domingo, 15 de junho de 2025

SOBRE O PASSEIO DOS GESTORES BRASILEIROS EM ISRAEL

 


 

Viajar em comitiva oficial para um território em guerra, alegando estudar “segurança pública”, e acabar preso em bunker sob ataque aéreo é quase um roteiro de sátira política. Mas não tem graça. Porque enquanto esses gestores brincam de geopolítica com dinheiro público, suas cidades seguem com:

escolas sem merenda,

hospitais superlotados,

guardas municipais sem coletes,

mães implorando por creche.

Eles dizem ir aprender sobre "defesa civil" e "segurança"... e se escondem em bunkers que suas próprias cidades jamais terão. Não levaram nem o básico: bom senso.

Querem segurança? Comecem garantindo abrigo seguro para mulheres ameaçadas, iluminação pública nos becos, psicólogas nas escolas e proteção real para o povo que dizimam com sua vaidade e ignorância travestida de gestão moderna.

Agora, a pergunta não é mais “o que foram fazer lá?”.
É: o que pensavam que encontrariam? Uma feira de tecnologia em plena guerra? Um passeio VIP no front?

Idiotas? Sim.
Mas perigosos também.
Porque a burrice com poder custa caro — e, às vezes, explode.

Texto atribuído à Soraya Brazuna. Não sei se realmente foi ela que escreveu, porém tem minha concordância.

Imagem: BBC

quarta-feira, 23 de abril de 2025

INTELIGÊNCA ARTIFICIAL, A NOVA BOMBA ATÔMICA?

 

Imagem criada por IA.

 FOLHA DE S. PAULO
19.abr.2025 às 23h00


Presidente dos EUA e tecnocratas do Vale do Silício querem destruir o liberalismo e
implementar nova ordem que pode dilapidar a tradição ocidental.


Martim Vasques da Cunha
Doutor em ética e filosofia política (USP), é autor de "Crise e Utopia – O Dilema de Thomas
More", "A Poeira da Glória", "A Tirania dos Especialistas" e "A Disciplina do Deserto" (no prelo).

