Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Uma mesquita em uma aldeia palestina na Cisjordânia foi incendiada na madrugada desta segunda-feira por colonos israelenses que também picharam as paredes do local com dizeres em hebraico.
Eles deixaram as paredes pichadas com dizeres ofensivos à religião islâmica e ameaças de vingança contra os palestinos.
Há um mês quatro colonos israelenses foram mortos por atiradores palestinos no distrito de Hebron.
Investigação
As forças de segurança de Israel e da Autoridade Palestina iniciaram uma investigação conjunta para capturar os responsáveis.
O porta-voz do Exército israelense declarou que o incêndio na mesquita de Beit Fajar é um "ato grave" e que as forças de segurança estão tomando medidas para encontrar os autores do ataque.
O incêndio ocorre em um momento especialmente sensível nas relações entre israelenses e palestinos, depois que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou a suspensão das negociações com Israel, retomadas há um mês.
Abbas declarou que não voltará à mesa de negociações enquanto Israel continuar a construção de assentamentos nos territórios ocupados.
Vingança
O incêndio na mesquita de Beit Fajar não é o primeiro ato de vingança cometido por colonos israelenses contra palestinos, que também atearam fogo em veículos e plantações de palestinos na Cisjordânia.
Em dezembro do ano passado, a mesquita da aldeia de Kfar Yassuf, no norte da Cisjordânia, também foi incendiada.
A mesquita da aldeia de Hawara também sofreu um ataque semelhante.
Allah Tamimi, da prefeitura da cidade palestina de Hebron, afirmou que "Israel é responsável pela escalada dos ataques dos colonos contra os palestinos na Cisjordânia".
Um dos lideres dos colonos israelenses que moram em um assentamento dentro de Hebron, Baruch Marzel, justificou o ataque à mesquita dizendo que se trata de uma represália a ataques de palestinos contra colonos.
"Enquanto o governo de Israel demonstrar negligência em relação à segurança dos colonos, não ficarei surpreso se judeus reagirem contra a negligência. Sangue judeu não pode ser desprezado", disse Marzel ao site de noticias Ynet.
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