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terça-feira, 24 de agosto de 2010

El Consejo de Europa se muestra "profundamente preocupado" por el trato a los gitanos en Francia

Una familia gitana rumana sale del aeropuerto de Bucarest (Rumanía), tras la repatriación desde Francia:

La Vanguardia

La Comisión Europea contra el Racismo y la Intolerancia (ECRI, por sus siglas en inglés) está "profundamente preocupada por el trato que reciben actualmente los inmigrantes gitanos en Francia", según ha hecho saber en un comunicado este organismo dependiente del Consejo de Europa, advirtiendo de que las expulsiones no son una "respuesta duradera".

En un informe publicado en junio pasado, la ECRI ya había pedido a las autoridades francesas que "combatieran las actitudes racistas y la hostilidad de la población mayoritaria contra esta comunidad". En opinión del organismo, las declaraciones recientes por políticos y responsables gubernamentales ha contribuido a "estigmatizar a los inmigrantes gitanos", a los que "se considera responsables colectivamente de delitos criminales". "La ECRI no puede sino mostrar su decepción por este hecho negativo", afirma el comunicado.

Pese a que en 2005 la ECRI ya había recomendado a Francia que garantizar los derechos sociales de los gitanos a vivienda, sanidad y educación, "en 2010 estas personas todavía viven en condiciones miserables en campamentos improvisados". "Una política basa en las expulsiones y los 'incentivos' para abandonar Francia, incluso asumiendo que se cumplen los estándares pertinentes en materia de Derechos Humanos, no puede aportar una solución duradera", ha advertido este organismo europeo, independiente de la UE.

"Aunque Francia puede imponer controles de seguridad de acuerdo con sus obligaciones internacionales, la ECRI desea recordar que los ciudadanos de la UE tiene el derecho de estar en territorio francés por determinados periodos de tiempo y a regresar allí", subraya el comunicado, recalcando que "en estas circunstancias, Francia debería buscar soluciones sostenibles en cooperación con los estados socios y las instituciones".

Por último, incide en que el sentimiento antigitano "es una forma particular de racismo y debería ser combatido de forma efectiva en todos los países europeos". "Las políticas gubernamentales o las propuestas legislativas que están basadas en la discriminación sobre bases étnicas son intolerables y van contra las obligaciones legales vinculantes de todos los estados miembros del Consejo de Europa", concluye la ECRI.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"Tendência na UE é alarmante", diz representante das etnias dos sintos e rom


Racismo na Itália, apartheid e extrema miséria no Leste Europeu, preconceitos na Alemanha. DW-WORLD.DE entrevistou o presidente do Conselho Central dos Sintos e Rom, Romani Rose, sobre a situação de seu grupo étnico.

DW-WORLD.DE: Senhor Rose, neonazistas tchecos querem deportar 200 mil ciganos da etnia rom para a Índia; autoridades italianas recolhem digitais de todos os sintos e rom residentes no país, o critério é exclusivamente a origem étnica. Incêndios criminosos são praticados contra acampamentos. O Conselho Central dos Sintos e Rom na Alemanha queixa-se do racismo crescente. Os povos sinto e rom são os novos bodes expiatórios da União Européia?

Romani Rose: Temos atualmente uma tendência alarmante. Os acontecimentos recentes na Itália tornam isto claro. As atitudes do governo Berlusconi – com medidas especiais de identificação e declaração do Estado de emergência – nos lembra do passado mais cruel – e são uma clara violação do Tratado da União Européia.

A culpa é das prefeituras italianas, que permitiram que favelas se estabelecessem. Quando, em partes afastadas da cidade, alguns milhares de pessoas sem perspectivas residem em condições indescritíveis, isto provoca medo entre a população, naturalmente. No entanto, instrumentalizar este problema e usá-lo em campanha eleitoral, utilizar minorias para fomentar medo na maioria, como o fez a Liga Norte; eu não pensava que isto seria mais possível na Europa de hoje.

O presidente do Parlamento italiano, por exemplo, refere-se de forma racista generalizada contra sintos e rom, isto seria impensável na Alemanha. Aqui também existem discriminação e racismo, mas a manipulação de uma situação à custa de uma minoria, para desviar a atenção dos reais problemas, eu pensava que isto seria impossível depois de 60 anos de estudo da nossa história.

Por que tantos sintos e rom deixam agora sua pátria na Romênia e Bulgária?

Eles fogem principalmente dos enormes preconceitos que sofrem em todos os campos, da educação, passando pelo trabalho, até a moradia. Precisamos lá urgentemente de programas educacionais e de infra-estrutura. O problema é que tais pessoas não possuem nenhum status. Eles não existem nem têm perspectiva. Vivem de forma inumana, sem água, sem energia, parece mais Bangladesh do que Europa.

Precisamente a situação residencial é uma enorme mácula. As pessoas não têm a mínima chance de conseguir um posto de trabalho. Muito do que lá acontece lembra a África do Sul durante o apartheid. Na Hungria, na República Tcheca e na Bulgária, os sintos e rom são mantidos fora do sistema educacional. As crianças não podem freqüentar escolas regulares, mas aquelas para deficientes mentais, ou existem escolas próprias, com professores malformados e pouco material escolar – este são os reais problemas.

