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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A democracia e os militares: dormindo com o inimigo?

Lea Kaufman: "Soldadinhos de Chumbo"

Os militares deixaram o poder na América Latina já há algumas décadas, mas paradoxalmente hoje governos civis muitas vezes recorrem a eles para resolver conflitos internos.

Hoje, quando o Estado de Direito parece se consolidar em países sul-americanos que até os anos 80 eram governados por ditaduras militares, ninguém quer estragar a festa trazendo à tona presságios ruins. Mas já há algum tempo vêm se alertando que o fim da ditadura militar na Argentina, no Brasil, no Chile, no Paraguai e no Uruguai deve ser comemorado sem baixar a guarda.

O temor é que as Forças Armadas recuperem um protagonismo na sociedade que poderia pôr em risco a democracia.

Nos casos da Argentina e no Paraguai, as Forças Armadas não têm mais a posição privilegiada que outrora ostentavam. No caso argentino, isso se dá porque a ditadura militar foi muito sangrenta e pelas próprias circunstâncias que levaram ao seu colapso.

"No Paraguai, o poder que os militares têm contrasta com o que eles têm em outros lugares, não porque sejam mais democráticos, mas porque sua esfera de influência é menor", afirma o pesquisador Thomas Otter, da Universidade Georg August de Göttingen e que vive na Bolívia.

"Os problemas são diferentes: no Paraguai há menos tráfico de drogas e os índices de criminalidade são mais baixos que nos países vizinhos", diz Otter, mencionando áreas tradicionalmente de responsabilidade da polícia.

 O pesquisador Peter Alterkrüger, vice-diretor do Instituto Ibero-Americano de Berlim, e grande conhecedor da história paraguaia do século 20, discorda. Ele está convencido de que, apesar do tamanho reduzido e do pequeno orçamento, as Forças Armadas são a única instituição no país com capacidade de encarar a ameaça que são os cartéis de drogas e outras organizações criminosas, armadas até os dentes.
 
O Exército é a nova polícia?

"Se não for o Exército, quem vai enfrentá-los se a polícia é tão mal aparelhada?", questiona Alterkrüger, observando que uma das máximas da democracia paraguaia tem sido "fortalecer o papel civil das Forças Armadas".

Exatamente por isso deve-se perguntar de que forma evolui o crescente envolvimento dos militares na vida civil, não só no Paraguai. Para alguns analistas políticos, o caminho que tomaram as relações entre civis e militares em grande parte da América do Sul é motivo de preocupação.

"No passado, em momentos de crise, não eram poucas as pessoas que sonhavam que o Exército daria um golpe para restaurar a ordem. Mas agora é no âmbito da democracia que se recorre aos militares para reforçar a segurança interna", observa a pesquisadora Claudia Zilla, do Instituto Alemão de Relações Institucionais e de Segurança (SWP, na sigla em alemão).

"Ainda que oficiais das Forças Armadas já não assumam mais o poder político nem intervenham por conta própria, como faziam antigamente, o simples fato de certos governos apelarem aos militares em vez de à policia para resolver conflitos internos é um sério problema", diz.

 A naturalidade com que o Exército brasileiro declara que a perda de vidas inocentes é inevitável na "guerra" contra traficantes nas favelas do Rio de Janeiro, a repressão violenta do movimento social Mapuche por parte da polícia militar chilena e outros excessos a que os militares parecem condenados por formação quando cumprem tarefas que não são deles evidenciam o que está em jogo quando se aborda o tema.  
 
O risco de excessos militares e a falta de controle civil  

Numa análise publicada em dezembro de 2010, Zilla também observou que, no Uruguai, a predominância de militares sobre os civis no comando do Ministério da Defesa compromete o controle público da instituição militar, uma situação que é compensada apenas pela existência, no Parlamento, de uma comissão para questões de segurança que tem ingerência sobre o orçamento das Forças Armadas.

Órgãos de fiscalização semelhantes existem na Argentina e no Chile, embora nem todas as fontes de renda do Exército chileno estejam sujeitas ao controle do poder legislativo.

"Mas seria muito fácil dizer que os militares são culpados pelo atual estado das coisas. Na maioria dos casos, é um governo democrático que decide concentrar tanto poder na mão das Forças Armadas e entrar numa relação de dependência tão assimétrica", declara Zilla, enfatizando a importância de estabelecer uma definição mais precisa das funções do Exército e de fortalecer o controle civil sobre os militares. Esses objetivos só podem ser alcançados se os governos promoverem abertamente uma política de segurança mais abrangente e transparente.

Autor: Evan Romero-Castillo (ms)
Revisão: Alexandre Schossler


Deutsche Welle

segunda-feira, 9 de junho de 2008

90 veces más gasto en armas que en luchar contra el hambre


EL PAÍS:

Los gobiernos destinaron casi 850.000 millones de euros a gasto militar, pero en la pasada cumbre de la FAO se comprometieron a aportar 4.500 millones para luchar contra las hambrunas.

El gasto militar en el mundo alcanzó en 2007 la cifra de 847.500 millones de euros, un seis por ciento superior a la del año anterior y un 45 por ciento superior a 1998, según revela el informe anual de 2008 del Instituto Internacional de Investigación para la Paz (SIPRI), con sede en Estocolmo. Esta cantidad supone casi 190 veces las ayudas comprometidas por los gobiernos en la última cumbre de la Organización para la Alimentación y la Agricultura (FAO) para paliar la actual crisis alimentaria.

Estados Unidos, por sí solo, representó el año pasado el 45% del gasto militar en todo el mundo, muy por encima de países como Reino Unido, China (37,8 millones) o Francia (33,9). España ocupa el decimoquinto lugar de la lista de quince países con más gasto militar del mundo. El informe del SIPRI destaca también que las ventas de armas aumentaron un 8% entre 2005 y 2006. El gasto militar ha aumentado un 45% en todo el mundo en los últimos diez años.

Estas cifras contrastan con las cantidades aprobadas la semana pasada en la Conferencia de Alto Nivel sobre la Seguridad Alimentaria Mundial, celebrada en Roma bajo el patrocinio de la FAO, en la que los delegados anunciaron un incremento en 4.500 millones de euros de sus donaciones para combatir el hambre, promover el desarrollo agrícola y paliar la situación generada en gran parte del mundo, especialmente en los países pobres, por el auge del precio de los alimentos.