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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Porto Alegre, a capital dos gordos


CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2009

O excesso de peso é um problema comum a 43,3% da população brasileira e a obesidade, a 13%. Entre as capitais, Porto Alegre é a que tem mais obesos e gordos do país. Os dados integram uma pesquisa do Ministério da Saúde, relativa ao ano passado, que identificou aumento de 1,6 ponto percentual no índice de obesidade em relação a 2006. Os resultados revelam que 47,3% dos homens e 39,5% das mulheres no país têm excesso de peso.
Os números contrastam com a mudança nos hábitos alimentares. O consumo de carne com gordura baixou de 39,2% em 2006 para 33,8% no ano passado e o de frutas e hortaliças subiu de 23,9% para 31,5%, na mesma base de comparação. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não vê contradição nesse fato. 'A impressão é que um número muito grande de pessoas acima do peso ou obesas começaram a desenvolver práticas diferentes', disse.
A projeção é confirmada pela redução no contingente de sedentários, de 29,2% em 2006 para 26,3% em 2008. O levantamento aponta que a inatividade, predominante nas capitais do Nordeste, cai de acordo com a escolaridade. Natal, Recife e João Pessoa lideram esse ranking. Entre os idosos (com mais de 65 anos), o sedentarismo atinge 52,6%. O consumo abusivo de álcool cresceu de 16,1% para 19%, com maior expansão entre mulheres de 18 e 24 anos (alta superior a 20%). Quanto ao tabagismo, o hábito caiu de 34,8% da população em 1989 para 15,2% em 2008. Um ano antes, o índice foi de 16,4%.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A gordura trans e seus efeitos


A gordura trans começou a ser usada em larga escala nos anos 80, para dar mais gosto, melhorar a consistência e até aumentar o prazo de validade de alguns alimentos. Ela é obtida depois que os óleos vegetais são submetidos a um procedimento químico chamado hidrogenação. No processo de hidrogenação, é adicionado hidrogênio em óleos vegetais e este se solidifica. O resultado é uma gordura mais grossa, que foi batizada com o prefixo latino "trans" porque, nesse processo, há um movimento bastante radical no interior da estrutura molecular da gordura. As principais fontes de gordura trans são a margarina, sobretudo a vendida na forma de tablete, as massas prontas para o consumo e os lanches fritos. A margarina em tablete é normalmente usada em recheios de bolachas, em salgadinhos, tortas e bolos (frituras também podem ter trans, dependendo do modo de preparo). Quanto mais dura é a margarina, maior a concentração de gordura trans.

A gordura trans pode ser mais prejudicial do que a saturada já que altera o metabolismo lipídico, elevando os níveis de LDL-colesterol (o colesterol ruim) da mesma forma que uma dieta rica em gordura saturada, provocando riscos semelhantes de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

O interesse pelos ácidos graxos trans foi renovado no início da década de 90, quando se observou que o consumo de dieta enriquecida com o ácido monoinsaturado elaídico (trans) comparada com ácido monoinsaturado oléico (cis) resultou não só em aumento dos níveis séricos de colesterol total e LDL, como também em menores níveis de HDL (o colesterol bom). Foi alertado, recentemente, para o papel dos ácidos graxos trans sobre os triacilgliceróis, cada vez mais implicados como fatores de risco de doença arterial coronária em situações ainda não totalmente esclarecidas.

Um recente estudo holandês afirmou que a escolha de um suculento bife é mais indicada do que a de um prato de batatas fritas ou de pastéis, pois a gordura saturada pode ser mais saudável para o coração do que a chamada gordura trans. A pesquisa mediu os efeitos da gordura trans - encontrada em alimentos fritos, biscoitos e pastéis - e da gordura saturada - presente na carne, manteiga e derivados do leite -, sobre a função vascular e os níveis de colesterol. Os especialistas da Universidade Wageningen acompanharam 29 adultos saudáveis e não-tabagistas, alimentados com duas dietas diferentes, uma com maior teor de gordura trans e outra com maior teor de gordura saturada. A função vascular de todos os participantes foi medida, observando a rapidez com que os vasos se dilatavam em resposta ao fluxo sangüíneo. Os resultados apontaram que a gordura trans reduziu a função vascular em 29% e diminuiu os níveis de colesterol HDL em cerca de um quinto, comparada à dieta com gordura saturada.

