quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Candidata de esquerda Susana Villarán é eleita prefeita de Lima


LIMA (Reuters) - A esquerdista Susana Villarán se transformou na terça-feira na virtual prefeita de Lima, o maior colégio eleitoral do Peru, depois que sua principal rival aceitou a derrota numa eleição acirrada que pode sinalizar uma tendência de cara às eleições presidenciais de 2011.


Villarán, uma educadora de 61 anos, se transformou na primeira esquerdista a conquistar a capital do país em quase três décadas, após a disputa eleitoral de 3 de outubro.

"Há uma vitoriosa nas eleições; é (o partido) Força Social e Susana Villarán, a quem, neste momento, reconheço como vitoriosa nestas eleições e a cumprimento democraticamente desejando sucesso", declarou sua rival e conservadora Lourdes Flores, em entrevista à imprensa.

O colégio eleitoral do Peru levou mais de três semanas contando os votos das eleições municipais devido ao grande número de cédulas eleitorais com problemas.

Com cerca de 97 por cento dos votos apurados, Villarán tem 38,4 por cento e Flores 37,6 por cento, com estreita diferença de apenas 36.480 votos.

"Agradeço o gesto democrático de Flores", disse Villarán à radio local RPP ao comentar as declarações de sua rival.

Villarán cresceu com força na reta final das eleições, o que preocupou alguns investidores que temem o nascimento de um candidato presidencial de esquerda que ameace os milionários investimentos estrangeiros no Peru, importante produtor de matérias-primas.

Além de prefeitos, os peruanos elegeram ainda autoridades regionais, que, de acordo com os resultados, mudaram o mapa político do país andino a quase seis meses das eleições presidenciais.

A mudança se dá devido à vitória dos independentes e de líderes regionalistas que deflagraram uma contundente derrota a partidos tradicionais, como o Apra.

Para atenuar os temores de investidores, Villarán declarou que sua postura política nada tem a ver com "posições radicais", como as do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que diz levar adiante uma "revolução socialista", além de ser feroz crítico dos Estados Unidos.

(Reportagem de Marco Aquino e Patricia Vélez)

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