O que Peter Thiel, Alexander Karp, Nick Land, Curtis Yarvin e Elon Musk têm em
comum? Personalidades influentes no conservadorismo americano, eles acreditam que a
democracia liberal levou o Ocidente a um estado de estagnação e corrupção moral. Atuando
nas sombras do governo de Donald Trump, defendem que apenas um grande esforço conjunto para dominar a inteligência artificial, a nova bomba atômica, permitirá solucionar esse impasse e aperfeiçoar o mundo – o que, para os cidadãos comuns, pode significar o fim da tradição democrática.
Talvez sem saber, o cineasta Christopher Nolan nos revelou, em seu filme "Oppenheimer"
(2023), a lógica suprema do segundo governo de Donald Trump.
Em uma fala do personagem Lewis Strauss, que na vida real participou dos bastidores da
administração americana durante a Guerra Fria, o ator Robert Downey Jr. profere as seguintes palavras com eloquência grega: "Amadores procuram o sol. São devorados. O poder mora nas sombras."
A referência é ao mito grego de Ícaro, que constrói uma asa com penas e cera para fugir da
prisão labiríntica criada por seu pai, Dédalo. Ícaro ignora os conselhos e aproxima-se demais do Sol, fazendo com que a cera derreta, ele caia do céu e morra afogado.
Hoje a frase dita no filme também pode ser aplicada às cabeças que tentam manobrar Trump:
Peter Thiel, Alexander Karp, Nick Land, Curtis Yarvin e Elon Musk.
Comecemos pelos amadores: apesar de ser um bilionário, de ser considerado o "Napoleão dos nossos tempos" e de ter feito revoluções tecnológicas admiráveis, tanto no campo da corrida espacial (as naves e os mísseis da Space X) quanto da mídia (a compra do Twitter, rebatizando-o de X), Musk é o "boi de piranha" desta administração.
A função dele é apenas aguentar os choques da oposição contra Trump – e nada mais.
Esqueçam o comando de Musk no tal do Doge (Departamento de Eficiência Governamental).
Serve apenas à superfície de um plano muito mais ousado, no qual a reforma do Estado é
somente o primeiro passo.
Uma reforma a ser feita de maneira a privilegiar o comando de uma mão de ferro, de um
presidente que aja como um César redivivo, impondo medidas executivas de cima para baixo:
eis o sonho de Curtis Yarvin, também conhecido pela alcunha de Mencius Moldbug (o primeiro nome é uma referência ao pensador chinês Confúcio).
Yarvin (que veio ao Brasil em 2023 divulgar suas ideias para pequenos grupos da direita) deve ser lido com extrema cautela. O motivo? Não é sua visão de mundo, composta por um certo pessimismo sobre a capacidade de mudar a burocracia que realmente comanda um governo, mas simplesmente porque na verdade ele está tirando sarro do público. Yarvin é um troll do pensamento, no jargão da internet. Seu papel no jogo do poder é satirizar as nossas expectativas racionais.
Por falar em racionalidade, não podemos nos esquecer de Nick Land. Oriundo daquela terra
onde o cinza de chumbo é predominante em sua paleta de cores (a Grã-Bretanha), ele defende um "aceleracionismo" da realidade, cuja mistura inusitada de Adam Smith e Karl Marx será a mola propulsora para um novo tipo de progresso que simplesmente precisa desprezar a democracia liberal. Se você achou que isso era um ensaio para um filme de horror, acertou.
Mas, calma: haverá a solução para todos esses impasses – a "República Tecnológica". Este é o termo usado por Alexander Karp (junto com Nicholas Zaminska) em seu livro de mesmo nome, lançado com sucesso no início deste ano nos EUA e a ser publicado no Brasil no próximo mês pela Intrínseca.
Karp é um dos donos da empresa Palantir (batizada em homenagem a um dos artefatos
mágicos da saga "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien). A especialidade dele é extrair dados dos diversos níveis da realidade (entre eles, o nosso cotidiano) e computá-los, via um software próximo do sobrenatural. Depois, com isso, ele vende novas estratégias de "antecipação do comportamento humano" para braços militares do governo americano, entre eles a CIA e o Pentágono.
Em seu tratado, Karp tem a seguinte tese: nos últimos 30 anos, a elite do Vale do Silício perdeu a sua vocação. Preferiu se render à criação de produtos de bens de consumo (aplicativos, computadores pessoais e serviços de comércio) ao invés de compreender que a internet foi a primeira fase para uma inovação sem precedentes.
O correto, diz, seria que essa mesma elite se unisse ao Estado americano em um novo plano de defesa, que combinasse tecnologia de ponta e uma mão de obra extremamente eficiente, com o objetivo de impedir que uma outra superpotência (a China) lidere a corrida sobre quem vai dominar um novo tipo de bomba atômica – a inteligência artificial (IA).
Por isso, Karp defende que, em termos educacionais, é necessária também uma reviravolta nos valores. Neste sentido, os EUA precisam redescobrir a importância de defender a "civilização ocidental". Em outras palavras: Karp é contra toda e qualquer espécie de cultura identitária. Na sua ótica, o wokeísmo enfraqueceu a nação americana nos seus fundamentos, impedindo-a de promover um debate saudável sobre assuntos seríssimos, em particular nas universidades.