Recomendações

As recomendações de consumo indicam que a quantidade de lipídios que deve ser obtida através da alimentação respeite o limite de 30 % do valor calórico total da dieta diariamente, dos quais 10 % devem ser provenientes de lipídios saturados e trans, 10 % de poliinsaturados e 10 % de monoinsaturados, ou seja, na proporção de 1:1:1.
Um estudo feito por uma organização americana de defesa do consumidor mostra que, por causa da combinação trans/saturada, comer um simples donuts equivale a ingerir oito fatias de bacon. O limite para o consumo diário das duas gorduras é de 20 gramas. Para quem tem risco de doenças cardíacas, o máximo é de 15 gramas.

Uma das recomendações da American Heart Association é de que os consumidores prefiram óleos de canola ou azeite de oliva. A margarina com baixo teor de gordura também é preferível à manteiga.

Uma forma de proteção é reduzir ou evitar o consumo de alimentos gordurosos que têm maior conteúdo de trans, como, óleos vegetais hidrogenados, presentes em bolos, doces, biscoitos, bolachas com cremes, certos sorvetes de massa, frituras comerciais, margarinas mais duras ou que ficam endurecidas quando refrigeradas, e óleos usados para fritura em muitos restaurantes e cadeias de "fast food".

E com a nova exigência da Food and Drug Administration (FDA) de que todos os alimentos contendo gordura trans (gordura vegetal hidrogenada) tragam essa informação no rótulo, assim o consumidor poderá escolher melhor os alimentos para garantir uma dieta mais saudável.

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Temporão baixa o tom na briga dos alimentos


Autor(es): Demétrio Weber
O Globo - 23/07/2008

Ministro diz que indústria precisa de prazo para eliminar gordura trans; empresário diz que falta tecnologia

Após anunciar a intenção de restringir a propaganda de alimentos industrializados com altos teores de açúcar, sal e gordura, o Ministério da Saúde baixou o tom ontem em encontro com empresários do setor alimentício. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que "não é factível" eliminar a gordura trans de uma hora para a outra, e citou o exemplo do Canadá, onde foi negociado o prazo de 3 anos para o corte de substâncias nocivas à saúde.

- Em nenhum país do mundo se fez essa transição do dia para a noite. Isso não é nem factível do ponto de vista da produção. É muito fácil falar academicamente - disse Temporão.

Ontem, o ministro formalizou a criação de um grupo técnico para estabelecer metas de redução de ingredientes dos alimentos, e um cronograma para isso. O ministério alega que a criação do grupo estava prevista desde novembro. Não seria, portanto, um recuo após o anúncio da intenção de restringir os horários de exibição de publicidade de alimentos industrializados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa 23 tipos de alimentos, como salsichas, requeijão e macarrão instantâneo, para descobrir os índices de sódio, gordura e açúcar nos produtos. Os resultados da pesquisa serão apresentados à indústria.

- Queremos que os alimentos oferecidos à população não coloquem em risco a saúde de ninguém - disse o ministro.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Edmundo Klotz, afirmou que o setor está disposto a substituir a gordura trans e reduzir açúcar e sal. Mas esbarra na falta de tecnologia e matéria-prima, isto é, outras fontes de gordura que não a soja. Fazer qualquer mudança abrupta, enfatizou ele, seria "total irresponsabilidade":

- Exportamos US$26 bilhões em produtos transformados. Geramos 60% do superávit da balança comercial do país. Em 5 mil anos, foram usados sal e açúcar e a população só aumentou. Então, não é uma praga.