistemas e populações, e compreensão do cérebro.