Disso, avalia, resulta uma elite política e econômica que, assim como os companheiros de Karp no Vale do Silício, é incapaz de dominar a própria tecnologia que criou e, portanto, incapaz também de reconstruir a república que irá aperfeiçoar o resto do mundo.
O que Alexander Karp propõe, sem nenhum pudor, é um autêntico projeto de poder digno de Platão. E o sócio dele na Palantir, o empreendedor Peter Thiel, notório por ter sido o investidor-anjo de uma empresa chamada Facebook, concorda com isso em gênero, número e grau.
Dono de um intelecto aguçado, capaz de financiar diversas iniciativas políticas e culturais (além da startup de Curtis Yarvin, bancou a campanha de J.D. Vance para o Senado, o que
possibilitou a entrada deste último como vice-presidente na chapa de Trump em 2024), Thiel tem uma visão de mundo sofisticada, impossível de ser reduzida a clichês ideológicos. É alguém que deve ser respeitado e temido antes de ser desprezado (como a intelligentsia progressista faz com ele nos últimos anos).
De certa forma, não é exagero afirmar que Peter Thiel é o rei-filósofo imaginado por Platão —e que o mundo se tornou o seu laboratório para a próxima "tentação de Siracusa" (quando o pensador grego foi treinar Dionísio, o jovem tirano da província siciliana, e fracassou
miseravelmente).
Além de ser autor de um livro que se tornou uma Bíblia para a criação de startups, "De Zero a Um" (2012), ele escreveu três ensaios filosóficos que explicitam uma orientação política
bastante peculiar.
Os textos são: "O Mito da Diversidade" (1995), uma polêmica contra o politicamente correto que infesta as universidades; "O Momento de Strauss" (2004), disponível no Brasil na coletânea "Política e Apocalipse", publicada pela É Realizações, e "O Niilismo Não É Suficiente", escrito em 2023, ainda inédito, mas que pode ser lido nos subterrâneos da internet.
"O Momento de Strauss" é uma homenagem a Leo Strauss, pensador alemão exilado nos EUA por causa do nazismo, que desenvolveu uma filosofia baseada em estratégias retóricas que nos ajudam a escapar do totalitarismo da modernidade, algo caro a Thiel.
"O Niilismo Não É Suficiente" é um diagnóstico agudo sobre a paralisia existencial que atinge o mundo contemporâneo e que, logo, alimenta a mesma estagnação do progresso tecnológico e do papel das elites já analisada por Karp.
No fundo, o que une todos os nomes citados acima, junto com a administração Trump, é a
esperança de que o impasse atual só será resolvido por meio de uma ruptura apocalíptica —de preferência feita por esses poderosos que se escondem nas sombras.
O vocabulário religioso não é usado aqui de maneira displicente. Vejamos o exemplo de Thiel: ele é um cristão conservador assumido (apesar de, paradoxalmente, ser também um
homossexual militante), além de discípulo do antropólogo René Girard.
Girard é conhecido pela sua "teoria mimética", segundo a qual o comportamento humano é
motivado pelo desejo de imitação: copiamos uns aos outros porque sempre há uma terceira
pessoa que estimula isso.
Quando essa relação permanece em estágio de desconhecimento, aumentando assim o desejo metafísico de se apossar e de ser o outro, as tensões se avolumam, até que haverá uma situação de violência em que alguém será inevitavelmente sacrificado (em termos metafóricos ou reais). A partir dessa vítima (o "bode expiatório"), o ciclo de imitação se renova e tudo recomeça até chegar a um novo impasse —e a um novo conflito.
Para Girard, o cristianismo foi a religião que revelou esse mecanismo sangrento aos olhos de todos —e nos possibilitou, grosso modo, construir a cultura moderna em que estamos inseridos, uma cultura cujo verdadeiro herói sempre será o mais fraco.
Thiel adota em parte todos esses pontos do pensador francês René Girard; afinal, foi seu aluno na Universidade Stanford e ajuda a divulgar seu pensamento por meio das ações do think tank chamado Imitatio.
Mas não é apenas isso. Girard e Thiel acreditam que a mensagem do evangelho cristão é de
apocalipse —isto é, da revelação das primeiras e últimas coisas de como o mundo realmente
funciona. Porém, o discípulo acrescentou algo que o mestre nem sequer imaginou, ao perverter esta esperança autêntica com um detalhe: a importância da técnica, e da tecnologia, neste processo.
É aqui que os projetos de Thiel, Karp, Land, Yarvin, Musk e Trump convergem de forma
assustadora. Para eles, a IA é a nova bomba atômica, um poder que contém a violência
inevitável do Anticristo —simbolizado, nessa perspectiva, pela ordem democrática liberal dos últimos 70 anos, responsável pela corrupção moral do Ocidente, e que chegou ao seu ápice entre os anos 1990-2000.
O uso do verbo "conter" é proposital. Thiel e sua turma – apelidada erroneamente pela
imprensa de "Dark Enlightenment" (iluminismo sombrio), pois pouco se preocupam a
racionalidade filosófica – têm a crença absoluta de que, hoje, eles são o "katechon" dos nossos tempos.
Esta expressão, retirada da Segunda Epístola aos Tessalonicenses e atribuída ao apóstolo
