Olho de tucano (bem aberto):
Cerca de 316 mil pessoas saíram da condição de pobreza em seis capitais do Brasil durante os seis primeiros meses da crise financeira que afeta o mundo inteiro, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao governo, divulgado nesta terça-feira.
O trabalho, coordenado pelo presidente do instituto, Marcio Pochmann, compara os efeitos sobre os mais pobres durante períodos de turbulência. O estudo considera pobres os que têm renda mensal de até meio salário mínimo.
A pesquisa mostra que, em outubro de 2008, havia 14,574 milhões de pobres dentro desse critério. Em abril agora, eram 14,258 milhões.
Segundo o levantamento, a taxa de pobreza em abril deste ano foi de 30,7%, o que significa um recuo em relação aos 42,7% no mesmo período de 2004, ano em que esse número deixou de crescer no país.
Em comparação com igual mês do ano passado, o indicador recuou 1,7%, apontando para uma redução de 670 mil pessoas em condição de pobreza, de acordo com o Ipea.
A pesquisa foi conduzida nas seguintes capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Entre os motivos listados para o recuo, o Ipea cita as políticas públicas de distribuição de renda, a elevação do valor real do salário mínimo e "a existência de uma rede de garantia de renda aos pobres".
Esses resultados também são válidos para o interior do país, "onde os efeitos do Bolsa Família e, sobretudo, da aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada (BPC, que dá mais direitos a idosos), são ainda mais presentes em termos da proporção sobre a população", afirma o estudo do instituto ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal.
Em março de 2002, outro momento em que o país atravessava uma crise econômica -em meio à eleição que levou o presidente Lula ao Palácio do Planalto-, o nível de pobreza era de 42,5% do total da população das seis regiões metropolitanas pesquisadas, afirma o Ipea.
"Considerando os reflexos da crise internacional no Brasil desde outubro de 2008, observa-se que não houve, até o mês de março de 2009, interrupção no movimento de queda da taxa de pobreza", diz o texto.
O Ipea também aponta que em março deste ano havia menos de 54% do total dos desempregados em condição de pobreza. No mesmo período em 2002, eram mais de 66% nessa situação.
UOL
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