domingo, 7 de junho de 2015

RACISMO E XENOFOBIA NO RIO GRANDE DO SUL



 
Imigrantes Europeus Chegando no Brasil - Pintura de Antonio Rocco

As três etnias mais importantes  em termos históricos e numéricos na formação da população do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil, são a açoriana, a alemã e a italiana.

Os primeiros açorianos chegaram no Estado em 1725. Os alemães começaram a chegar em 1824. A primeira leva de italianos veio logo após, em 1875.

Depois, por diferentes motivos, vieram mais, a maioria chegando com posses escassas.

Naquela época os habitantes do Rio Grande do Sul eram indígenas Guaranis, Jê e Pampianos.

Com apoio dos então governantes, os imigrantes expulsaram os indígenas que viviam nas áreas que pretendiam ocupar.

Esses territórios ocupados possuíam, na chegada dos primeiros imigrantes, fauna e flora exuberantes.

Hoje a maior parte das florestas foi derrubada e transformada em plantações, muitos rios deixaram de existir, outros tantos estão envenenados e várias espécies de animais encontram-se em extinção, tudo isso em nome do progresso.

Quando chegaram, a maioria "com uma mão na frente e outra atrás", essas pessoas, inclusive meus ancestrais, demonstraram muita gratidão pela oportunidade recebida.

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Nos últimos tempos chegam ao Rio Grande do Sul imigrantes oriundos de outros países, particularmente do Haiti e do Senegal, que deixaram, contra a vontade, seus países de origem, e buscam oportunidades de sobrevivência e de construção de uma nova vida.

Exatamente como fizeram os imigrantes europeus quando aqui chegaram.

E qual a reação dos descendentes de açorianos, alemães e italianos?

Muitos, felizmente, acolhem as pessoas que estão chegando, tentando apoiar no que for possível.

Parcela importante, porém, manifesta reações discriminatórias e de ódio. Esses comportamentos podem ser caracterizados como de racismo e xenofobia.

Parece que alguns descendentes de europeus foram acometidos por uma doença, causada aparentemente por um medo descontrolado do desconhecido, que se traduz em ações desequilibradas.

É muito difícil para mim, quase impossível, aceitar e conviver com esse comportamento doentio.

Omar Rösler
Junho de 2015

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