Paulo, significa indistintamente "algo-alguém-alguma coisa" que detém um poder e que "retém-freia-atrasa" o definitivo triunfo do espírito da impiedade (o "Anticristo"), travando assim "o seu aniquilamento pela força da boca do sopro do Senhor".
Aparentemente, presume-se que os poderes que exerceriam esta função na nossa época seriam o do Estado (em particular na variação imperial ou "globalista") e o da igreja cristã (católica ou protestante).
Contudo, segundo um dos estudiosos do tema, o filósofo Massimo Cacciari em "O Poder que Freia" (Áyiné), há, na verdade, um campo de forças e de tensões sobrepostas, que se
acumulam e se dissolvem, às vezes de forma consciente, outras de maneira imperceptível à
consciência humana.
Esta "rede", fortemente conectada em seus nós górdios (e muito semelhante à internet oriunda do Vale do Silício), dá a certeza de que esses dilemas só serão plenamente resolvidos em um grande evento apocalíptico de proporções inimagináveis. E justamente por causa do poder do "katechon", que freia tal desenlace definitivo, as crises mundiais (políticas, sociais, espirituais) se tornam progressivamente permanentes, sem nenhuma solução evidente.
Ou seja: estamos na era da "insecuritas", na qual a insegurança e a incerteza trarão a paralisia e a anomia – a "stasis" da guerra civil indefinida e indiferenciada – ao nosso redor.
No entanto, se reconhecermos que vivemos em pleno "katechon", isso nos induz a concluir
também que não há outra solução exceto aceitar este cenário de impermanência.
Assim como o grupo liderado por Peter Thiel, não queremos aceitar que somos desesperados, sem nenhum outro intermédio, do Estado ou da igreja; também não queremos admitir, após décadas na dependência dessas instituições "pluralistas e democráticas", que todas as mediações humanas foram destruídas por completo.
Como afirmou o próprio Thiel em uma das suas palestras públicas mais recentes: "Talvez não devamos temer o Apocalipse, mas sim o Anticristo". O problema é quando este evento
apocalíptico é também esperado pela nêmesis deste "katechon" tecnológico – no caso, a
esquerda revolucionária.
Afinal, segundo Richard Landes, na obra-prima "Será que o Mundo Inteiro Está Errado?"
(lançada aqui pela editora Contexto), a cultura woke é um produto daquilo que pode ser
classificado como "mentalidade do ano 2000", em que "durante toda uma geração, o Ocidente gerou e implantou um conjunto de objetivos ideológicos progressistas que ao mesmo tempo aumentou a diversidade e a criatividade da cultura e minou a sua própria tessitura".
Ora, se ambos os lados que disputam o papel do "katechon" entram na rivalidade apocalíptica, cujo objetivo supremo é controlar o funcionamento da IA, o que sobra?
Sobra Donald Trump, o "Avatar Digital" que anulará e conciliará todas essas simetrias de forma terrível, o monstro guardado a sete chaves no meio do labirinto do poder. Ele veio com correntes e martelos para destruir o Ancien Regime do liberalismo e implementar uma nova ordem, ainda desconhecida, mas que sem dúvida virá para cometer o mais sério dos crimes: a extinção da memória humana.
Este fato aterrorizante será acelerado pela IA bancada por empresas como Palantir e OpenAI, entre outras. Como se isso não bastasse, ao provocar o caos econômico para reiniciar as relações internacionais entre a China e a União Europeia, Trump brinca diante da mídia como se fosse o amador que será devorado pelo Sol, provocando uma dissonância cognitiva impecável na intelligentsia progressista, quando, na verdade, o ex-magnata joga com esses tecnocratas escondidos nas sombras, para finalmente mostrar que, no fim, ele é o próprio Sistema Solar.
No entanto, como qualquer pedaço da nossa galáxia, um dia este sistema se transformará em
um buraco negro – e a era de Trump será indiscutivelmente o seu centro destruidor, apesar dos seus (eventuais) acertos e dos seus (constantes) erros.
O presidente americano, com a sua "República Tecnológica" do Vale do Silício, irá dilapidar o que restou da nossa história e da nossa tradição – enfim, a nossa humanidade –, em parceria com outros governos e movimentos totalitários, como a China, a Rússia e o islamismo radical.
Haverá escapatória para nós, pobres mortais? É sempre bom lembrar que o complemento ao
mito de Ícaro é a história do seu pai, o artífice Dédalo.
No silêncio, no exílio e na astúcia que marcaram a sua biografia, ele construiu o labirinto que aprisionava o Minotauro. Acabou preso nele; depois conseguiu escapar, sabendo que seu algoz, o rei Minos, não dominava o ar. O custo disso foi a vida do seu filho.
Ao enterrá-lo com as próprias mãos, concluiu que, apesar da tragédia inevitável, precisava
celebrar a criação humana, envolta no segredo da existência.
Enquanto vivemos a ruptura apocalíptica do governo de Donald Trump, devemos imitar o
exemplo de Dédalo, sem dúvida.
Afinal, se o poder mora nas sombras porque os amadores sempre procuram pelo Sol, a única
certeza que nos resta é a de que ninguém neste planeta é dono do céu – e será nele, mais
cedo ou mais tarde, que encontraremos a nossa liberdade.

