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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

BBB: Triunfo da Chinelagem

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

Até que ponto o gosto do outro deve ser respeitado? O primado da tolerância deve silenciar a crítica? Toda crítica frontal a um tipo de gosto é preconceito? A expulsão de um participante do BBB12, reality show da Rede Globo, por suspeita de estupro obriga a falar disso. Quem gosta do programa, escorado na ideia simples de que é brincadeira, lazer e um jogo inofensivo, detesta que se fale mal do baixo nível do que é exibido. O Brasil parece ser um dos poucos ou o único país com 12 edições do Big Brother em rede nacional aberta e em horário nobre. É inegável uma evolução no programa: a cada ano, fica pior. Como se sabe, a baixaria não tem piso nem teto. Mas estamos vivendo a era do consumidor mimado, triunfante, incriticável, infantilizado, agressivo, sempre com razão, que se regala espiando o gozo obsceno dos outros para satisfazer os seus mais baixos e selvagens instintos.

Não se trata de dar lições de moral ou de fazer pose de intelectual. A questão é outra: como chegamos a esse ponto? Houve um tempo em que o elitismo sufocava os gostos populares. A hipocrisia se impunha como uma máscara social. Hoje, os gostos ditos populares, fabricados pela chamada indústria cultural, asfixiam qualquer crítica como expressão de preconceito, o que esconde um preconceito maior, a ideia de que as tais camadas populares só se divertem com chinelagem. O que é mesmo chinelagem? Uma casa com um número de camas inferior ao de moradores para obrigá-los a dormir juntos em público. Um jogo em que o sexo deve ser o horizonte incontornável para delírio de milhões de voyeurs. Uma brincadeira que termina em suposto estupro, em Polícia nos domínios da televisão e em constrangimento nacional.

Chinelagem também é colocar fama e dinheiro absolutamente acima de tudo. Chinelagem é produzir um imaginário centrado na ideia de que o mais importante é se tornar celebridade e que esse objetivo justifica os maiores micos e o abandono de qualquer limite. O suposto estupro do BBB12 é a cara de certo Brasil, o Brasil que quer cometer infrações de trânsito sem ter de pagar multas, o Brasil onde parlamentares são os primeiros a não respeitar normas, o Brasil onde estádios de futebol são prioridades em relação a hospitais, o Brasil onde os muito ricos pagam menos impostos, o Brasil que só quer gozar, ainda que seja um gozo passageiro, escabroso, cínico e feio.

Está mais do que na hora de se atacar em várias frentes: acabar com preconceitos, respeitar diferenças, levar na boa brincadeiras de estação e, ao mesmo tempo, defender uma utopia: a possibilidade de diversão para todos que exija um pouquinho mais do cérebro de cada um, o que, há alguns anos, era chamado de criatividade e inteligência. O pior mesmo, enquanto a utopia não se realiza, é a hipótese radical que rola nas redes sociais: o suposto estupro do BBB12 seria apenas uma estratégia de marketing. Aí, claro, só resta gritar: que baita chinelagem! Esse pode ter sido o nosso 11 de Setembro. Ainda que, claro, tudo acabe na pizza do mal-entendido. 


Fonte da imagem AQUI.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Argentina critica campanha brasileira contra a dengue


Ministro diz que imagem não reflete a realidade
O ministro de Saúde argentino, Juan Manzur, questionou nesta quarta-feira (26) uma publicidade contra a dengue feita pela cidade de Barretos na qual o mosquito transmissor da doença usa uma camisa da Argentina.

- Vamos falar com os colegas e as autoridades sanitárias do Brasil, obviamente, porque é uma situação que não tem nada a ver com a realidade.

Com o título "Vamos vencer este jogo",
a propaganda mostra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, com a camisa da Argentina. O Brasil notificou até outubro do ano passado 936 mil casos de dengue no país e 598 mortes suspeitas. Embora os números ainda não estejam fechados, eles indicam um ano recorde de casos e mortes.

- O Brasil tem uma quantidade realmente grande de casos, a tal ponto que a informação fornecida por eles mesmos está superando 1 milhão de pacientes. Há um velho ditado que diz que saúde não tem fronteiras.


Argentina em alerta


Manzur deu as declarações enquanto fazia uma visita à localidade argentina de Aguas Blancas, fronteiriça com a Bolívia, no marco de uma campanha contra a dengue. O ministro viajou ao extremo norte do país para realizar tarefas de prevenção contra a doença depois que a Bolívia declarou na semana passada alerta sanitário no país devido à morte nas últimas semanas de oito pessoas com dengue e a infecção de outras 1.200 na região amazônica de Beni, fronteira com o Brasil.


Após manter uma reunião com equipes sanitárias da Bolívia, Manzur admitiu em comunicado que "a situação da dengue na região é delicada", por isso o governo argentino redobrou os esforços nas tarefas de prevenção.

Apesar de ter indicado que "até o momento não há circulação viral da dengue" na Argentina, o ministro advertiu que "a migração ajuda a fazer com que a dengue se propague".

A Argentina também pediu que os Governos provinciais "fortaleçam a vigilância epidemiológica" já que a doença se prolifera na Bolívia, Brasil e Paraguai.
SisSaúde 



Nota do Blog: O Prefeito de Barretos (SP) é Emanuel Mariano de Carvalho, um medico pediatra (PTB).