Nos territórios dos novos países-membros, a UE proclamou a década da integração e gastou muito dinheiro. Fala-se de 11 bilhões de euros.

A UE não deveria somente promover congressos, mas também tomar medidas que tragam melhorias verdadeiras. Isto combateria as causas que levam muitos à evasão. No contexto da ampliação da União Européia, não prestamos atenção ao fato de que o combate conseqüente ao racismo e à discriminação é obrigação de cada Estado. Isto ainda acontece diariamente na Romênia e na Bulgária. Acuso diretamente os comissários da UE, também alguém como o Sr. Verheugen.

Muito pouco é exigido dos novos Estados-membros quanto aos direitos das minorias. Se lá cidadãos ainda são marginalizados por pertencerem a determinado grupo étnico, isto deve ser chamado simplesmente de racismo. Até agora, os programas não funcionaram e não tiveram penetração entre os interessados. Uma minoria não deve estar em melhor posição que a maioria, mas temos que finalmente que recuperar o tempo perdido na questão da igualdade de direitos.

Na Alemanha, a migração de pobres da Romênia e da Bulgária, desde a ampliação da UE para o Leste Europeu, desencadeou claros receios. Na percepção popular, os sintos e rom aparecem como lavadores de pára-brisa em sinais de trânsito, músicos de rua e bandos de ladrões…

Conheço naturalmente as queixas de perturbação da ordem, justamente em Berlim. Trata-se, sobretudo, de refugiados da Romênia e da Bulgária, acostumados a discriminação bem pior da que encontram por aqui. Ninguém gosta de deixar sua pátria. Os problemas têm que ser resolvidos lá.

Como o senhor compararia a situação dos sintos e rom alemães perante os do Leste?

Na Alemanha, estamos integrados já há mais de 600 anos. No entanto, integração significa freqüentemente: eles negam suas filiações étnicas por acreditar que, desta forma, escapam da discriminação profundamente enraizada. As imagens do anticiganismo continuam muito vivas. Isto força nosso povo ao anonimato.

Há sintos e rom na política, no esporte, em toda a vida social. Nossa meta é que eles assumam o pertencimento à sua minoria. Identidade cultural e nacional não podem se tornar opostos; esta deve ser uma das metas de uma democracia. A criminalização pela opinião pública fomenta medo nos sintos e rom alemães. Nós tivemos uma experiência paneuropéia – a do anticiganismo. Não foi invenção dos nazistas, mas levou a um programa de extermínio.

Por esta razão, para nós é de enorme importância que cada um assuma a responsabilidade de seus atos em nosso Estado democrático. Uma generalização devido ao pertencimento étnico não deve existir. Neste ponto, a Alemanha tem a responsabilidade de agir de forma contrária. Já pelo claro aprendizado da história: Frick, ministro de Hitler, ordenou que no julgamento de não arianos, como se falava na linguagem nazista, a etnia deveria ser enfatizada.

Aqui se diferencia um Estado democrático de uma ditadura, e a maioria avassaladora da mídia tomou conhecimento disto agora e se comporta de acordo.

Pode-se falar de um grupo uniforme de sintos e roms na Europa?

Não posso me comunicar em nossa língua, o romani, com os romenos, porque a língua da minoria do rom do Leste Europeu teve um desenvolvimento diverso da nossa. O que nos une é a experiência conjunta de perseguição e execução durante o Holocausto. Em todos os 11 países ocupados pelos nazistas, os povos dos sintos e rom foram sistematicamente capturados, deportados e assassinados. Somente devido à sua etnia, exatamente como no caso dos judeus.

No começo de agosto, o senhor apresentou um relatório paralelo ao relatório oficial estatal que a Alemanha entregou ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU. Principalmente a polícia é acusada de atitude discriminatória.


Nós manifestamos a exigência de que o governo federal alemão se distancie claramente das declarações discriminatórias do vice-presidente da Associação dos Investigadores Criminais (BDK). No jornal da associação, ele declarara que sintos e rom se sentiriam como "larvas no toicinho do bem-estar social" e utilizariam a "perseguição nazista como forma de legitimação do roubo e do parasitismo social".

Os governadores da Baviera e de Brandemburgo, Beckstein e Patzeck, repudiaram as declarações, mas achamos péssimo a Justiça justificar a declaração em termos de liberdade de expressão. Na nossa opinião, isto é um insulto e incitação popular. Isto é jargão da era nazista. Goebbels também nos comparou com bichos.

Imagine dizer uma coisa dessas em relação à minoria judia. A BDK ainda não se distanciou da declaração. Achamos isso alarmante, e por tal nos dirigimos ao Parlamento alemão e ao ministro alemão do Interior, Schäuble, para que repudiem tais declarações e estabeleçam padrões de comportamento correspondentes para a polícia.

O comerciante Romani Rose, nascido em 1946, é desde 1982 presidente do Conselho Central dos Sintos e Rom alemães. Ele luta, principalmente, pelo reconhecimento oficial do martírio dos sintos e rom durante a era nazista. Treze membros de sua família foram mortos em campos de extermínio.

Oliver Samson (ca)