quinta-feira, 7 de maio de 2009
Estudo americano mostra que 25 bancos provocaram a crise financeira
Os bancos americanos e europeus não são vítimas, e sim os principais culpados da crise financeira que abalou os Estados Unidos em 2008, afirmou nesta quarta-feira o Center for Public Integrity, organização americana de jornalismo de investigação.
O estudo avaliou em 25 o número de organismos de créditos imobiliários que autorizaram empréstimos de alto risco e provocaram a crise do setor imobiliário que estourou em 2007 e desembocou na crise econômica mundial.
A maior parte destes organismos pertenciam a bancos americanos e europeus, e os demais não puderam autorizar os empréstimos de risco, os chamados "subprime", sem a complacência dos bancos, ressaltou a organização.
"Os bancos que financiaram a indústria dos subprime não foram vítimas de um desabamento imprevisto do setor das finanças, como alguns deles alegaram", destacou o diretor executivo da organização, Bill Buzenberg.
"Estes bancos facilitaram deliberadamente o financiamento dos empréstimos que ameaçam agora o sistema financeiro", acrescentou.
O estudo foi publicado no momento em que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos deve aprovar nesta quarta-feira um projeto de lei com o objetivo de criar uma comissão de investigação independente para examinar as causas da crise econômica, no modelo da comissão instaurada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
O Center for Public Integrity afirmou ter estudado números do governo americano referentes a quase 7,2 milhões de empréstimos de risco concedidos entre 2005 e 2007, pouco antes da crise dos "subprime".
Segundo o estudo, estes 25 organismos de créditos imobiliários representavam quase US$ 1 trilhão, ou seja, quase 72% dos empréstimos hipotecários de risco.
Pelo menos 21 destes 25 organismos foram financiados por bancos resgatados pelo governo americano, e 11 deles pagaram altas quantias para evitar processos na Justiça.
Quatro destes organismos receberam diretamente fundos públicos, entre eles a seguradora AIG e o banco Citigroup. Os bancos britânicos HSBC e Barclays Bank também foram citados.
De acordo com o estudo, o Countrywide Financial, o ex-número um americano do crédito hipotecário, comprado em 2008 pelo Bank of America para evitar a falência, emitiu pelo menos US$ 97,2 bilhões em empréstimos de risco.
"Até o mercado imobiliário desmoronar, os bancos arrecadaram lucros gigantescos enquanto seus dirigentes ganhavam vultosos bônus", afirmaram os autores do estudo.
Hoje
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