 

Agradeço ao amigo Herlon Almeida pela indicação deste texto.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

2024 YR4 – O ASTEROIDE

 


Como já é quase de conhecimento público, o asteroide 2024 YR4 está se aproximando da Terra com chances de colisão.

Um conhecido meu, que acredita que a Terra é plana, confessou que ele e seus amigos terraplanistas estão muito preocupados: se esse asteroide realmente se chocar com nosso planeta, pode abrir um buraco por onde a água dos oceanos vazaria se perdendo na imensidão do espaço sideral.

Na hora deixei ele mais tranquilo. Contei para ele que Milei, Trump e Meloni já estão se reunindo secretamente para organizar a construção de uma super rolha que será colocada rapidamente no furo que o asteroide irá causar, impedindo o vazamento.

Meu conhecido ficou muito aliviado.

Moral da estória: quem acredita que a Terra é plana tem potencial para acreditar em qualquer coisa, inclusive em uma super rolha...

domingo, 2 de fevereiro de 2025

A VIDA É BELA

 

Casamento de Inês e Ereneu. Foto familiar. Éramos 8. Agora somos 6.

 

Às vezes, quase sempre, nos preocupamos com coisas práticas: contas para pagar, dificuldades de relacionamentos, emprego chato etc.

Como se dizia na minha terrinha, Santa Rosa, “qualquer pé de galinha dá uma sopa...”.

Há pouco mais de uma semana, faleceu meu querido irmão Ereneu (Iri, para mim).

Ele era o cara mais saudável da família, não tomava nem aspirina.

Passou por poucas e boas na vida, porém ele e sua Esposa Inês foram gigantes. Conseguiram segurar a barra de dificuldades financeiras e outras que não preciso nominar, mas que acontecem a todas as pessoas, e criaram três filhos excelentes, cada um com suas particularidades.

Após estabilizar, teve uma vida feliz, com uma neta e dois netos lindos e saudáveis.

Mantinha cotidiana comunicação com os filhos.

Aí aconteceu o imprevisível: foi constatada uma doença irreversível e ele, em 23 dias, respirou pela última vez.

Muito triste. Inexplicável. Não dá para racionalizar.

Então, a mensagem que fica é: aproveitem cada segundo da sua vida. Convivam com seus pais, irmãos, amigas e amigos.

A vida é bela, porém efêmera.

Ninguém sabem qual o futuro de cada um e de tod@s.